Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul diz ter concluído projeto para pôr fim à Guerra da Coreia O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano afirmou hoje que Seul e Washington concluíram um projeto de declaração para pôr fim à Guerra da Coreia e trazer a Coreia do Norte de volta às negociações. A Coreia do Sul e os Estados Unidos da América (EUA) concordam com a importância de uma declaração que ponha fim à guerra na península e “concluíram virtualmente um projeto”, disse Chung Eui-yong, em conferência de imprensa. O objetivo é assinatura de um tratado de paz para pôr fim à Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou apenas com um cessar-fogo, mantendo os dois vizinhos tecnicamente em guerra. “Estamos a explorar várias formas de fazer avançar as conversações com a Coreia do Norte”, acrescentou Chung, sem pormenorizar, citado pela agência de notícias sul-coreana Yonhap. Observadores disseram já duvidar da viabilidade desta iniciativa, destinada a trazer Pyongyang de volta às conversações de desnuclearização da península coreana. O líder norte-coreano, Kim Jong-un Yo-jong, afirmou já não estar interessado em realizar quaisquer reuniões com os EUA para tentar reavivar o diálogo de desnuclearização suspenso, devido à “política hostil” em relação ao regime. As observações de Chung surgiram quando na Coreia do Norte está a decorrer uma reunião plenária do partido único, na qual serão delineadas políticas e ação diplomática para o próximo ano. Kim Jong-un deverá proferir um discurso no encerramento, provavelmente no final desta semana.
Hoje Macau China / ÁsiaONG diz que Coreia do Norte aprisiona há décadas prisioneiros de guerra sul-coreanos Uma organização dos direitos humanos da Coreia do Sul denunciou ontem que o regime de Pyongyang usa, há décadas, prisioneiros de guerra sul-coreanos e respectivos descendentes em “trabalhos forçados” numa rede de minas de carvão. Segundo um relatório da Aliança de Cidadãos para os Direitos Humanos na Coreia do Norte (NKHR, na sigla em inglês), com sede em Seul, dezenas de milhares de prisioneiros de guerra sul-coreanos nunca foram libertados por Pyongyang após a Guerra da Coreia (1950-1953). Esses prisioneiros foram enviados para as minas de carvão em condições semelhantes à escravidão e os filhos e netos “herdaram esse destino brutal”, refere o documento. Na Coreia do Norte, existe o chamado sistema ‘songbun’, que classifica os cidadãos de acordo com suas origens sociais e políticas. A lealdade absoluta às autoridades é um fator crucial e aqueles cujos ancestrais colaboraram com o inimigo japonês ou foram capitalistas estão na base da escala. “Este sistema ‘songbun’ foi passado para os filhos e netos dos prisioneiros de guerra, que continuam a trabalhar nas minas de carvão, chumbo, zinco, magnesite e outras”, denuncia a NKHR. “Estão proibidos de mudar de residência e de trabalho ou frequentar o ensino superior”, acrescenta-se no documento. Pyongyang invadiu a Coreia do Sul em 1950, até ao armistício, centenas de milhares de soldados dos dois lados foram feitos prisioneiros na chamada Zona Desmilitarizada (DMZ, na sigla em inglês). Nos termos da Convenção de Genebra (em vigor desde 1949), os Estados não podem manter um prisioneiro de guerra após o fim do conflito, mas a Coreia do Norte apenas autorizou o regresso de 8.343 sul-coreanos. Em 2014, um relatório das Nações Unidos estimou em pelo menos 50.000 o total de prisioneiros de guerra mantidos na Coreia do Norte após o final do conflito, estando vivos, na altura, cerca de 500. Em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), a autora do relatório, Joanna Hosaniak, indicou que o “calvário” dos detidos foi “ignorado” pelas autoridades de Seul e nem sequer foram alvo de discussão nas cinco cimeiras inter-coreanas. “Não há informações nem interesse” por este caso na Coreia do Sul, lamentou Hosaniak. A Coreia do Norte, por seu lado, afirma respeitar os direitos humanos e garantiu ter devolvido todos os prisioneiros de guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul inicia trabalhos para exumação de vítimas da guerra A operação de investigação dos restos mortais das vítimas da Guerra da Coreia foi decidida durante o encontro entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-um, em Setembro do ano passado [dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul lançou ontem o trabalho preparatório na zona desmilitarizada (DMZ) para a exumação dos restos mortais das vítimas da Guerra da Coreia (1950-1953), apesar do silêncio de Pyongyang, que inicialmente concordou em participar neste projecto. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul divulgou que a Coreia do Norte não respondeu aos seus apelos e que o exército sul-coreano iniciaria hoje [ontem] o trabalho preparatório de escavação ao sul da zona desmilitarizada entre os dois países. “Estamos a lançar os preparativos para que esta possa tornar-se uma operação norte-sul, assim que a Coreia do Norte responda”, disse aos jornalistas o porta-voz adjunto do Ministério, Roh Jae-cheon. Esta operação foi decidida em Setembro, durante uma cimeira em Pyongyang entre o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Os dois líderes haviam assinado um acordo militar para contribuir para a redução das tensões na península norte-coreana, prevendo-se ainda que uma centena de pessoas de ambos os lados participaria nas operações de investigação dos restos mortais entre 1 de Abril e 31 de Outubro. No entanto, nenhum progresso foi feito desde então sobre a questão fundamental da desnuclearização na península coreana. Banho-maria Kim e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniram-se em Hanói em Fevereiro numa cimeira que terminou sem uma declaração conjunta, fracasso que lançou uma sombra sobre as perspectivas de cooperação entre as Coreias. Moon, que se reuniu com Kim três vezes em 2018, promove há muito uma maior cooperação com os norte-coreanos para reverter os anos de tensão entre os dois países. O Presidente sul-coreano desempenhou um papel fundamental na reaproximação excepcional entre Pyongyang e Washington. Numa reunião de ontem com os seus principais conselheiros, Moon disse que o fracasso da cimeira de Hanói representou uma “dificuldade temporária”. “Foi confirmado que a Coreia do Sul, a Coreia do Norte e os Estados Unidos não pretendem voltar atrás”, disse Moon. O Presidente sul-coreano vai visitar Washington na próxima semana. Moon disse que esta rápida reunião organizada com Trump mostra que os dois aliados querem relançar “a dinâmica do diálogo o mais rápido possível”.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra da Coreia | Restos mortais de soldados norte-americanos repatriados O Comando das Nações Unidas (UNC), liderado pelo exército dos Estados Unidos, realizou ontem uma cerimónia solene para repatriar os restos mortais de 55 soldados norte-americanos mortos na Guerra da Coreia recentemente devolvidos pela Coreia do Norte [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] cerimónia foi realizada na base aérea de Osan, a 70 quilómetros ao sul de Seul, cinco dias após o regime de Pyongyang permitir que um avião norte-americano pousasse na localidade norte-coreana de Wonsan, recolhesse os restos mortais dos soldados e voltasse para a Coreia do Sul. A entrega foi acordada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante a cimeira realizada a 12 de Junho, em Singapura, em que ambos assinaram uma declaração para melhorar as relações entre os dois países e para trabalhar sobre a desnuclearização da península. “Os mortos da Guerra da Coreia (1950-1953) nunca foram esquecidos pelos Estados Unidos ou pelos outros 16 países que compunham o Comando das Nações Unidas (UNC), nações que apoiaram os norte-americanos durante esta guerra. O Comando nunca deixa soldados para trás, vivos ou mortos, e continuará a missão de repatriação até que cada soldado retorne para casa”, explicou a UNC num comunicado. Cerca de 500 pessoas participaram na cerimónia, incluindo o comandante da UNC, Vicent Brooks, o embaixador dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Harry Harris, e o ministro da Defesa sul-coreano, Song Young-moo. Concluído o acto, espera-se que os restos mortais sejam enviados para o Havai, onde está a sede da Agência de Contabilização de Desaparecidos em Combate e Prisioneiros de Guerra do Departamento de Defesa (DPAA), que será responsável pela identificação das ossadas. Quem é quem O processo de identificação deve levar pelo menos alguns meses, segundo os especialistas. Entretanto, as primeiras avaliações sugerem que é “provavelmente espólio norte-americano”, disse John Byrd, director de análise científica da DPAA. “Os restos são consistentes com os restos mortais que já recuperámos na Coreia do Norte (…) no passado”, disse Byrd a jornalistas na base militar de Osan. Desde 1990, os restos mortais de 629 americanos que morreram na Coreia do Norte foram devolvidos às suas famílias, segundo a UNC. Mais de 36 mil militares dos Estados Unidos morreram na Guerra da Coreia e cerca de 7700 desapareceram, dos quais 5300 estavam supostamente a norte do 38.º paralelo. Com este gesto simbólico, a Coreia do Norte procura convencer os Estados Unidos da necessidade de assinar um tratado de paz para substituir o cessar-fogo que pôs fim ao conflito, um documento que o regime de Kim considerada chave para a sua sobrevivência. No entanto, Washington mostrou dúvidas sobre este tratado de paz e parece estar a esperar primeiro por acções concretas de Pyongyang que apontem para um compromisso real de abandonar o seu programa nuclear.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra da Coreia | Seul “repatriou” restos de 20 soldados chineses mortos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério da Defesa sul-coreano anunciou hoje ter “repatriado” os restos mortais de 20 soldados chineses mortos durante a Guerra da Coreia, primeiro conflito armado da Guerra Fria, que colocou comunistas contra capitalistas na península coreana. Segundo as autoridades de Seul, soldados sul-coreanos entregaram a uma Guarda de Honra da China caixões lacados cobertos com a bandeira vermelha chinesa, no aeroporto de Incheon, a oeste da capital, onde foram embarcados num avião de carga da Força Aérea Chinesa. Com esta transferência subiu para 589 o número de restos mortais de soldados chineses repatriados pela Coreia do Sul, fruto de um acordo entre os dois países, assinado em 2013. Esta operação surge na véspera do Festival Chinês de Qingming, uma celebração tradicional de homenagem aos soldados caídos durante a Guerra da Coreia, que opôs as duas Coreias entre 1950 e 1953. A Coreia do Sul teve o apoio da Nato e dos Estados Unidos da América, que colocaram soldados no terreno. A Coreia do Norte contou com o reforço de soldados chineses e teve o apoio logístico da União Soviética. Estima-se que três milhões de soldados do exército comunista chinês tenham desempenhado um papel crucial de apoio às tropas do norte durante o conflito. A Guerra da Coreia, que terá provocado quatro milhões de vítimas, colocou o mundo à beira de uma terceira guerra mundial. Em Julho de 1953 foi assinado um cessar-fogo, que separou as duas Coreias, que até hoje ainda não assumiram oficialmente o fim da guerra.