Filipinas | Jornalista e prémio Nobel da Paz Maria Ressa absolvida de evasão fiscal

A prémio Nobel da Paz filipina Maria Ressa e a plataforma de notícias ‘online’ Rappler, que cofundou, foram hoje absolvidos de evasão fiscal. “A verdade prevaleceu”, disse Ressa, de 59 anos, à imprensa, depois de ser conhecida a decisão do tribunal de recurso de Manila.

A antiga jornalista da CNN e o Rappler foram acusados de fornecer informações falsas numa declaração fiscal, na sequência de uma venda de obrigações a investidores estrangeiros em 2015. “Estas acusações foram politicamente motivadas”, disse Ressa. “Conseguimos provar que o Rappler não fez qualquer evasão fiscal”.

Ressa, a quem foi atribuído o Nobel da Paz em 2021 juntamente com o jornalista russo Dmitry Muratov pela defesa da liberdade de expressão, enfrenta mais três processos, incluindo uma condenação por cibercrime, já em fase de recurso. Neste processo, a jornalista pode ser condenada a quase sete anos de prisão.

A jornalista, também cidadã norte-americana, tem sido uma das vozes mais críticas da política contra o tráfico de droga do ex-Presidente das Filipinas Rodrigo Duterte (2016-2022), sob a qual morreram milhares de pessoas.

Apesar da decisão, o futuro do Rappler, fundado há uma década, permanece incerto, continuando a travar uma batalha legal contra uma ordem da comissão de valores filipina.

Em junho, poucos dias antes do fim da presidência de Duterte, a comissão ordenou o encerramento da plataforma por violação das “restrições constitucionais e legais sobre a propriedade estrangeira dos meios de comunicação social”.

O Rappler, ainda a funcionar, é acusado de permitir que estrangeiros assumam o controlo do ‘site’ através da empresa-mãe Rappler Holdings.

De acordo com a Constituição, os investimentos nos meios de comunicação social são reservados aos filipinos ou entidades controladas por filipinos.

A acusação baseia-se num investimento no Rappler, em 2015, pela firma norte-americana Omidyar Network, criada pelo fundador da plataforma eBay Pierre Omidyar.

Em setembro, o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, disse que não ia interferir em questões relacionadas com os processos de Ressa, citando a separação de poderes.

Em outubro, alguns meses depois da posse de Marcos, Maria Ressa foi condenada por difamação ‘online’.

18 Jan 2023

Jornalista filipina e Nobel da Paz Maria Ressa vai recorrer de condenação por difamação

A jornalista filipina Maria Ressa, prémio Nobel da Paz em 2021, vai recorrer ao Supremo Tribunal do país para evitar uma longa pena de prisão, anunciou hoje o advogado.

A jornalista, que tem estado na vanguarda das críticas ao ex-Presidente filipino Rodrigo Duterte e aos métodos violentos na guerra antidroga, incorre numa pena de sete anos de prisão por difamação ‘online’.

Maria Ressa e o jornalista russo Dmitri Muratov receberam o prémio Nobel da Paz em outubro de 2021 pelos esforços para promover a “liberdade de expressão”.

O trabalho da jornalista no ‘website’ de notícias Rappler levou ao que os defensores da liberdade de imprensa consideraram uma série de ataques ‘online’ e acusações criminais contra Ressa e os meios de comunicação social onde trabalhou.

O caso segue para o Supremo Tribunal das Filipinas, disse o advogado Ted Te, numa declaração.

O tribunal de recurso que a condenou, este mês, por difamação ‘online’, juntamente com o antigo colega Rey Santos, recusou-se na segunda-feira a reconsiderar a decisão.

A rejeição, que o advogado descreveu como dececionante, “ignorou todos os princípios fundamentais do direito penal e constitucional, assim como as provas fornecidas”, acrescentou.

Os dois jornalistas, Maria Ressa e Rey Santos, que foram condenados em primeira instância em 2020, “levarão estas questões ao Supremo Tribunal”, ao qual “pediremos para rever e anular” a decisão do tribunal de recurso, acrescentou Ted Te.

11 Out 2022

Jornalista e Nobel da Paz filipina Maria Ressa enfrenta pena de prisão

A jornalista filipina e prémio Nobel da Paz Maria Ressa perdeu um recurso contra uma condenação por difamação ‘online’ e pode ter de passar até seis anos na prisão, anunciou na sexta-feira o seu portal de notícias Rappler.

Maria Ressa e o antigo colega Rey Santos Jr., visado no mesmo processo, “utilizarão todos os recursos legais à sua disposição”, incluindo levar o caso ao Supremo Tribunal, segundo o Rappler, citada pela agência francesa AFP.

A publicação ‘online’ considerou que a decisão judicial “enfraquece a capacidade dos jornalistas de pedir contas ao Governo”.

“O que está em última análise em jogo é a nossa democracia, cuja força repousa em meios de comunicação social que não sejam ameaçados pelo Estado nem intimidados por forças que procuram silenciar vozes críticas”, acrescentou.

Ressa tem sido uma crítica do ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, e da guerra que lançou em 2006 contra a droga, com acusações de execuções extrajudiciais de traficantes e consumidores.

As denúncias e críticas da jornalista desencadearam o que os defensores da liberdade de imprensa veem como uma série de acusações criminais, investigações e ataques ‘online’ contra Ressa e o Rappler.

Ressa e o jornalista russo Dmitri Muratov foram galardoados com o Prémio Nobel da Paz, em outubro de 2021, pelos seus esforços para “salvaguardar a liberdade de expressão”.

Antiga delegada da televisão norte-americana CNN em Jacarta, Ressa, 58 anos, enfrenta pelo menos sete processos judiciais, incluindo um por difamação ‘online’, pelo qual foi libertada sob fiança e que lhe pode valer até seis anos de prisão. Se for condenada pelos outros processos, poderá passar décadas na prisão.

Duterte foi Presidente das Filipinas até 30 de junho, quando foi substituído por Ferdinand Marcos Jr., filho do antigo ditador Ferdinand Marcos, que venceu as eleições de maio. Nas mesmas eleições, Sara Duterte, filha do chefe de Estado cessante, foi escolhida como vice-presidente.

Um dia antes de Duterte cessar funções, a Comissão do Mercado de Valores das Filipinas revogou o registo do Rappler, alegando violações às restrições ao investimento estrangeiro nas Filipinas, e ordenou o encerramento do portal de notícias. A decisão foi contestada judicialmente.

10 Jul 2022

Justiça filipina autoriza Maria Ressa a viajar para Oslo para receber o Prémio Nobel

O Tribunal de Recurso das Filipinas permitiu hoje à jornalista Maria Ressa viajar para a Noruega para a cerimónia de entrega do Prémio Nobel da Paz em Oslo, a 10 de Dezembro.

A decisão do tribunal permite a Ressa estar em Oslo durante cinco dias, de 08 a 13 de dezembro, informou o website Rappler, do qual ela é fundadora e diretora executiva.

Ressa foi reconhecida com o Prémio Nobel da Paz de 2021, juntamente com o repórter russo Dmitry Muratov, pelos seus esforços “para salvaguardar a liberdade de expressão” nos seus respetivos países.

A jornalista precisa da autorização dos tribunais para deixar o país, uma vez que está envolvida em vários processos judiciais nas Filipinas, na sequência das suas investigações sobre a guerra sangrenta contra a droga lançada em 2016 pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte.

O Procurador-Geral das Filipinas, José Calida, apresentou há uma semana um recurso ao Tribunal de Recurso para que a jornalista pedisse autorização para viajar a Oslo para receber o prémio negado com o fundamento de que se tratava de “viagem de risco”.

A ONU tinha instado o Governo filipino a autorizar Ressa a viajar para receber o Prémio Nobel da Paz.

A jornalista, que enfrenta seis casos criminais por alegada evasão fiscal e violação das leis de propriedade dos meios de comunicação social, foi condenada em junho de 2020 por ‘ciberdefamação’ por um tribunal filipino.

A jornalista enfrenta até seis anos de prisão por este caso, embora esteja atualmente sob recurso, uma pena que poderá ascender a várias décadas se for condenada pelas outras acusações financeiras.

Ressa tem sido sujeita a uma campanha de perseguição judicial desde que começou a investigar a guerra de Duterte contra a droga e por causa da sua luta contra a desinformação e notícias falsas.

3 Dez 2021

Jornalista filipina Maria Ressa declarada culpada de ciberdifamação

[dropcap]A[/dropcap] jornalista filipina Maria Ressa, julgada por ciberdifamação num caso em que pode ser condenada a seis anos de prisão, foi hoje declarada culpada por um tribunal de Manila. Maria Ressa dirige desde 2012 o portal de informação Rappler, que denunciou vários abusos na polémica guerra contra as drogas do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

Ao ouvir o veredicto, Maria Ressa declarou que ia continuar a lutar em defesa da liberdade de imprensa. Aos jornalistas, Ressa afirmou que a condenação é “um golpe, mas não é inesperado”. “Vamos continuar a resistir a todos os ataques contra a liberdade de imprensa”, sublinhou a jornalista, considerada a pessoa do ano pela revista Time em 2018.

Para Ressa, este é um caso de “justiça selectiva” que a procura castigar pelo jornalismo crítico do Rappler e para que sirva de exemplo para os restantes meios de comunicação social filipinos. Organizações de defesa da liberdade de imprensa consideraram que o objetivo do processo contra a jornalista pretende reduzir ao silêncio as críticas contra a política de Duterte.

A jornalista, com mais uma dezena de casos pendentes na Justiça, incorre juntamente com o repórter Reynaldo Santos, também condenado hoje, numa pena de entre seis meses e seis anos de prisão por este caso. Ressa não será presa porque pagou uma fiança e pode recorrer da sentença.

“A liberdade de imprensa é a base de todos os direitos que têm como filipinos”, lembrou Maria Ressa, que pediu aos cidadãos para que não desistam voluntariamente dos direitos e liberdades reconhecidas na Constituição.

“Nós fomos a advertência, o objectivo é amedrontar, mas não tenham medo”, insistiu a antiga correspondente para o Sudeste Asiático da cadeia de televisão CNN e antiga directora de informação da ABS-CBN, o maior órgão de comunicação social das Filipinas.

A jornalista foi detida em 13 de fevereiro do ano passado por este caso, e foi libertada depois de pagar fiança. Ressa foi acusada de ciberdifamação devido a um artigo publicado em Maio de 2012, no Rappler, em que o empresário Wilfredo Keng, o queixoso, é relacionado com tráfico de drogas.

O caso de ciberdifamação remonta a Fevereiro de 2019, quando o Departamento de Justiça filipino apresentou a acusação contra Ressa e o autor da reportagem Reynaldo Santos, bem como contra o portal enquanto corporação, ao aceitar a queixa interposta por Keng em outubro de 2017, cinco anos depois da publicação do artigo.

15 Jun 2020

Jornalista filipina denuncia intimidação dos que lutam pela verdade e democracia

[dropcap]A[/dropcap] jornalista filipina Maria Ressa, detida duas vezes no país por ‘ciber-difamação’, contestou hoje aquilo que classificou de intimidação e assédio contra os jornalistas que tentam salvar a democracia com “uma única arma”, a verdade.

“A maior batalha da nossa geração é a batalha pela verdade. E os jornalistas estão na linha da frente [dessa luta]. Estamos a ser atacados”, advertiu a jornalista distinguida pela revista Time em 2018 como “personalidade do ano”.

Ressa teve de pedir permissão às autoridades filipinas para estar presente esta tarde no Clube dos Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong, para uma palestra transmitida em directo pela rede social Facebook.

A directora do ‘site’ noticioso Rappler, que é já um dos mais influentes nas Filipinas, trava uma luta judicial contra o Governo do Presidente Rodrigo Duterte, que acusou o portal de ‘ciber-difamação’ e de ser financiado pelos Estados Unidos.

“A lei foi armada contra nós… e achei que era tão absurda que as pessoas não a apoiariam”, lamentou, numa sessão marcada pelo poder das redes sociais, a emergência do populismo, as recentes eleições nas Filipinas e as ameaças à liberdade de imprensa.

A antiga correspondente da CNN no Sudeste Asiático referia-se à lei pela qual está a ser processada, aprovada meses após a publicação da notícia em causa, que data de 2012, ano em que nasceu a Rappler.

“É uma intimidação, um assédio, foi feita para nos afastar dos nossos recursos”, disse. A Rappler, que nasceu como um projecto inovador e tecnológico para capturar o público jovem e recuperar a essência do jornalismo, tornou públicos vários escândalos sobre o Governo e foi pioneira em denunciar vários abusos da controversa guerra contra as drogas de Duterte.

Questionada sobre os desafios trazidos pela revolução digital e o impacto nos novos media, a veterana considerou que o cenário tem tanto de entusiasmante como de preocupante, mas que é essa dualidade que a motiva.

“A tecnologia é ao mesmo ao mesmo tempo a maldição e a salvação do nosso tempo. Temos de olhar de perto para ela”, afirmou a jornalista, salientando que “não se deve deixá-la apenas nas mãos de programadores e das redes sociais”.

“Quando dizes uma mentira um milhão de vezes, torna-se verdade. Isso acontece nas redes sociais”, sustentou.

A solução para o jornalismo a nível global reside então naquilo a que chamou de “um ‘mix’: “Temos de ser tão especialistas em tecnologia como em jornalismo”, defendeu.

Maria Ressa e a equipa do Rappler estão actualmente a elaborar uma nova plataforma tecnológica, para a qual lançaram uma campanha de ‘crowdfunding’, “a maior já feita nas Filipinas”, saudou.

Sobre as recentes eleições intercalares nas Filipinas, das quais poderá sair o reforço à institucionalização da promessa de Duterte em restaurar a pena de morte e em reformar a Constituição filipina, Ressa mostrou-se desapontada com os resultados preliminares.

“Pela primeira vez desde 1937, nenhum candidato da oposição obteve um assento no Senado”, lamentou, referindo-se à contagem parcial e ainda não oficial dos resultados, cujo escrutínio já ronda os 98%.

“É um referendo à popularidade” de Duterte, um Presidente “muito popular” e “muito forte”, que só pode ficar no poder se, tal como já prometeu, reformar a Constituição filipina.

Sem um assento da oposição no Senado, essa possibilidade tornar-se ia mais real, já que o Senado “foi o único órgão que desde a eleição de Duterte pôs um travão a algumas das iniciativas presidenciais mais controversas, como a pena de morte”, lembrou.

Se Duterte consolidar o poder, Ressa só vê uma saída, a colaboração activa entre jornalistas e activistas para “proteger os direitos ainda garantidos pela Constituição”.

“Ao olhar para os resultados, questiono os nossos valores. Demos luz verde a uma brutal guerra contra as drogas, que já matou, segundo a ONU, 270.000 filipinos desde Julho de 2016” questionou.

“Queremos que os nossos filhos se tornem misóginos e sexistas? Porque é isso que o nosso Presidente faz”, frisou, debruçando-se sobre o “enorme poder dos líderes” mundiais, dando o exemplo do Presidente norte-americano, Donald Trump, e da primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Arden.

Não obstante, Ressa apontou uma qualidade ao chefe de Estado filipino: a adesão às urnas em 2016. Já na sessão de perguntas e respostas, Maria Ressa, que se tornou na Ásia e um pouco por todo o mundo um símbolo da liberdade de expressão e da luta contra as ‘fake news’, sublinhou que a “única arma” de um jornalista “é contar a verdade”.

“Eu escrevo notícias. Não quero ser a notícia. Mas, ao mesmo tempo, quando os meus direitos são violados, isso dá-me força (…) e não queria que o facto de ser jornalista implicasse não erguer a minha voz”, defendeu. “Ainda podemos vencer esta batalha. Ainda podemos proteger a democracia”, disse.

17 Mai 2019

Jornalista filipina detida por difamação sai em liberdade após pagar fiança

[dropcap]A[/dropcap] jornalista filipina Maria Ressa, uma das “personalidades do ano” da revista Time em 2018, detida na quarta-feira por “difamação cibernética”, foi libertada hoje sob fiança. “O que estamos a assistir é a morte (…) da nossa democracia”, disse Ressa aos jornalistas, depois de pagar a fiança no tribunal regional de Manila que tinha emitido um mandado de prisão.

A premiada jornalista de um jornal online filipino acusou o Governo Rodrigo Duterte de abusar do seu poder e de usar a lei como arma para amordaçar os críticos. Na quarta-feira, Maria Ressa encontrava-se nas instalações do Rappler – um portal de notícias ‘online’ que adoptou uma linha crítica contra a guerra mortal contra as drogas liderada pelo Presidente Rodrigo Duterte – quando agentes do Gabinete Nacional de Investigação entraram para entregar o mandado de prisão, explicou a equipa de redacção, nas redes sociais.

O departamento de Justiça apresentou acusações de “difamação cibernética” contra o portal Rappler, Maria Ressa – directora do portal de notícias e presidente da corporação Rappler Incorporated – e o jornalista de investigação Reynaldo Santos, por um artigo publicado em Maio de 2012 sobre o empresário Wilfredo Keng..

Este não é o único processo judicial que Maria Ressa enfrenta, já que em Novembro de 2018 foi emitido um mandado de prisão por cinco alegados crimes de evasão fiscal, acusando tanto o portal Rappler como Maria Ressa.

Ressa evitou a prisão com o pagamento de uma fiança e o caso está a aguardar julgamento. A jornalista assegurou que os seus compromissos com o fisco estão em ordem e que todas essas acusações contra si e contra os media que dirige são uma perseguição política da administração de Duterte pelos seus artigos críticos da sua gestão.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, não escondeu a sua animosidade em relação ao Rappler, que acusou de ser financiado pela CIA, e proibiu em Fevereiro de 2018 o acesso ao palácio presidencial a jornalistas deste meio.

14 Fev 2019

Jornalista filipina distinguida pela revista Time detida por difamação

[dropcap]A[/dropcap] jornalista filipina Maria Ressa, uma das “personalidades do ano” da revista Time em 2018, foi ontem detida por “difamação cibernética”, após a publicação de um artigo em 2012 sobre o empresário Wilfredo Keng.

Maria Ressa encontrava-se nas instalações do Rappler – um portal de notícias ‘online’ que adoptou uma linha crítica contra a guerra mortal contra as drogas liderada pelo Presidente Rodrigo Duterte – quando agentes do Gabinete Nacional de Investigação entraram para entregar o mandado de prisão, explicou a equipa de redacção, nas redes sociais.

O departamento de Justiça apresentou acusações de “difamação cibernética” contra o portal Rappler, Maria Ressa – directora do portal de notícias e presidente da corporação Rappler Incorporated – e o jornalista de investigação Reynaldo Santos, por um artigo publicado em Maio de 2012.

No passado mês, três procuradores do departamento de Justiça decidiram a favor do empresário Wilfredo Keng, que em Outubro de 2017 apresentou uma denúncia pela reportagem de investigação do Rappler, no qual Keng estava alegadamente ligado ao tráfico de drogas e pessoas.

Apesar de já ter expirado o prazo de apresentação da queixa, o departamento de Justiça reabriu o caso uma semana depois, em Março de 2018, com base na teoria da “publicação contínua”, uma vez que o artigo ainda se encontrava na rede.

Este não é o único processo judicial que Maria Ressa enfrenta, já que em Novembro de 2018 foi emitido um mandado de prisão por cinco alegados crimes de evasão fiscal, acusando tanto o portal Rappler como Maria Ressa.

Ressa evitou a prisão com o pagamento de uma fiança e o caso está a aguardar julgamento.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, não escondeu a sua animosidade em relação ao portal Rappler, que acusou de ser financiado pela CIA, e proibiu em Fevereiro de 2018 o acesso ao palácio presidencial a jornalistas deste meio de comunicação.

14 Fev 2019