Hoje Macau China / ÁsiaEste país é para velhos [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ociedade chinesa está a envelhecer. Idosos já são mais de 16% da população A China tinha, no final do ano passado, mais de 230,8 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos, o equivalente a 16,7% da população total chinesa, ilustrando as rápidas mudanças demográficas no país. Dados publicados pelo Ministério de Assuntos Civis chinês indicaram que, entre a população idosa do país, 150,03 milhões têm 65 anos ou mais, o equivalente a 10,8% do conjunto da população. Um país ou região têm uma sociedade envelhecida quando o número de pessoas com 60 anos ou mais atinge os 10%. Segundo as Nações Unidas, a China está a envelhecer mais rapidamente do que qualquer outro país no mundo. Em 2050, o rácio de dependência, a relação entre a população activa e o número de indivíduos além da idade de reforma, poderá atingir os 44%. O fenómeno é uma consequência da política de “um casal, um filho”, um rígido controlo da natalidade que perdurou no país entre 1980 e o início de 2016. No ano passado, a taxa de natalidade aumentou 7,9%, com 17,86 milhões de partos. Foram mais 1,31 milhões de bebés do que em 2015, o número mais alto deste século, ilustrando os efeitos do fim daquela política. No entanto, ficou muito aquém das previsões oficiais, que apontavam para um aumento de três milhões de nascimentos. Quando Deng Xiaoping impôs a política de filho único, a China era ainda um país pobre e isolado, longe de conhecer o trepidante crescimento económico que viria a transfigurar a sociedade chinesa. Actualmente, nas grandes metrópoles chinesas, muitos jovens rompem com a tradição, optando por casar tarde e ter apenas um filho, independentemente da flexibilização ditada pelo Governo. “A atitude das mulheres em relação a ter filhos sofreu profundas mudanças. Deixou de existir o conceito tradicional de ‘mais crianças, mais felicidade'” afirmou Jiang Quanbao, professor na Universidade Jiaotong, na cidade chinesa de Xi’an, citado pelo jornal Financial Times. “As mulheres querem obter educação e ter a sua própria carreira. Os custos de ter uma segunda criança são grandes”, apontou. Alto quadro do Vaticano visita o país [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] director das Academias Pontifícias do Vaticano, o bispo Marcelo Sánchez Sorondo, viajou para a China, apesar da ausência de relações diplomáticas entre os dois estados, onde transmitiu uma mensagem do papa Francisco, informou sexta-feira a imprensa local. Segundo o jornal oficial Global Times, Sánchez Sorondo participou numa conferência sobre transplantes em Pequim, onde destacou, numa intervenção pública, o amor do papa pela China. “O papa Francisco ama a China e ama o seu povo e a sua História, esperamos que tenham um grande futuro”, declarou o bispo argentino, que dirige, desde 1998, a Academia Pontifícia de Ciências e a Academia Pontifícia de Ciências Sociais. A viagem à China do alto quadro da Santa Sé retribui a visita que um responsável do ministério da Saúde chinês efetuou ao Vaticano, no passado mês de Fevereiro, numa outra aproximação rara entre os dois lados, cujos laços diplomáticos estão cortados desde 1951. As visitas ocorrem num momento em que o papa Francisco expressou o seu desejo por uma maior aproximação à China. China e Vaticano divergem, sobretudo, na nomeação dos bispos, com cada lado a reclamar para si esse direito.