Hoje Macau China / ÁsiaH&M deixa de aparecer em plataformas de comércio electrónico na China Várias plataformas de comércio eletrónico na China deixaram ontem de mostrar a loja digital da marca de vestuário sueca H&M, meses depois de a empresa ter anunciado a suspensão da utilização do algodão de Xinjiang. A decisão da marca deveu-se à alegada utilização de trabalho forçado no sector naquela província autónoma do noroeste da China. De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, as pesquisas da marca sueca nas plataformas JD.com, Taobao, Tmall e Pinduoduo não produziram quaisquer resultados. Na quarta-feira, o Comité Central da Liga Comunista da Juventude chinesa publicou uma mensagem, na rede social Weibo na qual perguntava: “Querias ganhar dinheiro na China enquanto espalhas boatos para boicotar o algodão de Xinjiang? Querias!”. O texto estava acompanhado pelo comunicado da H&M, na qual a marca afirmava proibir “qualquer tipo de trabalho forçado” na sua cadeia de produção “independentemente do país ou região”. A empresa indicou também que ia pôr fim à relação de trabalho com um fornecedor chinês até que fossem esclarecidas as alegações contidas um relatório, segundo o qual 82 firmas chinesas e estrangeiras tinham beneficiado da deslocalização forçada de membros da minoria uigure. Até às 11:30, a mensagem da Liga Comunista da Juventude tinha já mais de 40 mil partilhas e mais de 411 mil “gostos” e 16 mil comentários, muitos deles a favor da expulsão da marca do país. Outras empresas, como a norte-americana Nike, que no ano passado emitiu uma declaração semelhante à da H&M, também foram afectadas por apelos ao boicote de alguns utilizadores chineses da internet, o que levou o actor Wang Yibo a rescindir o contrato publicitário com a Nike. Algodão de Xinjiang não chega para o país Como maior consumidor mundial e segundo maior produtor de algodão, a China, com uma produção de cerca de 5,95 milhões de toneladas em 2020/2021, teve de responder à procura total de 7,8 milhões de toneladas. A produção de algodão de Xinjiang correspondeu a 5,2 milhões de toneladas, representando cerca de 87% da produção nacional e cerca de 67% do consumo interno. O algodão de fibra longa de Xinjiang, um dos que apresenta melhor qualidade no mundo, não satisfaz a procura há vários anos. A fim de atender à procura doméstica, a China precisa de importar cerca de 2 milhões de toneladas de algodão por ano. Nos últimos anos, a China expandiu activamente os seus canais de importação para garantir a estabilidade da cadeia de abastecimento. Foi também estabelecido um sistema de reserva de algodão para defender os interesses dos cotonicultores nacionais.