Tomás Chio SociedadeEnsino | Pedida revisão a iniciativa de empréstimo para formação Teresa Vong, professora da Faculdade de Educação da Universidade de Macau (UM), está contra a medida do Governo em atribuir empréstimos a recém-licenciados que queiram melhorar ou aprender um novo idioma, defendendo que o Executivo deve reformar antes o sistema educacional do território para que os empréstimos não sejam necessários. “O Governo precisa de saber porque é que os estudantes que terminam as licenciaturas não têm competência linguística”, afirmou, citada pelo Jornal Ou Mun. Também a deputada Chan Hon não ficou convencida com a medida, chegando mesmo a defender que as reacções dos estudantes não vão ser positivas, pois, sublinha, é difícil que os alunos queiram perder um ou dois anos para só se dedicarem à aprendizagem de uma língua. “O Governo deve classificar quais as exigências para os candidatos, dando-nos mais detalhes. Também é possível que o Governo possa abdicar desta ideia para apostar no intercâmbio de estudantes”, acrescentou ainda a deputada. Uma base sólida Teresa Vong exemplificou que as universidades de Hong Kong não funcionam com este sistema de empréstimos, pois são exigentes ao nível do Inglês durante todo o tempo do curso. É dada a oportunidade, apontou ainda, aos estudantes de línguas “e de outros cursos” de estudar, pelo menos um semestre, fora. Estas possibilidades permitem uma aposta na formação dos alunos, logo, depois de terminarem o curso, não precisam de ir estudar mais um ano, frisa. A ideia do Governo é “apenas um serviço de apoio financeiro”, portanto não é uma medida clara que venha apostar na formação de línguas em Macau. O Governo, sugere, deve preocupar-se mais com as questões internas da educação superior. “Durante a revisão, em 2008, do ensino não superior, o Governo frisou várias vezes a importância dos três idiomas em Macau, ou seja, Chinês, Inglês e Português. Até agora os alunos não se adaptaram à ideia do ensino e importância do Inglês, mas também o nível dos professores não é suficiente”, acrescentou ainda a docente. Teresa Vong defende ainda que as disciplinas de línguas chinesa e inglesa devem ser obrigatórias na educação dos estudantes de Macau, para que a médio e longo prazo tenhamos mais alunos a estudar línguas. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura afirmou na segunda-feira que o Governo pretende ainda este ano lançar esta medida de empréstimos para formar recursos humanos na área linguística.