Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim condena aproximação à República Checa A líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, reafirmou na segunda-feira os laços com Praga, durante uma conversa por telefone com o presidente eleito da República Checa que despertou a ira de Pequim. Tsai Ing-wen disse que “os dois governos gozam de laços profundos e partilham os valores da liberdade, da democracia e dos direitos humanos”, avançou a Agência Central de Notícias de Taiwan, que citou o porta-voz presidencial Lin Yu-chan. “Com base nestes laços cordiais, o governo de Taiwan deseja aprofundar os intercâmbios e a cooperação com a República Checa em áreas-chave, incluindo fabrico de semicondutores, formação de talento em tecnologias de ponta e a reestruturação das cadeias de fornecimento”, disse Lin. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse que Pavel agiu em “desafio à repetida dissuasão e queixas por parte da China” e que “espezinhou a linha vermelha estabelecida” por Pequim. “A China opõe-se veementemente a este tipo de contactos e apresentou uma queixa solene ao lado checo”, afirmou Mao, em conferência de imprensa, acrescentando que a República Checa deve tomar medidas para “reduzir o impacto negativo deste incidente, de modo a evitar danos irreparáveis nas relações bilaterais com a China”. Pavel, um general aposentado do exército, vai suceder a Milos Zeman no cargo. Zeman foi criticado pelas suas posições a favor da Rússia e da China. O presidente eleito, que concorreu como independente, é um ex-presidente do comité militar da NATO, o mais alto corpo militar da aliança.
Hoje Macau China / ÁsiaPraga convoca embaixador chinês após ameaças de Pequim devido a visita a Taiwan [dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, Tomas Petricek, vai convocar o embaixador chinês em Praga, depois de Pequim ter advertido que o país europeu pagará “caro” pela visita de uma delegação a Taiwan. Ao anunciar hoje a sua intenção de pedir explicações ao representante do Governo chinês, Petricek considerou que a reação de Pequim “ultrapassou o limite”. O ministro referia-se às declarações do homólogo chinês, Wang Yi, que avisou que a República Checa vai pagar “caro” por “desafiar o princípio de ‘uma China’ com a visita a Taiwan de uma delegação checa chefiada pelo presidente do senado, Milos Vystrcil. “Desafiar o princípio de ‘uma China’ é equivalente a tornar-se no inimigo de 1,4 mil milhões de chineses”, advertiu Wang Yi, durante a actual viagem pela Europa, em declarações publicadas hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Para Pequim, a visita da delegação checa é “um acto de traição internacional”. Petricek considerou as declarações de Wang como “abruptas e incomuns na diplomacia” e indicou que o seu país está pronto para “protestar”. “Espero que a parte chinesa explique estas palavras, que ultrapassaram os limites”, afirmou, enquanto lembrou que o governo checo respeita a política de “uma China” e que a viagem do senador a Taiwan “não mudou nada”. Vystrcil, do Partido Democrático Cidadão (ODS), liberal-conservador, e que integra a oposição na Câmara dos Deputados, disse à imprensa checa em Taiwan que a declaração de Pequim representa uma “interferência nos assuntos internos da República Checa”. “Somos um país livre, que tem interesse em manter boas relações com todos, e espero que isso continue apesar da declaração [chinesa]”, explicou Vystrcil, que destacou o caráter económico da visita. As empresas de alta tecnologia de Taiwan são os maiores investidores na República Checa, enquanto a robusta democracia do país marca um forte contraste com o sistema autoritário do Partido Comunista da China. Durante a sua visita, Vystrcil deve encontrar-se com a Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que é repudiada por Pequim devido à sua posição pró-independência. A visita de seis dias de Vystrcil a Taiwan foi motivada em parte por reclamações do lado checo de que a China estava a introduzir elementos políticos indesejados nas suas relações. Praga e Pequim romperam as relações entre cidades geminadas depois de a China se recusar a retirar a linguagem do acordo que ditava que o governo da cidade apoiasse o “princípio de ‘uma China'”, que define Taiwan como parte da República Popular da China. O antecessor de Vystrcil, Jaroslav Kubera, tinha uma viagem planeada a Taiwan. Kubera morreu em janeiro passado e Vystrcil disse que a pressão da China, incluindo um aviso da embaixada chinesa contra a decisão de parabenizar a Presidente de Taiwan, Tsai Ying-wen, pela sua reeleição, contribuiu para a decisão de viajar para a ilha.