Desporto | Rosa Mota ganha minimaratona de Macau

A portuguesa Rosa Mota venceu ontem a minimaratona de Macau, aos 65 anos, o terceiro triunfo da ex-campeã olímpica na competição. “Correu bem. O tempo estava óptimo, não estava húmido. Claro, estou contente por ter ganho, evidente, e estou contente por ver esta grande festa, esta multidão”, disse à Lusa a antiga campeã do mundo e da Europa.

Rosa Mota já tinha vencido a prova em 2018 e 2019, tendo regressado este ano a Macau, após um interregno de três anos devido à pandemia de covid-19. “O carinho que recebemos é que fica, isso é que são os grandes troféus. Já tinha saudades disto, porque na pandemia estivemos sempre tão afastados. É bom reencontrarmo-nos”, sublinhou. A minimaratona, de 6,3 quilómetros, foi uma das provas de ontem da Galaxy Entertainment Maratona Internacional de Macau.

O etíope Debele Fikadu Kebebe foi o vencedor da maratona, seguido dos quenianos Kiptoo Edwin Kibet e Paul Katisa Matheka. Na prova feminina foi também uma etíope a vencer, Zinashwork Yenew Ambi, igualmente secundada pelas quenianas Rodah Jepkorir Tanui e Tecla Kirongo. Cerca de 12 mil participantes de 47 países e regiões marcaram presença no evento.

4 Dez 2023

Rosa Mota vence mini-maratona de Macau pelo segundo ano consecutivo

[dropcap]A[/dropcap] portuguesa Rosa Mota venceu ontem, pelo segundo ano consecutivo, a mini-maratona de Macau, ao correr 5.200 metros em 19:31 minutos, melhorando a marca do ano passado. “Estava em melhor forma do que estava no ano passado”, afirmou à Lusa, sorridente, a maratonista de 61 anos, depois de ter batido em 02:31 minutos o tempo alcançado em 2018.

“O ano passado ainda tive uma atleta atrás de mim, este ano não, competi comigo própria e a tentar apanhar alguns jovens masculinos que estavam à minha frente”, sublinhou a ex-campeã do mundo e da Europa.

A ex-campeã olímpica, que foi convidada pela organização da 38.ª Maratona Internacional para ser ‘embaixadora’ anti-doping, afirmou que ainda que tem vontade para continuar a correr e que não perdeu o gosto pela competição.

“É o gosto e o prazer que sempre tive pela corrida, continuo a mexer-me e adoro correr e gosto muito de competir também”, frisou. A mini-maratona, assim como a meia-maratona, integraram o programa da 38.ª Maratona Internacional de Macau.

Da lusofonia

A atleta portuguesa Joana Fonseca terminou a maratona na 14.ª posição. Na meia-maratona, Vítor Oliveira garantiu o 5.º posto e a atleta Carla Martinho terminou a prova pelo segundo ano consecutivo em 3.º lugar.

“Macau, por acaso, tem-me corrido bem, tenho sido muito feliz em Macau”, disse à Lusa Carla Martinho.
“Este ano ainda por cima com melhor tempo do que no ano em que ganhei cá (2015), ou seja, tenho de estar muito satisfeita. Muito feliz”, sublinhou a atleta portuguesa.

Na meia-maratona, destaque ainda para atleta de Angola Adelaide Machado que terminou o 3.º lugar, para a moçambicana Zeferina Lundo que concluiu a prova no 5.º lugar e para a cabo-verdiana Sandra Teixeira que alcançou a 8.ª posição.

Já nos masculinos, o cabo-verdiano Samuel Freire e o moçambicano Donaldo Machado terminaram a meia-maratona no 4.º e 8.º lugar, respectivamente.

O atleta da Etiópia Tafese Abebe e a queniana Esther Karami venceram as provas masculinas e femininas da maratona.

2 Dez 2019

Rosa Mota vence mini-maratona de Macau aos 60 anos, três décadas após ouro em Seul

[dropcap]A[/dropcap] portuguesa Rosa Mota venceu a mini-maratona de Macau, aos 60 anos e três décadas após ter conquistado a medalha olímpica em Seul, na Coreia do Sul, ao correr 5.200 metros em 22:02 minutos.

A ex-campeã do mundo e da Europa, que foi convidada pela organização da 37.ª Maratona Internacional para assumir o papel de ‘embaixadora’ anti-doping, bateu o tempo alcançado em 2016, quando também ganhou a corrida, então com 24:47 minutos.

“É uma alegria estar aqui em Macau, numa competição tão bem organizada. Como não tinha nenhum compromisso e fiquei livre, decidi ir correr”, afirmou à Lusa no final da prova.

“Sim, este ano fiz 60 anos e passaram 30 desde que ganhei a medalha de ouro em Seul, mas hoje só falo da importância de fazer chegar a todos estes atletas a mensagem sobre os perigos do doping e de como a batota não tem lugar no desporto”, enfatizou a ex-campeã olímpica.

A mini-maratona, assim como a meia-maratona, integraram o programa da 37.ª Maratona Internacional de Macau.

Os atletas portugueses Vera Nunes e João Antunes concluíram a maratona na sexta (femininos) e oitava (masculinos) posições, respetivamente. Na meia-maratona, tanto António Rocha como Carla Martinho garantiram o terceiro lugar nas provas masculina e feminina, respectivamente. Os atletas quenianos venceram as provas masculinas e femininas da maratona e da meia-maratona.

3 Dez 2018

Maratona | Rosa Mota celebra 30 anos da vitória em Seul

Em 1988, a atleta estava em diferendo com a Federação Portuguesa de Atletismo e tentou participar nos Jogos Olímpicos por Macau. Na altura, Manuel Silvério tratou do processo do lado do Governo do território. Agora recorda o caso

 

[dropcap]M[/dropcap]acau não é membro do Comité Olímpico Internacional (COI) nem participa nos Jogos Olímpicos, ao contrário do que acontece em Hong Kong. Ainda no ano passado, Chui Sai On ignorou o exemplo da RAEHK, e deixou muito claro que Macau nunca vai participar nos Jogos Olímpicos, porque não é um país soberano. Todavia, a história poderia ter sido muito diferente, e o território poderia ter mesmo feito a estreia, há 30 anos, com a medalha de ouro na maratona.

Foi em Março de 1988 que a polémica começou e que a histórias de Macau e Rosa Mota se cruzaram, pela primeira vez. José Pedrosa, treinador e actual marido de Rosa Mota, decide que a atleta, uma das principais favoritas ao ouro dos Jogos Olímpicos de Seul, não ia participar no Mundial de Estrada de 15 quilómetros. Apesar da ausência da atleta, Portugal conseguiu um terceiro lugar por equipas, devido à performance das atletas Conceição Ferreira, Albertina Dias e Albertina Machado.

Contudo, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) não gostou da atitude de Rosa Mota e abriu um inquérito à situação. Como consequência, a corredora foi castigada com a impossibilidade de se inscrever em provas internacionais e a participação nos Jogos Olímpicos de Seoul ficou mesmo em causa.

Contactos locais

Sem alternativas, o treinador da atleta, José Pedrosa, entra em contacto com o Governo de Macau. O episódio é recordado por Manuel Silvério, antigo presidente do Instituto do Desporto, e que na altura ocupava o cargo de adjunto do presidente do Conselho dos Desportos.

“Ela contactou-me através do treinador José Pedrosa e estivemos reunidos, os três. Eles viajaram até Macau para ultrapassarem o conflito com a Federação Portuguesa de Atletismo. Na altura, acreditavam que a Rosa Mota poderia participar nos Jogos Olímpicos integrada numa eventual comitiva de Macau”, recordou Manuel Silvério, em declarações ao HM.

Com o diferendo entre a FPA e Rosa Mota a subir de tom, sugiram, então, dois entraves à participação da atleta por Macau: por um lado, o território ainda não tinha formalizado a intenção de aderir ao COI, e por outro, a vontade política do Governo de Lisboa era hostil à ideia.

“Em termos de jurisdição, era possível. Mas havia um grande impedimento, que é o facto de Macau não ser membro do Comité Olímpico Internacional. Também havia uma outra questão: nos Jogos Olímpicos é o país que participa, e se a Rosa Mota fosse participar por Macau, Portugal perdia a face”, explicou.

Neste sentido, a questão acabou mesmo por ganhar uma componente política e em Portugal figuras como Mário Soares (então Presidente da República), Cavaco Silva (primeiro-ministro) e Roberto Carneiro (ministro da Educação) envolveram-se no caso.

Pressão política

A este ritmo não tardou a que a mensagem chegasse a Manuel Silvério: “Houve um grande entusiasmo com a ideia, mas tenho de lembrar que também fomos um bocado ingénuos, no sentido em que Macau tinha de obedecer a Lisboa. O Governo de Lisboa não mandava na FPA, mas acabou por ver-se ‘obrigado’ a actuar, em benefício do interesse nacional”, explicou. “Na altura o meu superior aconselhou-me, e quero deixar claro que não me obrigou, a distanciar-me do problema. Se ela corresse por Macau, Portugal levava uma bofetada”, revelou Manuel Silvério, que lidou com todo o processo. O então presidente do Conselho dos Desportos, tinha como superior Francisco Murteira Nabo, que em Macau desempenhou os cargos de secretário-adjunto para a Educação, Saúde e Assuntos Sociais e, mais tarde, o cargo de secretário-adjunto para os Assuntos Económicos.

Com o diferendo resolvido, Rosa Mota correu com as cores de Portugal e a 23 de Setembro de 1988 fez história, ao tornar-se na primeira atleta portuguesa, e única, a vencer uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Hoje, Manuel Silvério olha para todo o processo sem arrependimentos. Mesmo na altura, diz, ficou tudo resolvido.

“Ainda bem que houve um entendimento entre a atleta e a FPA. Também eu acabei por ser convidado para assistir à maratona de Seul e estava a cerca 10 metros de distância quando ela cortou a meta”, apontou. “Na altura falou-se que poderia ter sido uma medalha para Macau. Mas ainda bem que a diligência para que o Governo local não tivesse colaborado funcionou. Foi melhor assim”, acrescentou.

Atleta apadrinha corrida local

A atleta de 60 anos, que em 2016 venceu a mini-maratona de Macau, regressa ao território para apadrinhar a Maratona de Macau, que se vai correr no domingo e é organizada pelo Governo. Ontem à noite, a atleta ainda não sabia se iria fazer a mini-maratona a correr ou a andar, ao lado do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. “É um evento que faz parte do meu calendário anual e espero regressar durante muitos anos. Era bom sinal, até porque a maratona em Macau é sempre um dia de festa e é muito bom ver as ruas cheias de pessoas a fazerem desporto”, disse, ontem, Rosa Mota ao HM. A ex-maratonista actualmente não comenta assuntos não relacionados com as provas em participa.

30 Nov 2018