Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim acusa Washington de ter sobrevoado a China 10 vezes em 2022 Pequim disse ontem que balões norte-americanos sobrevoaram pelo menos dez vezes a República Popular da China durante o ano passado agravando as tensões após o derrube de um suposto balão espião chinês nos Estados Unidos. “É comum que balões dos Estados Unidos entrem ilegalmente no espaço aéreo de outros países. No último ano, balões de grande altitude norte-americanos sobrevoaram o espaço aéreo chinês mais de dez vezes, sem a aprovação das autoridades (de Pequim). Os Estados Unidos devem reflectir e mudar de atitude antes de iniciarem a confrontação e acusar os outros com calúnias”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China. Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia de Pequim, disse que “não tem conhecimento” sobre os últimos objectos voadores não identificados que foram derrubados nos Estados Unidos e no Canadá tendo acusado Washington de “reagir de forma exagerada”. Entretanto, no domingo um avião de combate norte-americano abateu “um objecto (voador) não identificado”, sobre o lago Huron, Michigan, após ordens do chefe de Estado, Joe Biden. De acordo com as autoridades norte-americanas, trata-se do quarto caso em oito dias. O Pentágono, segundo a Associated Presse, afirmou que se trata de “uma extraordinária sucessão de acontecimentos sem precedentes, no espaço aéreo dos Estados Unidos”. Já no domingo, as autoridades de Shandong, no leste do país, anunciaram a descoberta de um “objecto voador não identificado (OVNI)” perto da costa. O referido objecto foi localizado nas águas do mar Amarelo, perto da costa da cidade de Rizhao, de acordo com um comunicado das autoridades marítimas provinciais, divulgado pelo jornal estatal chinês de língua inglesa Global Times. No comunicado, acrescentava-se que o Exército chinês se preparava para abater o objecto, pelo que as autoridades pederam aos pescadores da região que adoptassem as medidas de protecção necessárias.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Pequim recusou telefonema dos EUA porque “atmosfera não era adequada” O ministério da Defesa chinês disse na sexta-feira que recusou um telefonema do secretário da Defesa norte-americano, após os Estados Unidos terem abatido um balão chinês alegadamente usado para espionagem, porque Washington “não criou a atmosfera adequada” para o diálogo. A acção dos EUA “violou gravemente as normas internacionais e estabeleceu um mau precedente”, disse o porta-voz do ministério, Tan Kefei, em comunicado. “Visto que esta abordagem irresponsável e gravemente errada dos EUA não criou a atmosfera adequada para o diálogo e para as trocas entre os dois exércitos, a China não aceitou a proposta dos EUA de realizar um telefonema entre os dois ministros da Defesa”, frisou Tan. A China “reserva-se ao direito de usar os meios necessários para lidar com situações semelhantes”, acrescentou. O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, tentou, no sábado, discutir a questão do balão com o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, mas foi recusado, disse o Pentágono. Os EUA dizem que o balão faz parte de um enorme programa de vigilância aérea militar que visa mais de 40 países, sob a direcção do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China.
Hoje Macau China / ÁsiaChina acusa EUA de uso indiscriminado de força para abater balão chinês A China apresentou uma queixa formal e acusou hoje os EUA de uso indiscriminado de força para abater sobre o oceano Atlântico um balão chinês, que Pequim garante que tinha apenas fins de investigação civil. Num comunicado, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Xie Feng, disse que apresentou uma queixa formal junto da embaixada dos Estados Unidos na China, no domingo, sobre o “ataque militar dos EUA a um dirigível não tripulado civil chinês”. Xie sublinhou que “a aeronave civil entrou no espaço aéreo dos EUA por acidente” e avisou que a decisão de abater o balão irá “prejudicar gravemente” as relações entre as duas potências. O vice-ministro qualificou a reação de Washington como “exagerada” e acusou o país de “violar gravemente o espírito do direito internacional”. “A China protegerá os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas e defenderá os interesses e a dignidade do país”, disse Xie. O ministério avisou que “reserva o direito de tomar as medidas necessárias para lidar com situações semelhantes”. O abate do balão chinês levou à suspensão da viagem que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, planeava fazer à China. Navios da Marinha e da Guarda Costeira dos Estados Unidos deslocaram-se entretanto para a zona do Atlântico onde caíram os destroços do balão, procurando pistas para esclarecer a natureza do dispositivo. As autoridades norte-americanas estabeleceram um perímetro para tentar evitar as intrusões e já assumem que terão de recorrer a mergulhadores ou veículos não tripulados para recuperar os destroços do balão que acreditam tratar-se de um dispositivo de espionagem. Pequim admitiu na sexta-feira que o balão era chinês, embora tenha garantido que era “um dirigível civil usado para fins de pesquisa, principalmente meteorológica”. Os peritos dizem que as autoridades poderão ter acesso em breve aos destroços, que se encontram a cerca de 15 metros de profundidade, nas águas do Atlântico. As autoridades também pediram ajuda à população local para evitar que os cidadãos interfiram nas investigações. O balão foi avistado pela primeira vez na passada terça-feira sobre o estado de Montana e atravessou o país rumo à costa leste até chegar ao Atlântico, no sábado, onde foi finalmente abatido. A presença deste dispositivo chinês no espaço aéreo dos Estados Unidos provocou a mais recente crise diplomática entre Washington e Pequim.