Diana do Mar SociedadeEnsino | Desde 2015 apenas um trio de escolas deixou de funcionar em pódios de edifícios Desde o lançamento, no final de 2015, do projecto denominado “Obra de Céu Azul”, pensado para pôr termo ao funcionamento de escolas em pódios de edifícios, apenas três instituições de ensino mudaram-se já para instalações adequadas [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma por ano. Três escolas deixaram de funcionar em pódios de edifícios habitacionais e comerciais desde que o Governo lançou, no final de 2015, o projecto “Obra de Céu Azul”. Ficam a faltar 13 ao abrigo do plano que, à luz das mais previsões do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, pode ter o prazo encurtado de 15 para 10 anos, ou seja, ser concluído até 2025. Os dados foram facultados ontem, em conferência de imprensa, pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), na sequência da assinatura de uma carta de intenções por parte de cinco escolas para a participação no projecto “Obra de Céu Azul”. Das cinco escolas, duas (Escola Xin Hua e Escola Concórdia para o Ensino Especial) vão ocupar parte do terreno do Canídromo, como anteriormente anunciado, enquanto outras tantas (Escola dos Moradores do Macau e Escola da Associação para Filhos e Irmãos dos Agricultores) irão ser transferidas para a zona A dos novos aterros, para onde se encontra planeada uma aldeia escolar com capacidade para acolher um máximo de 13 mil estudantes, à luz do projecto abordado no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico. Já a Escola Kao Yip vai aproveitar o próprio terreno, explicou o chefe da divisão de equipamentos educativos da DSEJ, Wong Chio In. Carta de intenções As cinco escolas juntam-se a outras quatro instituições de ensino que, até ao final do ano passado, firmaram uma carta de intenções para participar no projecto “Obra de Céu Azul”. Já relativamente a duas (a Escola Tak Meng e o Jardim de Infância Inglês de Santo António) ainda não foi firmado acordo. Para já, não há planos para a transferência, mas as negociações estão em curso com vista a um consenso. “Estamos a ter intercâmbios adequados com as escolas que ainda não assinaram [a carta de intenções]”, afirmou Wong Chio In. “Desde o lançamento, já negociámos com todas as escolas formas de resolver o problema, também tem a ver com a dimensão da escola. Temos de ver todas as etapas de desenvolvimento da escola, por isso, há escolas que assinaram e outras não”, complementou o mesmo responsável, explicando ser “preciso um plano concreto” para a carta de intenções ser assinada e que a sua ausência também não significa que essas instituições de ensino não venham a aderir ao projecto. Até ao momento, as três escolas que deixaram de funcionar em pódios de prédios foram a da Associação Geral das Mulheres, a da Caritas e a São João de Brito, sendo que as duas últimas estavam instaladas no mesmo local. Subsídios escolares vão subir 9% em 2019/20 O Governo estima gastar, no próximo ano lectivo, aproximadamente 4 mil milhões de patacas em quatro subsídios, valor que traduz um aumento de 9 por cento. “Tendo em consideração a situação financeira do Governo e os factores que influenciam as despesas com a educação, no ano lectivo de 2019/2020, será aumentado, de forma adequada, o montante de alguns subsídios”, afirmou o chefe de divisão da DSEJ, Sit Weng Tou, em conferência de imprensa, após a primeira reunião plenária do ano do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior. Assim, os valores dos subsídios de escolaridade gratuita vão variar entre 1,01 e 1,52 milhões por turma; enquanto os de propinas entre 20.300 e 24.810 por pessoa. Já o subsídio para actividades extracurriculares corresponderá a 26.500 patacas por turma, mantendo-se inalterado relativo à melhoria do rácio turma/professor.
Andreia Sofia Silva Sociedade“Céu Azul” | Já há escolas a recusar sair dos pódios de edifícios Alexis Tam quer retirar 15 escolas dos pódios dos edifícios e criar condições mais dignas de funcionamento, mas uma já recusou transferir as suas instalações. O projecto “Obra de Céu Azul” ainda não tem orçamento [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo já anunciou que no prazo de 15 a 20 anos quer retirar todas as escolas que funcionam em pódios de edifícios sem as devidas condições, mas uma escola incluída no plano já recusou abandonar as actuais instalações. A garantia foi feita ontem pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. “Quanto a respostas negativas, já temos uma. A primeira escola que contactámos não quer sair, porque está a funcionar na zona norte, junto às Portas do Cerco. Mas ainda vamos negociar com eles”, disse à margem de uma reunião conjunta dos Conselhos de Educação para o Ensino Não Superior e da Juventude. O Secretário confirmou que a recusa se pode dever à situação financeira da própria instituição de ensino. “Dentro de 15 anos vamos conseguir [mudar todas as escolas], mas é preciso que estas concordem. Muitas vezes não querem porque actualmente têm mais facilidade em arranjar alunos. Mas fiz um apelo e têm de pensar nos alunos, não apenas na parte económica”, disse Alexis Tam. Quanto custa? O projecto “Obra de Céu Azul”, que pretende proporcionar mais espaços ao ar livre para as escolas, ainda não tem um orçamento definido. “Ainda não temos, mas temos planos e vamos revelar [informações] a pouco e pouco. Primeiro temos de encontrar terrenos para estas escolas que funcionam nos pódios. Já fomos visitar uma escola da Cáritas, do ensino especial, e vamos fornecer informações. Já temos um projecto para uma escola no Jardim de Lisboa, na Taipa, e Paul Pun também concordou. Talvez em Janeiro tenhamos mais informações”, frisou o Secretário. Durante o encontro, Alexis Tam confirmou ainda que os espaços onde actualmente se encontram essas escolas irão servir para abrir mais creches ou para o fornecimento de cuidados a idosos. Na reunião foram muitos os participantes que pediram trabalhos mais céleres na retirada das escolas dos pódios, mas o Secretário mantém a meta dos 15 anos para a alteração. “Para mim este é um plano realista e são 15 escolas, não são uma, duas ou três. As escolas já existem, mas para fazer uma renovação ou mudança, ainda leva uns anos a ter a autorização dos serviços competentes”, apontou. Alexis Tam contra “aldeia escolar” na Zona A O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura recusou criar uma aldeia escolar na Zona A dos novos aterros, ideia proposta por um membro do Conselho. “Sobre a criação de uma aldeia escolar, primeiro não tenho informações. A nossa directora [dos Serviços de Educação e Juventude] também não sabe. Se aquela área é muito grande, não pode haver só uma zona [com escolas], têm de ser espalhadas. Haverá várias zonas e bairros e onde se vão construir muitos edifícios. Existindo um bairro, poderá ser construída uma escola. Temos de espalhar escolas por vários bairros”, confirmou à margem da reunião. IPIM vai gerir formações para sector MICE O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM) vai passar a gerir o “Plano de Apoio à Formação de Talentos Profissionais de Convenções e Exposições”. Criado o ano passado, o plano estava a ser gerido pelos Serviços de Economia. O prazo de candidaturas vai até 31 de Dezembro de 2016 e os montantes de subsídios variam entre as 30 mil patacas e dois milhões de patacas.