Hoje Macau SociedadeCultura | Alexis Tam na reunião dos ministros dos BRICs A cidade de Tianjin recebeu um encontro dos países que formam o bloco BRIC. O encontro lançou iniciativas de cooperação para as áreas da cultura e da saúde, com destaque para a medicina tradicional chinesa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]lexis Tam foi um dos membros da delegação oficial da China na 2.ª Reunião dos Ministros da Cultura dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), em Tianjin, que ainda contou com uma representação do Governo da África do Sul, que organizará a próxima reunião anual. Os países-membros foram unânimes na adopção de um plano de acção que reforce o intercâmbio no âmbito das indústrias culturais e criativas, mas também na área da saúde. O plano de acção para os próximos quatro anos prevê um acordo de cooperação cultural entre os Governos dos BRICs que estabelecem a Aliança das Bibliotecas e a Aliança do Teatro Infantil dos países-membros. Na área cultural, a delegação brasileira lançou o convite aos restantes membros para participarem no Mercado de Indústrias Culturais do Sul, que se realiza em Abril do próximo ano, em São Paulo. Os representantes russos focaram-se na cooperação na sétima arte, nomeadamente através da implementação do “Festival de Cinema dos BRICs”, que pretende concretizar a produção conjunta de filmes e projectos de animação com capacidade para competir a nível internacional. A Índia fez vincar a posição de que a cultura é um motor essencial para o desenvolvimento da economia e do turismo. Nesse sentido, o ministro da Cultura Indiano, Mahesh Sharma, frisou a importância de valorização dos patrimónios históricos no plano de acção. Medicina chinesa No aspecto do património, Alexis Tam destacou o papel da história de Macau no crescimento do sector do turismo. O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura referiu que a implementação do princípio “Um país, dos sistemas” permitiu o desenvolvimento da indústria turística. Alexis Tam destacou a integração do centro histórico de Macau na lista de Património Mundial da UNESCO, assim como a organização no território de vários eventos culturais de dimensão internacional. O encontro serviu ainda para discutir assuntos ligados à saúde, com destaque local para a participação de Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde. O dirigente fez uma apresentação da situação em Macau, apontando que o Governo da RAEM reconheceu e estabeleceu um lugar para medicina tradicional chinesa no sistema de saúde local. Lei Chin Ion apontou que a medicina tradicional chinesa está integrada no sistema de saúde público, com uma elevada taxa de cobertura nos cuidados prestados à população. Nesse aspecto, os métodos tradicionais representam em Macau 30 por cento das consultas nos cuidados de saúde primários.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Maior cooperação com Brasil nos sectores fiscal e financeiro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s vice-ministros das Finanças do Brasil e China concordaram no domingo, em Xangai, aprofundar a cooperação nos sectores fiscal e financeiro, informou ontem a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. O encontro decorreu na véspera dos ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco de países emergentes designado BRICS, se reunirem. Marcello Estevão, vice-ministro da Fazenda brasileiro, e o seu homólogo chinês, Shi Yaobin, “celebraram acordos” em questões de “política macroeconómica, reformas estruturais e cooperação no âmbito do G20 e do BRICS”, escreve a agência. Os dois responsáveis abordaram ainda a cooperação nos sectores financeiro, investimento e política fiscal, acrescenta. “A China está disposta a aprofundar a coordenação nas políticas macroeconómicas com o Brasil para melhorar a governação global e procurar maior potencial nos investimentos bilaterais”, afirmou Shi Yaobin, citado pela Xinhua. A China é o primeiro parceiro comercial do Brasil e o seu maior investidor externo. Os dois países fazem ainda parte do G20 e do BRICS. Marcelo Estevão afirmou que os dois países têm “muito potencial” para cooperarem, acrescentando que como mercados emergentes e membros do BRICS, as duas nações contribuíram para a economia mundial. Estratégia conjunta Em Pequim, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul discutiram as alterações climáticas, o comércio e o terrorismo, visando alinhar posições em assuntos chave, numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos de acordos multilaterais como o acordo de Paris para o clima e o Acordo de Associação Transpacífico (TPP). O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, afirmou que, no próximo ano, a China planeia ter uma cooperação mais abrangente em áreas como o comércio e investimento, com os países do BRICS. No conjunto, aqueles países compõem quase 40% da população mundial e 20% da economia global. Todos os cinco países são membros do G20, apesar de as suas perspectivas económicas se terem deteriorado, sobretudo no Brasil, África do Sul e Rússia. O ministro dos Negócios Estrangeiros de África do Sul, Maite Nkoana-Mashabane, apontou as alterações climáticas como uma questão principal. “Existe um clima e para as futuras gerações devemos empregar todos os esforços ao nosso dispor para reverter os efeitos das alterações climáticas”, disse. Nkoana-Mashabane apontou ainda a necessidade em unir esforços para combater o terrorismo. Os líderes dos cinco países vão reunir-se, em Setembro, na cidade chinesa de Xiamen.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Futuro e cooperação discutem-se em Fujian [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]uzhou, a capital da província de Fujian, no sudeste da China, recebeu mais de 400 participantes do bloco dos BRICS, (acrónimo que designa as economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e de outros países em desenvolvimento. Estas nações reuniram-se para participar num fórum de três dias para cimentar a cooperação entre elas. Representantes de partidos políticos, think tanks e organizações da sociedade civil, procuram neste fórum construir consensos e solidificar a cooperação no âmbito do BRICS, informa o Diário do Povo. Durante a cerimónia de abertura, Liu Yunshan, oficial sénior do Partido Comunista Chinês, elogiou o papel desempenhado pelo grupo. Liu disse que os países do BRICS tornaram-se numa importante plataforma para a cooperação entre economias emergentes e países em desenvolvimento, bem como uma força responsável pelo ímpeto de crescimento económico global – maximizando as estruturas de governação, e promovendo a democratização das relações internacionais. Os países do BRICS testemunharam uma grande mudança ao longo da última década, e estão agora prontos para ainda mais, disse. Wu Xiaoqiu, vice-presidente da Universidade Renmin da China, disse que o objectivo dos BRICS agora é o de procurar novos trilhos de desenvolvimento, permitindo às economias emergentes terem uma palavra mais forte na evolução da economia. Mudanças à vista Os representantes das nações do bloco acreditam que o cenário irá mudar em breve. Renata Boulos, directora do Instituto de Cooperação Internacional e Desenvolvimento, disse acreditar que o BRICS pode demonstrar um tipo diferente de diplomacia e de cooperação, em comparação com o passado. O bloco do BRICS contribui actualmente em mais de 50% para o crescimento do PIB mundial. O ex-primeiro-ministro do Egipto, Essam Sharaf, enfatizou numa entrevista que a razão pela qual tantos outros países estão interessados em se juntar aos BRICS é o objectivo do grupo de consumar o desenvolvimento comum do ser humano, a diversificação da cultura mundial e um humanitarismo unificado, uma visão ecoada por outros participantes. Wu Xiaoqiu disse que, independentemente daquilo que seja o BRICS — uma plataforma ou um arquétipo — a abertura é uma garantia importante para a sua vitalidade. Apenas estas características o farão perdurar na comunidade internacional. Os especialistas defendem que o BRICS deve expandir-se e considerar novos canais de diálogo, passando a incluir mais vozes exteriores.