João Luz EventosMúsica | Pixies de Macau ao vivo no palco do LMA sábado às 21h30 Nascidos da frustração de não poder ver a banda de Black Francis e Kim Deal ao vivo em Hong Kong, os Ou Mun Pixels dão o segundo concerto da sua curta carreira no LMA, no próximo sábado. A interpretação dos clássicos dos Pixies vai estar a cargo de seis músicos locais, movidos pela paixão à banda de Boston. O vocalista Nuno Gomes contou ao HM como nasceu o grupo [dropcap]A[/dropcap]í vêm os Ou Mun Pixels, a banda local de tributo aos imortais Pixies, acabadinha de se formar e com um concerto apenas na bagagem, rumo ao LMA para tocar no sábado os hinos imortais da banda de Black Francis e Kim Deal. A estrada até chegar à Coronel Mesquita começou com um desafio, entre cervejas no OTT, depois de uma má notícia: o cancelamento do concerto de Pixies em Hong Kong, que estava marcado para o passado dia 3 de Março. “Devido à porcaria do vírus, o concerto foi cancelado. Nesse mesmo dia, perguntei ao Marco se ainda tinha o baixo e disse-lhe que devíamos trazer os Pixies a Macau”, conta Nuno Gomes, vocalista dos Ou Mun Pixels, banda que estava prestes a formar-se. “Estás maluco?” foi a questão com que o amigo respondeu. Nuno insistiu “nós vamos ser os Pixies”. Depois de desafiar Marco Man a tocar na viola-baixo as linhas de Kim Deal, ficou decidido começar uma banda de tributo aos autores de “Where is my mind”, “Debaser” e outros tantos hinos do rock alternativo do final dos 80/início dos 90. Tomava forma o embrião do que viriam a ser os Ou Mun Pixels. A acompanhar Nuno Gomes na voz e Marco Man no baixo, a banda conta com Daniel Ricardo e João Kruss Gomes nas guitarras, Lisa Wong na voz e Pedro Lagartinho na bateria. Com um percurso que o levou a passar por várias bandas, Nuno Gomes começou a tocar baixo ao mesmo tempo que se apaixonava pelos Pixies. “Ia para o quarto e não saía de lá enquanto não tocasse o baixo de todas as músicas. Os Pixies são algo que sempre esteve muito presente na minha vida, são a minha banda preferida.” Saída do estúdio Quando as versões dos Pixies ficaram maduras, à custa de treino, ensaios e horas a ouvir música, chegava a altura de passar para a partilha com o público. Mesmo a preparação trouxe muitos momentos de puro deleite musical. “Trabalhámos muito nos ensaios e foi um prazer voltar a ouvir Pixies com tanta intensidade. Preparei-me para chegar ao palco, seria incapaz de iniciar o concerto mal preparado”, conta Nuno Gomes. Depois de amadurecerem em privado, veio o primeiro concerto. O local para o baptismo de palco dos Ou Mun Pixels acabou por ser o The Roadhouse Macau, no passado dia 16 de Maio. Para tal, bastou filmar um ensaio da banda, com o trabalho audiovisual a cargo de Filipe Faísca. O gerente da casa no Broadway não teve dúvidas quando viu o ensaio e convidou-os para tocar. A banda não quis nada em troca, além do jantar e bebidas, para encher o Roadhouse. Depois da recepção mais que positiva no primeiro concerto, os Ou Mun Pixels preparam-se para “dar um grande espectáculo da melhor interpretação possível de Pixies que conseguimos”, conta o vocalista. O concerto começa às 21h30 e a entrada custa 150 patacas, com direito a bebida grátis. O LMA que se prepare.
João Luz EventosCatalyser | Pop rock made in Macau Numa cidade com pouco mercado para o pop rock, os Catalyser formaram-se a partir de um grupo de amigos de escola com uma paixão em comum: a música [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omo muitas bandas de rock, os Catalyser conheceram-se na escola secundária, um percurso habitual numa idade em que a identificação musical é muito importante. Nos últimos meses de liceu, em 2012, fizeram um pequeno concerto para os amigos, sem grandes ambições, que viria a ter repercussões pouco tempo depois. No fim do ano lectivo, o grupo de amigos que subiu a palco e que partilhava o amor pela música decidiu que chegara a altura de formar uma banda. Assim nasciam os Catalyser, nome inspirado no conceito químico que aprenderam numa aula de Ciências. “Queríamos que a nossa música fosse um catalisador entre pessoas, algo que promovesse a união, que incitasse, por isso escolhemos este nome”, conta Daniel, guitarrista da banda, que também trabalha com vídeo, principalmente em publicidade. A banda, inevitavelmente, foi influenciada pela cena cantopop de Hong Kong, como os Supper Moment. Este tipo de sonoridade é fortemente inspirado no pop chinês, assim como nas sonoridades pop de bandas que inundaram as MTV durante a década de 90. Dessa forma, não é de estranhar que o Ocidente musical também tenha chegado aos ouvidos e às influências dos Catalyser, como não podia deixar de ser. Bandas com projecção global como Green Day, Coldplay e Radiohead são alguns dos pontos de conexão dos Catalyser com as sonoridades mais ocidentais. Reflexões em disco No ano passado, a banda reuniu as composições que tinha e foi para estúdio. O resultado foi um disco chamado “Reflections”, que projectou a banda para a cena cantopop de Macau. Com concertos tocados na rua, e para qualquer palco que os convide, a popularidade da banda cresceu, dentro da dimensão do território, com o seu nome a passar de boca em boca. Em 2015 ganharam o prémio de música da TDM, um evento que marcou a banda. “Foi um momento memorável, deixou-nos muito felizes, apesar de achar que havia outros melhores do que nós, foi algo que nos surpreendeu muito e que não poderia ser conseguido sem a ajuda de outras bandas”, conta Daniel. O prémio deu-lhes alguma visibilidade, além de uma injecção de confiança para comporem algo mais arrojado. Em Setembro do ano passado, a banda mudou de rumo e passou a ter uma voz feminina, Iron. Uma mudança que não trouxe disrupção no sentido condutor que guia a sonoridade dos Catalyser. Apesar de ser uma banda de gente jovem, na casa dos 20 anos, o som tem alguns contornos maduros, principalmente no que toca aos arranjos. Com composições algo melancólicas e canções que evocam perda, a banda de Macau fez uma transição suave de uma voz masculina para a voz de Iron. A vocalista encaixou bem na sonoridade do conjunto, e sente-se como peixe na água em palco. Aliás, tocar ao vivo é algo que lhe enche a alma, em particular quando sente “que o público está a gostar da música”. “Apesar de todos enfrentarmos a nossas dificuldades, seguimos os nossos caminhos, porque a música é o catalisador das nossas vidas”, sintetiza a banda no seu canal de Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=KCg1rmpcQbE