Zâmbia | FMI confiante que credores internacionais cheguem a acordo

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse na terça-feira em Lusaca estar “confiante” que possa ser alcançado um acordo entre a Zâmbia e os seus credores, incluindo a China.

Em 2020, a Zâmbia, um dos maiores produtores mundiais de cobre, foi o primeiro país africano a entrar em incumprimento no pagamento da sua dívida externa – estimada em 17,3 mil milhões de dólares – desde o início da pandemia de covid-19.

“Estou confiante de que os credores chegarão a um acordo” com o país, disse Georgieva numa conferência de imprensa em Lusaca, no decorrer de uma visita à Zâmbia. “Ficou claro para mim durante esta visita que a Zâmbia está a fazer o que deve, por isso encorajo fortemente os credores a seguir em frente”, acrescentou.

Washington fez pressões para obter da parte dos credores, particularmente da China, “a redução da dívida da Zâmbia”, disse na segunda-feira a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, também em Lusaca no decurso da visita que está a efetuar a vários países africanos.

A Zâmbia melhorou as relações com os seus credores internacionais desde a eleição em 2021 do Presidente Hakainde Hichilema, um antigo empresário, que prometeu erradicar a corrupção e ressuscitar a economia.

A dívida explodiu sob a Presidência de Edgar Lungu, que fez empréstimos maciços para financiar uma série de projectos de infraestrutura durante os seus seis anos na chefia do Estado.

26 Jan 2023

Sri Lanka pede à China reestruturação da dívida e acesso a linha de crédito preferencial

O Presidente do Sri Lanka pediu à China uma restruturação da dívida e acesso a crédito preferencial para importação de bens essenciais, perante a crise económica com que o país se debate.

Durante uma visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, o Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, afirmou que seria “um grande alívio para o país se pudesse ser considerada uma reestruturação dos reembolsos da dívida, como solução para a crise económica que emergiu perante a pandemia de covid-19”, segundo um comunicado do gabinete presidencial, citado pela Associated Press (AP).

Rajapaksa pediu ao governante chinês a concessão de uma linha de crédito para importações e permitir que as empresas possam funcionar sem perturbações, indica ainda o mesmo comunicado. O Presidente apelou ainda a que os turistas chineses possam viajar para o Sri Lanka dentro de uma ‘bolha segura’.

Wang e o primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa, irmão do Presidente, visitaram posteriormente a cidade portuária de Colombo, uma zona recuperada com investimento chinês, onde inauguraram uma alameda e a navegação de 65 barcos, como forma de assinalarem os 65 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

O Ministro chinês dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, terminou ontem uma visita de dois dias ao Sri Lanka.

A visita ocorre numa altura em que o Sri Lanka enfrenta uma das suas piores crises económicas, com as reservas estrangeiras a caírem para cerca de 1,6 mil milhões de dólares, o suficiente para algumas semanas de importações, nomeadamente de matérias-primas.

O declínio das reservas estrangeiras é parcialmente atribuído a projetos de infraestruturas realizados com empréstimos chineses que não rendem dinheiro, refere a AP.

A China emprestou dinheiro ao Sri Lanka para construir um porto de mar e um aeroporto no distrito de Hambantota, no sul do país, e para uma ampla rede de estradas.

Os números do Banco Central indicam que os empréstimos do Sri Lanka à China totalizam atualmente 3,38 mil milhões de euros. Este valor não inclui os empréstimos a empresas estatais.

10 Jan 2022