Parada | China exibe poder militar em desfile pelo fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico

A parada militar destinada a assinalar o fim da segunda guerra mundial no Pacífico conta com a presença de vários líderes mundiais da Ásia, da América Latina e da Europa de Leste. Xi Jinping irá passar revista às tropas

 

Caças furtivos de última geração, mísseis balísticos avançados e tanques equipados com drones vão desfilar em Pequim, hoje, para assinalar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.

O evento vai contar com a presença do Presidente chinês, Xi Jinping, e dos líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, além de vários outros chefes de Estado de países da Ásia, da América Latina e da Europa de Leste.

O único representante da UE vai ser o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que afirmou querer “prestar homenagem a todos os que se sacrificaram na luta contra o fascismo” e ao povo chinês.

A capital chinesa encontra-se sob apertadas medidas de segurança há várias semanas, com detectores semelhantes aos usados em aeroportos nas entradas de edifícios públicos e patrulhas permanentes em viadutos e pontos estratégicos da cidade.

O desfile, marcado para as 09:00, terá cerca de 70 minutos de duração e envolverá 45 formações militares, incluindo um sobrevoo de aviões de guerra.

Xi Jinping vai discursar na praça de Tiananmen e passar revista às tropas do Exército de Libertação Popular (ELP), no que será também uma demonstração de força num momento de crescente desconfiança face ao Ocidente, incertezas geopolíticas agravadas desde a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e disputas territoriais com vários vizinhos.

Fontes do Ministério da Defesa indicaram que grande parte do armamento exibido será mostrado ao público pela primeira vez, sendo toda a tecnologia de fabrico chinês. O jornal de Hong Kong South China Morning Post noticiou que poderão ser exibidos mísseis com capacidade nuclear.

Últimas novidades

Song Zhongping, antigo instrutor do ELP, referiu ao mesmo jornal que o país poderá apresentar novos sistemas de ataque hipersónico de precisão capazes de “contrariar eficazmente adversários poderosos, incluindo os Estados Unidos”, como os mísseis DF-17, DF-26 (alcance superior a 4.000 quilómetros, apelidado de “Assassino de Guam”), JL-3 (lançado a partir de submarinos) e YJ-21 (concebido para ultrapassar sistemas avançados de defesa naval).

Entre os destaques esperam-se também tanques adaptados a veículos aéreos não tripulados (drones), aviões de alerta antecipado KJ-600 e caças furtivos de última geração. De acordo com Pequim, a invasão japonesa causou mais de 35 milhões de vítimas entre civis e militares chineses mortos e feridos, representando um terço das baixas totais da guerra.

Trio em destaque

O destaque da cerimónia será a presença conjunta de Xi, Putin e Kim Jong-un, este último numa rara deslocação ao estrangeiro – a primeira desde 2019 – para reforçar os laços com Pequim, num momento em que Pyongyang tem aprofundado a cooperação militar com Moscovo.

Estarão ainda presentes o Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, o líder da junta militar de Myanmar (antiga Birmânia), Min Aung Hlaing, o Presidente do Irão, Masud Pezeshkian, e o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, entre outros dirigentes do Sudeste Asiático, incluindo representantes de Camboja, Vietname, Laos e Malásia.

Pequim procura apresentar-se como um parceiro mais estável e fiável do que os Estados Unidos, numa região onde é o principal parceiro comercial colectivo. Entretanto, a cidade continua sob vigilância apertada. Guardas patrulham pontes e viadutos, medida de segurança recorrente desde 2022.

3 Set 2025

Defesa | Washington e Seul acabam com grandes manobras militares conjuntas

[dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos e a Coreia do Sul vão acabar com os exercícios militares conjuntos de grande envergadura anuais, que provocam regularmente a cólera da Coreia do Norte, anunciou ontem o ministério sul-coreano da Defesa.

Estes dois exercícios, baptizados “Key Resolve” e “Foal Eagle”, serão substituídos por manobras mais restritas “com a finalidade de preservar uma sólida preparação militar” das forças estacionadas na Coreia do Sul, indicou o ministério através de um comunicado, citado pela agência France Press.

A decisão foi tomada numa conversa telefónica entre os ministros da Defesa sul-coreano e norte-americano, Jeong Kyeong-doo e Patrick Shanahan, três dias depois da cimeira entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Hanói.

A cimeira foi concluída sem acordo, mas os dois dirigentes manifestaram a intenção de manter aberta a porta do diálogo.

As manobras “Foal Eagle”, que acontecem normalmente na Primavera, provocam todos os anos a cólera de Pyongyang, que vê nelas uma representação de uma invasão da Coreia do Norte.

No passado, 200.000 soldados sul-coreanos e 30.000 soldados norte-americanos participaram no “Foal Eagle” e no “Key Resolve”.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul têm vindo a reduzir ou a suprimir vários exercícios militares conjuntos, assim como os bombardeiros norte-americanos deixaram de sobrevoar a Coreia do Sul, desde a primeira cimeira entre Trump e Kim Jong Un, em Junho último em Singapura.

4 Mar 2019