Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Primeiro-ministro Li Qiang vinca posição de parceria de Pequim O primeiro-ministro chinês Li Qiang disse ontem que Washington e Pequim devem ser “parceiros, não adversários”, num encontro com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que pediu comunicação mais “aberta e directa” Li Qiang disse em Pequim que a população chinesa tem acompanhado de perto a visita de Yellen, o que demonstra “a expectativa e esperança de que a relação entre a China e os Estados Unidos continue a melhorar”. “Embora tenhamos mais a fazer, acredito que, ao longo do ano passado, colocámos a nossa relação bilateral numa base mais estável”, disse Yellen, de acordo com um comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA. “Isso não significou ignorar as nossas diferenças ou evitar conversas difíceis”, sublinhou Yellen. “Significou compreender que só podemos progredir se comunicarmos directa e abertamente uns com os outros”, acrescentou. No sábado, Yellen tinha-se encontrado, na cidade de Guangzhou com o homólogo chinês, He Lifeng, numa reunião em que concordaram realizar “intercâmbios intensivos com vista a um crescimento equilibrado”. De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, Yellen disse no encontro que iria aproveitar os intercâmbios para defender “condições equitativas para os trabalhadores e as empresas norte-americanas”. Washington está particularmente preocupado com o aumento das exportações chinesas a baixo custo em sectores como veículos eléctricos, baterias de iões de lítio e painéis solares, o que pode impedir a formação de uma indústria norte-americana nestas áreas. Depois da chamada Yellen advertiu ainda no sábado as empresas chinesas contra a prestação de ajuda à Rússia e à sua indústria de defesa na guerra na Ucrânia. “As empresas, em particular as chinesas, não devem fornecer apoio material à guerra da Rússia contra a Ucrânia, à indústria de defesa russa”, afirmou, alertando que quem o fizer sofrerá “consequências significativas”. A visita de Yellen, a segunda à China num ano, ocorre num momento em que Washington e Pequim estão em desacordo sobre uma série de questões, incluindo o acesso a tecnologias de ponta, o futuro de Taiwan e a aplicação chinesa TikTok, que poderá ser banida nos EUA. O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, falaram na terça-feira, numa chamada telefónica que a Casa Branca descreveu como franca, mas na qual, de acordo com o Governo chinês, houve alguma fricção. Também na semana passada, na quarta e quinta-feira, autoridades de Defesa dos EUA e da China reuniram-se para discutir incidentes agressivos com navios e aeronaves entre as duas forças na região do Pacífico e aliviar as tensões entre as duas superpotências. Reiniciando um diálogo que a China tinha encerrado, por causa do diferendo sobre Taiwan, a reunião ocorreu no momento em que Washington e Pequim trabalham para expandir as comunicações bilaterais e aliviar as crescentes tensões.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Pequim pede medidas concretas para atenuar preocupações com sanções A recente visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen foram classificadas como positivas pelas autoridades chinesas que pedem agora que os progressos alcançados nas negociações sobre sanções se façam agora sentir no terreno A China qualificou ontem como construtiva a visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, a Pequim e pediu a Washington que adopte medidas concretas para responder às suas preocupações com sanções impostas contra empresas do país asiático. “As reuniões foram francas e construtivas e espera-se que Washington mantenha uma atitude pragmática e racional. Os Estados Unidos devem tomar medidas concretas para responder às preocupações da China sobre sanções e restrições”, disse ontem o ministério das Finanças do país asiático, em comunicado. O ministério referiu que, nos últimos anos, os EUA introduziram “sanções e medidas restritivas contra a China, que lesaram os interesses e direitos legítimos das empresas chinesas”. “Durante as reuniões com Yellen, o lado chinês reiterou as suas preocupações e pediu que os EUA removem as taxas alfandegárias punitivas impostas sobre bens importados da China, parem de reprimir empresas chinesas, tratem o investimento bilateral de maneira justa, não imponham controlos nas exportações para a China e cancelem a proibição de importação de produtos oriundos da região de Xinjiang”, é indicado no comunicado. A nota sublinhou que para uma relação económica bilateral ser saudável ambas as partes devem “respeitar os respectivos direitos e interesses legítimos da outra parte”. “A concorrência saudável deve seguir os princípios da economia de mercado e as regras da Organização Mundial do Comércio. A China está empenhada em continuar a abrir-se e sempre esteve empenhada em acelerar a criação de um ambiente de negócios baseado na Lei”, acrescentou o comunicado. As divergências entre os dois países “não devem ser motivo de distanciamento de ambas as partes”, mas antes “motivo para fortalecer os intercâmbios e o diálogo”. Segundo Pequim, o desenvolvimento da China constitui “uma oportunidade e não um desafio para os Estados Unidos”. “A China e os EUA devem buscar o consenso. O desenvolvimento chinês traz benefícios, não riscos. O fortalecimento da cooperação é a opção certa para os dois países”, concluiu o ministério. As reuniões com Yellen “mostraram que a China está disposta a cooperar para enfrentar os desafios globais, incluindo a estabilidade macroeconómica e financeira global, as alterações climáticas ou problemas de dívidas soberanas”, lê-se na mesma nota. A visita de Yellen terminou com reuniões de alto nível para melhorar a comunicação entre os dois lados, especialmente na parte económica, embora ambos os países reconheçam que continuam a existir diferenças importantes. Regras da competição Nos quatro dias que passou na capital chinesa, Yellen reuniu-se com os principais formuladores de política económica do país asiático, entre eles o primeiro-ministro, Li Qiang, o novo chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no banco central, Pan Gongsheng, o ministro das Finanças, Liu Kun, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng. Yellen afirmou durante a visita que “uma separação entre as duas maiores economias do mundo seria desastrosa para ambos os países e desestabilizadora para o mundo”, mas também expressou preocupação “com acções coercivas contra empresas norte-americanas” e pediu uma competição saudável “baseada em regras”. Os dois lados abordaram as restrições que os EUA impuseram no ano passado à exportação de ‘chips’ semicondutores para a China, uma medida que visa limitar a capacidade de Pequim de desenvolver supercomputadores, sistemas militares avançados ou sistemas de inteligência artificial. Pequim respondeu com limitações à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre os dois países.