Andreia Sofia Silva EventosHong Kong | Festival das Artes traz teatro, ópera e dança já em Fevereiro Já é conhecido o cartaz da 53.ª edição do Festival de Artes de Hong Kong, que traz um programa repleto de ballet, dança, música e teatro que promete agradar a todos, sem esquecer uma vertente educativa. Entre os dias 19 de Fevereiro e 30 de Março apresentam-se vários espectáculos de um grupo de ópera de Xangai ou uma tragédia grega Teatro, dança, ópera chinesa. São várias as artes que podem ser vistas na 53.ª edição do Festival de Artes de Hong Kong, que decorre entre os dias 19 de Fevereiro e 30 de Março em diversas salas de espectáculo da região vizinha. Um dos destaques é a série de vários espectáculos protagonizados pelo grupo Shanghai Yue Opera House, que acontecem entre os dias 27 de Fevereiro e 1 de Março no Grande Teatro do Centro Cultural de Hong Kong. O Shanghai Yue Opera House é descrito como “um dos mais importantes grupos de artes performativas da China”, celebrando este ano 70 anos de existência. Este grupo dedica-se à ópera Yue, um dos cinco géneros principais da ópera chinesa, inspirando-se em outros formatos de ópera chinesa, como a de Pequim, a ópera Kun e ópera Shao. A ópera Yue é oriunda de Zhejiang, e no caso específico deste grupo de Xangai, a sua estreia em Hong Kong fez-se em 1960. Assim, o cartaz do 53.º Festival apresenta quatro programas, “a moderna ópera Yue Family, adaptada de um romance de renome; o adorado clássico The Jade Hairpin; uma das produções mais icónicas da trupe; The Butterfly Lovers (versão Yuan e Fan); bem como uma selecção magistral de excertos”, descreve-se na apresentação oficial do programa. Já os amantes de ballet, podem assistir ao espectáculo do Ballet Nacional da República Checa, “La Sylphide”, que se apresenta entre os dias 6 e 8 de Março, também no Grande Teatro do Centro Cultural de Hong Kong. Esta é a oportunidade para o público se deixar “enfeitiçar por uma história de conto de fadas”, protagonizada por “uma heroína mágica, um belo herói de kilt e uma bruxa malvada”. “La Sylphide” é um bailado bastante antigo, foi criado para o Royal Danish Ballet por August Bournonville em 1836, tendo sido “cuidadosamente preservado desde então”. Este espectáculo proporciona a oportunidade para recordar “o ballet romântico do início do século XIX”, tendo a Escócia como cenário e em que os bailarinos usam os tradicionais kilts escoceses. Segundo o cartaz, “a requintada dança de Bournonville irá cativar os amantes do ballet, enquanto as personagens animadas e a história de conto de fadas fazem deste um programa ideal para toda a família”. Dançar com RV No dia 29 de Março o Festival apresenta um espectáculo de música clássica com a China National Centre for the Performing Arts Orchestra, em que os músicos liderados pelo maestro Lu Jia vão interpretar composições de Franz Liszt e Richard Wagner. Esta edição do Festival de Artes de Hong Kong traz também um espectáculo de dança interactiva com recurso à realidade virtual, intitulado “Le Bal de Paris”, de Blanca Li. Apresentado no Studio Theatre do Centro Cultural de Hong Kong, no dia 27 de Fevereiro e entre os dias 4 e 9 de Maio, proporciona ao público uma experiência de 40 minutos em que se mistura dança e realidade virtual, num projecto da coreógrafa espanhola e cineasta Bianca Li. É como se fosse um grande baile em Paris em que cada participante tem o seu próprio avatar, estando o espectáculo programado para dez espectadores e dois bailarinos profissionais em palco. Da Grécia chega, nos dias 1 e 3 de Março, uma peça que remete para a mitologia grega, com a tragédia “Hippolytus”, do National Theatre of Greece, e que se baseia num clássico de Eurípides. Nesta peça, Hipólito, filho ilegítimo de Teseu e defensor declarado da castidade, ofende a deusa do amor, Afrodite, ao recusar a paixão carnal que ela tanto lhe pede. Assim, para o castigar, a deusa vingativa faz com que a sua madrasta se apaixone por ele, marcando o início da sua queda. “Hippolytus” é uma produção de 2023 dirigida pela distinta encenadora e directora artística do Festival de Epidauro de Atenas, Katerina Evangelatos, tendo no elenco o total de 20 actores, mais um coro e um grupo de músicos. Esta peça apresenta-se no Lyric Theatre na Hong Kong Academy for Performing Arts. Citada por um comunicado, Flora Yu, directora-executiva do Festival de Artes de Hong Kong, disse que esta edição “apresenta uma vasta gama de programas excepcionais destinados a inspirar e encantar o público, prometendo experiências inesquecíveis aos festivaleiros de todas as idades e origens”. A responsável destacou as apresentações com “mestres de renome de Hong Kong e de todo o mundo”, e “uma série de obras-primas inspiradas na literatura clássica da China e do mundo ocidental”. Haverá ainda actividades no programa PLUS, com uma vertente mais pedagógica e educacional, que inclui “um extenso programa de divulgação e educação destinado a introduzir artes performativas de qualidade à próxima geração”, referiu Flora Yu. Os bilhetes começaram a ser vendidos em Dezembro, sendo que mais de 50 por cento foram vendidos no período de pré-venda.