Hoje Macau China / ÁsiaÍndia / China | Restabelecidos voos directos e comércio fronteiriço A Índia e a China chegaram a acordo para reabrir o comércio através da fronteira nos Himalaias e retomar os voos directos, suspensos desde 2020, foi terça-feira divulgado. Esta aproximação, que procura reconstruir pontes derrubadas após os confrontos fatais na fronteira em 2020, ocorre numa altura de tensões comerciais elevadas entre a Índia e a administração de Donald Trump, após a imposição de uma tarifa de 50 por cento sobre os produtos indianos. Os acordos foram anunciados terça-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, num comunicado detalhado no final da visita de dois dias do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que culminou num encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Ambos os países concordaram em “reabrir o comércio fronteiriço através dos três pontos comerciais designados” e “retomar a conectividade aérea directa (…) o mais rapidamente possível”, segundo a nota. Índia e China concordaram ainda em facilitar a emissão de vistos a turistas, empresários e jornalistas. No contexto da tensa disputa fronteiriça, ambos os lados concordaram em criar um “grupo de peritos” para explorar o progresso acelerado na delimitação das fronteiras, bem como um “grupo de trabalho” para a gestão eficaz das fronteiras e a prevenção de futuros confrontos. Pequim também apoiou a Índia para acolher a cimeira dos BRICS (economias emergentes) em 2026, enquanto Nova Deli apoiará a China para a edição de 2027, de acordo com o comunicado. A visita de Wang serviu também para confirmar a visita de Modi à China no final do mês para participar na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCX). “O lado chinês saudou a presença do primeiro-ministro indiano Narendra Modi na Cimeira da OCX, a realizar em Tianjin”, concluiu o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Índia anunciam retirada de tropas em área disputada China e Índia anunciaram hoje a retirada de todas as tropas localizadas junto ao lago Pangong, na região oeste dos Himalaias, onde no verão passado ocorreram confrontos sangrentos entre soldados dos dois países. Em comunicado conjunto, os Ministérios da Defesa dos dois países explicaram que os comandantes dos dois exércitos se reuniram, no sábado, e “avaliaram positivamente a retirada final tranquila das tropas colocadas na área do lago Pangong”. A mesma nota indicou que a desaceleração das tensões naquela área é uma “boa base” para resolver outras disputas fronteiriças ao longo da zona oeste da chamada Linha Real de Controlo, que separa China e Índia nas áreas onde mantêm reivindicações territoriais. Os dois comandantes comprometeram-se a manter o diálogo para “estabilizar e controlar” a situação no terreno, e encontrar uma solução “aceitável para ambas as partes” que permita “paz e tranquilidade nas áreas fronteiriças”. A Índia anunciou este mês o início do processo de retirada das tropas da região, onde há cerca de oito meses houve um confronto entre soldados dos dois lados com paus e pedras. Nova Deli indicou que 20 soldados morreram, enquanto Pequim reconheceu quatro mortos, condecorando-os por “se sacrificarem para defender a soberania” chinesa. Os dois países reagiram ao confronto, reforçando a presença militar nas áreas disputadas, enquanto tentavam resolver a crise por via diplomática, que resultou num acordo para travar a escalada de tensões de forma “gradual, coordenada e verificada”. O tenso impasse nas montanhas Karakoram começou no início de maio, quando soldados indianos e chineses ignoraram os repetidos avisos verbais uns dos outros, desencadeando uma disputa, através do lançamento de pedras e lutas corpo a corpo, na margem norte do Lago Pangong, que é marcado por oito cumes contestados. Em junho, os atritos agravaram-se e espalharam-se para o norte, em Depsang e no vale de Galwan, onde a Índia construiu uma estrada militar ao longo da fronteira disputada. As relações entre os dois países têm sido tensas, em parte devido àquela fronteira não demarcada. China e Índia travaram uma guerra na fronteira em 1962, que terminou com uma trégua incómoda marcada por confrontos adicionais. Desde então, as tropas protegeram a fronteira indefinida enquanto os soldados se envolviam em confrontos ocasionais. Os dois países concordaram em não se atacar com armas de fogo. A linha de controlo contestada separa territórios controlados por chineses e indianos em Ladakh, no oeste, e no estado indiano de Arunachal Pradesh, que a China reivindica na totalidade. De acordo com a Índia, a fronteira de facto tem 3.488 quilómetros de comprimento, enquanto a China disse ser consideravelmente mais curta.