Porto Interior | Projecto para murete finalizado até ao final do mês

 

Até ao fim de Setembro, a DSAMA espera lançar os concursos públicos para a construção dos muretes e instalação de bombas para prevenir cheias no Porto Interior

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]projecto de construção de um murete removível para prevenir cheias na Zona do Porto Interior deve ficar concluído ainda este mês, arrancando depois os procedimentos para o lançamento dos concursos públicos. O ponto da situação foi feito, ontem, pela directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong.

“As obras e as construções são sempre processos demorados. Tenho de admitir isso como um facto. Por exemplo, acabámos em Maio o estudo sobre o murete e as bombas que também vão ser instaladas [no Porto Interior]. Só que depois temos de dialogar com todas as pessoas e é complicado porque há muitas ponte-cais, passeios e até cabos no solo. É um projecto muito complicado”, afirmou Susana Wong. “Esperamos e queremos resolver todos esses problemas dentro deste mês. Depois podemos começar com o projecto e fazer os concursos públicos”, adicionou.

Segundo a responsável da DSAMA, os trabalhos vão decorrer ao mesmo tempo: “As obras vão ser todas feitas ao mesmo tempo, ao longo do Porto Interior, e não haverá diferentes fases”, apontou.

Susana Wong admitiu igualmente que tendo em conta a complexidade dos diferentes projectos, é muito difícil avançar com uma data que marque o fim das inundações no Porto Interior.

Qualidade da água

Ontem, a DSAMA lançou o “programa de garantia de qualidade de água em edifícios”, em parceria com a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM), para incentivar condomínios a fazerem analises à água e limpezas frequentes dos tanques privados e canos.

O objectivo é garantir que a água fornecida pela SAAM mantem níveis de qualidade, quando chegam aos sistemas de abastecimento privado dos edifícios. Para isso, os prédios precisam de fazer análises à água uma vez por semestre, assim como proceder à limpeza do tanque. Neste momento, em cerca de 1300 edifícios altos, 255 já se comprometeram a participar.

“Não sei dizer se a qualidade da água nos edifício está garantida. A qualidade da água, antes de entrar nos prédios, é da nossa responsabilidade. Essa está assegurada. Mas não conseguimos saber o que se passa dentro dos edifícios. Podem haver edifícios com boa gestão e outras sem esse tipo de gestão. Também não há legislação para estas situações”, explicou Susana Wong, sobre a nossa iniciativa.

Ainda de acordo com a directora da DSAMA, as amostras de água devem ser feitas em laboratórios certificados, cuja lista vai ser revelada no final do mês no portal deste departamento do Governo. O preço das análises ronda as 2000 patacas.

Aceitar a realidade

Susana Wong reconheceu ontem que dificilmente a situação do lixo nas costas de Macau e nas praias vai sofrer alterações. Em causa está o facto de muito desse lixo ser trazido pelo Rio das Pérolas. “Existe sempre muito lixo porque as nossas águas são abertas. O rio vem desaguar nesta zona e também estamos próximos do mar. Esse assunto tem sido muito discutido internamente, para saber se há possibilidade de proteger a nossa praia”, explicou. “Estamos na foz do rio e temos de aceitar esta realidade. Tentamos fazer a limpeza o mais depressa possível. É um dos nossos trabalhos”, comentou.

6 Set 2018