Ancestrais Imperadores no rio Amarelo

Um dos berços da civilização chinesa encontra-se no curso médio e baixo do rio Amarelo e afluentes. Os seus férteis vales, eleitos pela abundância de alimentos e animais, foram locais privilegiados de uma rápida fixação de famílias agricultoras, assim como na sedentarização de caçadores e pescadores, tornando-se lugares densamente povoados. Nas suas margens evoluíram há oito mil anos, a cultura Peiligang, a cultura Yangshao [na parte Leste do curso médio do Huanghe e vale do rio Wei, a produzir potes de argila pintados com figuras geométricas] e na parte do curso baixo do rio Amarelo, em Shandong a cultura Longshan [onde se plantava já arroz, milho miúdo e talvez trigo, sendo os potes pretos levantados em roda de oleiro] e dois milénios mais tarde a Cultura Dawenkou (4300-2500 a.n.E.).

Foi essencialmente nas áreas do Huanghe que os Cinco Ancestrais Imperadores (Wudi) percorreram em constantes viagens vastas regiões do Norte e Centro da China, desenvolveram os territórios e situaram as capitais, estendendo-se alguns deles nas regiões até ao Changjiang, demonstrando uma mobilidade de espantar.

Huangdi (黄帝, 2550–2450 a.n.E./2704-2595 a.n.E.), o primeiro dos Cinco Ancestrais Imperadores, nasceu no monte Xuanyuan, onde hoje será Xinzheng, a fazer parte da cidade de Zhengzhou na província de Henan e tinha o apelido Ji, o nome da sua tribo, também conhecida por Xuanyuan. Antes de se tornar o Imperador Amarelo, a tribo era matriarcal e chamava-se Tian Yuan e ainda nómada vagueava por Zhuoxian, em Hebei.

Já como chefe da tribo Ji, também na província de Hebei fez a capital em Fanshan, no concelho Zhuolu e para Sudeste, em Banquan os Ji derrotaram os Jiang [provenientes do rio Wei e cujos ancestrais eram Yandi e Fuxi] e as duas tribos em aliança juntaram-se; na altura era comum as tribos guerrearem-se para tomarem terras, animais e fazerem escravos. Com Huangdi, parte das tribos a viverem no Norte e Centro do território da actual China ficaram unidas, formando o povo Huaxia, hoje conhecido como Han. O Imperador Amarelo teve mais de cem filhos. Com uma grande experiência, devido ao muito viajar, patrocinou inúmeras invenções para tornar a vida quotidiana muito mais fácil.

No monte Jing, hoje no concelho de Lingbao em Henan, Huangdi deixou a vida terrena e foi levado por um dragão divino. Enterraram-no em Qiaoshan, conhecida como “Montanha da Ponte”, mas o seu túmulo foi encontrado em outras províncias como Gansu, Hebei e Henan. No entanto, é na Montanha da Ponte em Huangling (prefeitura de Yan’na, província de Shaanxi) onde se presta oficialmente homenagem ao Imperador Amarelo no dia do Qingming.

Aí passa o rio Luo (Luohe) proveniente do Norte e a desaguar no rio Wei pouco antes deste afluir no Huanghe.
Neto de Huangdi, Zhuanxu (颛顼, 2450-2372 a.n.E.) com o nome de Gaoyang era filho de Changyi e o avô indicou-o para lhe suceder como o segundo dos Ancestrais Imperadores. Ocupou o trono durante 78 anos, começando por manter a capital em Fanshan (concelho Zhuolu, Hebei) e depois mudou-a para Shangqiu, em Henan. Daí rumou ao Norte e passou a capital para Diqiu [hoje na área de Puyang] em Henan, fronteira com Anyang, a Norte do rio Amarelo.

Zhuanxu colocou como oficiais para administrar o território dois dos netos: Zhong, responsável pelos ofícios e sacrifícios ao Céu e Li, a tomar conta das ordens administrativas na Terra. Tal incrementou a união de cada vez mais tribos ao povo Huaxia e a unificação a dar molde ao país. Zhuanxu morreu com a idade de 98 anos e tem o mausoléu junto ao de Diku (seu primo), a quilómetro e meio da aldeia de Sanyangzhuang, em Liangzhuang, 30 km a Sul da capital do distrito Neihuang, em Henan, na estrada Anyang-Puyang. Zhuanxu é festejado no 18.º dia do terceiro mês lunar.

Diku (帝喾, 2372-2297 a.n.E.), conhecido por Gaoxin, era bisneto de Huangdi e filho de Ku, primo de Zhuanxu. Foi o terceiro dos Cinco Ancestrais Imperadores da China e reinou 75 anos, continuando com a capital de Zhuanxu em Shangqiu. Ambos têm o mausoléu na mesma localidade, próximo da aldeia de Sanyangzhuang em Liangzhuang, sendo Diku celebrado no dia 14 do quarto mês lunar.

Sucedeu-lhe Yao de Tang (尧帝, 1179-1061 a.n.E. ou 2297-2179 a.n.E., Tang Yao), filho de Diku, de nome Fangxun e apelido Qi da tribo Taotang, nasceu em Yi Fangxun ou Yi Qi [Guoyou em Jiangsu, ou Tianchuang em Anhui]. Com vinte anos tornou-se o quarto dos Ancestrais Imperadores e provêm do seu reinado os primeiros registos de instituições organizadas para administrar o território. No 70.º ano de reinado, Yao passou o trono a Shun, para quem abdicou ao se aperceber não ter descendência à altura, apesar dos nove filhos. Continuou a sua existência por mais 28 anos e ficou creditado como o inventor do jogo go (weiqi).

O seu território compreendia desde o rio Amarelo ao Changjiang, tendo mais tarde ao reino de Tang conquistado Taosi [Xiangfen sob jurisdição da prefeitura de Linfen, em Shanxi, onde se desenvolvera a última fase da cultura Longshan (2300-1900 a.n.E.)] e aí fez a capital Linfen, situada nas margens do rio Fen, no Sudoeste de Shanxi fronteira com Shaanxi, próximo da viragem para Leste do Huanghe. Yao morreu com 118 anos e o seu mausoléu encontra-se na capital Linfen, sendo celebrado no Qingming (entre os dias 3 e 5 de Abril). Yao é o ancestral da dinastia Han e Liu Bang dizia-se descendente de Huangdi.

CONTROLAR AS INUNDAÇÕES

O reinado de Yao foi marcado por desordens sociais e graves inundações, relatadas pelo próprio Imperador e registadas no Livro de História (Shu Jing). Yaodi ordenou a Xihe para realizar observações astronómicas e daí fazer um calendário; a Qi, um mestre na agricultura, a ensinar às pessoas a cultivarem cereais; e a Gun (um príncipe de Chong, descendente de Huangdi) para controlar as águas e evitar as cheias, mas após nove anos de esforço nada conseguiu e Yaodi mandou-o prender, tendo morrido em Yushan, já no reinado de Shundi.

O Imperador Yao conhecera Shun com vinte anos e colocou-o ao seu serviço como Ministro das Instruções e chefe das Quatro Montanhas (siyue), dando-lhe quatro anos para organizar o país. Após três anos, Shun executara todos os trabalhos ordenados por Yao e como prova de reconhecimento este escolheu-o para seu sucessor, por ser uma pessoa íntegra e de grande inteligência. Shun tinha 30 anos quando Yao lhe deu em casamento as duas filhas, Nu Ying e É Huang e após 70 anos de governação passou a liderança a Shun. Este com a idade de 53 anos recebeu o trono e fez a capital em Yuncheng, concelho de Yongji [conhecido nos antigos livros por Puban] na província Shanxi.

O quinto dos Ancestrais Imperadores, Yu Shun, (舜帝, Shun de Yu, 2255-2207 a.n.E., data de Lu Xun, 2287-2208 a.n.E., ou 1153-1061 a.n.E.), nasceu em Yongji na prefeitura de Yuncheng, a Sudoeste de Shanxi fronteira com Shaanxi. O seu pai Gu Sou afirmava ser descendente de Zhuanxu, mas este Imperador entregara o trono a Diku, filho preferido de um segundo casamento. Shun era diligente, modesto e carinhoso e tivera uma infância madrasta, valendo-lhe a irmã, a Senhora Keshou, a salvá-lo da fúria do pai cego Sou e de Xiang, o irmão mais novo, pessoa de mau carácter, sempre a conspirar por ciúmes contra ele, tentando-o matar para ficar com o seu lugar. No entanto, nunca conseguiu os seus intentos e Shun desculpou-o sempre. Durante o seu reinado [que segundo Sima Qian durou 39 anos] viveu numa casa humilde e teve um casamento muito feliz com as duas filhas de Yao. Além de investir na educação, na música e ensinar os Ritos, foram no seu reinado divulgadas à população as máximas do comportamento humano, usadas mais tarde por Kongfuzi.

Shundi constantemente se encontrava em viagem, umas vezes para inspecções, outras para resolver problemas ocorridos com o povo Huaxia e as outras tribos, ou para conquistar mais territórios em regiões cada vez mais remotas. Estava a população e as tribos a viverem em paz e harmonia, quando com 92 anos Shundi faleceu. Encontrava-se numa viagem de inspecção ao Sul, na região de Cangwu e após a morte foi canonizado como Yu Di Shun. É comemorado no oitavo dia do nono mês lunar no seu Templo-mausoléu no monte Jiuyi, também conhecido por monte Cangwu, a Sul do concelho de Ningyuan, província de Hunan, por onde passa o Xiangjiang [o rio principal do lago Dongting, e daí a ligação ao Yangzi].

Ainda no reinado de Yaodi, após despedir Gun por este não conseguir evitar as inundações, convidou Yu, com o mesmo ofício do pai, para substituir Gun no cargo. Yu trabalhou também para Shundi e ficou conhecido por conseguir controlar as cheias através da construção de canais, alargando os leitos dos rios e desviando as águas para as fazer correr até ao mar.

Devido à sabedoria de Yu, Shundi com 83 anos colocou-o rei e como Dayu governou durante 45 anos, fundando a dinastia Xia (2070-1600 a.n.E.), a primeira da China. Até Yu, os chefes eram escolhidos pelo seu saber e capacidade de resolver os problemas.

30 Ago 2024

Rio Amarelo

Conhecido em chinês por Huanghe (黄河), o segundo maior rio da China com 5464 km de comprimento atravessa nove províncias, tendo em Qinghai a nascente, a Oeste do rio Jinsha (outro dos nomes do Changjiang).

A Oeste da China, no planalto tibetano nasce o rio Amarelo na cordilheira Kunlun, nas montanhas Bayan Har (Bayankhar, na língua mongol) no planalto Yekulonglie em Chenduo, prefeitura Yushu, província de Qinghai, de onde parte para Leste com o nome mongol de Yekulongliechu.

Os tibetanos chamam-no Maqu, pois segundo eles o início do rio parece a cauda de um pavão devido ao leque formado por inúmeros lagos e rios que convergindo são a sua fonte. Essas provêm de três lagos (Gyaring, Ngoring e Xingxiuhai), que se juntam no cruzamento de um pequeno rio proveniente do Norte denominado Chacu e outro do Sul, mais longo chamado Karichu. Após serpentear pelas montanhas de Qinghai, o Rio Amarelo segue brevemente por Sichuan e regressando para Noroeste, passa para Gansu, onde banha a capital Lanzhou. Daí vai para Ningxia, onde subindo atravessa a capital Yinchuan e continuando para Norte entra na Mongólia Interior, passando por Baotou, a maior cidade dessa província e segue até Hekou (sob jurisdição de Togtoh), onde terminam os 3472 km do curso superior do Huanghe.

O rio Amarelo inicia o curso médio em Hekou e descendo para Sul em linha recta pela borda da província de Shanxi, fronteira com Shaanxi, quase no final recebe as águas do rio Fen.

Mais adiante, na área de Yuncheng (no Sul de Shanxi) o rio Amarelo deixa de correr para Sul e vira para Leste, fazendo de linha limite ao Norte de Henan.

Onde o Huanghe faz a viragem para Leste desagua o rio Wei [proveniente das montanhas Qinling ainda em Shaanxi], que em Xianyang [capital da dinastia Qin, a 25 km a Norte de Xian] recebera o afluente Jing e mais à frente o rio Luo, parecendo ser esse balanço de enxurrada a desviar o rio Amarelo para a fronteira entre a província de Shaanxi e Shanxi, levando-o a entrar em Henan. Aí, em Jixian (prefeitura de Linfen, Shanxi) a queda de água de Hukou, catarata com 15 m de altura e 20 m de largura, é a maior do rio Amarelo e a segunda maior da China.

É devida à fluição das águas provenientes do Grande Canhão de Jinxia, estando o rio Amarelo emparedado por montanhas a reduzir a sua largura, logo a correr mais veloz, ao encontrar-se com a montanha de Hukou, sem possibilidade de passar essa barreira, esgueira-se por uma estreita abertura e submerge numa queda de 15 a 20 metros de altura.

Sanmenxia é a prefeitura mais Oeste de Henan, fronteira com Shaanxi, e a cidade encontra-se no lado Sul do Rio Amarelo, havendo duas ilhas que dividem em três partes o rio, na altura de entrar na sua viagem para Norte pelo planalto de loesse, formado pelo depositar dos sedimentos férteis amarelados transportado pelas águas do rio.

Nos anos 60 foi construída a barragem Sanmenxia (Garganta das Três Portas), local ligado com um dos trabalhos de Da Yu, quando usou o machado divino para cortar a montanha em três partes, criando as Gargantas de Sanmenxia a prevenir inundações.

Atravessando o Norte de Henan, o Huanghe banha em Taohuayu a capital Zhengzhou, à frente da qual o rio Qin desagua e finaliza os 1206,4 km do Curso Médio de Huanghe, iniciado em Hekou na Mongólia Interior. A setenta quilómetros a Leste da capital Zhengzhou, aparece Kaifeng na margem Sul do Huanghe e o rio corre depois na província de Shandong pela capital Jinan e no distrito Kenli, em Dongying, desagua no mar de Bohai.

PASSEAR NO HUANGHE

A cor amarela a dar o nome ao rio deve-se à grande densidade de sedimentos transportados nas suas águas a provocar o empobrecimento dos solos nos planaltos de loess situados no Noroeste da China. Esses sedimentos vão-se depositando no médio e baixo curso do rio, provocando uma mudança do curso deste de dez em dez anos e as margens tornam-se muito férteis. No período das chuvas e do degelo, entre Maio e Agosto, o rio corre com um vigor inacreditável para quem o conhece no resto do ano, quando parece adormecido e parado.

Por ano, 50 mil milhões de metros cúbicos de água são drenadas por este rio no mar e irriga 750 mil quilómetros quadrados de terrenos.

O Curso Alto do Huanghe passa por Lanzhou, a primeira grande cidade e capital da província de Gansu. De Lanzhou ficou na memória de viajante o navegar sobre uma boia no rio Amarelo, as obras por toda a cidade, a construção de novas avenidas e a abertura de centros comerciais, cujas inaugurações eram feitas com a dança do leão e espectáculos coreografados por crianças das escolas, havendo ainda danças praticadas por diferentes etnias. No público, depreendidos pelas vestes e feições dos rostos estavam tibetanos, uigures, huis e dongxiang. Essas minorias trajando de cores aguerridas vinham à cidade e nas grandes avenidas contrastavam com as vestes cinzentas da população local muçulmana que se dirigia às inúmeras mesquitas.

Durante muitos séculos, os caminhos do comércio fizeram passar por esta cidade as caravanas de uma rota conhecida como a da Seda do Oeste. Parece estar esse tempo a ser apagado dos registos de Lanzhou e os habitantes, resignados, assistiam à destruição das antigas estruturas da cidade, provenientes do tempo de bastião avançado do País do Meio. Agora, com um novo planeamento urbanístico a merecer o acordo dos habitantes, a cidade está de novo a ser construída. Contentes, referem chegar a hora de com novas casas melhorar as condições de vida. Numa esquina do largo espaço da praça principal, protegidos do Sol, jogadores de xadrez ali se refugiam às dezenas. Refrescam-se de um calor seco, cobertos pela sombra de frondosas árvores e com uma pequena aragem a correr. Verdadeiras finais são ali disputadas entre tabuleiros.

A mesquita, que ao centro divide a avenida, dos altifalantes difunde o sermão para a rua e muita gente sentada à sombra de pequenas árvores escuta-o, enquanto vai preparando o cenário do seu trabalho, pois ali estão os que lêem as mãos, os que usam o Yi Jing e outros a trabalhar com o “Fengshui”.

O rio Amarelo corre em Lanzhou mansamente com uma cor barrenta, já sem a fúria característica depois das fortes chuvadas, que aparecem normalmente na altura do degelo das montanhas durante o Verão e provocam inundações por todo o vale. A paisagem mostra ainda campos de cereais calcados por recentes enxurradas de incontroláveis águas.

A areia fina das dunas de um amarelo acastanhado, trazida por o vento do deserto, escorre até ao Huanghe. Na borda do rio, jangadas feitas com boias da pele interior e inteira de carneiro, atadas na parte extrema de cada uma das quatro pernas e cosidas no lugar onde falta a cabeça e na pele da barriga, após desmanchado o animal. Cheia com ar serve de flutuador e levando em cima canas de bambu a fazer de estrado permite transportar famílias.

Por vezes essas jangadas usam mais do que uma boia, atadas umas às outras. O passeio proporciona algo raro para o rio Amarelo, o embarcar numa travessia do rio, ou uma descida por pequenos rápidos. Do outro lado, devido ao carácter pedregoso das montanhas uma fraca vegetação e no vale uma pequena aldeia junto ao rio, envolta por um verde agrícola onde se destaca uma enorme mesquita. Querendo visitar uns velhos moinhos de água, referenciados em antigos guias como monumentos da dinastia Han, é-me dito terem já sido desmantelados, talvez para reparar.

O rio Amarelo, subindo de Sul para Norte pela província de Ningxia, a meio passa pela capital Yinchuan [conhecida Xingqing quando foi capital da dinastia Xia do Oeste (Xixia, 1034-1227)] sendo as suas águas desviadas por inúmeros canais para irrigar os campos. Milho, arroz e trigo crescem em quantidades a ultrapassar as necessidades da região, fazendo de Ningxia uma província maioritariamente agrícola.

A província de Henan, situada na parte média do Rio Amarelo, é um dos berços da civilização chinesa, onde desde a antiguidade viveram ilustres personagens, como Fu Xi, o primeiro Ancestral da Civilização Chinesa e Nu Wa, ambos considerados o pai e mãe do povo chinês, assim como Sui Renshi, o primeiro a fazer fogo. Aí nasceu o Imperador Amarelo, Huang Di que, unindo as tribos, criou o povo chinês. Albergou ainda as capitais dos Soberanos Zhuan Xu e Di Ku e das três primeiras dinastias chinesas, a Xia, a Shang e a Zhou. Lao Zi, filósofo do Dao aqui viveu tal como Zhuang Zi, Hua Mulan – heroína do tempo da dinastia do Norte (386-581) e tantas outras personagens famosas da História da China.

Seguimos para Zhengzhou, a capital da província de Henan, onde termina o Curso Médio do Huanghe em Taohuayu. Situada na parte média do rio Amarelo foi no período Neolítico um local privilegiado, pois aí floresceu a cultura Peiligang há 8 mil anos, a cultura Yangshao um milénio depois e a cultura Longshan (3000-1900 a.n.E.). Ligada à cultura Erlitou (1900-1500 a.n.E.), a dinastia Xia (2070-1600 a.n.E.) em Zhengzhou fez a capital com o nome Yangcheng, sendo também depois a primeira capital da dinastia Shang (1600-1046 a.n.E.), relacionada no início com a Cultura Erligang (1600-1400 a.n.E.).

Por Zhengzhou passavam os barcos de transporte a navegar pelo rio Amarelo entre as capitais das dinastias situadas a nascente e o celeiro da China, a Leste.

23 Ago 2024