FIMM | “Ryuichi Sakamoto: Coda” com sessão adicional no domingo

A organização do XXXVI Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) irá adicionar uma nova sessão do filme “Ryuichi Sakamoto: Coda”, sobre o compositor japonês, que pode ser vista na Cinemateca Paixão às 21h30. Os bilhetes já se encontram à venda na bilheteira da cinemateca e custam 60 patacas.

Ryuichi Sakamoto teve uma carreira musical prolífica que se estendeu por mais de quatro décadas, passando de estrela de música electrónica na juventude a um dos mais conhecidos compositores de música clássica, tendo inclusivamente vencido um Óscar.

O seu trabalho e percurso de vida ficaram ainda mais intimamente ligados após o desastre de Fukushima, quando se tornou uma figura icónica no movimento social japonês contra a energia nuclear. Na sequência de um diagnóstico oncológico, a sua assombrosa consciência ambiental levou a uma nova obra-prima.

“Ryuichi Sakamoto: Coda”, realizado por Stephen Nomura Schible, cineasta que co-produziu “Lost in Translation” com Sofia Coppola, é um retrato íntimo do artista e do homem”. A sessão agendada para sábado já está esgotada.

Hoje ainda pode ver, também na Cinemateca Paixão, o filme “À Volta da Meia-Noite”, também integrado no cartaz do FIMM e que tem banda sonora de Herbie Hancock, uma das estrelas do programa do FIMM deste ano e que actua em Macau no Centro Cultural de Macau no dia 3 de Novembro.

24 Out 2024

Óbito | Músicos e realizadores lamentam morte de Ryuichi Sakamoto

Ryuichi Sakamoto faleceu na semana passada vítima de cancro. Autor da banda sonora do filme “O Último Imperador”, com a qual venceu um Óscar, Sakamoto fica para a história como um pioneiro que quebrou barreiras entre estilos musicais, sempre aberto ao experimentalismo e às colaborações com outros artistas

 

Músicos, compositores e realizadores de cinema prestaram ontem homenagem ao compositor japonês Ryuichi Sakamoto, que morreu na semana passada, vítima de cancro, aos 71 anos.

“Mestre, espero que a sua longa viagem seja pacífica”, escreveu nas redes sociais Suga, da ‘boysband’ sul-coreana BTS, horas depois de a agência do compositor, commmons, ter anunciado que Sakamoto morreu a 28 de Março.

Outras vozes do mundo da música juntaram-se às mensagens de pesar, como foi o caso de Yojiro Noda, da banda de rock japonesa RADWIMPS. “Tive a oportunidade de o ver duas vezes e ainda me lembro da sua forma amável de falar. Vou continuar a ouvir a sua música”, escreveu nas redes sociais.

“Estou em dívida para com Sakamoto de várias formas, tanto profissionalmente como em privado. ‘Senhor Iwai, continue a desempenhar um papel activo’, disse-me. Estas palavras calorosas acabaram por ser as últimas que me dirigiu. O seu impacto é imensurável”, notou o realizador japonês Shunji Iwai, autor de filmes como “Fireworks” (2017) e “Hana e Alice” (2004).

Cancro fatal

Já o parceiro de Sakamoto no trio Yellow Magic Orchestra (YMO) Haruomi Hosono também lamentou a morte do pianista ao publicar uma fotografia cinzenta no Instagram. O mesmo gesto de Sakamoto a 11 de Janeiro quando o terceiro membro da YMO Yukihiro Takahashi sucumbiu a um cancro.

No final da década de 70, os YMO começaram a sua jornada de exploração dos meandros das sonoridades da música electrónica, desbravando caminhos anteriormente trilhados por bandas como Kraftwerk, Suicide e seguindo as pisadas de aventureiros musicais como John Cage.

A carreira de Sakamoto sempre este longe de ser uma linha recta, prova disso é o álbum “Casa”, gravado em 2001 com o violoncelista brasileiro Jacques Morelenbaum, onde são interpretadas, essencialmente, músicas de Tom Jobim.

Sakamoto, que tinha recuperado há uns anos de um cancro na garganta, confirmou no início de 2021 que sofria de cancro colorrectal. A evolução da doença limitou as aparições públicas, concertos e entrevistas do músico nipónico nos últimos anos.

Premiado com um Óscar pela banda sonora do filme “O Último Imperador”, de Bernardo Bertolucci, Sakamoto foi um dos compositores japoneses mais internacionais das últimas décadas, com uma obra que abrangeu várias etapas, desde o sucesso da YMO até à composição de bandas sonoras. Na composição para cinema destaque ainda para o filme “Merry Christmas Mr. Lawrence” (1983), no qual também interpretou o papel de um comandante de um campo prisional japonês durante a Guerra do Pacífico e onde contracenou com David Bowie.

O último concerto de Ryuichi Sakamoto realizou-se a 11 de Dezembro, em formato ‘online’. No ano passado foi lançado um disco de tributo a Sakamoto, intitulado “To The Moon and Back”. “12”, lançado em Janeiro deste ano, foi o último álbum de estúdio de Sakamoto, que nunca deixou de trabalhar apesar da doença.

4 Abr 2023

Óbito | Ryuichi Sakamoto morreu aos 71 anos

A notícia da morte do compositor japonês Ryuichi Sakamoto deixou ontem o mundo das artes em estado de choque. O incontornável compositor morreu aos 71, vítima de cancro, no passado dia 28 de Março, noticiou ontem a agência noticiosa AFP, citando um comunicado emitido pela agência artística que representava o japonês.

Segundo a AFP, Sakamoto foi sepultado numa cerimónia em que esteve presente apenas a família, tal como o próprio tinha pedido. Em 2014, Ryuichi Sakamoto foi diagnosticado com cancro na garganta, cujo tratamento foi concluído com sucesso.

Porém, no ano passado, o compositor voltou a ser assolado pela doença. Entre as muitas distinções que recebeu ao longo da carreira, Sakamoto foi o primeiro compositor japonês a receber um Oscar com a banda sonora do filme de 1987 “O Último Imperador”.

3 Abr 2023