Albergue | Obras de 25 artistas em leilão para ajudar Eddy Murphy

Ao todo, 25 artistas do Círculo de Amigos da Cultura de Macau uniram-se para expor e leiloar no espaço do Albergue, 38 obras com o objectivo de angariar fundos para apoiar o mestre de capoeira Eddy Murphy. Entre originais e serigrafias, estão obras de Carlos Marreiros, Konstantin Bessmertny, Kit Lee, Victor Marreiros e Filipe Miguel das Dores. O leilão acontece amanhã com uma base de licitação entre 1.360 e as 35.000 patacas

 

Com o objectivo de angariar fundos para apoiar o mestre de capoeira Eddy Murphy, 25 artistas do Círculo de Amigos da Cultura de Macau (CAC) doaram um total de 38 obras à causa, que serão leiloadas amanhã entre as 15h00 e as 17h00 e estarão expostas no Albergue da Santa Casa da Misericórdia até ao próximo dia 9 de Maio. Tanto o leilão como a exposição estarão abertas ao público em geral.

Recorde-se que o brasileiro, que vive em Macau há vários anos, foi diagnosticado no ano passado com um cancro (mieloma múltiplo), necessitando de apoios financeiros para pagar os tratamentos. Uma vez que Eddy Murphy é trabalhador não residente, necessita de pagar a totalidade das contas hospitalares, que neste momento são de quase 1,2 milhões de patacas, relativas aos meses de Maio de 2021 a Março de 2022.

Apelidado de “Art Auction for Master Eddy Murphy 38” o evento reúne obras originais e serigrafias de artistas como Carlos Marreiros, Alexandre Marreiros, Anita Fung Pou Chu, Ben Ieong Man Pan, Cai Guo Jei, Chan Hin Io, Clara Brito, Konstantin Bessmertny, Lili Silverinha, Noah Ng Fong Chao, Nuno Calçada Bastos, Sisi Wong, Tong Chong, Ung Vai Meng, Veronica Lei Fong Ieng, Victor Marreiros, Filipe Miguel das Dores, entre outros.

As obras em exposição têm uma base de licitação situada entre 1.360 e as 35.000 patacas, com o trabalho de Clara Brito “Super Heavy Light Scarf” a ter o valor inicial mais baixo e o trabalho a carvão “St. Dominic´s Church Macau” de Ung Vai Meng a ficar com o valor mais elevado.

Destaque ainda para a obra original de Carlos Marreiros criada especialmente para a ocasião “Tribute to Master Eddie Murphy”, que inclui uma dedicatória do artista dirigida ao mestre de capoeira e tem uma base de licitação fixada em 20.000 patacas.

“Para o leilão de solidariedade pelo Eddie Murphy”, pode ler-se no canto inferior direito da obra que vai a leilão amanhã.

Somando as bases de licitação das 38 obras que vão a leilão, o montante mínimo que poderá ser alcançado, caso todas as obras sejam vendidas, é de cerca de 295 mil patacas.

Retribuir o gesto

Durante a conferência de imprensa de apresentação do evento que teve lugar ontem, a organização destacou a importância de poder retribuir a “devoção” e “tudo aquilo que Eddy Murphy tem feito pela comunidade de Macau”.

“O principal objectivo deste evento é apoiar o pagamento das despesas médicas do mestre Eddy Murphy. Enquanto mestre de capoeira, o mestre Eddy Murphy ensinou a sua arte muitas crianças de Macau e também pessoas mais velhas. Estamos a falar de alguém que fez muito por Macau e, por isso, o CAC organizou este leilão para o ajudar neste momento difícil, em que está a combater um cancro”, explicou Karena Lao do Círculo de Amigos da Cultura de Macau.

A responsável explicou ainda que, tirando alguns custos inerentes ao evento que é necessário cobrir, a totalidade do montante angariado será entregue a Eddy Murphy e à sua família.

29 Abr 2022

Venetian Theatre acolhe espectáculo solidário de apoio a Eddy Murphy

É já no próximo dia 16 de Abril que decorre no The Venetian Theatre um concerto com o grupo Macau4Eddy, um espectáculo solidário de apoio ao mestre de capoeira brasileiro Eddy Murphy, que vive em Macau há vários anos e que foi diagnosticado com cancro, necessitando de apoios financeiros para pagar os tratamentos. Uma vez que Eddy Murphy é trabalhador não residente, necessita de pagar a totalidade das contas hospitalares, que neste momento são de quase 1,2 milhões de patacas, relativas aos meses de Maio de 2021 a Março deste ano.

Uma nota de imprensa dá conta que a medicação de Eddy Murphy vem dos Estados Unidos, além de que “muitos exames têm de ser feitos no estrangeiro devido à falta de equipamentos ou de especialistas na região”. Até à data, “os tratamentos têm decorrido com sucesso”.

O objectivo desta iniciativa é atingir a fasquia dos dois milhões de patacas, sendo que o dinheiro remanescente que for adquirido será doado à Associação Anti-Cancro de Macau-China.

O espectáculo, que começa às 19h, reúne músicos do território por esta causa, tal como os membros do grupo da Casa de Portugal em Macau, Billy Chan e a sua banda ou a cantora brasileira Jandira Silva, entre outros. Victor Kumar, bailarino e professor de yoga, irá ainda apresentar um espectáculo de Bollywood. Os bilhetes custam 300 patacas e estão à venda no website www.macau4eddy.com. Além desta iniciativa, também se aceitam donativos através da conta BNU número 9008318078, ou através desta plataforma de crowdfunding: https://fundrazr.com/81xt55?ref=ab_3YEqUonzASu3YEqUonzASu

31 Mar 2022

Brasileiro Eddy Murphy ensina capoeira e português a crianças 

As aulas de capoeira do brasileiro Eddy Murphy estão a dar medalhas e a formar campeões em Macau, mas também estão a servir para ensinar português a crianças de mais de uma dúzia de países. À tarde, num ginásio num centro comercial na ilha da Taipa, há tradições, línguas e costumes que são convocados à reunião, para tocar, jogar e dançar, bem como cantar, nomear dos pés à cabeça partes do corpo e contar números, sempre em português.

“A capoeira é o maior veículo de divulgação da língua portuguesa”, sentencia Eddy Murphy, até porque está presente em centenas de países, salienta, enquanto os mais pequenos praticam ‘capoeiragem’, a expressão brasileira que o mestre quer que em Macau signifique que há mais vida para além da competição que a arte marcial arrasta.

Em Macau, são muitos os países que ‘habitam’ as aulas de capoeira do brasileiro e do Grupo Axé Capoeira, do mestre Barrão. Nas ‘t-shirts’ dos alunos está estampada a expansão, escrita a várias cores: Brasil-China-Macau-Hong-Kong. Tarzan, Formigão, Amarela, Tangerina, Amazonas, Eddy Murphy, Pensador, Luz e Açaí são alcunhas de algumas das crianças e jovens que representam também diferentes geografias, da Malásia ao Canadá e Japão, dos Estados Unidos a Singapura, da Tailândia e Indonésia até aos países lusófonos como Brasil e Portugal, e que se cruzam no antigo e multicultural território administrado pelos portugueses, agora região administrativa especial chinesa.

Passagem para a EPM

Caleb, que por ali, na ‘capoeiragem’ de Macau, é conhecido pela alcunha de Pensador, nasceu em Singapura, filho de pai canadiano e mãe norte-americana.

Mais expansivo que a irmã, descreve-se, atirando a idade e nome, bem como a alcunha de Katie (Luz). E explica o peso das aulas de capoeira na segurança e fluência no português que evidencia, orgulhoso: “Também [aprendemos] numa escola portuguesa, também aprendemos ali”.

Ao lado, Eddy Murphy, de 53 anos, acrescenta o ‘pormenor’: os mais pequenos chegaram primeiro, depois vieram os pais, e, com a necessidade de os filhos entenderem melhor as aulas de capoeira, acabaram por os fazer entrar na Escola Portuguesa de Macau. Eddy Murphy garante que a arte de ‘cozinhar’ esta fusão é simples de se entender pela integração social e construção de pontes, asseguradas pela arte marcial que vive da dança, da música e da cultura popular.

8 Fev 2021