Hoje Macau China / ÁsiaPegasus usado contra ativistas pró-democracia tailandeses, dizem investigadores Ativistas envolvidos em protestos pró-democracia na Tailândia tiveram os seus telemóveis e outros dispositivos infetados e atacados pelo programa informático de espionagem Pegasus, possivelmente utilizado pelo governo tailandês, dizem investigadores. Os grupos de investigação sobre segurança cibernética Citizen Lab e iLaw descobriram que pelo menos 30 indivíduos – incluindo ativistas, académicos e pessoas que trabalham com grupos da sociedade civil – foram alvo de vigilância com o Pegasus, um programa produzido pela empresa de segurança cibernética NSO Group, com sede em Israel. Os indivíduos cujos dispositivos foram atacados estavam envolvidos nos protestos pró-democracia que ocorreram entre 2020 e 2021 ou criticavam publicamente a monarquia tailandesa. Os dois grupos disseram que os advogados que defenderam os ativistas também estavam sob vigilância digital. O programa Pegasus é conhecido por ser capaz de infetar aparelhos, sem precisar que os utilizadores carreguem em ligações ou botões armadilhados, um processo designado ‘zero-click’. Os produtos do NSO Group, incluindo o programa Pegasus, normalmente são licenciados apenas para agências governamentais de inteligência e policiais para investigar terrorismo e crimes graves, de acordo com o site da empresa. A empresa israelita tem enfrentado vários desafios legais, respondendo que as suas decisões sobre vendas de programas informáticos de espionagem passam por um rigoroso processo de verificação ética. Os relatórios do Citizen Lab e do iLaw não mencionam nomes de dirigentes governamentais, mas dizem que o uso do Pegasus demonstra o envolvimento de elementos do governo da Tailândia. Os ataques aos dispositivos ocorreram entre outubro de 2020 e novembro de 2021, um momento “altamente relevante para eventos políticos tailandeses”, por ser um período em que protestos pró-democracia eclodiram em todo o país. O movimento pró-democracia, liderado por estudantes da Tailândia, surgiu em grande parte contra a contínua influência dos militares na administração do país e à crescente repressão de toda e qualquer crítica à monarquia. O movimento conseguiu atrair multidões de 20 mil a 30 mil pessoas na capital, Banguecoque, em 2020 e teve seguidores nas principais cidades e universidades do país. O exército derrubou em 2014 o governo eleito de forma democrática. O líder do golpe, o general Prayuth Chan-ocha, foi nomeado primeiro-ministro após um partido político apoiado pelos militares ter vencido a eleição geral de 2019. Os manifestantes exigiam a renúncia do primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha e do seu governo, reformas para tornar a monarquia mais transparente e a constituição mais democrática. Há um ano, um coletivo de meios internacionais revelou que o Pegasus tinha permitido espiar números de jornalistas, ativistas, empresários e políticos de vários países, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição acusa primeiro-ministro da Índia de traição por espionagem O Partido do Congresso, principal organização de oposição na Índia, acusou esta segunda-feira de traição o primeiro-ministro, Narendra Modi, por espionagem de líderes políticos, ministros, jornalistas e ativistas, no caso Pegasus. “O Governo Modi é responsável pela implantação e execução deste escândalo de espionagem ilegal e inconstitucional através do ‘software’ israelita Pegasus”, denunciou o principal partido da oposição na Índia, em comunicado. O Partido do Congresso diz que o caso de espionagem Pegasus representa uma “traição e um abandono total da segurança nacional por parte do Governo de Modi”, responsabilizando diretamente o ministro do Interior, Amit Shah, com o consentimento do primeiro-ministro. Um consórcio de 17 órgãos de comunicação internacionais denunciou no domingo que jornalistas, ativistas e dissidentes políticos em todo o mundo terão sido espiados graças ao ‘software’ desenvolvido pela empresa israelita NSO Group. A empresa, fundada em 2011 a norte de Telavive, comercializa o ‘spyware’ Pegasus, que, inserido num ‘smartphone’, permite aceder a mensagens, fotos, contactos e até ouvir as chamadas do proprietário. A investigação publicada no domingo por um consórcio de 17 órgãos de comunicação internacionais, incluindo o jornal francês Le Monde, o britânico Guardian e o norte-americano The Washington Post, baseia-se numa lista obtida pelas organizações Forbidden Stories e Amnistia Internacional, que incluem 50.000 números de telefone selecionados pelos clientes da NSO desde 2016 para potencial vigilância. A lista inclui os números de telefone de pelo menos 180 jornalistas, 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes empresariais, de acordo com a análise realizada pelo consórcio, que localizou muitos em Marrocos, Arábia Saudita e México. O Partido do Congresso denunciou que um de seus principais líderes, Rahul Gandhi, e várias pessoas próximas aparecem na lista de 50.000 números de telefone de possíveis alvos de vigilância. “Uma análise do ‘site’ do grupo NSO mostra que o ‘spyware’ Pegasus e todos os produtos NSO são vendidos exclusivamente para governos”, argumenta o Partido do Congresso, responsabilizando assim “o Governo indiano e as suas agências”. O Governo indiano descreveu hoje como “sensacionais” as reportagens de que o ‘spyware’ da empresa israelita NSO Group foi usado para atacar jornalistas, defensores de direitos e políticos no país asiático. “Qualquer forma de vigilância ilegal não é possível com os freios e contrapesos das nossas leis e instituições robustas … consideramos claramente que não há fundamento por detrás desse sensacionalismo”, disse o ministro da Informação, Ashwini Vasihnaw, no Parlamento indiano.