Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019

[dropcap]O[/dropcap] músico e escritor Chico Buarque é o vencedor do Prémio Camões 2019, foi ontem anunciado, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro.

O Prémio Camões de literatura em língua portuguesa foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988, com o objectivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projecção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”.

Foi atribuído pela primeira vez, em 1989, ao escritor Miguel Torga. Em 2018 o prémio distinguiu o escritor cabo-verdiano Germano Almeida, autor de “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, entre outras obras.

“Feliz e honrado”

Chico Buarque ficou “muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, o seu compatriota distinguido com o prémio em 2016. “Fiquei muito feliz e honrado de seguir os passos de Raduan Nassar”, refere a curta declaração divulgada pela assessoria de Chico Buarque.

O músico e escritor brasileiro fora já distinguido com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, pelos romances “Estorvo”, “Leite Derramado”, obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura (actual Prémio Oceanos), e por “Budapeste”.

Chico Buarque foi escolhido pelos jurados Clara Rowland e Manuel Frias Martins, professores universitários indicados pelo Ministério português da Cultura, pelo ensaísta António Cícero Correia Lima e pelo professor António Carlos Hohlfeldt, indicados pelo Governo brasileiro, pela professora angolana Ana Paula Tavares e pelo professor moçambicano Nataniel Ngomane.

Escritor, compositor e cantor, Francisco Buarque de Holanda nasceu em 19 de Junho de 1944, no Rio de Janeiro. Estreou-se no romance com “Estorvo”, em 1991, a que se seguiram “Benjamim”, “Budapeste”, “Leite Derramado” e “O Irmão Alemão”, publicado em 2014. Em 2017, venceu em França o prémio Roger Caillois pelo conjunto da obra literária.

22 Mai 2019

A vida e as letras todas de Chico Buarque pela primeira vez reunidas num só livro

[dropcap]A[/dropcap] vida do músico Chico Buarque e todas as letras que escreveu estão pela primeira vez reunidas num único livro, intitulado “Tantas Palavras”, que a Companhia das Letras publicou este mês em Portugal.

Esta “arca do tesouro literária”, como a editora lhe chama, reúne todas as letras escritas por Chico Buarque – mais de 300 -, desde “Tem mais samba” (1964), que o músico considera o marco zero da sua carreira, até “Tua cantiga” (2017).

A única letra que não consta desta compilação é a da música “Sonho impossível”, uma versão que Chico Buarque e Ruy Guerra fizeram, em 1972, a partir da canção norte-americana “The impossible dream”, de Joe Darion e Mitch Leigh.

A música foi gravada e lançada em 1975, no disco “Chico Buarque e Maria Bethânia Ao Vivo”, na voz de Maria Bethânia, que consagrou esta versão brasileira.

No entanto, “os detentores dos direitos autorais da canção original não permitiram a reprodução da versão de Chico Buarque e Ruy Guerra”, lê-se no livro.

“Tantas palavras” traça também o percurso de vida do compositor, cantor e ficcionista brasileiro, através de uma extensa reportagem biográfica escrita pelo jornalista Humberto Werneck a partir de pesquisas e de entrevistas feitas com o próprio Chico Buarque e com personalidades da cultura e música brasileiras, como Tom Jobim, Edu Lobo, Caetano Veloso e Gilberto Gil.

A reportagem começa com o episódio que deu origem à primeira letra que Chico Buarque escreveu: Luiz Vergueiro, publicitário e produtor, encomendou ao “seu amigo Chico” uma música para o musical que estava a preparar.

Dois dias antes do espectáculo, à noite, o compositor apareceu com uma música que “até não era ruim”, mas não servia, porque não passava a mensagem pretendida.

“Chico saiu furioso. No dia seguinte, às dez da manhã, o produtor o vê chegar outra vez, ‘os olhos vermelhos pela noite em claro e um tremendo bafo de cana’, e com uma canção ainda quentinha no violão. Era ‘Tem mais samba’”.

A partir daí a história recua no tempo, até ao nascimento de Chico Buarque, para depois discorrer sobre a evolução do seu crescimento como pessoa e músico, a que não faltam episódios da vida familiar, da vida no estrangeiro, de “colisões de adolescente com a Lei”, da efervescência política até à ditadura no país, que o leva a aproximar-se do partido comunista brasileiro e de outras correntes de esquerda, e do exílio no estrangeiro.

“Num texto a que não faltam humor e emoção, revelando saborosas histórias, o leitor acompanha Chico Buarque na sua fascinante trajectória de homem e de artista, para com ele desembocar na serena maturidade de um músico que se afirmou também como grande romancista”, segundo a sinopse do livro.

Chico Buarque escreveu “Estorvo” (1991), pelo qual recebeu o Prémio Jabuti para melhor romance do ano, “Benjamim” (1995), “Budapeste” (2003) e “Leite derramado” (2009), ambos distinguidos com o Prémio Jabuti para Livro do Ano, e ainda “O irmão alemão”.

A relação destes livros, com as datas de lançamento, os países onde foi publicado, e as adaptações cinematográficas de que foram alvo, está descrita no final do volume, num capítulo dedicado à “obra” do autor.

Nesse capítulo encontra-se também uma lista de todos os discos que editou, e respectivas datas, bem como as peças de teatro que escreveu: “Roda-Viva” (1967), “Calabar” (1973), “Gota d’Água” (1975) e “Ópera do Malandro” (1978).

A compor toda a parte escrita, esta obra de 495 páginas contempla ainda um conjunto de fotografias e imagens da vida de Chico Buarque, sozinho, com a família, com colegas estudantis, ou com outros músicos, que ajudam a ilustrar o percurso pessoal e profissional do músico.

Hoje com 74 anos, e já sete netos, Chico Buarque continua a escrever e a compor, e imagina-se a chegar aos “noventa e tantos anos”, com saúde, imaginação, vontade de criar e “virando a noite por causa de uma música, de um livro…”.

22 Nov 2018

Cinco estrelas Macau Roosevelt Hotel inaugurado

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo cinco estrelas inspirado no Hotel Roosevelt, em Hollywood, foi inaugurado ontem em Macau.

O Macau Roosevelt Hotel conta com 380 quartos e casino, uma vez que as mesas de jogo que estavam em operação no Macau Jockey Club, ao abrigo da licença da Sociedade de Jogos de Macau, foram relocalizadas para o empreendimento, informou a Rádio Macau.

Na cerimónia de inauguração, o presidente da empresa, Mike Lam, referiu a aposta feita no design do projecto.

Há um ano, o representante do grupo investidor Aaron Iu disse à imprensa que o hotel localizado junto ao Jockey Club, na ilha da Taipa, iria abrir sem componente de jogo.

Em Outubro de 2013, o projecto foi apresentado como um hotel com “um toque moderno do ‘glamour’ de Hollywood e um ‘twist’ no design retro dos anos 1950”. À época, o projecto incluía 373 quartos e quatro ‘villas’ e reservava uma área de jogo com mais de 5.000 metros quadrados.

“O conceito não é exactamente o mesmo do hotel de Hollywood, onde foi construído o primeiro. Este combina as tradições de Macau e as de Hollywood”, afirmou mais tarde, em 2016, Aaron Iu.

Música | Chico Buarque tem novo álbum

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] músico brasileiro Chico Buarque editará em Agosto o álbum “Caravanas”, mas na sexta-feira é revelado um primeiro tema, “Tua cantiga”, nas plataformas digitais, anunciou a editora Biscoito Fino. Chico Buarque, 73 anos, já não lançava um álbum de originais desde 2011, quando saiu “Chico”. “Caravanas” será o 23.º álbum de estúdio e conta com nove temas, entre os quais “Tua cantiga”, com letra de Chico Buarque e melodia do pianista Cristóvão Bastos. “Caravanas” foi produzido por Vinícius França e tem arranjos do maestro e violonista Luiz Cláudio Ramos, com quem Chico Buarque trabalha há mais de 30 anos. A pensar na divulgação do álbum na Internet – tal como aconteceu com “Chico” (2011) -, a equipa que faz a promoção do artista criou um perfil na rede social Instagram. É nesta rede social, com mais de 42 mil seguidores conquistados em cinco dias, que se revela que “Chico tem ido ao estúdio pelo menos uma vez por semana para dar os retoques finais nas sete músicas inéditas e duas canções já conhecidas, de sua autoria, embora nunca gravadas”.

Transferências | Renato Sanches mais próximo do Milan

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo o L`Équipe, Renato Sanches estará próximo de abandonar o Bayern Munique para ingressar nos italianos do Milan. Depois de uma primeira época complicada ao serviço dos bávaros, o ex-jogador do Benfica será contratado por cerca de 40 milhões de euros e assinará um contrato de quatro anos com o clube de André Silva. O próprio jogador admitiu o cenário de mudança após o jogo frente ao Chelsea, que se realizou na terça-feira na China. «O Milan é uma opção interessante e gosto dessa possibilidade, porque sei que terei oportunidade de jogar regularmente.» De recordar que o jogador de 19 anos foi contratado no Verão de 2016 ao Benfica, a troco de 35 milhões de euros.

China | Dez clubes liquidam dívidas

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ez clubes do campeonato chinês de futebol anunciaram ontem a liquidação de dívidas de pagamento de salários e taxas de transferências, depois da Confederação Asiática (AFC) atribuir um prazo de cumprimento, sob pena de exclusão das competições continentais. Os clubes chineses em questão foram advertidos para que, caso a situação financeira não fosse cumprida, tendo como data limite o dia 15 de agosto, enfrentariam partidas de suspensão, não só a nível continental, mas também na ‘Chinese Super League’. Apenas três em 16 clubes da primeira divisão chinesa ficaram de fora da advertência da AFC. O Guangzhou Evergrande afirmou ter resolvido as suas dívidas em Dezembro de 2016 e em Janeiro de 2017, tal como o Shanghai SIPG, equipa treinada pelo português André Villas-Boas, que também assegurou ter tudo em ordem. O Shenhua, outro clube de Xangai, disse ter pago “90%” dos valores reclamados pela AFC.

27 Jul 2017