Estudo diz que China importa mais soja, mas Espanha tem a maior pegada de carbono

[dropcap]A[/dropcap] pegada de carbono das importações de soja para Espanha é, por tonelada, seis vezes maior que a da China, o maior consumidor de soja, carne e óleo de palma produzidos em florestas tropicais mundialmente, revelou a organização Trase.

O Anuário 2020 da organização não-governamental ambientalista Trase, produzido em colaboração com as ONG Global Canopy e Stockholm Environment Institute (SEI), avalia o impacto ambiental de actividades económicas no mundo, nomeadamente no Brasil, Argentina, Paraguai e Indonésia.

Segundo o estudo, embora a União Europeia (UE) importe menos quantidade de soja e tenha feito mais compromissos de combate ao desmatamento das florestas do que a China, as importações na última década estão ligadas a mais desmatamento por tonelada.

Portugal e Alemanha são outros dos países europeus com uma taxa grande de importação de sementes daquela leguminosa, usadas no fabrico de produtos agro-alimentares, refere o estudo.

A origem do problema está no facto de a pegada de carbono aumentar quando as mercadorias são produzidas em áreas recém-desmatadas ou na fronteira de desmatamento, e que outra grande parte das emissões são resultado do transporte por camiões.

A situação é inversa relativamente à carne de vaca brasileira, cuja importação para a China está mais ligada ao desmatamento do que para a UE, para onde as exportações aumentaram 62% entre 2015 e 2019.

Segundo o relatório, as exportações de carne bovina brasileira aumentaram 500% entre 2000 e 2019, o que está a colocar as florestas em risco acrescido.

“Sem uma mudança radical nas práticas de produção, mais florestas serão derrubadas para responder à crescente demanda de carne bovina do país”, alertou o documento.

O Anuário 2020 da Trase mostra ainda que entre 50% e 70% de todas as exportações de soja, carne bovina e óleo de palma produzidos no Brasil, Paraguai, Argentina e Indonésia foram dominados por cinco empresas em cada um dos produtos.

Além da Amazónia brasileira, os locais mais críticos identificados estão em biomas menos protegidos, como o Cerrado brasileiro e as florestas secas do Gran Chaco da Argentina e do Paraguai.

3 Jul 2020

Exportação de soja do Brasil para a China bate recorde

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s exportações de soja do Brasil para a China atingiram novo recorde mensal, em Maio, segundo dados oficiais, ilustrando a crescente importância da produção brasileira, face às crescentes disputas comerciais entre Pequim e Washington.

Segundo dados das alfandegas brasileiras, citados pela agência noticiosa AgriCensus, o Brasil exportou, no mês passado, 9,76 milhões de toneladas de soja para a China, superando o anterior recorde em 1,4 milhões de toneladas. No conjunto, o mercado chinês absorveu 80% da soja exportada pelo Brasil, durante aquele período.

O aumento das exportações brasileiras surge numa altura de renovada tensão entre Pequim e Washington, outro importante fornecedor de soja para a China, em torno de questões comerciais. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige uma redução do deficit do país nas trocas comerciais com Pequim, ameaçando subir os impostos sobre um total de 150.000 milhões de dólares de exportações chinesas para os EUA.

Em retaliação, a China ameaçou subir os impostos sobre a importação de soja e outros produtos alimentares dos EUA, sabendo que grande parte do eleitorado de Trump se encontra na América rural. O transporte de soja dos EUA para a China demora pelo menos 30 dias. Carregamentos feitos agora poderão ser taxados ainda antes de desembarcarem na China, caso os dois lados concretizem as ameaças, o que levou várias empresas chinesas a cancelarem encomendas.

“O que quer que [os chineses] estejam a comprar, não é dos Estados Unidos”, afirmou no mês passado o chefe-executivo do grupo Bunge Ltd, uma das maiores exportadoras do mundo de cereais e oleaginosas, citado pela agência Bloomberg. “Eles estão a comprar soja do Canadá e Brasil, sobretudo do Brasil, mas deliberadamente não estão a comprar nada dos EUA”, detalhou.

Segundo dados da National Grain and Oil Information Centre, citados pela AgriCensus, o ‘stock’ chinês de soja atingiu um nível recorde de 8,18 milhões de toneladas na semana passada. Visando evitar uma guerra comercial, Pequim comprometeu-se, porém, a “aumentar significativamente” as suas compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos. No entanto, os dois lados não chegaram, até à data, a um acordo definitivo.

13 Jun 2018

Banco Mundial revê em alta previsão de crescimento da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Banco Mundial reviu em alta as suas previsões de crescimento para a China em 2017, de 6,5% para 6,7%, e manteve as estimativas de crescimento moderado para os anos seguintes.

Na apresentação do relatório “Actualização económica da Ásia Oriental-Pacífico”, divulgado na quarta-feira, o Banco Mundial anunciou um aumento das suas estimativas de crescimento da economia do país em relação às apresentadas em Abril: de 6,5% para 6,7% em 2017, e de 6,3% para 6,4% em 2018, escreve a agência espanhola Efe, citando o jornal Diário do Povo.

O relatório aponta que estas novas estimativas devem-se a uma melhoria das previsões também para a região asiática, onde se estima um crescimento de 6,4% este ano, acima dos 6,2% estimados em Abril, e de 6,2% em 2018, também acima dos 6,1% apontados há seis meses.

Segundo o Banco Mundial, com sede em Washington, a revisão em alta das estimativas ocorreu, em parte, graças às políticas governamentais contra o excesso de capacidade e expansão do crédito.

Também se deve às políticas seguidas por Pequim, que vai levar a cabo uma reestruturação das empresas estatais, assim como normas mais rígidas sobre o sistema bancário paralelo, tal como recomendado pelo próprio Banco Mundial em Abril.

Por outro lado, assinalou que a tensão geopolítica, o crescente proteccionismo comercial e o nacionalismo económico poderão afectar elementos como as exportações, que, até à data, recuperaram, favorecendo um maior crescimento.

O estudo indica que apesar dos esforços da China serem actualmente destinados a reequilibrar o investimento e procura externa, prevê-se que o seu crescimento económico seja moderado em 2018 e 2019, embora se mantenha superior ao de muitas economias da Ásia.

Zheijiang | Cidade vai ter eléctrica mais alta do mundo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China começou recentemente a construção de uma gigantesca torre de transmissão eléctrica que deverá ser a mais alta do mundo, informou na terça-feira a Companhia de Eletricidade de Zhejiang. Com 380 metros, a altura da torre será quatro vezes a do Big Ben, em Londres. Localizada na Província de Zhejiang, leste da China, a torre suportará cabos de electricidade entre Jintang, em Zhoushan, e as ilhas Cezi, a uma distância de 2.656 metros. A torre baterá o recorde mundial de torre eléctrica mais alta, que actualmente pertence à torre de Damaoshan, também em Zhoushan, com uma altura de 370 metros. A nova infra-estrutura faz parte do projecto de uma nova linha de ultra-alta tensão entre as cidades de Zhoushan e Ningbo que deve ser completado até o fim de 2018 e começar a funcionar em 2019.

Gás | Começam exportações do Cazaquistão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Cazaquistão e a China assinaram um acordo comercial de exportação de 5 mil milhões de metros cúbicos de gás cazaque para o gigante asiático durante um ano, o que renderá cerca de 1 US$ mil milhões ao país centro-asiático, informou nesta terça-feira a empresa JSC KazTransGas. “O contrato foi assinado pela JSC KazTransGas e PetroChina International Company Limited em 30 de Setembro em Pequim. As entregas de exportação de gás estão programadas para começar em 15 de Outubro”, disse o serviço de imprensa da companhia cazaque. Os recursos energéticos procederão dos depósitos do oeste do Cazaquistão, bem como das reservas de gás disponível nas instalações subterrâneas de armazenamento da JSC KazMunayGas. A recepção de gás por parte da China será realizada através do ponto fronteiriço de Khorgos, a fronteira comercial mais importante entre os países.

EUA | Tufões atrasam exportações de soja

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s importações de soja dos Estados Unidos pela China devem-se atrasar em pelo menos duas semanas, já que os vendedores norte-americanos estão a ter dificuldades em encontrar grãos de alta qualidade depois de os campos de cultivo terem sido danificados por furacões. “Os exportadores estão a pedir aos compradores chineses para baixarem as especificações de qualidade (da soja), mas eles não estão a aceitar”, afirmou uma fonte de uma companhia internacional, em Singapura. A China, que compra cerca de 65 por cento da soja negociada no mundo, tinha aumentado as negociações com os EUA nas últimas semanas, aproveitando a queda de quase 10 por cento nos preços desde meados de Julho. Mas a soja colhida mais cedo nos EUA, produzida perto do Delta do Mississippi, foi afectada por furacões no último mês, tornando difícil aos exportadores atingirem as especificações de qualidade acertadas com os compradores chineses, afirmaram as fontes. O problema na qualidade dos grãos está a causar atrasos nos terminais do Golfo, com tempos de espera para os navios a aumentar para 10 a 12 dias, face ao período comum de cinco dias nesta época do ano, disseram os operadores.

8 Out 2017