Cinemateca Paixão | Cartaz inclui filmes de Wong Kar-wai, Sergio Leone e Tarantino

Películas como “O Bom, o Mau e o Vilão”, de Sergio Leone, ou “Django Unchained”, de Quentin Tarantino, compõem o programa de 25 filmes de artes marciais, samurais e westerns que vão estar em exibição em Agosto e Setembro na Cinemateca Paixão. Haverá ainda espaço para filmes de Wong Kar-wai, Kobayashi Masaki e dos irmãos Cohen

 

O imaginário dos comboys e do faroeste estará em destaque em Agosto e Setembro na Cinemateca Paixão com “A Sombra da Katana, Armas, Espadas – Festival das Artes Marciais, Samurai e Filme Ocidental”. O ciclo propõe-se apresentar “25 excelentes filmes sobre artes marciais, samurais e filmes do faroeste para espectadores de Macau”.

O filme de abertura, que será exibido dia 13 de Agosto, é uma versão restaurada de “A Touch of Zen”, de King Hu, filme chinês de 1970.

A história gira em torno de Gu, um jovem estudioso que vive perto de um forte degradado que todos dizem estar assombrado. Um dia, Gu trava amizade com Yang, uma jovem bela e misteriosa que se esconde dentro do forte.

Depois de uma noite de paixão, Yang revela a Gu que o seu pai, um oficial, foi executado pelo Eunuch Wei, que a partir daí a começa a perseguir.

O filme venceu o Grande Prémio Técnico no festival de cinema de Cannes, em 1975, além de ter ganho, em 1972, o prémio “Melhor Design de Arte” no festival de filmes Golden Horse. Em 2015 “A Touch of Zen” foi novamente recordado no festival de cinema de Cannes, na secção Cannes Classics.

O cartaz inclui ainda outros grandes nomes do cinema ocidental, como Quentin Tarantino. O filme “Django Unchained” será exibido dia 5 de Setembro e insere-se na secção do festival “A Estética da Violência”.
Realizado em 2013, “Django Unchained” passa-se no sul dos Estados Unidos, antes da Guerra Civil. Django é um escravo que acaba por ser resgatado pelo caçador de prémios Dr. King Schultz. A dupla improvável lança-se numa epopeia vingativa com um objectivo central: resgatar Broomhilda, a esposa desaparecida de Django.

Este filme de Tarantino venceu dois óscares em 2013, incluindo o de Melhor Argumento Origina e Melhor Actor Secundário, além de três nomeações. Em 2014 foi nomeado para Melhor Filme Estrangeiro nos prémios César.
Ainda na secção “A Estética da Violência” destaque para o clássico “O Bom, o Mau e o Vilão”, de Sergio Leone, de 1966, será exibido a 28 de Agosto e 10 de Setembro.

Sergio Leone volta a estar em destaque no festival, uma vez que o filme de encerramento deste programa especial será “Era uma vez no Oeste”, de 1968, exibido nos dias 3 e 18 de Setembro.

A exibição do clássico filme de Leone, protagonizado por Claudia Cardinale, Henry Fonda, Jason Robards e Charles Bronson, terá como aperitivo uma actuação musical do grupo The Swing Band.

Wong e companhia

Na secção “Sabores Literários em Filmes de Acção” a Cinemateca Paixão incluiu “Ashes of Time Redux”, de Wong Kar-wai, e que será exibido nos dias 9 e 14 de Setembro.

O programa da Cinemateca Paixão inclui também as secções “Armas ocidentais e espadas orientais”, onde se incluem obras de realizadores como Johnnie To, Bastian Meiresonne e Xu Haofeng, entre outros; e ainda “Heroínas”, com realizadores como Chao-Bin Su e Hsiao-hsien Hou, além de King Hu.

Em “Projecções Especiais” há ainda a destacar a exibição, a 11 de Setembro, do filme “No Country for Old Men” [Este país não é para velhos], de Joel e Ethan Coen, de 2007. Este filme varreu a edição 2008 dos Óscares ao vencer nas categorias de melhor filme, melhor realização, melhor argumento adaptado, melhor actor secundário, entre outras.

Nesse ano, mas nos Globos de Ouro, a obra dos irmãos Cohen venceu nas categorias de melhor actor secundário e melhor argumento, além de ter recebido duas nomeações. “No Country for Old Men” conta a história de Llewelyn Moss, interpretado por Josh Brolin, que enquanto caça faz uma descoberta macabra: vários corpos, um homem ferido, droga e dois milhões de dólares em dinheiro num camião abandonado. A forma como vai lidar com a violenta descoberta, dita o desenrolar da acção.

28 Jul 2021

Assédio Sexual | Uma Thurman acusa Weinstein

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] actriz Uma Thurman, musa do realizador Quentin Tarantino e próxima do produtor Harvey Weinstein, juntou-se à lista de actrizes que acusam o magnata de Hollywood de agressão, admitindo o seu desapontamento em relação ao produtor que a promoveu. A actriz contou, numa entrevista publicada no sábado pelo The New York Times, a agressão de que terá sido vítima, ocorrida após o lançamento de “Pulp Fiction”, em 1994.

Depois de uma reunião em Paris, Harvey Weinstein terá convidado a actriz para o seu quarto e depois para uma sauna num hotel, tendo Uma Thurman voltado a encontrar o seu produtor em Londres, também no seu quarto de hotel. “Ele empurrou-me e tentou saltar sobre mim e despir-se. Ele fez muitas coisas desagradáveis”, disse a actriz, na entrevista.

Pouco depois, Uma Thurman foi ao hotel do abusador para enfrentá-lo e explica que o advertiu: “Se fizer o que fez com outras pessoas, vai arruinar a sua carreira, a sua reputação e perder a sua família, eu garanto”, ter-lhe-á dito. “O sr. Weinstein admite ter feito avanços em relação à sra. Thurman depois de interpretar mal a sua atitude em Paris. Ele desculpou-se imediatamente”, respondeu, num comunicado, um porta-voz do ex-produtor, que actualmente está na terapia no Arizona. Hoje interroga-se por que é que Uma Thurman “esperou 25 anos para tornar públicas essas alegações”, acrescenta.

Harvey Weinstein está “atordoado e entristecido”, disse o advogado Ben Brafman no comunicado, acrescentando que as observações de Uma Thurman ao The New York Times estão a ser “examinadas e verificadas cuidadosamente antes de decidir se será apropriado avançar com um procedimento legal contra ela”. De acordo com uma amiga, que a acompanhou, Uma Thurman estava “a ferver de raiva” quando deixou Harvey Weinstein naquele dia, depois de uma discussão em que o produtor terá ameaçado a sua carreira. “Sinto-me tão mal por todas as mulheres atacadas depois de mim”, diz a actriz de 47 anos na entrevista, comparando essas vítimas com “cordeiros entrando no matadouro”.

Uma Thurman contou mais tarde a Tarantino a agressão que sofreu, mas o realizador não a levou a sério. Foi apenas em 2001, quando ela insistiu, perturbada pela presença de Weinstein durante o Festival de Cinema de Cannes, que o cineasta percebeu a gravidade dos factos alegados contra o seu produtor, tendo o fundador da Miramax pedido desculpa à actriz.

O realizador, vencedor de vários Óscares, disse em Outubro que sabia há anos das acções de Harvey Weinstein, agora acusado de assédio sexual, agressão ou estupro por uma centena de mulheres.

5 Fev 2018