Pedro Lystmann h | Artes, Letras e IdeiasMelhores cidades grandes da Ásia Extrema 1. Tóquio – um mundo próprio, cosmopolita, enorme, futurista, excelente oferta de tudo, muitos parques e jardins, livrarias, exotismo. Tem a língua mais bonita do mundo. Muitos dos pequenos bairros da cidade oferecem uma vida tranquila, quase aldeã. A modernidade traz um efeito enganoso, o de se esquecer como o Japão, também nas grandes cidades, é um país bestial e tribal. Poucas cidades transmitem um sabor irreal como Tóquio e a completa impossibilidade de a compreender é o seu grande mistério. O sistema de transportes internos ou para fora da cidade é impecável (o Shinkansen tem uma média de atrasos de 6 segundos). É perfeita para fanáticos por comboios e para fanáticos de tudo, de unagi a bakushi. Contras: bastante fria a nível do contacto humano, em geral cara. 2. Hong Kong – futurista, excitante, com muita gente, muito boa oferta de comida e bebida, rede de transportes muito eficiente, uma população suficientemente contestatária para criar frissons, abundância de dim sum. Muito mais excitante que Singapura. O sistema de vias pedonais elevadas e a interligação com espaços comerciais e de trânsito e metropolitano é um pequeno sonho modernista (ver o livro Groundless City). Muitas ligações aéreas internacionais. Permite um tipo de vida ilhéu recatado ou em versão frenética de grande metrópole. Fica-se com a impressão de que aqui tudo é possível. Contras: um pouco claustrofóbica, muito poucos espaços verdes no interior da cidade (mas muitas zonas protegidas no exterior), habitação cara mesmo longe do centro. 3. Taipé – cidade jovem, bons cafés e muito fácil acesso a montanha e costa, actividade artística, excelentes livrarias, boa qualidade de vida, muito segura e relaxada. Bom sistema de transportes. Várias zonas muito atraentes e com produtos de qualidade. Habitantes muito generosos. Contras: pode ser um pouco aborrecida e não é particularmente bonita em certas áreas. Muito poucos espaços verdes grandes dentro da cidade. 4. Osaka – muitos restaurantes e bares, uma cultura do prazer da mesa (ou apenas balcão) e da conversa difícil de ultrapassar. Não recordo outra cidade onde, pelo fim da tarde, haja tantas pessoas a comer e a beber em pequenos estabelecimentos. Produtos de altíssima qualidade. Sistema de metro suficiente e eficiente. Há uma certa descontracção geral. Boas lojas, comida excelente. Extremamente perto de outros lugares de interesse, como Nara, Kobe, Koyasan, Ise e Quioto. Contras: um pouco provinciana e insular, como é geral no Japão – com excepção de Tóquio. Poucos espaços verdes (ao contrário de Tóquio). 5. Singapura – tudo perfeito a nível de infraestruturas, muito verde (mesmo muito verde, o governo apostou-se em tornar Singapura na primeira verdadeira Cidade-Jardim), excelente comida (e acessível), zona central de aspecto moderno com muitos arranha-céus. Segurança. Cafés, restaurantes e lojas de Little India muito atraente. Muitas ligações aéreas internacionais. A gestão do trânsito afasta qualquer possibilidade de caos Contras: aborrecido, administração paternalista e controladora. Não tem a vibração de grandes metrópoles como Hong Kong ou Tóquio. 6. Kuala Lumpur – cidade pequena com aspecto moderno, muitos locais de entretenimento, transportes bons, tudo num espaço pequeno e fácil de negociar. Tem uma atmosfera tropical mas arrumada. Hill Stations perto e praias boas no resto do país. Alojamento e comida ainda com preços muito acessíveis. Contras: imediatamente por baixo do seu aspecto moderno esconde-se uma sociedade conservadora e provinciana. Regime político muito controlador, imprensa pouco livre. Talvez um pouco claustrofóbica por ser pequena. 7. Hanói – bonita, muitos edifícios coloniais, a zona antiga continuando, apesar do turismo, muito atraente. Um caos benévolo. Boa comida, muito fresca. Um povo interessante e interessado, aberto a ideias novas. Contras: pobre, a confusão, fumo, poluição, sujidade podem cansar sérios desconfortos a longo prazo. Burocracia e as inevitáveis e dificilmente contornáveis inconveniências do comunismo, repressão. 8. Seul – cidade moderna, com várias bolsas de conforto. Tem os confortos do inverno, bons produtos, boas lojas, bons cremes de pele, casas de chá. Esqui perto. A internet mais rápida do mundo. Contras: mentalidade muito fechada. Por vezes, de repente, percebe-se a extrema ruralidade de tudo aquilo. 9. Fukuoka – Muito calma e junto ao mar, de atmosfera muito atraente. A ilha de Kyushu, onde se situa, oferece muitas oportunidades de passeio. Produtos de alta qualidade, desejo municipal de tornar a cidade num sítio moderno, com muitos sítios para bicicleta e um comércio local sedutor. Muita atenção à arquitectura. Contras: apenas ser um pouco pequena demais. 10. Bangkok – exótico num sentido quase violento do termo, muita gente, excitante, população misturada, comida de rua excelente e diversificada. O rio que a banha é um pequeno mundo em si, caótico e belo, cinematográfico. Muitas ligações aéreas internacionais e bons hospitais. Contras: várias zonas pobres, maus cheiros, sujidade. A sua intensidade pode cansar ao fim de algum tempo. Muito grande, não muito fácil de atingir certos sítios. Neste momento tem um regime muito autoritário e problemas de liberdade de imprensa. 11. Manila – cidade grande, uso do inglês estendido. Há, em várias zonas, uma sensação excitante de perigo. Um povo único, brutalmente extrovertido. Toda a longa zona da baía, até ao forte de Intramuros e ao Hotel Manila poderia ser das mais bonitas da Ásia. Contras: muito pobre em certas áreas, a confusão, fumo, poluição e sujidade podem cansar sérios desconfortos a longo prazo. A língua e a comida não oferecem razões para grandes entusiasmos. Não é uma cidade muito segura. a) Não visitadas: Rangoon, Jacarta, Bandar Seri Begawan, Pyongyang. b) Cidades de países muito pobres, como Birmânia, Laos, Camboja, Mongólia, não oferecem condições suficientes a não ser a uma vida de recolhimento e contemplação. c) Cidades segundas como Busan ou Kaohsiun, não são suficientemente atraentes. d) Países como a Tailândia e Filipinas têm apenas uma grande cidade, sendo a segunda relativamente pequena.