Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Tailândia regista primeiro caso de variante Ómicron As autoridades sanitárias da Tailândia anunciaram hoje que detetaram o primeiro caso da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, num viajante dos Estados Unidos que chegou ao país num voo proveniente de Espanha. De acordo com a agência de notícias Efe, que cita o diretor-geral do Departamento de Ciências Médicas tailandês, o homem, de 35 anos, teve resultado positivo no teste realizado à chegada àquele país, em 30 de novembro, um diagnóstico confirmado por um novo teste, em 03 de dezembro. A Tailândia reabriu recentemente as fronteiras a estrangeiros, para tentar relançar o turismo e mitigar os danos económicos provocados por mais de ano e meio de portas fechadas aos viajantes, para combater a pandemia de covid-19. O país diagnosticou 2,14 milhões de casos desde o início da pandemia, tendo registado 5.300 mortes. Cerca de 60% da população tem a vacinação completa.
André Namora Ai Portugal VozesIsto é uma bronca A onda de vacinação contra o coronavírus sob a batuta do vice-almirante Gouveia e Melo correu às mil maravilhas. O número de infectados reduziu, o número de internados diminuiu tal como os internados nos cuidados intensivos e os que morreram. Pensou-se que a vacinação era de uma eficiência indubitável. Na verdade, o Ministério da Saúde e os especialistas decretaram medidas de desconfinamento e até assistimos a certos abusos, como por exemplo, não usar máscara em locais fechados. Mas, a “bronca” rebentou: temos cidadãos que foram vacinados com as duas doses e que estão internados com o vírus ou com uma variante qualquer. Os detractores do sistema já se pronunciaram no sentido de que a vacinação foi um fiasco. Contudo, a melhoria na saúde dos portugueses foi significativa. E por referirmos as variantes, a verdade é que anda por aí a ómicron que já fez estragos no tecido social e está a provocar uma tensão significativa com o número de infectados a aumentar, chegando ao ponto de a directora-geral da Saúde ter afirmado que por volta do Natal poderemos ter cerca de oito mil infectados diariamente. Um jogador do Belenemses SAD foi à África do Sul e quando regressou deixou 15 colegas da equipa infectados. O encontro contra o Benfica constituiu um escândalo em toda a imprensa internacional. O Belenenses SAD jogou com nove atletas e um deles era o guarda-redes suplente. Obviamente, que o Benfica venceu por 7-0 em 45 minutos e o jogo terminou porque o Belenenses SAD já não tinha em campo o número regulado de jogadores. E de quem foi a culpa do escândalo? Da Liga de Clubes, do secretário de Estado do Desporto ou do Ministério da Saúde? E se em campo tivessem estado jogadores da equipa azul infectados como ficariam os jogadores do Benfica? Ainda na sexta-feira passada, dia do derby Benfica- Sporting muitos foram aqueles que colocaram a questão de não acreditar que no Benfica não houvessem jogadores infectados. Para o estádio da Luz os responsáveis da Saúde deram mais um péssimo exemplo de confiança no sistema de vacinação. Obrigaram os milhares de adeptos a apresentar o certificado de vacinação e o documento comprovativo de teste profilático negativo. Então, se a pessoas levou duas e até três doses de vacina ainda tem de mostrar que não está infectado? Toda a gente discordou destas decisões que mais parecem ser tomadas em cima do joelho e a mostrar que não podemos ter confiança na vacina. A variante ómicron já obrigou o Governo a tomar medidas confinantes como o regresso do estado de calamidade, sendo as máscaras obrigatórias em todos os locais fechados e nos restaurantes tem de se mostrar o certificado de vacinação. As pessoas andam desorientadas, receosas, sem confiança nas vacinas, rejeitando que os seus filhos dos cinco aos 11 anos sejam vacinados. As variantes vieram estragar o panorama que parecia de melhoria paulatina. Aconteceu que da variante alfa à ómicron, o coronavírus SARS-CoV-2 percorreu meio alfabeto grego na forma de variantes suspeitas de causar mais problemas do que as que já tinham proliferado. Nem todas tiveram o mesmo impacto. Algumas permaneceram meras ameaças. E, de todas, a delta foi a única capaz de se impor em praticamente todo o mundo por causa da sua grande capacidade de contágio. Ninguém sabe o que vai acontecer com a ómicron, que agora mantém o planeta em tensão. Em poucos meses poderá ser esquecida, como aconteceu com a lambada (descoberta no Peru) ou a mu (na Colômbia), mas também, segundo nos esclareceu um especialista, poderá começar a substituir a delta e assumir o seu nicho ecológico. Também não está claro quais seriam as consequências disso: não se sabe se produz uma doença mais grave e se escapa mais da acção das vacinas. O que constatamos é que em alguns países o número da infectados está a aumentar provocando medidas de confinamento. Todos os países e territórios que estão a manter medidas severas de controlo à doença estão a realizar um bom trabalho em benefício das suas populações. Ao vermos o estádio da Luz com milhares de pessoas e sabendo que já se vendem certificados de testes falsos, sentimos um certo receio se no meio daquela multidão não teremos uma situação quase caótica e como dizia a directora da Saúde, Graça Freitas, um Natal com um número assustador de oito mil infectados em cada dia. No futebol e outras modalidades o caso é grave. Jogadores, treinadores, membros de equipas médicas estão confinados em quarentena não se fazendo a mínima ideia a quantos colegas e adversários teriam pegado a doença. Tivemos um exemplo concreto: o jogador Coates do Sporting trocou impressões várias vezes durante o jogo com o Tondela com o guarda-redes Trigueira. Pois, o guarda-redes acusou a covid-19 e passados uns dias foi anunciado que o Coates também estava infectado. No interior das empresas o pânico também já se iniciou e tem havido casos em que numa fábrica com mais de 300 trabalhadores cerca de 20 já ficaram retidos em casa depois do teste ter dado positivo. Tudo indica que o mundo mudou e desta vez para dar lugar a uma pandemia que parece não ter fim. A vida dos povos está a tornar-se um martírio e não vislumbramos nada nem ninguém que feche a porta a esta cambada de vírus que resolveu terminar com a palavra paz. *Texto escrito com a antiga grafia
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Índia confirma primeiros dois casos da variante Ómicron A Índia confirmou quinta-feira os seus primeiros dois casos da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, recentemente detetada na África do Sul, em homens provenientes do estrangeiro no sul do estado de Karnataka. O Ministério da Saúde indiano não quis adiantar a origem dos dois infetados. De acordo com o secretário-adjunto, Lav Agarwal, todas as pessoas que estiveram em contacto com os dois homens foram identificadas e testadas. A Índia já classificou pelo menos 12 países “em risco” e seis em “risco muito elevado” face à ameaça da Ómicron. Alguns estados indianos emitiram diretrizes de restrição rígidas para chegadas internacionais, como medidas de precaução, incluindo testes à covid-19 obrigatórios para os oriundos da África do Sul, Botswana e Hong Kong. A covid-19 provocou pelo menos 5.223.072 mortes em todo o mundo, entre mais de 262,93 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Pedro Arede Manchete SociedadeÓmicron | Quarentena de 21 dias mantém-se para quem vem de Portugal Apesar dos casos da nova variante Ómicron detectados em Portugal, o Governo da RAEM não vai implementar novas medidas para entrar em Macau e vincou que os residentes serão sempre “bem-vindos”. Hóspedes do Hotel Tesouro vão poder receber bens e alimentos do exterior As políticas de entrada em Macau para quem esteve em Portugal não vão sofrer alterações no curto prazo, continuando a vigorar a medida que obriga a quarentena de 21 dias num hotel especializado, para quem chega de zonas de risco. Isto, após a nova variante Ómicron da covid-19 ter sido detectada em Portugal, infectando, pelo menos 19 pessoas, e continuar a alastrar-se por várias regiões do globo, depois ter sido identificada pela primeira vez na África do Sul. Segundo Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, os residentes quem vêm de Portugal e outras regiões de risco poderão circular livremente em Macau, concluído um período de observação médica de 21 dias e outros sete de auto-gestão. No entanto, a médica pede à população para se manter vigilante e não descarta novas medidas, tomadas de acordo com o evoluir da situação. “Neste momento, se nos últimos 28 dias estiverem em Portugal, o prazo de quarentena é de 21 dias, acrescendo mais sete dias de auto-gestão. Depois disso, já podem movimentar-se livremente na comunidade, embora seja de evitar a concentração de pessoas a todo o custo. Não há mudança das políticas actuais. Apelamos aos residentes para estarem atentos às políticas que estão a ser tomadas em todo o mundo e se houver mudanças, podemos também fazer ajustes em Macau”, explicou ontem a responsável por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19. Leong Iek Hou afirmou que para se decidir a implementação de medidas mais restritivas em Macau, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deve fornecer mais dados sobre a variante Ómicron e vincou que o facto de a nova estirpe poder ser detectada através dos testes actuais é uma “boa notícia”. “Atribuímos grande atenção à variante Ómicron porque já foi listada pela ONU como estirpe do vírus que merece atenção. Até à presente data, a ONU ainda não clarificou o seu nível de transmissibilidade em comparação com a variante Delta ou outras, ou se o risco de morte é maior. Mas também há boas notícias (…) porque a ONU deixou claro que o teste de PCR continua a ter efeito perante a variante Ómicron”, apontou. Questionada se, independentemente de as medidas virem a ser apertadas no futuro, a entrada de residentes será garantida, a médica respondeu que os residentes são “bem-vindos”, desde que reúnam todas as condições exigidas. “Antes de lançar qualquer medida o nosso princípio passa por minimizar riscos para a comunidade. As avaliações são feitas de forma dinâmica e, se reunirem todas as condições, os residentes são bem-vindos a voltar”, disse. Tesourinho menos deprimente Durante a conferência de imprensa, Lau Fong Chi, chefe da Divisão de Relações Públicas da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) esclareceu ainda que, os hóspedes em quarentena no Hotel Tesouro, cujo funcionamento é em circuito fechado, vão poder receber entregas e outros bens do exterior. “A entrega de materiais aos residentes não sofreu qualquer alteração no Hotel Tesouro, que é um hotel especializado. Durante um certo período, os residentes podem receber materiais da família ou amigos, se for necessário”, apontou Lau Fong Chi. Inalterada fica também, garantiu a responsável, a possibilidade de os residentes ficarem isentos de pagar a estadia caso efectuem a quarentena pela primeira vez. Covid-19 | Classificação de casos em linha com o Interior da China Desde ontem que Macau passou a adoptar uma classificação e definição de casos de covid-19 em linha com as práticas do Interior da China e de Hong Kong. Na prática, ao contrário do que acontecia até aqui, a contabilização estatística das “infecções assintomáticas” e “casos confirmados” será feita separadamente. Desta feita passam a ser consideradas infecções assintomáticas, “pessoas infectadas com resultado positivo no teste de ácido nucleico de covid-19, mas sem manifestações clínicas relevantes”, como febre, tosse seca, fadiga e outros sintomas. Já como “casos confirmados” serão classificados todos os resultados positivos ao teste de ácido nucleico ou indivíduos não vacinados contra a covid-19, em que seja detectada a presença de anticorpos e possuam sintomas da doença. “Em Macau tínhamos um prática diferente, mas a partir de agora, podemos ter uma conectividade estatística entre os dados de Macau e do Interior da China”, apontou ontem a médica Leong Iek Hou.