Flower City | Conselho de condomínios afirma ter agido dentro da lei

Em resposta aos proprietários do Flower City que estão contra as obras de remodelação do complexo, o presidente do conselho de condomínios afirma que, segundo a lei, o tema não tem de ser discutido em reunião e que as verbas envolvidas resultam de receitas de exploração do espaço. Alguns proprietários não compreendem a urgência das obras e dizem ter sido ignorados

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente do conselho de condomínios do Complexo Flower City, Lam Ieng Un, reiterou ontem que o processo relacionado com as obras de remodelação lançadas pelo organismo cumpre estritamente a lei, nomeadamente quanto à utilização de verbas e à obrigatoriedade de realizar uma reunião de proprietários.

Em causa estão os trabalhos no valor de 3,7 milhões de patacas nos edifícios Lei Hong, Lei Tou, Lei Wai e Lei Ip, que os proprietários consideram desnecessários e que foram provados sem que tivesse sido realizada uma reunião para explicar o seu motivo. As obras dizem respeito à remodelação no tecto do lobby e no espaço de espera e interior dos elevadores e motivaram suspeitas de utilização indevida do montante em questão por parte de um grupo de proprietários que se insurgiram nas redes sociais.

O HM encontrou-se com o presidente Lam Ieng Un e o ex-presidente Lao Kam Chio, no Complexo Flower City que garantiram que todo o processo é “público e transparente” e o objectivo passou sempre “por deixar os proprietários decidir de forma democrática”.

Sobre os 3,7 milhões de patacas alocados à obra, o actual responsável esclareceu que o montante foi retirado das receitas acumuladas de 6 milhões, resultantes do aluguer do espaço e que por isso “não foi pedido qualquer financiamento aos proprietários, nem retirado qualquer valor fundo comum de reserva do condomínio”.

Falta de participação

Quanto à reunião de esclarecimento que não chegou a ser realizada, o ex-presidente lembrou que, em 2018, o encontro não aconteceu “por falta de participação” e que já foi esclarecido junto do Instituto de Habitação (IH) que, por lei, não é necessário convocar uma assembleia para decidir sobre obras com fins decorativos.

Acerca das críticas apontadas pelos proprietários sobre o facto de as três obras previstas terem sido adjudicadas à mesma empresa (GTL Internacional Grupo Lda.), o ex-presidente argumentou que a companhia em questão “ganhou prémios em Macau e tem experiência acumulada”.

Contactada pelo HM, uma proprietária de apelido Ma diz sentir-se ignorada, sublinhando que o conselho “não acolheu as queixas dos proprietários”, que estão preocupados com a realização de obras com pessoas estranhas ao edifício, em plena pandemia. “Porque é que o conselho não faz a reunião em Agosto?”, questionou.

5 Ago 2020

Habitação | Proprietários em guerra com conselho de condomínios

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de proprietários do Complexo Flower City está a movimentar-se nas redes sociais contras as obras de remodelação lançadas pelo conselho de condomínios. O movimento abrange os edifícios Lei Hong, Lei Tou, Lei Wai e Lei Ip após o conselho de condomínios ter proposto obras de remodelação no tecto do lobby, no interior dos elevadores e no espaço de espera dos elevadores.

Em causa estão trabalhos no valor de 3,7 milhões de patacas que os proprietários dizem ser desnecessários e terem sido aprovados sem haver uma reunião de proprietários para explicar as obras.

Por este motivo, o grupo está a mobilizar-se para chumbar o projecto numa votação que está a decorrer até quarta-feira. Outra crítica envolve o facto de as três obras estarem a cargo da mesma companhia. O conselho de condomínios justificou que todas as construções foram adjudicadas à mesma companhia para facilitar os trabalhos e que não foi feita uma reunião de condomínios para evitar eventuais contaminações por covid-19.

3 Ago 2020