China | Revelado número de funcionários punidos este ano

Um total de 405.000 funcionários de todos os níveis foram punidos durante os primeiros nove meses deste ano, de acordo com um comunicado publicado no portal da Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCDI) do Partido Comunista da China e da Comissão Nacional de Supervisão no domingo, acrescentando que 34 eram funcionários superiores a nível provincial ou ministerial.

“A China tratou de mais de 36.000 casos relacionados com a corrupção com impacto no interesse público no primeiro semestre de 2023, com mais de 52.000 indivíduos a receberem críticas, educação, assistência ou punição”, anunciou a mais alta autoridade de supervisão e anti-corrupção da China.

De janeiro a setembro de 2023, as autoridades de inspecção e supervisão disciplinar de todo o país receberam 2,617 milhões de relatórios, dos quais 819.000 eram denúncias ou acusações. Dos 470.000 casos registados, 133.534 funcionários de todos os níveis estavam envolvidos.

De acordo com a declaração, as autoridades de inspecção e supervisão da disciplina reforçaram de forma consistente o seu trabalho de inspecção, abrangendo a implementação de políticas de apoio ao interesse público e punindo actos de desvio de fundos, apropriação indevida, falsas denúncias e extorsão.

A formação e a rectificação da equipa oficial nacional de inspecção e supervisão disciplinar também continuam em curso. No primeiro semestre de 2023, o sistema nacional de inspecção e supervisão da disciplina recebeu um total de mais de 20 200 denúncias ou relatórios públicos envolvendo funcionários de inspecção e supervisão da disciplina.

Além disso, foram tratadas mais de 18 700 denúncias relacionadas com funcionários de inspecção e supervisão disciplinar, tendo 2 482 funcionários sido objeto de relatórios disciplinares, 1 647 punidos e 73 transferidos para órgãos judiciais.

As autoridades de inspecção disciplinar também se concentraram na investigação de casos de suborno, tendo arquivado 12.000 casos de suborno e transferido 2.365 suspeitos de crimes para os órgãos procuradores.

Zhuang Deshui, director-adjunto do Centro de Investigação para a Construção da Integridade Governamental da Universidade de Pequim, disse que é urgente estipular o sistema de funcionamento, as responsabilidades de trabalho e o mecanismo das comissões de inspecção disciplinar das instituições do Partido e do Estado.

“Todos os departamentos dos órgãos centrais e estatais precisam de melhorar o sistema de inspecção disciplinar de acordo com as condições reais, promover as organizações do Partido e os membros do Partido a implementarem rigorosamente, e reforçar a consciência de tomar a iniciativa de realizar a supervisão e aceitar conscientemente a supervisão”, disse Zhuang.

31 Out 2023

Funcionários presos na China por tentarem formar sindicato sem acesso a família e advogados

[dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) denunciou sábado a situação em que vivem vários funcionários presos na China por tentarem formar um sindicato, que estão impedidos de verem as famílias e com um acesso restringido aos advogados.

“Há preocupação com o seu bem-estar e com o acesso a um julgamento justo”, refere esta organização defensora dos direitos humanos em comunicado citado pela agência de notícias espanhola EFE, acrescentando que os quatro homens enfrentam “dificuldades contínuas” para se encontrarem com os respectivos advogados desde que foram detidos.

Perante esta situação, a AI pediu ao governo chinês que os quatro homens “sejam libertados ou julgados de acordo com os padrões internacionais em julgamentos justos, e não pelo exercício pacífico dos seus direitos à liberdade de expressão e reunião”.

A organização exigiu também que os presos tenham “acesso regular e irrestrito aos seus parentes e advogados”.

Desde Maio, os funcionários da empresa tecnológica Jasic, que tem fábricas nas cidades de Shenzhen e Chengdu, empregando ao todo 1.200 funcionários, têm vindo a reivindicar os seus direitos, depois de a empresa demitir os trabalhadores mais críticos.

Os funcionários também protestam contra os baixos salários, as más condições de trabalho e outras práticas de gestão abusivas por parte da entidade patronal.

Em Julho deste ano, vários funcionários foram presos e acusados de “provocar discussões e problemas”, estando, pelo menos três destes trabalhadores detidos, além de uma representante de uma Organização Não Governamental que foi presa por gritar palavras de ordem em apoio aos trabalhadores em frente a uma esquadra da polícia.

Além disso, denúncia AI, alguns representantes dos trabalhadores foram demitidos e outros espancados por pessoas não identificadas depois de tentarem voltar a trabalhar na fábrica.

26 Nov 2018