Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | China acusa EUA de ciberataque contra centro que gere o horário As autoridades chinesas acusam a NSA de promover ataques cibernéticos contra o Centro Nacional de Serviço de Horário que põem em risco actividades como o sistema financeiro, os transportes ou lançamentos espaciais O Ministério da Segurança do Estado (MSS) chinês acusou ontem os Estados Unidos de realizarem um ciberataque contra o Centro Nacional de Serviço de Horário, a instituição responsável por manter a precisão da hora oficial do país. Num artigo publicado numa aplicação de mensagens, o MSS, que é a principal agência de inteligência da China, afirma ter descoberto recentemente “provas irrefutáveis” de um “grande ciberataque” orquestrado pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) contra a referida instituição para “roubar segredos, infiltrar-se e sabotar”. O ministério explica que o Centro Nacional de Serviço de Horário (NTSC) fornece serviços essenciais para sectores como a energia, os transportes e a defesa, e que um ciberataque pode resultar em falhas de rede, problemas para o sistema financeiro, apagões, interrupções nos transportes ou falhas nos lançamentos espaciais. Segundo a China, o ataque “sistemático e planeado há muito tempo” dos EUA contra o NTSC começou em 2022 através de uma vulnerabilidade no serviço de SMS (mensagens curtas) de uma “marca estrangeira” de telemóveis, que permitiu “atacar secretamente e obter o controlo dos telemóveis de vários funcionários do NTSC e roubar dados confidenciais armazenados nos mesmos”. Um ano depois, a NSA terá utilizado credenciais roubadas para aceder à rede informática do NTSC e espiar e, em Junho de 2024, lançou “ataques cibernéticos de alta intensidade contra vários sistemas de rede internos” da instituição, alegam os serviços secretos chineses. “As autoridades de segurança nacional responderam aos ataques reunindo provas de ataques cibernéticos dos EUA, ordenando ao NTSC que conduzisse uma investigação, interrompendo a cadeia de ataques e melhorando as capacidades de prevenção para eliminar potenciais ameaças”, refere o artigo. Guerra contínua Nos últimos anos, a China e os EUA têm-se acusado mutuamente de inúmeros ciberataques, e o MSS reiterou ontem esta acusação: “As agências de espionagem, lideradas pela NSA, têm agido de forma imprudente, realizando ataques cibernéticos contínuos contra a China, o sudeste asiático, a Europa e a América do Sul”. Neste caso, a acusação surge dias antes de uma nova ronda de negociações presenciais entre Pequim e Washington para tentar aliviar as renovadas tensões comerciais entre as duas principais potências económicas do mundo. Além disso, os presidentes da China e dos EUA, Xi Jinping e Donald Trump respectivamente, deverão reunir-se ainda este mês durante a cimeira de líderes da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico, na sigla em inglês), que se realizará na Coreia do Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | “Muro sólido” para proteger dados após ciberataque O ministério de Segurança do Estado da China apelou hoje à “construção de um muro sólido” para proteger a segurança dos dados informáticos, após um alegado ciberataque ao Centro de Monitorização de Terramotos de Wuhan (centro). Uma equipa de investigação formada pelo Centro de Resposta de Emergência a Vírus de Computador da China e pela empresa chinesa de cibersegurança 360 descobriu, recentemente, “programas maliciosos com características típicas de agências de inteligência dos Estados Unidos” que poderiam estar por detrás de um ciberataque que teve como alvo o Centro de Monitorização de Terramotos da cidade de Wuhan, no centro do país, de acordo com o jornal oficial Global Times. O ministério disse, em comunicado, que nos últimos anos “casos semelhantes envolvendo algumas organizações estrangeiras que obtiveram acesso a dados importantes de segurança da China foram relatados com frequência”, alertando para o “risco de vazamento de dados”. A agência informou sobre outros casos de ciberataques, em 2020 e 2021, quando os sistemas de computadores de uma companhia aérea foram atacados “por uma rede estrangeira” e quando uma consultora estrangeira “cooperou” com trabalhadores chineses para coletar dados do transporte marítimo. “Proteger a segurança dos dados é proteger a segurança nacional e defender a soberania dos dados é defender a soberania nacional”, afirmou o ministério. O organismo mencionou a “relação próxima” entre os dados e os “interesses do povo e da segurança nacional”, o que explica porque os dados da China estão a atrair o “interesse de agências de espionagem estrangeiras”. Dados de alta qualidade “tiveram um grande impacto no desenvolvimento económico e social” na China, disse a agência. Uma emenda à Lei de Contraespionagem, que entrou em vigor em julho passado, passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”. Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” vão passar a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com a emenda. Este mês, o ministério de Segurança do Estado chinês pediu a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”. O ministério indicou que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”. O organismo disse que vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes.