Teatro de sombras | CCM apresenta no domingo a peça “Na Rua”, apenas em chinês

O Centro Cultural de Macau acolhe no domingo duas sessões da peça de teatro de sombras “Na Rua”, inspirado no livro bilingue, com o mesmo nome, editado pela Mandarina. Catarina Mesquita, fundadora da editora, refere que o facto de a apresentação da peça ser apenas em cantonense é um desafio, recompensado pela possibilidade de chegar a um público alargado

 

“Na Rua – Teatro de Sombras” sobe aos palcos no domingo, em duas sessões, às 15h e 16h30, inserido na programação do Centro Cultural de Macau (CCM) que celebra o Natal. Apresentado ao público pela segunda vez, depois de um primeiro espectáculo em Abril deste ano, a peça resulta da adaptação do livro bilingue infantil “Na Rua”, editado pela Mandarina.

Ao HM, Catarina Mesquita, autora do livro e fundadora da editora, refere que o facto de este espectáculo de teatro de sombras ser apresentado, pela primeira vez, apenas em chinês, constitui um desafio “positivo”.

“Estamos a passar pelo desafio de nos apresentarmos apenas ao público chinês, o que para nós tem sido mais difícil de conquistar. Apesar de acharmos que o teatro de sombras é transversal a qualquer língua, por ser muito visual, desta vez estamos focados, através da narração, num mercado para o qual não trabalhamos, até agora.”

Desta vez Catarina Mesquita está a trabalhar com uma equipa de sete pessoas, depois do desafio que uma amiga lhe lançou para adaptar o livro para teatro. “Uma outra pessoa que conhecia através da Mandarina disse-me que gostava de musicar a história. E pensei que, se duas pessoas me estavam a dizer, no mesmo dia, que queriam pegar na história, é porque tínhamos de fazer algo mais.”

Transpor os livros para os palcos é algo que permite a Mandarina crescer, disse ainda Catarina Mesquita. “Gostamos de diversificar e estes desafios só nos fazem crescer.”

Passeios por Macau

A viver no território há oito anos, a ideia e inspiração que estiveram na génese de “Na Rua” nasceram que se mudou para Macau, apesar de o livro só ter sido publicado no ano passado. A obra infantil conta a história de uma menina portuguesa que passeia pelas ruas de Macau e vai descobrindo pedaços da cultura portuguesa, enquanto que, do outro lado do livro, há a história de um menino chinês que nos revela os mercados e aspectos tão característicos da cultura chinesa.

“As duas histórias fundem-se num final comum. A mensagem transmitida é que o melhor de Macau não é lugar nenhum, mas sim as pessoas e essa feliz convivência que temos entre as duas culturas”, explicou Catarina Mesquita.

Apesar de ter sido publicado há apenas um ano, o “Na Rua” vai na sua terceira edição. “Tem corrido muito bem e as vendas têm sido surpreendentes para o que é habitual em Macau”, confessou.

17 Dez 2021