PJ | Autoridades desmantelam rede de tráfico de droga

A polícia anunciou a detenção de um homem e duas mulheres que se dedicavam ao tráfico de droga. As duas detidas estavam em excesso de permanência no território e as drogas apreendidas tinham um valor de mercado de 78.540 patacas

 

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ter desmantelado uma rede constituída por três indivíduos que se dedicavam à prostituição e ao tráfico de estupefacientes. O balanço da operação foi apresentado ontem numa conferência de imprensa.

O caso apresentado envolve um homem com 42 anos e duas irmãs, de 42 anos e 37 anos. Os três foram presos por alegado tráfico de droga, após terem sido interceptados na posse de 23,62 gramas de metanfetaminas em cristal e dois comprimidos da mesma substância. Segundo as autoridades, os estupefacientes têm um valor no mercado de 78.540 patacas.

A investigação terá começado depois de ter sido recebida uma denúncia sobre a existência de uma rede de tráfico de droga que trazia estupefacientes do Interior para vender em Macau.

A informação levou os investigadores a identificarem um indivíduo do Interior, que passou a ser seguido quando entrou no território. Foi dessa forma que a polícia conseguiu descobrir que estava hospedado num hotel da zona norte da cidade.

Durante a investigação, as autoridades aperceberam-se que o homem estaria acompanhado no quarto por uma mulher. Numa das saídas para a rua, a mulher foi abordada pelas autoridades e na revista foram encontrados três pacotes pequenos de metanfetaminas e um comprimido da mesma substância, dentro de uma mala.

De seguida, a polícia entrou no quarto do hotel, onde estava o arguido, e encontrou uma outra mala, com mais 21,72 gramas de metanfetaminas e outro comprimido. Foram ainda encontradas balanças electrónicas, sacos de plástico e outras ferramentas para o consumo de droga.

Venda local

Segundo as autoridades, o principal suspeito admitiu que comprava drogas no Interior para vender em Macau. O homem afirmou ainda consumir parte do produto e utilizar a mulher para fazer as vendas no território. A versão avançada foi corroborada pela detida.

O indivíduo também admitiu ter arrendado um apartamento em Macau. Nesse local foi encontrada outra mulher, que admitiu ser irmã da suspeita que já estava detida. A mulher reconheceu ainda que traficava droga naquele local e que fazia transacções com vários clientes.

Segundo as autoridades, a mulher de 37 anos afirmou também dedicar-se à prostituição e indicou estar em excesso de permanência há mais de três anos, desde Março de 2020. A irmã mais velha também estava em excesso de permanência, mas apenas por dois meses.

Os três foram encaminhados para o Ministério Público e estão indiciados pela prática dos crimes de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e detenção indevida de utensílio ou equipamento.

31 Jul 2023

Filipinas castiga polícias por morte de suspeitos em operações anti-droga

[dropcap]O[/dropcap] Governo filipino anunciou ontem que mais de 2.000 polícias foram demitidos e milhares castigados no âmbito de investigações sobre a morte de suspeitos de tráfico de droga, criticando os media por não se focarem nas coisas positivas.

De acordo com a responsável pelas comunicações da presidência das Filipinas, 14.724 polícias foram investigados pelo possível envolvimento na morte de suspeitos durante operações contra o tráfico de droga realizadas entre Julho de 2016 e Abril do ano passado.

Mais de metade dos polícias investigados, ou seja, 7.867 agentes, receberam punições administrativas, enquanto 2.367 foram demitidos, afirmou Marie Rafael Banaag numa conferência de imprensa ontem realizada em Manila.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou guerra ao tráfico de narcóticos quando foi eleito em 2016, tendo sido realizadas muitas operações policiais desde então, nas quais morreram milhares de suspeitos.

Criticando os meios de comunicação social e os grupos activistas dos direitos humanos por se focarem apenas nas mortes de suspeitos, o subsecretário do Comité Presidencial para os Direitos Humanos, Severo Caturra, adiantou, na conferência de imprensa, que a guerra contra as drogas levou a que quase meio milhão de viciados (421.724) que se entregaram às autoridades se tenham reabilitado. “Em vez de se concentrarem nas coisas positivas que estamos a fazer, focam-se nos detalhes sangrentos”, afirmou.

Caturra defendeu que a brutal guerra contra as drogas – que provocou uma investigação do Conselho de Direitos Humanos da ONU e um exame preliminar do Tribunal Internacional de Justiça – é um “mecanismo de direitos humanos para proteger as vidas das vítimas das drogas e, em especial, as das crianças. “Concentram-se nos assassinatos de criminosos, mas não no número de vítimas desses criminosos”, sublinhou.

Cartura também negou que o número de mortos nas operações policiais seja superior a 27.000, número apontado pela ONU e por organizações de defesa dos direitos humanos, a quem acusou de manipular os números e incluir na contabilização os “homicídios ainda sob investigação” não associados a drogas.

Os números ontem divulgados pelo Governo referem que, entre 1 de Julho de 2016 e 30 de Abril de 2019, morreram 5.435 pessoas em operações antidroga. No entanto, a Polícia Nacional filipina admitiu ontem que o número ultrapassa as 6.700 pessoas.

O subsecretário do Comité Presidencial considerou ainda que a resolução aprovada na semana passada pelo Conselho de Direitos Humanos de investigar as Filipinas é um documento “politicamente motivado” e apoiado por países europeus que “não entendem que o problema com drogas nas Filipinas é totalmente diferente do deles”.

Nos últimos dias, diferentes vozes da administração de Rodrigo Duterte – incluindo o próprio Presidente – sugeriram a possibilidade de abandonar o Conselho de Direitos Humanos ou mesmo cortar relações diplomáticas com a Islândia, país que propôs a resolução.

19 Jul 2019

Filipinas | Polícia suspende “guerra contra as drogas”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia nacional das Filipinas suspendeu ontem as suas operações na sequência da polémica “guerra contra as drogas” depois de o Presidente do país, Rodrigo Duterte, ter colocado a campanha nas mãos da Agência Antidroga (PDEA).

“Delegamos a nossa tarefa à PDEA. Vamos procurar outras coisas para trabalhar, mas drogas por agora não”, declarou o director da polícia nacional, Ronald Dela Rosa, numa conferência de imprensa.

De acordo com Dela Rosa, a polícia vai levar a cabo uma “limpeza interna” tendo como alvo a corrupção, depois de vários escândalos que afectaram a imagem das forças policiais na campanha.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, atribuiu em exclusivo à agência antidroga do país (PDEA) a liderança da polémica “guerra contra a droga” e afastou a polícia da campanha, após uma onda de escândalos e protestos.

Duterte ordenou a todas as entidades do Governo que “reservem à PDEA, como única agência, a gestão das campanhas e operações contra aqueles que, directa ou indirectamente, estejam envolvidos ou relacionados com drogas ilegais”, de acordo com um memorando a que agência de notícias espanhola Efe teve ontem acesso.

O memorando especifica que a liderança da PDEA “não significa uma diminuição dos poderes de investigação do Departamento Nacional de Investigação (NBI) nem da Polícia Nacional relativamente a todos os delitos” relacionados com droga.

Popularidade em queda

A ordem presidencial tem lugar após uma série de escândalos em torno da sangrenta campanha em que mais de 3.900 suspeitos foram abatidos pela polícia.

Estima-se que o número total de mortes seja superior a 7.000 se somados os homicídios de supostos toxicodependentes e traficantes atribuídos a indivíduos ou patrulhas de moradores.

A morte de três jovens e outras irregularidades cometidas no âmbito da “guerra contra a droga” nos últimos meses causaram mal-estar na sociedade filipina, algo que se traduziu, no mês passado, na maior manifestação contra Duterte e numa queda do apoio popular ao Presidente – de 78% em Junho para 67% em Setembro.

13 Out 2017

Morte de autarca filipino é advertência para outros políticos 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe da polícia filipina declarou ontem que a morte de um presidente de câmara e 14 pessoas durante uma operação antidroga, no sul do país, é “uma advertência” para políticos ligados ao narcotráfico e crime.

Ronald dela Rosa falava de uma operação realizada, no domingo, em Ozamiz, na ilha de Mindanao, que deve “servir como uma advertência de que a polícia não abre exceções na hora de aplicar a lei”.

“Não temos medo, nem damos tratamento especial”, disse Dela Rosa, numa conferência de imprensa transmitida pela televisão.

No domingo, 15 pessoas foram mortas, incluindo o presidente do município Reynaldo Parojinog e vários dos seus familiares, na sequência de um tiroteio com as forças de segurança que iam apresentar meia dúzia de mandados de captura.

Sangue por sangue

De acordo com a polícia, os agentes abriram fogo ao serem recebidos com disparos, à aproximação da casa do presidente do município, alegado líder de um grupo criminoso ligado, nas últimas três décadas, ao tráfico de drogas, operações paramilitares, sequestros e extorsões.

O director da polícia afirmou que o objetivo da operação era deter com vida os suspeitos, mas os agentes foram forçados a disparar ao serem recebidos pelo “exército privado” dos Parojinog.

No tiroteio morreram também a mulher, a irmã e Octavio Parojinog, irmão do autarca. Um agente ficou ferido na sequência de uma explosão.

A polícia apreendeu armas, drogas e dinheiro.

Reynaldo Parojinog constava de uma das “listas negras” do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, por alegadas ligações ao tráfico de drogas e crime organizado.

Mais de sete mil pessoas morreram desde o início da campanha antidroga de Duterte. Cerca de metade das vítimas mortais foram abatidas por agentes polícias por terem alegadamente resistido à detenção.

Na passada segunda-feira, Duterte reiterou que vai manter uma “luta implacável” contra o tráfico de droga, apesar das críticas que recebo dentro e fora do país.

1 Ago 2017

Pyongyang cancela festival para turistas por causa da seca

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte cancelou um festival de cerveja destinado principalmente a atrair turistas estrangeiros, que devia celebrar-se a partir desta semana em Pyongyang, num momento em que o país está a atravessar uma seca severa.

A Koryo Tours, a principal agência de viagens para turistas ocidentais que querem visitar a Coreia do Norte, informou na sua página na Internet que foi notificada pelo regime, no domingo, do cancelamento da segunda edição do Festival da Cerveja do Rio Taedong, que devia celebrar-se de 26 de julho até finais de agosto.

“As razões do seu cancelamento não são claras e não esperamos que nos chegue uma informação mais completa nos próximos tempos, mas é possível que se deva à persistente seca no país, que causou uma grande quantidade de problemas”, explicou a agência.

Nos últimos meses o país teve que lidar com a falta de chuva nas suas províncias ocidentais e os ‘media’ norte-coreanos tinham informado que o regime teve de enviar camiões cisterna e equipamentos de bombagem de água para a província de Hwanghae do Sul, uma das mais afetadas.

A Koryo Tours lamentou o cancelamento do evento, cuja edição do ano passado, a primeira, foi um “grande êxito”, tendo sido insistentemente promovida pelos ‘media’ estatais norte-coreanos.

A notícia surge após um anúncio de que os Estados Unidos vão proibir os seus cidadãos de viajar para o país depois da morte do estudante Otto Warmbier, que passou 17 meses detido na Coreia do Norte por alegadamente roubar um poster de propaganda. O jovem morreu depois de ser devolvido ao seu país em coma.

Segundo um estudo sul-coreano, a indústria do turismo atrai cerca de 50 mil visitantes estrangeiros (90% dos quais chineses) à Coreia do Norte por ano, o que gera entre 30 a 43 milhões de dólares em divisas estrangeiras.

Filipinas | Duterte mantém campanha violenta de combate à droga

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente filipino, Rodrigo Duterte, reiterou ontem, apesar das críticas internacionais, que não irá inverter a sua política violenta de combate à droga, dizendo mesmo que traficantes e toxicodependentes têm apenas duas hipóteses: “a prisão ou o inferno”.

“Não tentem assustar-me com ameaças de prisão ou com o Tribunal Penal Internacional”, declarou o chefe de Estado filipino no discurso anual do estado da nação, de acordo com a agência Associated Press.

“Eu estou disponível para ir para a prisão para o resto da minha vida”, acrescentou.

“O combate [à droga] não vai parar até que aqueles que estiverem envolvidos percebam que têm que parar porque as alternativas são a prisão ou o inferno”, afirmou Duterte, motivando os aplausos do chefe da polícia filipina, Ronal del Rosa, e de outros presentes na audiência.

Milhares de alegados traficantes e toxicodependentes foram mortos desde que Duterte lançou a campanha de combate à droga logo a seguir a tomar posse como Presidente das Filipinas, em Junho do ano passado, justificando críticas internacionais e ameaças de processo criminal.

Vários milhares de pessoas saíram ontem à rua em Manila numa marcha de protesto contra ou reclamando quase tudo, desde o cumprimento da promessa feita por Duterte no discurso do ano passado de iniciar conversações de paz com os insurgentes comunistas até ao aumento da velocidade na Internet.

25 Jul 2017