Hoje Macau China / ÁsiaKunming | Onze mortos e dois feridos em acidente com comboio de testes Onze trabalhadores morreram e outros dois ficaram feridos ao serem atropelados ontem por um comboio de testes na cidade de Kunming, capital da província de Yunnan, no sudoeste da China, informou a empresa ferroviária local. O comboio de testes número 55537, utilizado para operações de detecção sísmica, circulava num troço em curva no interior da estação de Luoyang quando colidiu com trabalhadores da construção civil que tinham acedido à via, de acordo com uma nota da empresa publicada no Weibo. As autoridades não especificaram as circunstâncias que levaram os trabalhadores a estarem naquela zona no momento da passagem do comboio. Na sequência do incidente, foi activado o plano de emergência e as equipas do operador ferroviário e do governo local organizaram os trabalhos de socorro e de assistência médica. A circulação na estação foi restabelecida e os dois feridos permanecem hospitalizados. Entretanto, a empresa manifestou o “mais profundo pesar” pelo sucedido e apresentou as condolências às famílias das vítimas, acrescentando que foi aberta uma investigação para esclarecer as causas a apurar responsabilidades. Nos últimos anos, registaram-se outros incidentes semelhantes no país. Em Junho do ano passado, seis trabalhadores morreram na província de Heilongjiang, nordeste chinês, quando um comboio de mercadorias atropelou uma equipa de manutenção numa via perto de Jiamusi. Em 2021, pelo menos nove pessoas morreram na província ocidental de Gansu, depois de um comboio que fazia a ligação Urumqi-Hangzhou ter abalroado trabalhadores na linha perto de Jinchang.
Hoje Macau China / ÁsiaTransportes | Testado em linha real comboio de alta velocidade que pode atingir 400 km/h A China iniciou na semana passada os primeiros testes em linha real do novo comboio de alta velocidade CR450, totalmente desenvolvido no país e projectado para atingir uma velocidade operacional de 400 quilómetros por hora, noticiou sexta-feira a imprensa local. Os ensaios, com uma duração prevista de cerca de 15 dias, decorrem no troço Wuhan-Yichang da recém-construída linha Wuhan-Chongqing-Chengdu, na província central de Hubei, considerada adequada para validar o desempenho técnico sem interferir no tráfego ferroviário regular. O comboio partiu na quinta-feira da estação de Yichang Norte, tendo percorrido o trajecto a várias velocidades para recolher dados sobre aceleração, travagem, estabilidade e consumo energético, no âmbito do que é designado como “teste de tipo”. Embora a velocidade máxima em operação comercial seja de 400 km/h, o CR450 foi concebido para atingir até 450 km/h em condições de teste, numa tentativa de ultrapassar os actuais limites técnicos da rede de alta velocidade chinesa, fixados em 350 km/h. O CR450 representa uma evolução do modelo Fuxing, o primeiro comboio de alta velocidade totalmente desenvolvido na China sem recurso a tecnologia estrangeira. Integra um programa de inovação iniciado em 2018, apoiado pelo actual plano quinquenal de desenvolvimento do Governo chinês, que define as prioridades estratégicas e económicas do país a cinco anos. Entre os objectivos técnicos do projecto está a manutenção de níveis de consumo energético e ruído semelhantes aos dos modelos actualmente em operação, apesar do aumento de velocidade. Se os testes forem concluídos com sucesso, o novo comboio poderá entrar em serviço comercial a partir de 2026, segundo especialistas do Instituto de Ciências Ferroviárias da China.
Hoje Macau China / ÁsiaTransportes | Apresentado comboio mais rápido para serviços comerciais A China apresentou ontem em Pequim o protótipo do CR450, o comboio de maior velocidade para serviços comerciais chineses, concebido para operar a 400 quilómetros por hora O modelo, desenvolvido pelo conglomerado estatal China State Railway Group (CRRC), atingiu os 450 quilómetros por hora em testes, consolidando a liderança do país na tecnologia ferroviária. De acordo com listas elaboradas por meios de comunicação especializados, como a Railway Technology, esta velocidade ultrapassa em 50 quilómetros por hora o actual recorde, estabelecido pelos comboios CR Fuxing e CR Harmony, também chineses. No entanto, os comboios de levitação magnética, como o Shanghai Maglev, continuam a ser mais rápidos, atingindo velocidades até 501 quilómetros por hora. O desenvolvimento do CR450 começou em 2018 como parte de um projecto de inovação tecnológica. Em 2021, foram lançadas as primeiras iniciativas do programa, seguindo-se ensaios em linhas como Mianchi-Mengzi e Fuzhou-Xiamen, entre 2022 e 2023. O protótipo apresentado este ano integra um fabrico inteligente avançado e controlos de qualidade mais rigorosos, garantiu a CRRC. As inovações incluem uma redução de 22 por cento na resistência operacional e um design mais leve, com um peso total reduzido em 10 por cento. Além disso, o comboio oferece maior conforto aos passageiros, com cabines maiores e mais silenciosas, serviços personalizados e sistemas de monitorização e controlo inteligentes. Menos peso O CR450 é o sucessor do CR Fuxing, o primeiro comboio de alta velocidade totalmente desenvolvido na China sem tecnologia estrangeira. Em 2021, um estudo científico chinês tinha proposto adicionar cinco pares de pequenas asas a cada vagão do comboio CR450, então em desenvolvimento, para reduzir o seu peso e aumentar a velocidade. Engenheiros japoneses tiveram uma ideia semelhante na década de 1980, mas esta foi descartada porque as asas eram muito grandes e tornavam impossível que os comboios circulassem nas linhas ferroviárias e túneis existentes. No entanto, os cientistas chineses optaram por colocar asas menores no tecto dos comboios, em vez de nas laterais. De acordo com os cientistas, que publicaram o seu estudo na revista científica Acta Aerodynamica Sinica, a ideia é um “avanço no campo da aerodinâmica dos comboios de alta velocidade que reduzirá custos e energia”, embora eles alertem que velocidades maiores podem reduzir “a vida útil das rodas e que as asas teriam que ser instaladas e cuidadosamente projectadas”. Com 37,9 mil quilómetros de extensão, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe mais de dois terços do total do mundo. A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.
Hoje Macau China / ÁsiaCaminhos-de-ferro | Fabricado veículo ‘verde’ para exportação A construtora chinesa CRRC Tangshan, também ligada ao metro do Porto, investe agora num modelo ecológico com destino à Argentina A chinesa CRRC Tangshan, fornecedora das novas composições para a rede de metro do Porto, anunciou ontem que está a fabricar o primeiro veículo leve sobre trilhos movido a novas energias para exportação, com destino à Argentina. Cada unidade vai ser equipada com duas baterias de fosfato de ferro de lítio, alimentadas a energia solar e com capacidade de 353 quilowatts por hora, informou a empresa, citada pelo jornal oficial Global Times. A velocidade operacional máxima é de 60 quilómetros por hora e a capacidade de cada composição varia entre 72 e 388 passageiros, dependendo do número de vagões. Segundo a CRRC, trata-se do primeiro VLT (veículo leve sobre trilhos) de fabrico chinês a entrar em operação no mercado argentino, como parte de um contrato celebrado entre a empresa e as autoridades da província de Jujuy, em Maio do ano passado. Este não é o único projecto da CRRC na Argentina, cujo Governo assinou três memorandos de entendimento com a referida empresa e com a China Railway International Group (CRIG), em Janeiro de 2022, para impulsionar o “plano de modernização do transporte ferroviário” do país. Dois anos antes, em Dezembro de 2020, a Argentina assinou acordos com quatro empresas chinesas, num valor total de 4.695 milhões de dólares, para a compra de comboios de passageiros e a execução de obras em linhas ferroviárias de carga. Corrida de comboios A China Railway Rolling Stock Corp Tangshan (CRRC Tangshan), que tem sede na província chinesa de Hebei, entregou, em Fevereiro passado, a primeira de 18 novas composições encomendadas pela Metro do Porto. As composições vão servir as novas linhas Rosa, no Porto, entre São Bento e a Casa da Música, e o prolongamento da linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, ambas já em construção. Fundada em 1881, a CRRC Tangshan é uma empresa chinesa com larga tradição na produção de comboios, comboios de alta velocidade e veículos para metro. É o maior fabricante mundial de material circulante ferroviário, com sede em Pequim e emprega mais de 180 mil trabalhadores. A empresa chinesa está actualmente na corrida ao concurso de aquisição de 117 automotoras para os serviços regional e suburbano da CP – Comboios de Portugal. A CRRC Tangshan foi também, em parceria com a francesa Thales, um dos concorrentes derrotados no contrato de aquisição de 42 carruagens e de um novo sistema de sinalização ferroviária para o Metropolitano de Lisboa, atribuído em 2020.
Hoje Macau China / ÁsiaComboios de alta velocidade vão ligar China e Tailândia A importância comercial destes projectos é inegável e vai trazer um desenvolvimento único a estas regiões O projecto ferroviário China-Tailândia, que foi assinado e lançado em 2021, é uma construção conjunta e um projecto emblemático da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, entre a China e a Tailândia. O caminho-de-ferro é o primeiro de alta velocidade da Tailândia e um dos primeiros projectos ferroviários de alta velocidade fora da China que utiliza normas chinesas de concepção de caminhos-de-ferro de alta velocidade, sendo financiado pelo próprio país anfitrião. Segundo o plano de construção, o projecto ferroviário está dividido em duas fases. A primeira fase do projecto liga Bangkok e Nakhon Ratchasima, uma porta de entrada para o nordeste da Tailândia, com cerca de 252,3 quilómetros. A segunda fase, com cerca de 356 quilómetros, estender-se-á até Nong Khai, uma importante cidade de comércio fronteiriço no nordeste da Tailândia, do outro lado do rio a partir de Vientiane, a capital do Laos, para realizar a ligação com a linha férrea China-Laos. A empresa que gere os caminhos-de-ferro estatais da Tailândia disse recentemente aos media que a primeira fase deste projecto ferroviário China-Tailândia está a progredir rapidamente, e cerca de 12% já foi concluído e espera-se que complete 20% este ano. O Ministério dos Transportes tailandês atribui grande importância ao projecto ferroviário, porque o projecto pode trazer vários benefícios, tais como o turismo e o desenvolvimento económico, diz o relatório. Despoletar novo potencial Após a abertura da nova linha férrea, serão necessários apenas 90 minutos de Banguecoque a Nakhon Ratchasima, em comparação com as actuais 4,5 horas e meia. Contudo, como quaisquer outros grandes projectos de infra-estruturas, existem desafios. Os contratos de construção ferroviária podem exigir renegociação, informou o Bangkok Post, citando uma fonte dentro do Ministério dos Transportes tailandês, uma vez que a construção da primeira fase do projecto entre Bangkok e Nakhon Ratchasima está atrasada em relação ao previsto. O atraso relatado foi largamente atribuído a restrições pandémicas da COVID-19, a atrasos significativos no processo de expropriação de terras, e à relocalização de linhas de serviços públicos em redor do estaleiro de construção, segundo o relatório. Apesar de certas dificuldades, os peritos acreditam que as questões são controláveis e que o projecto será concluído como amplamente esperado. “Qualquer projecto de infra-estruturas de grande escala exige um aperfeiçoamento contínuo quando for tentado no estrangeiro, para não mencionar que a construção do caminho-de-ferro é a primeira do seu género na área local… acredito que as questões são controláveis, e com os esforços conjuntos de ambas as partes, o projecto global será concluído com sucesso”, disse Zhao Gancheng, um investigador do Instituto de Estudos Internacionais de Xangai. O caminho-de-ferro também chamou a atenção de alguns dos meios de comunicação ocidentais que olham para o projecto com parcialidade, afirmando que a linha ferroviária poderia suscitar “alguma forma de preocupação por parte de certos governos da região, mas também o QUAD, do ponto de vista da segurança”, informou o VOA News. “Como um projecto de investimento em grande escala, o custo do caminho-de-ferro não pode ser recuperado a curto prazo, e deve ser considerado que desempenha um papel de apoio em áreas como a indústria, comércio e emprego ao longo da linha… de facto, a cooperação em projectos de infra-estruturas entre a China e os membros da ASEAN não conduzirá a uma chamada “armadilha da dívida”, mas pode efectivamente promover o desenvolvimento das economias e da sociedade locais”, disse Gu Xiaosong. As obras civis actualmente em curso incluem pontes, leitos de estradas, túneis, e edifícios de estações, e a primeira fase do projecto ferroviário China-Tailândia deverá estar concluída em 2027, disse Ma Shengshuang, director-geral do China Railway Design Group Co’s Thailand Branch. Ao mesmo tempo, tendo já passado uma avaliação de impacto ambiental, espera-se que a segunda fase esteja concluída cerca de 3-4 anos após a primeira fase, ou entre 2029 e 2030, de acordo com outro relatório publicado pelo Bangkok Post. China e Laos já estão ligadas por alta velocidade O caminho-de-ferro China-Tailândia fornecerá conectividade entre os países do sudeste asiático e a China, e trará benefícios tangíveis a toda a região, ao mesmo tempo que injectará um novo ímpeto no desenvolvimento regional, afirmaram peritos e representantes empresariais. A Yunnan Easy Trans International Freight Forwarder Co, a empresa de logística e comércio com negócios relacionados com a China-Laos Railway, está entusiasmada com o futuro lançamento da actualização da ligação ferroviária na região. Yang Yuepeng, director-geral da empresa, disse que após a conclusão do caminho-de-ferro China-Tailândia, o transporte será mais conveniente e o custo do transporte será grandemente reduzido. “Até lá, mais empresas irão expandir os seus projectos na Tailândia, e mais tailandeses irão acreditar no ‘Made in China'”, disse Yang. Desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, que vai de Kunming a Vientiane, a integração do transporte e comércio tem acelerado grandemente o crescimento do comércio fronteiriço, com cada vez mais projectos de intercâmbio e categorias comerciais, disse Yang. Nos 11 meses desde a abertura do caminho-de-ferro China-Laos, os dados financeiros da empresa de Yang para 2022 aumentaram 15,8% numa base anual em comparação com os dados financeiros para 2021. “Embora o caminho-de-ferro China-Tailândia ainda esteja em construção, a Tailândia, a China e o Laos estão ligados por caminho-de-ferro, o que reflecte o conceito do caminho-de-ferro Trans-Asiático”, disse Zhao. Após a conclusão do caminho-de-ferro, pode melhorar consideravelmente a construção do moderno sistema ferroviário da Tailândia, e se puder ser efectivamente ligado ao caminho-de-ferro China-Laos no futuro, irá definitivamente ajudar o desenvolvimento económico de toda a região, disse Zhao. “O nosso objectivo final é construir o caminho-de-ferro Trans-Asiático, um caminho-de-ferro que atravessa a Península da Indochina e liga o Laos, Tailândia, Malásia e Singapura… Quando este caminho-de-ferro estiver concluído, ligará estreitamente as áreas interiores da ASEAN e da China, e será benéfico para toda a região terrestre sob a comunidade de um futuro comum”, disse o perito.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim financia 85% de projecto ferroviário na Malásia Um banco estatal da China vai financiar 85 por cento da construção de uma malha ferroviária na Malásia, que impulsionará o desenvolvimento económico nos estados pobres do leste, informou ontem o ministro dos Transportes, Loke Siew Fook [dropcap]A[/dropcap] ligação ferroviária da costa leste da Malásia, cujo preço de construção ascende a 10.700 milhões de dólares, foi suspensa há um ano, após a eleição do actual primeiro-ministro, Mahathir Mohamad. O Governo malaio disse, em Abril, que relançaria a obra, depois de o empreiteiro chinês aceitar reduzir os custos de construção em um terço. O projecto vai ligar a costa oeste da Malásia aos estados mais pobres do leste e é parte fundamental do projecto chinês de infra-estruturas “Uma Faixa, Uma Rota”. Bancos e outras instituições chinesas estão a conceder enormes empréstimos no quadro da iniciativa, que inclui ainda uma malha ferroviária e autoestradas, a ligar a região oeste da China à Europa e Oceano Índico, cruzando Rússia e Ásia Central, e uma rede de portos em África e no Mediterrâneo, que reforçarão as ligações marítimas do próspero litoral chinês. Numa cerimónia no nordeste do estado de Terengganu, para relançar o projecto, Loke disse que a estatal Malaysia Rail Link finalizou as negociações com o Banco de Exportação e Importação da China e que um acordo vai ser assinado em breve. Loke afirmou que o projecto ferroviário, com uma extensão de 640 quilómetros, reduzirá o tempo de viagem entre Kota Baru, no estado de Kelantan, e a capital administrativa do governo, Putrajaya, para quatro horas. Por estrada, a viagem demora pelo menos oito horas. De mãos dadas Com uma velocidade média de 160 quilómetros por hora, a nova ligação ferroviária vai passar por cinco estados e terá 20 estações, e deve estar concluída em Dezembro de 2026, incluindo entre 30 e 40 túneis e múltiplos viadutos, segundo o ministro. Loke Siew Fook disse que o projecto vai impulsionar o comércio e o turismo e atrair investimento. O embaixador chinês Bai Tian citou um estudo malaio que prevê que a ligação ferroviária impulsionará em 2,7 por cento o crescimento económico da Malásia. Bai considerou o projecto como um “factor decisivo” que vai revitalizar a economia da costa leste e estreitar os laços entre a Malásia e a China. A Malaysia Rail Link e a China Communications Construction Company Ltd., que estão a desenvolver o projecto, planeiam formar uma ‘joint venture’, com participação de 50 por cento para cada parte. O primeiro-ministro malaio, Mahathir Mohamad, disse que o facto de o custo do projecto poder ser reduzido em 5,2 mil milhões de dólares mostra que as projecções iniciais foram inflacionadas, quando o ex-primeiro-ministro Najib Razak concedeu o contrato inicial à CCCC, em 2016. Mahathir decidiu renegociar o acordo, em vez de pagar uma compensação de 5,3 mil milhões de dólares. Desde que assumiu o poder depois de uma histórica vitória eleitoral, no ano passado, o Governo de Mahathir cancelou ou reviu projectos de infra-estrutura em larga escala, após ter descoberto que a dívida nacional disparou, culpando a corrupção no Governo do ex-primeiro-ministro Najib Razak. Mahathir suspendeu então a construção dos dois gasodutos, um na península da Malásia e outro na ilha de Bornéu, e também uma ligação ferroviária que ligaria a costa oeste da Malásia aos estados rurais orientais, tudo contratos assinados pelo Governo anterior, e que se inserem na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”. O Governo malaio disse que está a investigar se algum do dinheiro destinado a projectos apoiados pela China foi usado pelo governo de Najib para pagar as dívidas do fundo de investimento 1MDB. Um enorme escândalo financeiro no 1MDB levou à derrota da coligação de Najib, em Maio de 2018. O antigo primeiro-ministro está a ser julgado por múltiplas acusações de corrupção ligadas àquele fundo.
Sofia Margarida Mota SociedadeComboio rápido dedicado a Macau liga Nanning a Zhuhai Um comboio de alta velocidade dedicado a Macau vai ligar a cidade de Nannig a Zhuhai. O objectivo é promover os produtos locais e lusófonos e abrir portas a mais oportunidades de negócio e à promoção turística e económica [dropcap]P[/dropcap]romover Macau e os produtos lusófonos é o objectivo do “Expresso Turístico Económico e Comercial de Guangxi, Zhuhai, Macau. Trata-se de um comboio de alta velocidade que vai fazer a ligação entre a cidade de Nanning, na província chinesa de Guangxi a Zhuhai, tendo como mote, Macau. Para este fim, foi na passada sexta-feira assinado um acordo quadro de cooperação estratégica “tendo em vista a partilha de grandes oportunidades de negócios decorrentes das cooperações no âmbito cultural, turístico, económico e comercial”, apontou em conferência de imprensa o presidente da Associação Promotora do Desenvolvimento Internacional de Macau, U Io Hung. Para materializar os objectivos, as carruagens do comboio de alta velocidade que faz a ligação de Zhuhai à província de Guangxi vão ser dotadas de materiais publicitários de produtos não só de Macau, como das várias regiões lusófonas. O projecto prevê ainda a venda de produtos de países de língua portuguesa nas carruagens do expresso e nas estações por onde passa, “importando-os assim para os mercados do interior da China e da Associação de Nações do Sudeste Asiático” – ASEAN na sigla inglesa. Outra das vantagens que podem resultar deste acordo é a implementação de um sistema de venda automática de bilhetes para os comboios no continente, destinado a residentes de Macau. “Por vezes é uma tarefa muito difícil comprar bilhetes para os comboios da China continental, pelo que queremos a instalação de um sistema automático de venda de bilhetes para as pessoas de Macau”, referiu o responsável da entidade que representa a ponte entre o território, a comunidade internacional e a China continental. Comércio directo Já o presidente da High Speed Rail Business and Service, Zhang Zhyong, fez questão de apontar as vantagens que a linha ferroviária pode trazer em termos de impacto económico. “Pretendemos reduzir custos económicos e de tempo entre as regiões de modo a contribuir para o bem-estar do povo chinês e do povo lusófono”, sublinhou. Por outro lado, é intenção da companhia que representa criar um mecanismo que sirva de exemplo para mais destinos. Para a conselheira para as Comunidades Portuguesas, Rita Santos, esta é uma oportunidade de dar a conhecer os produtos dos países de língua portuguesa no interior da China, sendo que Macau pode “aproveitar Guangxi como janela da ASEAN” A primeira viagem do expresso dedicado a Macau está planeada para “Julho ou Agosto”, adianta Rita Santos, mostrando confiança na iniciativa que também integra enquanto directora da empresa Deusa Celeste Fei Tina, Companhia de Investimento e Consultadoria Lda.