Macau nega notícia sobre proibição de entrada de delegação de Palau

O Governo rejeitou ontem as declarações do Presidente do Palau a um jornal japonês a denunciar a proibição de entrada de uma delegação do país oceânico na região chinesa por manter relações com Taiwan.

“A notícia veiculada é inverídica”, disse o gabinete do secretário para a Segurança à agência Lusa, referindo-se às declarações feitas ao jornal japonês Nikkei.

A assessoria de Wong Sio Chak não clarificou à Agência Lusa se considera a notícia inverídica por não ter havido recusa de vistos de entrada no território ou se considera a notícia inverídica porque a recusa foi explicada com outra razão que não as relações de Palau com Taiwan. O gabinete do secretário para a Segurança acrescentou que “os serviços competentes não têm informações a transmitir nesse âmbito”.

Na entrevista, publicada na terça-feira, o Presidente da República de Palau, Surangel Whipps, citou a proibição de entrada de uma delegação do país em Macau como exemplo da crescente pressão da China sobre uma das poucas nações do Pacífico que mantém relações com Taiwan.

Surangel Whipps disse que em Maio uma delegação de Palau viu recusados os vistos de entrada em Macau para participar numa conferência internacional de agentes de viagens.

Novo nível

As autoridades justificaram a decisão devido às relações de Palau com Taiwan, referiu o dirigente ao jornal nipónico.

“Nunca vimos isto antes”, afirmou. “No que diz respeito aos laços económicos e a tudo isso, nunca houve qualquer problema no passado, mas isto é uma espécie de novo nível quando se trata de turismo ou de tentar impedir oportunidades”, relatou.

Macau tem três voos semanais para Koror, no arquipélago de Palau, uma ligação realizada pela Cambodia Airways, de acordo com a página oficial do Aeroporto de Macau.

Surangel Whipps fez declarações ao jornal japonês à margem da participação na Reunião de Líderes das Ilhas do Pacífico (PALM10), que arrancou na terça-feira em Tóquio e na qual participam 18 líderes de nações desta região.

20 Jul 2024

Palau | Presidente diz que delegação foi barrada em Macau

O Presidente de Palau, Surangel Whipps, citou a proibição de entrada de uma delegação do país em Macau como exemplo da crescente pressão da China sobre uma das poucas nações do Pacífico que mantém relações com Taiwan

 

Em entrevista ao jornal japonês Nikkei, Surangel Whipps citou um caso ocorrido em Maio, quando uma delegação de Palau viu recusados os vistos de entrada em Macau para participar numa conferência internacional de agentes de viagens.

As autoridades justificaram a decisão devido às relações de Palau com Taiwan. “Nunca vimos isto antes”, afirmou. “No que diz respeito aos laços económicos e a tudo isso, nunca houve qualquer problema no passado, mas isto é uma espécie de novo nível quando se trata de turismo ou de tentar impedir oportunidades”, relatou.

O Presidente de Palau referiu também um ciberataque realizado este mês contra os serviços fronteiriços e aduaneiros do seu país, que se suspeita ter tido origem em Pequim, como outro exemplo de retaliação chinesa.

Surangel Whipps fez declarações ao jornal japonês à margem da sua participação na Reunião de Líderes das Ilhas do Pacífico (PALM10), que arrancou na terça-feira, e termina hoje, em Tóquio e na qual participam 18 líderes de nações desta região.

Para além das relações com Taiwan, Palau tem um acordo de parceria de segurança com os Estados Unidos, que fornece assistência económica e de defesa em troca do acesso das suas tropas ao território do país insular.

Intromissão online

No mês passado, o governo de Palau alegou ter sido alvo de um ciberataque em grande escala que resultou no roubo de milhares de documentos oficiais, um incidente que, segundo Whipps, foi atribuído por especialistas à China.

Outro ciberataque recente, este mês, contra o sistema nacional de alfândegas tinha como objectivo impedir a chegada de turistas estrangeiros a Palau, acrescentou.

Este ataque foi repelido porque Palau reforçou recentemente a sua segurança cibernética com a ajuda de vários países, incluindo a Austrália e o Japão, explicou. Whipps disse que, embora não pudesse “confirmar totalmente” que o ataque informático estava ligado à China, “tudo indica que sim”.

A cimeira dos líderes do Pacífico abordará desafios comuns, incluindo a libertação no mar de água tratada da central nuclear de Fukushima, propensa a acidentes, e a crescente influência da China na região.

18 Jul 2024