Índia | Amazon investe 24 mil ME até 2030

A empresa norte-americana reforça a sua posição no país dando seguimento ao investimento de 12.700 milhões de dólares até 2030 anunciado a 18 de Maio pelo maior provedor de serviços de computação em nuvem do mundo, a Amazon Web Services.
O director executivo da Amazon comprometeu-se a aumentar os investimentos da gigante norte-americana na Índia para 26.000 milhões de dólares até 2030, durante um encontro com o primeiro-ministro indiano na sexta-feira.
De acordo com um comunicado divulgado sábado pelo gabinete do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o governante e Andrew R. Jassy “mantiveram conversações sobre a área do comércio electrónico” e “discutiram o potencial de uma maior colaboração com a Amazon no sector logístico na Índia”.
Por sua vez, o presidente executivo da Amazon avançou na rede social Twitter que, durante a reunião, foi discutido “o compromisso da Amazon de investir 26.000 milhões de dólares na Índia até 2030”.
“Trabalhando juntos, apoiaremos as novas empresas, criaremos empregos, possibilitaremos exportações e capacitaremos pessoas e pequenas empresas para competirem globalmente”, acrescentou Jassy.
Os esforços da Amazon para fortalecer a sua presença no país asiático seguem-se ao investimento de 12.700 milhões de dólares até 2030 anunciado a 18 de Maio pelo maior provedor de serviços de computação em nuvem do mundo, a Amazon Web Services (AWS).
Ao interesse da Amazon em investir na Índia somam-se outras oportunidades de crescimento exploradas por Modi durante a sua visita aos EUA, onde manteve reuniões com o presidente executivo (CEO) da Google, o empresário indo-americano Sundar Pichai, o director executivo da Boeing, David L. Calhoun, e o fundador da Tesla e actual dono do Twitter, Elon Musk.

Agenda preenchida
O primeiro-ministro indiano terminou sábado a visita de Estado de quatro dias aos EUA, durante a qual se reuniu com o Presidente Joe Biden, participou num jantar na Casa Branca, interveio uma sessão conjunta do Congresso dos EUA e manteve encontros com mais de duas dezenas de líderes e empresários, incluindo economistas, académicos e especialistas em saúde.
Narendra Modi seguiu para o Egipto, onde se encontrou com o Presidente egípcio, Abdel Fattah El-Sisi.

26 Jun 2023

Já há livros “escritos” por ChatGPT à venda na Amazon

A Amazon tem cerca de 200 livros à venda escritos com recurso ao ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial, uma situação que é vista como uma ameaça para os escritores.

O número 200 foi avançado pela agência Reuters em finais de Fevereiro e, nos dias seguintes, surgiram alertas quanto aos riscos desta ferramenta, como o de Mary Rasenberger, directora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores profissionais dos Estados Unidos.

“Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados”, afirmou, citada pelo ‘site’ BusinessInsider.

O exemplo de um livro totalmente escrito pelo ‘robot’ é “ChatGPT on ChatGPT: The AI Explains Itself” (“ChatGPT sobre ChatGPT: A Inteligência Artificial Explica-se”) e a versão em papel custa 11,9 dólares (11 euros), grátis na versão Kindle.

Outro é “The “Wise Little Squirrel” (“O Esquilozinho Sábio”), de Brett Schickler, um vendedor de Rochester, Nova Iorque, que concretizou o sonho de escrever um livro, mas com o ChatGPT.

Tem 30 páginas, foi escrito em poucas horas com esta ferramenta, e está à venda na Amazon Kindle, em versão digital, por 2,99 dólares, ou 9,99 dólares na versão impressa. Até final de Fevereiro, Shickler tinha ganho menos de 100 dólares, segundo disse à Reuters.

A Amazon afirmou que todos os livros na sua loja ‘on-line’ devem cumprir as regras de propriedade intelectual, mas nada adiantou quanto a uma eventual mudança de regulamentos sobre o uso da tecnologia. A OpenAI, que lançou o ChatGPT, optou por não se pronunciar.

Revolução em curso

A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações, mas especialistas alertam que também apresenta riscos, como a violação de privacidade, algoritmos tendenciosos, que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente.

Os modelos de inteligência artificial generativa, como as ChatGPT, são capazes de a partir de um texto simples gerar, criar textos extremamente complexos, com resposta a questões, com criação de novas questões, criação de conteúdo, peças jornalísticas.

Na descrição do especialista português Luís Paulo Reis, feita à Lusa, é também possível fazer programas para disciplinas do ensino superior ou do ensino secundários, respostas a exames, criar inclusivamente exames.

7 Mar 2023

Amazon quer criar rede de satélites para levar a internet a zonas excluídas

[dropcap]A[/dropcap] Amazon confirmou na quinta-feira que está a desenvolver um projecto de criação de uma rede de satélites para fornecer um serviço de internet de alto débito em regiões do mundo onde as ligações são más ou inexistentes.

Este projecto da empresa norte-americana de comércio ‘online’, baptizado de Kuiper, foi mencionado pela primeira vez pelo sítio especializado em notícias de tecnologia GeekWire, referindo-se a documentos depositados junto de agências de regulação norte-americanas, nos quais é detalhado o projecto, orçado em vários milhares de milhões de dólares.

“O projecto Kuiper é uma nova iniciativa para lançar uma constelação em baixa órbita terrestre de satélites que vão fornecer ligações de alto débito a comunidades mal ou não servidas no mundo”, indicou fonte da Amazon à agência de notícias France-Presse.

“Trata-se de um projecto de longo prazo que prevê servir dezenas de milhões de pessoas”, acrescentou a mesma fonte.

A GeekWire detalhou que os documentos entregues descrevem um projecto de colocação em órbita baixa de 3.236 satélites a altitudes que vão de 590 a 630 quilómetros.

A convenção internacional estabelece a fronteira do espaço a 100 quilómetros da superfície terrestre, na designada ‘linha de Karman’.

O grupo, sediado em Seattle, no noroeste dos EUA, procura associar-se a outras empresas.
Mas nada indica que neste momento o projeto possa envolver também a sociedade espacial Blue Origin, propriedade do presidente e fundador da Amazon, Jeff Bezos, que realizou este ano o décimo voo de ensaio do seu novo foguetão, New Shepard.

5 Abr 2019

Empresas chinesas ameaçam império americano de comércio online

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]acebook e Amazon perderam o estatuto de empresas com o maior valor de mercado. Adivinhe quem se senta agora na cabeceira da mesa.

Os grupos chineses Tencent e Alibaba já alcançaram o Facebook e a Amazon em termos de valor de mercado, um reflexo da emergência das gigantes tecnológicas na China, país onde smartphones e pagamentos electrónicos são omnipresentes.

A Tencent, campeã de jogos e operadora do popular aplicativo de mensagens WeChat  tornou-se, na semana passada, o primeiro grupo tecnológico chinês a valer mais de US$ 500 mil milhões, superando o Facebook. O líder chinês de comércio on-line Alibaba, cotado em Wall Street, está logo atrás, e aproxima-se da também norte-americana Amazon.

Trata-se de um verdadeiro desafio às maiores empresas de Silicon Valley, que até então estavam no selecto grupo dos cinco maiores valores de mercado do mundo. Apenas em 2017, as cotações das chinesas Tencent e da Alibaba duplicaram – bem como sua margem de lucro.

“O sucesso  explica-se, antes de mais, pela descolagem da internet móvel, estimulada pelos fabricantes chineses de smartphones baratos”, explica Shameen Prashantham, da Escola de Comércio CEIBS, baseada em Xangai. Cerca de 724 milhões de chineses conectam-se à rede pelo telemóvel, segundo o governo: isso aumenta significativamente as bases de utentes e o volume de dados colectados, pois “as leis sobre a privacidade são menos protectoras aqui que no Ocidente”, explica Prashantham.

Actualmente, a Tencent beneficia da adesão dos utentes ao jogo “Honor of Kings”, enquanto o seu aplicativo WeChat (troca de mensagens, rede social, comércio digital e jogos) tem mil milhões de utentes, apesar da rigorosa censura ao conteúdo. Já a empresa Alibaba controla metade do e-commerce chinês entre empresas e consumidores.

Ambas as plataformas beneficiam dos problemas dos concorrentes norte-americanos no mercado chinês: o Facebook está proibido na China; o e-Bay recusa entrar no mercado chinês e a Amazon tem dificuldade de descolar na nuvem chinesa. Contudo, “a Tencent não imitou as fórmulas ocidentais. A empresa forçou-se a inovar. Deve-se a ela o desenvolvimento do pagamento electrónico”, insiste Huang Hao, pesquisador na Academia Chinesa de Ciências Sociais.

A Tencent permitiu que utentes do WeChat trocassem cartões de presentes electrónicos, enquanto a Alibaba criou sua plataforma de pagamento on-line Alipay.  “Até meu avô de 88 anos se acostumou a comunicar e a pagar via WeChat”, afirma Zhao Chen, da empresa de investimentos tecnológicos Plug-and-Play.

 

29 Nov 2017