Táxis | Governo pressionado a resolver “deficiências significativas”

O deputado ligado à comunidade de Jiangmen alerta para a falta de táxis, principalmente de veículos com condições de acessibilidade para pessoas com dificuldades motoras. E com o envelhecimento populacional, Lee Koi Ian avisa que a situação ainda vai piorar

 

O deputado Lee Koi Ian defendeu a necessidade de o Executivo resolver as “deficiências significativas” na disponibilização do serviço de táxis na cidade. O pedido consta de uma interpelação escrita, divulgada no portal da Assembleia Legislativa (AL).

Na perspectiva do deputado ligado à comunidade de Jiangmen, o actual sistema de operação de táxis tem por base a atribuição de licenças pelo Governo, mas continua a apresentar “deficiências significativas”. Lee aponta que estas são verificadas em várias áreas como o “volume de oferta, cobertura de serviço, eficiência de chamada de táxis e disponibilidade real”.

Por isso, o legislador considera que o serviço disponibilizado em Macau não “responde plenamente às necessidades práticas da sociedade”.

O deputado relata também que o cenário não é melhor para as pessoas com necessidades especiais de mobilidade: “Os utilizadores de cadeiras de rodas e as pessoas com mobilidade reduzida enfrentam frequentemente dificuldades em garantir veículos adequados durante as horas de ponta ou em percursos específicos”, relata Lee. “Há também problemas persistentes que incluem os tempos de espera imprevisíveis e padrões de serviço inconsistentes”, acrescentou.

Os relatos são feitos com base em queixas recentemente recebidas pelo legislador.

 

Pode piorar

O deputado explica também que o cenário é preocupante, porque se espera um aumento da procura pelos carros com serviço de mobilidade especial devido à “tendência de envelhecimento demográfico”, “às crescentes necessidades de reabilitação médica” as “deslocações entre bairros” e “as viagens turísticas que continuam a aumentar”

O membro da Assembleia Legislativa define assim a acessibilidade aos táxis como “uma das questões críticas que afecta a qualidade dos serviços públicos de Macau”, e indica que actualmente entre os táxis em circulação apenas 12 são acessíveis a pessoas com dificuldades motoras, o que representa menos de um por cento dos veículos em circulação.

Nestas condições, Lee Koi Ian questiona se as autoridades realizaram algum estudo para se aperceberem da “real taxa de funcionamento” dos táxis acessíveis. O legislador pergunta também se o Executivo utilizou “métodos científicos para determinar a proporção de casos de reservas não atendidas de táxis acessíveis entre grupos-chave, como idosos e pessoas com deficiência”.

Ainda no documento, o deputado pergunta ao Executivo se vai apresentar políticas para resolver os problemas.

12 Nov 2025