Itália | Pelo menos dois mortos e 60 a 70 feridos na explosão de camião

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] explosão ocorrida ontem numa autoestrada perto de Bolonha, no norte de Itália, fez pelo menos um morto e entre 60 a 70 feridos, segundo diferentes fontes dos serviços de emergência citadas por agências internacionais.
O acidente envolveu um camião-cisterna, que explodiu, provocando um violento incêndio, segundo os bombeiros.
Cerca das 16h locais (22h em Macau), um porta-voz dos bombeiros disse à imprensa que o incêndio já tinha sido extinto.
Muitos dos feridos foram atingidos por estilhaços provocados pelo impacto da explosão em edifícios e outras estruturas nas imediações do local, uma autoestrada em Borgo Panigale, perto do aeroporto de Bolonha. Os bombeiros citados pela agência France-Presse estimam que 40 pessoas tenham ficado feridas, mas outras fontes avançam números mais elevados. Segundo a polícia de Bolonha, citada pela Associated Press, até 70 pessoas sofreram ferimentos e, segundo os serviços de emergência, citados pela EFE, 67 pessoas ficaram feridas, tendo sido tratadas a queimaduras de diferentes graus.
Segundo a imprensa, o condutor do camião está desaparecido.
As causas da explosão não são conhecidas. A agência italiana ANSA noticiou que a explosão se deu após um acidente envolvendo um camião que transportava substâncias inflamáveis.
Outras fontes afirmam que o camião explodiu sem embater noutros veículos, quando passava por um ‘stand’ automóvel, desencadeando explosões em viaturas estacionadas, danificando uma ponte pedonal e abrindo uma cratera no piso da autoestrada

7 Ago 2018

Itália | Presidente convida Cottarelli a formar Governo de transição

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap[ Presidente italiano, Sergio Mattarella, encarregou ontem Carlo Cottarelli, um antigo responsável do Fundo Monetário Internacional (FMI) de formar um Governo tecnocrata, anunciou a presidência. “O Presidente Mattarella recebeu o doutor Cottarelli e pediu-lhe que formasse um Governo”, anunciou aos jornalistas o secretário-geral da presidência, Ugo Zampetti, à saída de um encontro entre os dois homens.

A decisão de Mattarella se reunir com Carlo Cottarelli acontece um dia depois de o Presidente italiano ter recusado assinar a lista de ministros do Governo de coligação entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas. Da coligação faz parte Paolo Savona, 81 anos, eurocético e crítico da moeda única, que tinha sido proposto para o cargo de ministro da Economia.

Carlo Cotarelli é actualmente director do Observatório das Contas Públicas da Universidade Católica de Milão e foi director do Departamento de Assuntos Fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em 2013, o então chefe do Governo, Enrico Letta, nomeou Cotarelli comissário para a implementação de um plano de redução dos gastos públicos, cargo que manteve até à tomada de posse de Matteo Renzi como primeiro-ministro.

Cottarelli é um dos economistas mais críticos das propostas económicas do programa de Governo acordado entre a Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas.

Entretanto, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, disse hoje em Bruxelas esperar que o novo Governo italiano seja “pró-europeu e estável”.

“Todos esperamos que o Presidente [Sergio] Matarella consiga pôr de pé um Governo que seja pró-europeu e estável”, disse Zacarias aos jornalistas, no final de um Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

“A Itália é um país importantíssimo no contexto europeu”, salientou, adiantando esperar que o país “consiga fazer o seu caminho e encontrar soluções” que “permitam a todos fazer um caminho comum, o que não é fácil dentro do quadro europeu perante os desafios que temos pela frente”.

O chefe de Estado Sergio Mattarella encarregou hoje Carlo Cottarelli, um antigo responsável do Fundo Monetário Internacional (FMI) de formar um Governo tecnocrata, anunciou a presidência, em Roma.

“O Presidente Mattarella recebeu o doutor Cottarelli e pediu-lhe que formasse um Governo”, anunciou aos jornalistas o secretário-geral da presidência, Ugo Zampetti, à saída de um encontro entre os dois homens.

29 Mai 2018

Laltrapiza | Giuseppe Piepoli, proprietário: A verdadeira pizza italiana

Pizzarias há muitas, mas a Laltrapiza garante que é a verdadeira, O restaurante que abriu recentemente nas Portas do Cerco traz a Macau ingredientes e receitas originais. A pizza não é excepção e, de acordo com o proprietário, Giuseppe Piepoli, é garantia de originalidade

[dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]izzarias não faltam no território. Agora um restaurante dedicado à gastronomia italiana e que queira trazer a Macau os verdadeiros sabores do país é o objectivo da Laltrapiza.

A ideia partiu do proprietário, Giuseppe Piepoli, que já tendo negócios na área da importação e exportação resolveu usar a mais-valia para trazer produtos para Macau, e abastecer o seu restaurante. O resultado: um espaço gastronómico em que todos os ingredientes vêm de Itália. “Queremos manter a pizza na sua versão real”, disse ao HM.

Como italiano que é, a ideia é tentar promover os produtos do seu país e, mais importante na Laltrapizza, é dar a conhecer a qualidade dos mesmos. “Os nossos fornecedores são dos melhores e queremos dar a conhecer o melhor que há em Itália e na sua gastronomia”, diz.

Além da clássica Pizza, o novo espaço situado na zona das Portas do Cerco tem uma carta variada em que não faltam pratos de massa, de peixe e de carne, tudo “made” in Itália.

A rainha da casa

A Pizza, a rainha do espaço, é feita como antigamente, onde nasceu. Sem pressas, na Laltrapiza a receita original é seguida a preceito. “A pizza precisa de mais de seis horas de descanso para a massa levedar e nós seguimos esse processo”, diz Giuseppe Piepoli.

A ideia é conseguir uma massa extremamente leve, crocante e deliciosa. “Decidimos optar por este método porque é uma coisa também diferente e não é utilizada no mercado. É 100 por cento italiana”. Outro dos segredos para o sucesso está na originalidade dos produtos. “Importamos a totalidade dos produtos, desde o queijo mozzarella ao próprio tomate e fazemos o nosso pão. O presunto de parma o salame, tudo o que pomos na pizza é importado de Itália. Queremos manter a pizza na sua versão original e colocá-la no mercado local de Macau”, salienta o proprietário.

Por outro lado, trazer os produtos para Macau não representa uma dificuldade. “Como estou associado a uma firma de importação é fácil trazer até cá os melhores produtos de Itália”, conta. “Aqui fazem-se pizzas que não lembram a ninguém e que na minha opinião, enquanto italiano, não seriam sequer comestíveis”, explica Giuseppe Piepoli.

Culturas que impulsionam

A existência de várias culturas no território pode ser uma alavanca para o sucesso desta pizzaria. Por outro lado, “a comida italiana é já internacionalmente reconhecida, até porque é uma gastronomia de alta qualidade e as pessoas gostam muito da forma italiana de cozinhar.”

“Achamos que os chineses estão disponíveis para vir comprar os nossos produtos porque são frescos e pela sua qualidade. Acreditamos que em todo o lado, mesmo em Macau, as pessoas gostam da comida italiana”, refere o proprietário.

Em contrapartida, o que o mercado local oferece está longe de corresponder ao que se faz em Itália. “Há alguns restaurantes que supostamente são italianos, mas são geridos por chineses. Têm massa carbonara, lasanha e às vezes mesmo pizza, que quando uma pessoa experimenta consegue dizer que não é comida italiana”, esclarece para diferenciar o seu Laltrapiza.

Em Macau há desafios específicos a serem superados. “Um dos principais tem que ver com os recursos humanos e ter garantida a quota para a importação de trabalhadores não-residentes. Tivemos de esperar cinco meses”, ilustra.

Mas o negócio continua e apesar de não ser um espeço com preços económicos, não dispensa a qualidade. “Os nossos preços podem ser mais caros do que noutros locais, mas isso também se explica com a importação dos produtos”, diz.

As promoções já fazem parte do quotidiano com preços especiais para estudantes. O objectivo é fidelizar os clientes.

18 Out 2017

Cristiano Cannata | De Manhattan à Praia Grande

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] um longo caminho. Nascido e criado em Florença, Cristiano Cannata é um rookie de Macau com uma longa história de trabalho longe da sua terra natal. Começou a trabalhar no território a 1 de Outubro do ano passado e, para já, não podia estar mais satisfeito com a opção profissional e pessoal que fez. “Pela primeira vez em muitos anos, chego ao meu apartamento, fecho a porta e tenho a sensação de que estou em casa”, conta. “É a segurança, o ambiente, as pessoas que aqui vivem”, justifica.

O manager do Caffe B, um restaurante italiano junto ao Lago Sai Van, veio do Laos para Macau. Mas a história das viagens deste homem, que assume ter espírito nómada, começou em 2001. “Descobri que a Europa era um pouco apertada para mim e segui os meus sonhos. Mudei-me para os Estados Unidos, para Nova Iorque, com uns trocos no bolso.” Antes de entrar em detalhes sobre os anos norte-americanos, faz uma declaração: “Tenho de dizer que Nova Iorque foi a melhor escola possível em termos de trabalho”.

Até se abrirem as portas do universo da hospitalidade, Cristiano Cannata quis ser técnico de medicina dentária. Foi para isso que estudou, depois de ter começado a trabalhar, em tempo parcial, num laboratório. Tinha apenas 13 anos. “Ia à escola de manhã e depois aprendia uma profissão”, recorda.

A partir do momento em que a idade lhe deu a possibilidade de entrar em bares e clubes, surgiu mais um part-time. Foi então que apareceram novas perspectivas.

Os ataques de 11 de Setembro de 2001 adiaram a viagem para os Estados Unidos, mas em 2002 era trabalhador a tempo inteiro num bar em Nova Iorque. De empregado de bar passou a gerente, do bar saltou para o restaurante, foi empregado de mesa, tornou-se no responsável máximo pelo espaço onde trabalhava. O caminho fez-se até que, em 2006, aconteceu “a grande mudança” da vida do italiano, uma mudança ainda maior do que a ida para a América.

Maravilhosa Turquia

“Trabalhava no Paper Moon, em Manhattan, e tive a oportunidade de abrir um restaurante do mesmo grupo em Ancara, na Turquia. Precisavam de um gerente. Fui para a Turquia e descobri o país. Foi amor à primeira vista”, diz. Projecto em andamento, regressou a Nova Iorque em Junho de 2007, onde acabou por ficar mais três anos e meio. Questões familiares puseram um ponto final no sonho americano: voltou para Itália, mas o regresso a casa fez-se de forma temporária. Passados três meses tinha, de novo as malas feitas.

O destino que se seguia já era conhecido. Com contrato assinado com uma multinacional italiana, foi abrir um espaço na Turquia. Istambul, explica, tem muitos pontos de encontro com Itália. “É uma cidade muito cosmopolita. É Nova Iorque com 2000 anos de história.”

Dois anos depois desta nova mudança, a empresa pediu-lhe para ir para Miami. “Não gosto da Florida. Ofereceram-me um lugar em Ibiza, mas acho que já sou demasiado velho para ir para lá”, sorri.

A experiência que se seguiu foi a estreia na Ásia. “Fui para o Laos.” Cannata não esconde que sentiu um choque cultural e civilizacional, “vindo da civilização para um sítio que é, tecnicamente, terceiro mundo”. Mas o italiano, que sempre trabalhou em projectos com uma ligação ao seu país, acredita que “tudo acontece por uma razão”. A descoberta da Ásia permitiu-lhe perceber que, “às vezes, corremos em demasia”.

Macau do nada

Os três anos e meio no Laos – com um intervalo de oito meses entre os dois restaurantes que abriu no país – serviram para que a Ásia lhe ficasse “na pele”. Ainda tentou prolongar a estadia, mas pouco mais havia para fazer. “No meu trabalho, é preciso motivação. Vender o mesmo menu e ver os mesmos clientes durante três anos torna-se um pouco pesado. Não havia nada mais que pudesse desenvolver”, afirma.

Em Março deixou o Laos e, mais uma vez, era a Turquia que se perspectivava no horizonte, “para um projecto grande” que, lamenta o italiano, foi cancelado por causa da situação política no país. “Foi aí que dei por mim à procura de emprego. Macau surgiu do nada.”

O que Cristiano Cannata sabia de Macau era apenas “de filmes antigos e que era a Las Vegas da Ásia”. Mas veio até cá para uma entrevista e achou a empresa “muito sólida”. “É uma empresa japonesa. O projecto é muito interessante, há oportunidades de crescimento, e gosto muito de Macau”, resume. “Sinto-me muito seguro, é uma cidade limpa, multiétnica, com pessoas muito interessantes”, acrescenta o manager.

O facto de aqui existirem muitas nacionalidades agrada a um homem que já passou por contextos culturais muito distintos. “Os anos de Nova Iorque ensinaram-me a lidar com sociedades multiétnicas. Basta andar no metro e ir do sul para o norte que, dependendo da paragem onde se está, o sotaque pode ser completamente diferente, com comunidades diferentes. É preciso ter uma mente muito aberta”, observa. “Gosto desse lado em Macau, de ser multiétnico, mas sem o ritmo apressado de vida que se encontra em Hong Kong ou em Nova Iorque.”

O facto de ser um rookie faz com que ainda lhe seja difícil fazer uma avaliação justa do território. Mas já detectou uma falha: para certas coisas, é preciso ir a Hong Kong. “Ando à procura de uma livraria e ainda não encontrei. Mas não tenho muito tempo para explorar a cidade, por isso talvez a culpa seja minha.” Estas “pequenas coisas” não diminuem a sensação de paz que aqui encontrou. Macau dá a ideia de ser a casa.

1 Fev 2017

Itália | Sismo deixa rasto de destruição na região de Perugia

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a madrugada de quarta-feira a região centro de Itália foi assolada por um violento sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter. O abalo deixou um cenário de destruição em várias localidades de Perugia. Com o epicentro a dez quilómetros de profundidade, foi sentido na capital, Roma, a mais de 150 quilómetros.
O número de vítimas mortais não pára de aumentar. Até ao fecho desta edição havia 38. Equipas de resgate encontram-se no terreno e governo disponibilizou contingente especial. O relógio registava exactamente 15h36 quando a região de Perugia foi sacudida pelo sismo. Várias réplicas se seguiram – de 5,5 e 4,6 e 4,3 – acabando por deitar abaixo o que tinha resistido aos cerca de 20 segundos que durou o abalo.

Povoações isoladas

As cidades mais afectadas são Accumoli, Amatrice, Posta e Arquata del Tronto e as primeira vítimas registadas foram um casal de idosos cuja casa em Pescara del Toro, na região de Marcas, ruiu logo após o primeiro abalo, de acordo com a imprensa italiana. “Não temos luz, nem telefones”, afirmou Stefano Petrucci, o autarca de Accumoli, localidade com um hotel onde se suspeita haver turistas bloqueados.
O facto do sismo se ter registado durante a madrugada não permitiu às primeiras horas do dia ter uma ideia clara da dimensão do acidente. “Agora que há luz do dia, vemos que a situação é mais terrível do que temíamos, com edifícios que colapsaram, pessoas debaixo dos escombros e nem sinal de vida”, acrescentou.
Outra das localidades afectadas é Amatrice que fica numa região montanhosa, pelo que a possibilidade de haver deslizamentos de terra é grande. A cidade tem cerca de 2800 habitantes. Na região de Lácio, a zona é das mais atingidas pelo forte sismo, tendo Sergio Pirozzi, autarca da cidade, referindo que “metade da cidade desapareceu” . “Não há estradas de acesso à cidade, a povoação está praticamente isolada, por isso quem vier para cá tem de encontrar uma via alternativa. Há zonas que deixaram de existir. Estamos a tentar desimpedir outras vias para deixar circular os veículos de emergência.”

Exército no terreno

O governo italiano está a acompanhar a situação tendo o Ministro das Infra-estruturas, Graziano Delrio, visitado a região atingida. Foram também mobilizados meios de socorro de Roma para prestar auxílio a toda a região devastada. O exército também está no terreno com um contingente especial e participa nas operações de salvamento e resgate, juntamente com os bombeiros e grupos de voluntários.
A polícia está em força nas ruas, não apenas para prestar apoio mas para prevenir situações de roubo ou pilhagem nos edifícios afectados pelo sismo.
Num comunicado feito pelo Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT), foi dado conta que este organismo está a acompanhar a situação. “Das informações recolhidas, não há indicações de que grupos de excursão de Macau ou residentes de Macau tenham sido afectados.”

25 Ago 2016