Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim garante que “não há riscos” de deflação Apesar dos muitos desafios que o país tem pela frente, as autoridades mostram-se confiantes no futuro e descartam qualquer cenário de deflação A China assegurou ontem que “não existem riscos de deflação” no país, “nem agora, nem no futuro”, depois de anunciar na semana passada que o índice de preços ao consumidor entrou em território negativo em Julho. “Não existem riscos de deflação na China, nem agora, nem no futuro”, disse Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística (GNE), que, no entanto, reconheceu que a recuperação económica do país “enfrenta vários desafios”. O índice de preços ao consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3 por cento, em Julho. Os preços ao consumidor, que caíram para território negativo pela última vez em Fevereiro de 2021, estavam à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início do ano. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. “A procura doméstica continua a crescer. O consumo de serviços, como os derivados das férias de Verão, já está a crescer, oferecendo suporte significativo”, disse Fu. No entanto, o GNE informou que as vendas a retalho, um indicador chave para medir o estado do consumo, aumentaram 2,5 por cento, em termos homólogos, em Julho, um valor inferior aos 3,1 por cento alcançados em Junho e que se mantém abaixo do esperado pelos analistas, que previam um aumento de 4,6 por cento. Também foram divulgados ontem os dados da produção industrial do país, que cresceu 3,7 por cento, em Julho, em relação ao mesmo período do ano anterior. Este valor representa uma desaceleração em relação aos dados de Junho (4,4 por cento). A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,3 por cento no final de Julho, acima dos 5,2 por cento registados em Junho, mas ainda dentro do limite máximo que as autoridades estipularam para este ano, de 5,5 por cento. Em suspenso O GNE suspendeu a publicação da taxa de desemprego jovem a partir de Agosto, devido às “mudanças económicas e sociais que exigem uma melhoria e otimização das estatísticas laborais”, depois de alguns meses em que o indicador registou recordes acima dos 20 por cento. O investimento em activos fixos aumentou 3,4 por cento, nos primeiros sete meses do ano, depois de ter subido 3,8 por cento no conjunto do primeiro semestre, o que se traduz numa diminuição que o GNE preferiu expressar em termos de comparação mensal (-0,01 por cento). “A taxa de crescimento de alguns indicadores importantes desacelerou em Julho, o que é uma flutuação normal. No geral, a produção cresceu de forma constante em Julho, o emprego manteve-se e a economia continuou o seu processo de recuperação”, disse Fu. Após um início de ano promissor, a recuperação económica pós-pandemia mostra sinais de desaceleração. A débil procura doméstica e internacional, riscos de deflação e estímulos insuficientes, a par de uma crise imobiliária e falta de confiança no sector privado são as principais causas para o abrandamento da segunda maior economia mundial, segundo os analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Reforçado desenvolvimento de mísseis antes de exercícios EUA-Coreia do Sul O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou um aumento na produção de mísseis, avançou ontem a imprensa estatal, dias antes da Coreia do Sul e dos EUA iniciarem exercícios militares anuais. A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que Kim deu a ordem na sexta-feira e sábado, durante uma visita de inspecção às principais fábricas que produzem mísseis tácticos, plataformas móveis de lançamento, veículos blindados e projécteis de artilharia no país. Durante uma paragem numa fábrica de mísseis, Kim estabeleceu uma meta de “aumentar drasticamente” a capacidade de produção para que a instalação possa produzir mísseis em massa e responder às necessidades das unidades militares da linha de frente, disse a KCNA. “O nível qualitativo dos preparativos de guerra depende do desenvolvimento da indústria de munições e a fábrica tem uma responsabilidade muito importante em acelerar os preparativos de guerra” do exército, disse Kim. Em outras fábricas, o líder da Coreia do Norte pediu a construção de plataformas móveis de lançamento de mísseis mais modernas e falou da necessidade urgente de aumentar “de uma forma exponencial” a produção de projécteis para lançadores de foguetes de grande calibre. Kim também conduziu um novo veículo blindado de combate utilitário, disse a KCNA, uma semana depois de outra visita semelhante a várias fábricas de armas do país. Os EUA e a Coreia do Sul irão começar no final do mês exercícios militares anuais, que a Coreia do Norte defenderem serem a preparação de uma invasão, uma acusação que os aliados rejeitam. De acordo com a KCNA, Kim disse que a Coreia do Norte deve ter “uma força militar esmagadora e estar totalmente preparada para enfrentar qualquer guerra” com o poder de “certamente aniquilar” os inimigos do país. Velhos amigos No final de Julho, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, efectuou uma rara visita a Pyongyang, durante a qual se encontrou com Kim Jong-un. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse acreditar que Shoigu estava na Coreia do Norte para garantir o fornecimento de armas necessárias para a guerra na Ucrânia. “Vemos a Rússia a procurar desesperadamente apoio, armas, onde quer que as possa encontrar, para continuar a agressão contra a Ucrânia”, acrescentou o norte-americano. “Vemos isso com a Coreia do Norte, vemos isso com o Irão, que forneceu à Rússia muitos drones, usados para destruir infraestruturas civis e matar civis na Ucrânia”, continuou Blinken. A Rússia, aliada histórica da Coreia do Norte, é um dos poucos países com os quais Pyongyang mantém relações amistosas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Parcialmente anuladas condenações de sete activistas Um tribunal de Hong Kong anulou ontem parte das condenações de sete dos mais proeminentes defensores pró-democracia de Hong Kong, sentenciados pelos seus alegados papéis num dos maiores protestos em 2019. Jimmy Lai Chee-ying, fundador do agora extinto jornal Apple Daily, Martin Lee Chu-ming, presidente e fundador do Partido Democrático, e cinco ex-legisladores pró-democracia, incluindo a advogada Margaret Ng Ngoi-yee, tinham sido considerados culpados de organizar e participar numa manifestação não autorizada. Jimmy Lai, Lee Cheuk-yan, Leung Kwok-hung e Cyd Ho tinham sido condenados a penas de prisão entre oito e 18 meses. Martin Lee, um octogenário apelidado de “pai da democracia” da cidade, Margaret Ng e Albert Ho foram condenados a penas de prisão suspensas. As condenações, há dois anos, foram vistas como mais um golpe para o movimento pró-democracia. O juiz Andrew Macrae disse ontem que ele e outros juízes do Tribunal de Recurso anularam unanimemente as condenações relacionadas com a organização de uma manifestação não autorizada. Mas mantiveram as condenações por terem participado nessa manifestação. Todos os condenados já cumpriram as penas no âmbito deste processo. Mas Lai, Leung, Ho e Lee Cheuk-yan continuam detidos, uma vez que também foram alvo de outra acusação ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020, na sequência dos maciços protestos. As acusações surgiram após uma manifestação em Agosto de 2019 que levou cerca de 1,7 milhões de pessoas às ruas de Hong Kong, cidade com cerca de sete milhões de habitantes, para exigir maior democracia e a responsabilização da polícia.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Ministro da Defesa vai à Rússia e Bielorrússia esta semana O ministro da Defesa chinês, Li Shangfu, vai visitar esta semana a Rússia e a Bielorrússia, informou ontem o ministério, num período de crescente intercâmbio entre Pequim e Moscovo, apesar da guerra na Ucrânia. “Entre os dias 14 e 19 de Agosto, Li Shangfu vai visitar a Rússia, onde participará na 11.ª Conferência de Moscovo sobre Segurança Internacional, e a Bielorrússia”, disse um porta-voz do ministério da Defesa chinês, Wu Qian, em comunicado. Para além de proferir um discurso na referida conferência, Li vai encontrar-se com autoridades de Defesa da Rússia. “Durante a sua visita à Bielorrússia, vai reunir-se com líderes nacionais e militares bielorrussos e visitar unidades militares bielorrussas”, acrescentou a mesma nota. No mês passado, um assessor diplomático de Vladimir Putin disse que o líder russo pretende visitar a China em Outubro, respondendo ao convite feito pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante uma visita a Moscovo, em Março. Trata-se da primeira viagem de Putin à China desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia. Algumas semanas antes do início da invasão, o Presidente russo visitou Pequim, por ocasião dos Jogos Olímpicos de Inverno. Os dois países reiteraram o seu desejo comum de combater a “hegemonia” dos Estados Unidos. Os intercâmbios militares, através da realização de exercícios conjuntos, foram desde então reforçados, assim como as trocas comerciais, permitindo a Moscovo atenuar o impacto das sanções impostas pelo Ocidente.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim tenta atrair mais investimento estrangeiro para relançar economia O executivo da China publicou, no domingo à noite, novas directrizes para “intensificar esforços para atrair investimento estrangeiro”, num momento em que a recuperação pós-pandemia da economia chinesa desacelerou. De acordo com um comunicado divulgado no portal do Conselho de Estado chinês na Internet, o objectivo das novas orientações é “optimizar ainda mais o ambiente para o investimento estrangeiro”. As directrizes pretendem “melhorar o equilíbrio geral entre a conjuntura nacional e internacional” e “promover um ambiente empresarial de classe mundial, orientado para o mercado, baseado na lei e internacionalizado”, referiu o executivo chinês. O Conselho de Estado apelou às empresas para “aproveitarem as vantagens do enorme mercado chinês” e “fazerem mais esforços para atrair e utilizar o investimento estrangeiro e fazê-lo de forma mais eficaz”. O executivo admitiu que ainda é necessário mais trabalho para garantir que as empresas com investimento estrangeiro serão tratadas como de forma igual às locais, “reforçar a sua protecção” e “fornecer apoio fiscal e tributário”. O comunicado não revelou, no entanto, pormenores sobre as medidas concretas que serão implementadas. Jogo económico As empresas estrangeiras presentes na China, principalmente as europeias e norte-americanas, têm nos últimos anos pressionado as autoridades a reduzir os sectores ou actividades proibidas ou restritas ao investimento estrangeiro. Os governos e instituições da UE têm acusado Pequim de falta de reciprocidade no acesso das empresas europeias ao mercado chinês, alegando ainda que as empresas chinesas desfrutam de subsídios e muito mais liberdade para operar, investir ou comprar entidades na Europa. Por outro lado, a China alterou, em Julho, a Lei de Contraespionagem para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem e proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional. Em Maio, a polícia chinesa entrou nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group. Estas investigações semearam preocupação no sector e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter defendido de que se tratavam de acções isoladas. Na quarta-feira, o Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou uma ordem executiva que limita o investimento em tecnologias mais avançadas, como a inteligência artificial ou em computação quântica, na China. Após um início de ano promissor, a recuperação pós-pandemia da economia chinesa tem mostrado sinais de desaceleração, crescendo 6,3 por cento em termos homólogos no segundo trimestre, menos do que o esperado. O índice de preços ao consumidor, o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3 por cento, em Julho, num fenómeno designado como deflação, que reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento.
Hoje Macau China / ÁsiaCountry Garden | Acções afundam após construtora falhar pagamentos A crise do imobiliário na China conheceu mais um episódio com a queda colossal das acções da Country Garden na praça financeira de Hong Kong As acções da Country Garden, uma das maiores construtoras da China, afundaram ontem mais de 15 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, numa altura em que a precária saúde financeira da empresa preocupa os mercados. A situação da Country Garden é consequência directa de uma crise de liquidez sem precedentes no imobiliário da China, suscitada por uma campanha lançada por Pequim para reduzir os níveis de alavancagem no sector, que representa um quarto do PIB chinês. A Country Garden está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de milhares de funcionários. O grupo consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua líder, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia. Mas a Country Garden não conseguiu na segunda-feira passada cumprir com o pagamento do cupão de dois títulos obrigacionistas. O grupo corre assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias. A empresa estimou a sua dívida em cerca de 150 mil milhões de euros, no final de 2022. A agência Bloomberg estima que a dívida ascende a cerca de 176 mil milhões de euros. As acções da Country Garden tombaram 16,3 por cento na Bolsa de Valores de Hong Kong, a meio da sessão de ontem. Crise geral A dona da Country Garden admitiu na sexta-feira passada numa carta que a empresa enfrenta as “maiores dificuldades” desde a sua criação por causa da conjuntura económica. Yang Huiyan, que se tornou bilionária aos 25 anos ao herdar as acções do grupo fundado pelo pai, disse, no entanto, que a Country Garden vai lutar pela sua sobrevivência. Tal como no caso da Evergrande, cujo passivo supera os 300 mil milhões de euros, qualquer colapso da Country Garden teria repercussões catastróficas no sistema financeiro e na economia chinesa. O grupo, que deve publicar os seus resultados semestrais ainda este mês, diz esperar um prejuízo líquido entre 5,6 e 7 mil milhões de euros. Segundo a agência de ‘rating’ Moody’s, 3,9 mil milhões de euros em títulos de dívida emitidos pela empresa vão vencer em 2024. A Moody’s baixou na quinta-feira a classificação da dívida do grupo para “Caa2”, sinónimo de “risco de crédito muito alto”. A reforma habitacional na China, no final da década de 1990, levou a um ‘boom’ no sector, alimentado pelas normas sociais. A aquisição de casa própria é muitas vezes pré-requisito para casar. No entanto, em 2021, os reguladores chineses passaram a exigir às construtoras um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector. A falta de liquidez no sector fez com que várias obras em todo o país fossem obrigadas a parar, o que resultou, no Verão passado, num “boicote às hipotecas”, que se estendeu a mais de uma centena de cidades, com os compradores de apartamentos inacabados a deixarem de pagar a prestação mensal aos bancos. Nos últimos meses, o Governo mudou de rumo e anunciou várias medidas de apoio, inclusive a abertura de linhas de crédito, cujo objectivo prioritário é finalizar empreendimentos cujas obras ficaram por completar.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Preocupação com repatriações forçadas para a Coreia do Norte A Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos manifestou grande preocupação com o repatriamento forçado de norte-coreanos da China e outros locais, depois de críticas de algumas organizações, que apontaram à ONU um “silêncio inaceitável”. Na sexta-feira, vários grupos de defesa dos direitos humanos emitiram uma declaração, que visa o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, e o seu gabinete, afirmando que “não é demasiado tarde” para “instar publicamente a China a pôr termo ao desaparecimento forçado e ao repatriamento forçado dos fugitivos norte-coreanos” e permitir avaliações individuais para determinar se podem ser considerados refugiados. Estes grupos incluem famílias de pessoas que foram raptadas e enviadas de volta para a Coreia do Norte, desertores norte-coreanos e a entidade ‘Transitional Justice Working Group’, sedeada em Seul, na Coreia do Sul, que monitoriza e analisa o historial dos direitos humanos da Coreia do Norte. As organizações alertaram para a possibilidade de os repatriamentos chineses de fugitivos norte-coreanos poderem aumentar se a Coreia do Norte aliviar as restrições fronteiriças após um prolongado encerramento devido à covid-19, o que pode permitir “o recomeço do repatriamento forçado de cerca de 2.000 norte-coreanos detidos como ‘migrantes ilegais’ na China”, citando um relatório da ONU sobre o historial dos direitos da Coreia do Norte apresentado à Assembleia Geral da organização em Outubro. A questão acontece ainda no período que antecede os Jogos Asiáticos em Hangzhou, na China, no final de Setembro e início de Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão e EUA vão desenvolver novo sistema antimísseis hipersónicos O Japão e os Estados Unidos decidiram desenvolver conjuntamente um novo sistema antimísseis destinado a interceptar mísseis hipersónicos, perante os avanços da China, Rússia e Coreia do Norte neste campo, noticiaram no domingo os ‘media’ nipónicos. A iniciativa visa melhorar a preparação conjunta para ameaças de armas que seriam difíceis de combater com a actual rede de defesa antimíssil, e poderá ser anunciada durante a visita do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, a Washington no final da semana, disseram fontes governamentais ao diário japonês Yomiuri. Se o projecto for para a frente, será o segundo sistema interceptor de mísseis desenvolvido conjuntamente pelos EUA e pelo Japão, depois do SM3 Block 2A. O objectivo é que o novo sistema seja capaz de interceptar mísseis como os utilizados pela Rússia na guerra da Ucrânia, os testados pela China ou os que estão a ser desenvolvidos pela Coreia do Norte, e que esteja operacional dentro de uma década, segundo o jornal japonês. Parceria defensiva Os mísseis hipersónicos são capazes de voar a velocidades até cinco vezes superiores à velocidade do som (Mach 5) e a baixas altitudes e em trajectórias irregulares, o que os torna particularmente difíceis de detectar e interceptar com as tecnologias actuais. O projecto poderá ser anunciado durante a cimeira entre Kishida e o Presidente dos EUA, Joe Biden, prevista para sexta-feira. O encontro vai acontecer no âmbito da visita do líder japonês a Washington para participar numa reunião trilateral com Biden e o líder sul-coreano, Yoon Suk-yeol. As reuniões poderão também anunciar novos passos no sentido de uma cooperação trilateral mais estreita para melhorar as capacidades conjuntas de detecção de mísseis e aproveitar o que já se alcançou na partilha de dados de radar em tempo real. O Japão também pretende intensificar a colaboração em tecnologia de satélites com os Estados Unidos, com o objectivo de reforçar as capacidades de defesa aeroespacial, como parte da estratégia para expandir o âmbito do poder militar face ao que classifica de ameaças crescentes da China e da Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Polícia prende 10 pessoas acusadas de apoiar activistas A polícia de Hong Kong deteve ontem 10 pessoas sob suspeita de colocarem em risco a segurança nacional, através do alegado envolvimento com um fundo entretanto extinto, que visava apoiar manifestantes detidos durante os protestos pró-democracia de 2019. Os quatro homens e seis mulheres são suspeitos de conspirar com o 612 Humanitarian Relief Fund, para receberem doações do exterior e fornecerem apoio financeiro a pessoas que fugiram de Hong Kong ou a organizações que pediram sanções contra a cidade, disse a polícia. O comunicado da polícia não identificou os suspeitos ou as pessoas e organizações que supostamente foram apoiadas por eles. Desde 2020, mais de 260 pessoas foram presas em Hong Kong, sob uma lei de segurança nacional imposta por Pequim ao território, incluindo muitos dos principais activistas pró-democracia da cidade. No ano passado, os ex-administradores do fundo, incluindo o cardeal católico Joseph Zen, a cantora Denise Ho e a ex-parlamentar pró-democracia Margaret Ng foram também presos. A prisão de Zen, em particular, chocou a comunidade católica. Embora as acusações não incluam violações contra a segurança nacional, foram multados num processo separado, em Novembro passado, por não terem registado o fundo, que encerrou operações em 2021. A polícia intensificou também a sua campanha para atingir oito activistas de Hong Kong radicados no exterior, incluindo os ex-deputados pró-democracia Nathan Law, Ted Hui e Dennis Kwok, que estão acusados de violar a lei de segurança nacional. As autoridades ofereceram recompensas de um milhão de dólares de Hong Kong por informações que levem à prisão de cada um deles.
Hoje Macau China / ÁsiaLusofonia | Pequim volta a permitir viagens organizadas a quatro países A China incluiu ontem a Guiné Equatorial, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe, países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), num terceiro lote de destinos para onde vai permitir viagens de turismo em grupo. A decisão, anunciada pelo ministério do Turismo e da Cultura do país asiático, abrange um total de 82 países, para além dos 40 incluídos nos dois primeiros lotes. Destinos populares entre os viajantes internacionais, como os Estados Unidos ou o Reino Unido, passam assim a estar novamente disponíveis para os turistas chineses que viajam em grupos organizados. No início de Fevereiro, Pequim voltou a permitir o turismo em grupo para cerca de 20 países, incluindo destinos como Tailândia ou Indonésia. Portugal foi incluído no segundo lote, aprovado no mês seguinte, assim como Brasil, França e Espanha. A China, que era o maior emissor de turistas do mundo até ao eclodir da pandemia da covid-19, manteve as fronteiras encerradas durante quase três anos, no âmbito da política de ‘zero casos’ do novo coronavírus, que foi desmantelada, em Dezembro passado, após protestos ocorridos em várias cidades do país. No âmbito daquela política, quem chegava ao país tinha que cumprir um período de quarentena de até três semanas em instalações designadas. O número de voos internacionais foi reduzido até 2 por cento face ao período anterior à pandemia.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Brasileiro detido no aeroporto com droga A droga, avaliada em cem mil euros, vinha escondida em 77 cápsulas no interior do corpo do homem de 27 anos A polícia de Hong Kong anunciou ontem ter detido um passageiro que voou do Brasil para a região chinesa com 700 gramas de cocaína, no valor de quase cem mil euros, no interior do corpo. Num comunicado, a Alfândega de Hong Kong revelou que detectou na terça-feira um homem que chegou ao aeroporto do território vindo do Brasil através do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e de Banguecoque, capital da Tailândia. O passageiro foi considerado “suspeito de ter drogas perigosas escondidas no corpo”, tendo sido levado para um hospital para ser submetido a exames, referiu a Alfândega. Os exames confirmaram que o homem tinha engolido um total de 77 cápsulas de cocaína, com um valor de mercado de 850 mil dólares de Hong Kong, acrescentou a polícia. O homem de 27 anos foi detido e a polícia sublinhou que a investigação está ainda a decorrer. As autoridades sublinharam que, “após a retoma das viagens e deslocações normais com o Interior [da China] e outras partes do mundo, o número de visitantes em Hong Kong tem aumentado constantemente”. Desde meados de Dezembro que a metrópole abandonou a política chinesa de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas. A Alfândega de Hong Kong prometeu “continuar a aplicar uma abordagem de avaliação de risco e concentrar-se na seleção de passageiros de regiões de alto risco”. Bagagem brasileira O crime de tráfico de droga é punido na região chinesa com uma multa de até cinco milhões de dólares de Hong Kong e uma pena de prisão que pode ser perpétua. Em Junho, a polícia de Hong Kong deteve uma passageira que voo do Brasil para a cidade com quase um quilo de cocaína, no valor de 124 mil euros, escondida dentro de latas de perfumes. Em Maio, a polícia do território deteve, em dois dias consecutivos, três passageiros que voaram do Brasil para a região com um total de 1,6 quilos de cocaína, no valor de 1,3 milhões de dólares de Hong Kong, no interior do corpo. Um deles, um homem, de 22 anos, tinha também partido do Brasil e passado pelo Dubai e pela Tailândia antes de aterrar na região chinesa. Em Setembro de 2022, a polícia anunciou a apreensão de 16,5 quilos de cocaína, com um valor de mercado de 14 milhões de dólares de Hong Kong, no interior de contentores, vindos do Brasil, com fibras de algodão.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Pequim acusa Filipinas de se deixarem manipular pelos EUA O Ministério das Relações Exteriores da China, pela segunda vez em poucos dias, instou as Filipinas a rebocar imediatamente o navio militar “encalhado” no recife Ren’ai Jiao (também conhecido Recife Ren’ai) e restaurar o seu estado original de não ter pessoal ou instalações naquela ilhota, de acordo com uma declaração de terça-feira do ministério, enfatizando que o recife Ren’ai faz parte do Nansha Qundao (Ilhas Nansha) da China. “As Filipinas prometeram explicitamente várias vezes rebocar o navio militar deliberada e ilegalmente ‘encalhado’ em Ren’ai Jiao. No entanto, 24 anos se passaram e, em vez de rebocá-lo, as Filipinas procuraram repará-lo e reforçá-lo em grande escala, a fim de ocupar permanentemente Ren’ai Jiao”, lê-se no comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Também na terça-feira, Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa Nacional chinês, disse, em resposta à última declaração do Departamento de Defesa dos EUA sobre o assunto, que “as observações dos EUA ignoram os factos e acusam sem fundamento a China das suas acções legítimas e legais de aplicação da lei marítima. A China opõe-se firmemente a esta atitude”. O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Patrick Ryder, disse no domingo no X (antigo Twitter) que “estamos ao lado dos nossos aliados filipinos na condenação dos esforços da RPC para impedir as operações legais no Second Thomas Shoal”. Wu afirmou que “os EUA não são parte na questão do Mar do Sul da China e não têm o direito de interferir na mesma. Exigimos que os EUA deixem imediatamente de utilizar a questão do Mar do Sul da China para criar problemas e semear a discórdia, e respeitem genuinamente a soberania territorial da China e os direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China, bem como os esforços positivos desenvolvidos pelos países da região para manter a paz e a estabilidade no Mar do Sul da China”. Os navios da Guarda Costeira da China (CCG) interceptaram legalmente e tomaram medidas de aplicação de avisos. Perante a ineficácia dos avisos através de múltiplas comunicações verbais, foram utilizados canhões de água como forma de evitar o confronto directo e a colisão, observou Wu. “As operações no local foram razoáveis, legais, profissionais e em conformidade com os regulamentos. A China continuará a tomar as medidas necessárias para salvaguardar firmemente a sua soberania nacional e apela às Filipinas para que cumpram os seus compromissos e cessem imediatamente todas as acções provocatórias”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa chinês. “O exército chinês cumprirá resolutamente os seus deveres e missões e salvaguardará firmemente a soberania nacional e os direitos e interesses marítimos”, disse Wu. Os analistas afirmaram que a China continua a insistir numa via diplomática para resolver o problema e que continua a instar as Filipinas a cumprirem a sua promessa, e que as forças policiais chinesas não prejudicarão o pessoal das Filipinas, mas impedirão Manila de reforçar a embarcação militar na região. “Se as forças armadas dos EUA se envolverem e incitarem Manila a provocar ainda mais a China para agravar a tensão, as forças armadas chinesas estão também totalmente preparadas para qualquer eventual escalada da situação, a fim de salvaguardar eficazmente a soberania e os direitos legítimos da China, embora esta não queira que a tensão aumente”, afirmaram. Divulgação de provas Na terça-feira, o CCG divulgou um vídeo que mostra como o navio do CCG reagiu com uma contenção racional durante todo o processo. O vídeo, que tem a duração de 2 minutos e 40 segundos e foi gravado às 9h40 do dia 5 de agosto, mostra que o navio 5201 da CCG lançou um canhão de água de aviso contra um navio das Filipinas. Analistas que viram o vídeo disseram, na terça-feira, que o navio CCG não alterou a sua rota durante toda a operação e que foi quando o barco filipino mostrou a sua determinação em entrar nas águas perto do recife Ren’ai que a parte chinesa disparou canhões de água contra ele para o avisar e afastar. “O CCG demonstrou grande contenção nas suas acções face à intrusão das Filipinas. Foi precisamente devido à contenção profissional da China, e não ao uso intencional da força como outros países teriam feito em casos semelhantes, que o incidente não se transformou numa grande colisão”, disse Tian Shichen, capitão reformado da Marinha e fundador do grupo de reflexão independente Global Governance Institution e director do instituto não governamental International Center for the Law of Military Operations na terça-feira. “Foi o departamento de aplicação da lei da China que se envolveu no incidente e não os navios de guerra militares chineses, o que torna a natureza do conflito diferente”, salientou Tian. “No entanto, nenhum país deve ser ingénuo ao ponto de encarar a contenção da China como uma forma de sucumbir, ser intimidado ou ser forçado a fazer concessões”, sublinhou Tian. A posição da China de exigir que as Filipinas rebocassem o navio de guerra “encalhado” nunca foi alterada nos últimos anos, nem o será desta vez, disse Ge Hongliang, diretor do Centro de Investigação de Segurança Marítima China-ASEAN da Universidade de Nacionalidades de Guangxi. Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China esclareceu na terça-feira que a causa da actual situação no recife de Ren’ai se deve ao facto de a parte filipina ter ignorado a boa vontade e a sinceridade da China e ter avançado com o envio de materiais de construção para reparar e reforçar o navio militar “encalhado” em grande escala. Mais tarde, na terça-feira, a Embaixada da China nas Filipinas divulgou um comunicado afirmando que, desde o início deste ano, a China propôs uma série de iniciativas marítimas às Filipinas, incluindo a gestão da situação no recife de Ren’ai, e tem estado a aguardar a reação do lado filipino. “O Mar do Sul da China não é um “parque de caça” para países de fora da região fazerem maldades e semearem a discórdia”, disse a embaixada chinesa, opondo-se a quaisquer palavras ou actos que criem tensão e provoquem confrontos no Mar do Sul da China, e instando os EUA a respeitarem seriamente a soberania territorial da China e os direitos e interesses marítimos no Mar do Sul da China. O porta-voz criticou a acção das Filipinas como uma grave violação do direito internacional e da Declaração sobre a Conduta das Partes no Mar do Sul da China (DOC) assinada entre a China e os países membros da ASEAN. Apesar do diferendo, a China tem continuado a insistir que está aberta ao diálogo para encontrar uma solução. Na declaração de terça-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros apelou às Filipinas para que tratassem correctamente as questões marítimas através do diálogo. “A China está disposta a continuar a trabalhar com as Filipinas para lidar correctamente com as questões marítimas através do diálogo e da consulta e defender conjuntamente as relações bilaterais e a estabilidade marítima”, afirmou o porta-voz do ministério. Durante a reunião entre o embaixador chinês nas Filipinas, Huang Xilian, e a subsecretária dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Theresa Lazaro, na segunda-feira, Huang afirmou que o recurso a propaganda e a introdução de terceiros não ajudará a resolver a questão e só complicará a situação. Huang apelou às Filipinas para que iniciem o processo de negociação o mais rapidamente possível. “A China tem estado a aguardar as reacções das Filipinas e espera que as duas partes possam lançar diálogos o mais rapidamente possível para salvaguardar conjuntamente a paz e a tranquilidade nas águas relevantes”, lê-se num comunicado divulgado pela Embaixada da China nas Filipinas. Não se deixem usar “Os Estados Unidos têm vindo a apoiar descaradamente as Filipinas, que infringem a soberania da China, mas essas manobras não serão bem sucedidas”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China numa declaração de segunda-feira, criticando os Estados Unidos por terem, “à revelia dos factos, atacado as acções legítimas e legais da China no mar, destinadas a salvaguardar os seus direitos e a fazer cumprir a lei”. “A tentativa dos Estados Unidos de fazer da chamada decisão arbitral sobre o Mar do Sul da China, que viola o direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, não afectará a firme determinação da China em salvaguardar a sua soberania territorial, os seus direitos e interesses marítimos em conformidade com a lei”, disse o porta-voz chinês. O porta-voz instou os EUA a deixarem de utilizar a questão do Mar do Sul da China para semear confusão e discórdia. Ge disse que, com base na contínua propaganda das Filipinas, pode dizer-se que Manila está claramente a tentar “tirar partido” ou “ganhar interesses indevidos” na questão do Mar do Sul da China com a ajuda dos EUA. O incitamento dos EUA sobre a disputa em torno do recife de Ren’ai poderia levar as Filipinas a tomar mais acções provocatórias que poderiam ser inesperadas ou incontroláveis. Tal incitamento equivale a activar a promessa do tratado de aliança entre os EUA e as Filipinas, o que significa que as Filipinas seriam arrastadas para uma guerra entre grandes potências, a China e os EUA, ou entre países regionais. Esta é uma receita para o desastre para as próprias Filipinas, disse Ge. Comentando algumas vozes dos meios de comunicação social ocidentais que afirmam que a China está, na verdade, a testar o compromisso de defesa dos EUA para com as Filipinas, utilizando o canhão de água para afastar a intrusão das Filipinas, Song Zhongping, um perito militar chinês e comentador televisivo, disse que se trata de uma questão relativa à soberania territorial da China. O facto de os Estados Unidos ajudarem ou não as Filipinas não irá influenciar a posição da China de defender a sua soberania territorial e os seus direitos marítimos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia regista deflação de 0,3% O índice de preços ao consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou ontem uma queda homóloga, de 0,3%, em julho, num fenómeno designado como deflação, segundo dados oficiais divulgados. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Os analistas apontavam para uma queda de 0,4%, em relação aos preços registados há um ano. Os preços ao consumidor, que caíram para território negativo pela última vez em fevereiro de 2021, estava à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início do ano. Dong Lijuan, estatístico do Gabinete Nacional de Estatística da China, assegurou que a queda do IPC é uma questão temporária: “Com a recuperação da economia chinesa, a expansão sustentada da procura no mercado, a melhoria contínua da relação entre oferta e procura e a eliminação gradual dos efeitos da última alta base comparativa do ano, espera-se que o IPC recupere gradualmente”. A comparação mensal dos preços ao consumidor, que estava em território negativo há cinco meses consecutivos, acelerou em julho, para 0,2%, surpreendendo os analistas, que esperavam uma nova queda, desta vez de 0,1%. O especialista indicou que o núcleo da inflação – indicador que elimina a volatilidade dos preços dos alimentos ou energia – subiu 0,8%, na comparação anual, o valor mais alto desde janeiro, e que os preços dos serviços atingiram o máximo dos últimos 17 meses, ao subir 1,2%. Depois de o IPC da China ter subido 2%, no ano passado, Pequim estabeleceu uma meta de crescimento de cerca de 3% para 2023. “Estamos cépticos de que a China esteja a entrar num período prolongado de deflação”, apontou Evans-Pritchard, analista da consultora Capital Economics, num relatório. O índice de preços ao produtor (PPI), que mede os preços à saída das fábricas, caiu 4,4%, em julho, menos um ponto percentual do que no mês anterior. Os analistas previam uma queda em torno de 4,1%. A Capital Economics atribuiu a evolução do PPI à volatilidade dos preços das matérias-primas, desta vez devido ao aumento do custo do petróleo e do gás.
Hoje Macau China / ÁsiaCheias no sudoeste da China fazem sete mortos As inundações que atingiram o sudoeste da China fizeram pelo menos sete mortos na província de Sichuan, informou a televisão estatal CCTV, após chuvas fortes terem causado dezenas de mortos no norte do país. Imagens transmitidas pela CCTV mostram pessoas a serem arrastadas pela corrente, enquanto lutam para manterem a cabeça à tona da água. Em Pequim, o número de mortes causadas por inundações subiu para 33, incluindo cinco membros de equipas de resgate. Outras 18 pessoas continuam desaparecidas, numa altura em que grande parte do norte do país está sob a ameaça de chuvas excepcionalmente fortes. Dias de chuva torrencial atingiram áreas montanhosas nos arredores da capital da China, causando o desabamento de 59.000 casas e a inundação de mais de 15.000 hectares de terras agrícolas, de acordo com o governo local. Dezenas de estradas e mais de 100 pontes ficaram danificadas, disse hoje Xia Linmao, vice-prefeito de Pequim, em conferência de imprensa. Outras partes da China também sofreram fortes inundações, em parte devido ao impacto do tufão Doksuri. A província de Hebei, no norte da China, sofreu algumas das piores inundações da região. As enchentes na cidade de Zhuozhou começaram a diminuir no sábado, permitindo que alguns dos 125.000 moradores retirados voltassem a suas casas. Outras áreas no país estão a sofrer com ondas de calor extremo e seca, ameaçando a saúde dos moradores e a colheita do outono. Fortes chuvas atingiram o norte da China desde o final de julho, prejudicando a vida de milhões de pessoas. Seis pessoas morreram e quatro desapareceram na cidade de Shulan, na província de Jilin, no nordeste do país, que sofreu cinco dias consecutivos de chuvas, transformando ruas em rios. A província de Heilongjiang também viu rios transbordarem.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixador chinês nas Filipinas convocado para explicar incidente no Mar do Sul As Filipinas convocaram o embaixador chinês em Manila, depois de a guarda costeira chinesa ter disparado canhões de água contra navios filipinos no disputado Mar da China Meridional, uma operação que Pequim descreveu como “profissional e comedida”. “O nosso ministro dos Negócios Estrangeiros convocou hoje [segunda-feira] o Embaixador Huang [Xilian] e entregou-lhe uma nota verbal com fotografias e vídeos do que aconteceu, e estamos à espera da sua resposta”, disse aos jornalistas o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr. Segundo a Guarda Costeira das Filipinas, o incidente ocorreu sábado, quando estavam a escoltar navios que transportavam equipamento para o pessoal militar filipino estacionado no Atol de Second Thomas, nas Ilhas Spratly. Manila considerou as acções como “ilegais” e “perigosas”. Pequim, que acusa os barcos de terem entrado “ilegalmente” nas suas águas, afirmou na segunda-feira que a guarda costeira chinesa tinha “detido legalmente” dois navios filipinos. “Esta operação profissional e ponderada no local é irrepreensível”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. A China justificou o uso de canhões de água pela sua guarda costeira contra navios filipinos no Mar do Sul da China, perto de territórios disputados entre os dois países, como forma de “evitar confronto directo”. “Apesar dos repetidos avisos, as Filipinas enviaram dois navios para o Atol de Ren’ai, no último sábado, para reforçar a presença das tropas que mantêm ali ilegalmente”, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado. Segundo a fonte, a guarda costeira chinesa emitiu “vários avisos”, após os quais “usaram canhões de água como aviso para evitar um confronto directo”. “Foi uma operação profissional e comedida. Não há espaço para críticas”, acrescentou o comunicado. Território contestado No domingo, as Filipinas classificaram as manobras da guarda costeira chinesa como “perigosas”. Manila disse que os seus navios transportavam comida, água e gasolina, entre outras coisas, para as tropas estacionadas no Atol de Ayungin, controlado por Manila. O atol fica a cerca de 322 quilómetros da costa oeste do arquipélago filipino de Palawan e dentro da área económica exclusiva das Filipinas. Essa distância, de 200 milhas náuticas, é o limite estabelecido pela ONU para determinar a soberania marítima dos Estados, segundo uma convenção à qual a China aderiu, em 1996. Segundo Pequim, o atol “sempre pertenceu às Ilhas Nansha”, acusando as Filipinas de “violar” a sua soberania. “As Filipinas continuam a enviar grande quantidade de materiais de construção sob a desculpa de rotatividade de pessoal e remessa de suprimentos. A China expressou a sua preocupação às Filipinas por meio de canais diplomáticos, mas nunca obteve resposta”, lê-se no comunicado. A mesma nota assegurou que a China vai “continuar a tomar medidas para salvaguardar a sua soberania territorial” e pediu às Filipinas que aceitem as suas propostas para “abordar a situação por meio do diálogo”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim e Moscovo sublinham “cooperação prática e estratégica” Wang Yi e Serguei Lavrov falaram ao telefone sobre a cooperação entre as duas nações e a guerra na Ucrânia com o lado chinês a manifestar a sua vontade de “manter uma posição independente e justa”, encorajando as duas partes e a iniciarem conversações de paz Os ministros dos Negócios Estrangeiros chinês e russo congratularam-se na segunda-feira pela “cooperação prática” entre os dois países, no decurso de uma conversa telefónica em que foi abordado o conflito na Ucrânia, indicou Pequim. O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, declarou ao seu homólogo Serguei Lavrov que Pequim e Moscovo “deverão manter uma estreita cooperação estratégica, promover a multipolarização do mundo e a democratização das relações internacionais”, precisa um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. O novo ministro dos Negócios Estrangeiros elogiou os recentes progressos da “cooperação prática” entre os dois países no decurso do contacto, que segundo Pequim também abordou os combates em curso na Ucrânia. Ao referir-se a este conflito, Wang declarou que o seu país continuará a “manter uma posição independente e justa”, encorajando as duas partes e a iniciarem conversações de paz. Pequim e Moscovo protagonizam desde os últimos anos relações bilaterais cada vez mais estreitas e quando as relações dos dois países com o ocidente registaram um progressivo afastamento. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo também assegurou que os dois ministros rejeitaram “a política de confrontação do bloco ocidental face à Rússia e à China”. “O contacto (…) confirmou uma vez mais que a unidade ou a harmonia geral das abordagens de Moscovo e Pequim em termos de assuntos mundiais”, acrescenta o texto. Sem sucesso Enviados de 30 países, entre eles a China, reuniram-se no fim de semana na cidade saudita de Jidá para tentar encontrar uma forma de terminar a guerra na Ucrânia, mas sem resultados. A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, disse na passada segunda-feira que o encontro se destinou a promover o plano de paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Para Moscovo, Kiev e o Ocidente “estão a tentar desvalorizar o elevado valor das propostas de paz de outros países e a monopolizar o próprio direito de as propor”, afirmou em comunicado. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que Moscovo pretende receber informações dos seus parceiros sobre o encontro. Referiu, em particular, os BRICS, grupo de que a Rússia faz parte juntamente com África do Sul, Brasil, China e Índia. Entre os participantes, estiveram representantes da China, do Brasil e da Índia, considerados próximos de Moscovo no âmbito da guerra na Ucrânia.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações chinesas caem 14,5% em Julho As exportações da China caíram 14,5% em Julho, em comparação com igual período do ano passado, aumentando a pressão sobre o Partido Comunista Chinês (PCC, no poder) para inverter a recessão económica. As exportações caíram para 281,8 mil milhões de dólares, depois da descida de 12,4% registada em junho, indicaram dados das Alfândegas chinesa. As importações caíram 12,4%, num sinal de fraca procura interna, depois da perda de 6,8% registada no mês anterior. O excedente comercial global do país diminuiu 20,4% em relação ao valor recorde registado há um ano, para 80,6 mil milhões de dólares. Os líderes chineses estão sob pressão para apoiar a atividade empresarial e de consumo depois de, a segunda maior economia do mundo ter crescido apenas 0,8% no segundo trimestre de 2023, em relação ao três meses anteriores. O PCC prometeu apoiar os empresários e incentivar a compra de casas e o consumo, mas não anunciou estímulo económicos em grande escala ou cortes de impostos.
Hoje Macau China / ÁsiaParlamento indiano debate moção de desconfiança para forçar Modi a falar sobre violência O parlamento da Índia começou hoje a debater uma moção de desconfiança contra o governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, para o forçar a abordar a onda de violência étnica no estado de Manipur, no nordeste. O conflito já fez mais de 142 mortos e 60.000 deslocados desde 03 de maio, segundo dados oficiais, e Modi tem-se mantido em silêncio sobre o assunto, exceto para condenar um caso, captado em vídeo, de duas mulheres que foram obrigadas a desfilar nuas pelo meio de uma multidão. Mais tarde, ambas afirmaram ter sido vítimas de uma violação coletiva. “Porque é que (Modi) demorou quase 80 dias a comentar esta situação, e fê-lo em apenas 30 segundos? Apesar disso e até hoje, não disse sequer uma palavra de condolências ou apelou à paz e à harmonia”, disse Gaurav Gogoi, membro do Partido do Congresso (INC), na oposição, ao abrir o debate no parlamento. A moção de desconfiança apresentada pela recém-formada coligação da oposição INDIA, da qual o INC faz parte, não deverá ser bem sucedida devido à confortável maioria do Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu de Modi, que conta com 303 dos 543 lugares na assembleia. A oposição espera, no entanto, que a moção de desconfiança obrigue o primeiro-ministro a comparecer perante o parlamento e a fazer uma declaração, na quinta-feira, sobre a violência entre a tribo minoritária Kuki, maioritariamente cristã, e a maioritária Meitei, maioritariamente hindu, em Manipur, um estado governado pelo próprio BJP. Modi, que chegou ao poder em 2014 e revalidou o seu mandato com uma vitória esmagadora nas eleições gerais de 2019, já superou com sucesso uma moção de desconfiança em 2018. Desde o primeiro mandato, a oposição criticou a rara presença do presidente no Parlamento.
Hoje Macau China / ÁsiaNATO, UE, sanções e acordo sobre cereais dominaram reuniões na Arábia Saudita A integração da Ucrânia na NATO e na UE, as sanções à Rússia e a prorrogação do acordo sobre os cereais estiveram em destaque nas reuniões na Arábia Saudita, anunciou o Governo ucraniano. No encontro com o representante europeu, o principal conselheiro para a política externa do presidente do Conselho Europeu, “foi dada especial atenção aos progressos realizados pela Ucrânia na via da adesão à UE e aos progressos registados na aplicação das sete recomendações da Comissão Europeia, que vão constituir a base para o lançamento das negociações de adesão”, de acordo com um comunicado, divulgado no domingo. “A adesão da Ucrânia à UE é parte integrante das garantias de segurança para o nosso país e uma garantia de paz duradoura no continente europeu. O chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia [Andriy Yermak] apelou aos parceiros europeus para que desenvolvam o próximo 12.º pacote de medidas restritivas da UE contra a Rússia”, indicou na mesma nota. No encontro que juntou, em Jeddah, conselheiros de segurança nacional e representantes internacionais sobre o conflito na Ucrânia, Yermak e o conselheiro para a Segurança Nacional do Presidente dos Estados Unidos “chegaram a acordo sobre acções conjuntas no contexto da aplicação da Fórmula de Paz e dos preparativos para a Cimeira Mundial da Paz”. Kiev acrescentou que os interlocutores “trocaram igualmente pontos de vista sobre os resultados da Cimeira da NATO em Vilnius e sobre as novas medidas para a integração da Ucrânia na Aliança”, sendo que “Andriy Yermak avaliou positivamente o início das negociações com os Estados Unidos sobre um acordo bilateral relativo a garantias de segurança para a Ucrânia”. Outras matérias Com os representantes do Qatar e da Arábia Saudita, a discussão centrou-se nos contributos que estes dois países podiam ter para a libertação dos prisioneiros ucranianos e para a segurança alimentar, incluindo o prolongamento do acordo sobre os cereais, o tema que mereceu também um sublinhado na reunião entre Yermak e o representante turco: “a tónica foi colocada nas medidas conjuntas para assegurar o funcionamento da Iniciativa para os Cereais do Mar Negro”. Por fim, com a Polónia “os interlocutores debateram em pormenor a questão de assegurar a exportação de cereais ucranianos por via terrestre para os países da UE no contexto do bloqueio contínuo dos portos ucranianos”, com o chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a manifestar “a esperança de que os países vizinhos da Ucrânia se abstenham de impor medidas restritivas unilaterais à exportação de produtos agrícolas ucranianos após 15 de Setembro”.
Hoje Macau China / ÁsiaShulan | Chuvas torrenciais causam pelo menos 14 mortos As chuvas que nos últimos dias devastaram a cidade de Shulan, na província de Jilin, nordeste da China, causaram pelo menos 14 mortos e um desaparecido, informou ontem a imprensa estatal. Segundo as autoridades locais, o nível das águas nas albufeiras e principais rios desceu para um nível considerado “seguro”, depois de a cidade ter sofrido chuvas contínuas, desde terça-feira passada. A chuva provocou inundações, deslizamentos de terra e interrupções no fornecimento de energia em várias áreas de Shulan, uma cidade com cerca de 700.000 habitantes, localizada perto da fronteira com a Coreia do Norte. O governo local mobilizou várias equipas de resgate para retirar moradores, reparar estradas e restaurar o fornecimento de energia, visando retomar a vida normal da população o mais rápido possível, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Shulan chegou a registar uma precipitação média diária de 111,7 milímetros, acima do limite de 60 milímetros, a partir do qual as chuvas são consideradas torrenciais. A imprensa chinesa indicou no sábado que “dezenas” de rios das províncias de Liaoning e Heilongjiang ultrapassaram os seus níveis de segurança. Várias barragens também acumularam mais do que o permitido e foram obrigadas a libertar parte da água. As autoridades meteorológicas do país já tinham alertado, durante a semana, para chuvas “extremamente fortes” no nordeste do país, devido aos efeitos do tufão Doksuri. No final de Julho, Pequim registou as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos, que resultaram em mais de vinte mortes na cidade e arredores. Em 2021 e 2022, os Verões ficaram marcados por chuvas de intensidade sem precedentes em décadas no centro do país, que causaram mais de 300 mortos, e por uma seca persistente no sudoeste e sul. As autoridades chinesas alertaram recentemente para um alto risco de inundações e tufões em Agosto.
Hoje Macau China / ÁsiaChina justifica uso de água contra navios filipinos para evitar confronto A China justificou ontem o uso de canhões de água pela sua guarda costeira contra navios filipinos no Mar do Sul da China, perto de territórios disputados entre os dois países, como forma de “evitar confronto directo”. “Apesar dos repetidos avisos, as Filipinas enviaram dois navios para o Atol de Ren’ai (designado Ayungin por Manila), no último sábado, para reforçar a presença das tropas que mantêm ali ilegalmente”, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado. Segundo a mesma fonte, a guarda costeira chinesa emitiu “vários avisos”, após os quais “usaram canhões de água como aviso para evitar um confronto directo”. “Foi uma operação profissional e medida. Não há espaço para críticas”, acrescentou o comunicado. No domingo, as Filipinas classificaram as manobras da guarda costeira chinesa como “perigosas”. Manila disse que os seus navios transportavam comida, água e gasolina, entre outras coisas, para as tropas estacionadas no Atol de Ayungin, controlado por Manila. O atol fica a cerca de 322 quilómetros da costa oeste do arquipélago filipino de Palawan e dentro da área económica exclusiva das Filipinas. Essa distância, de 200 milhas náuticas, é o limite estabelecido pela ONU para determinar a soberania marítima dos Estados, segundo uma convenção à qual a China aderiu, em 1996. Segundo Pequim, o atol “sempre pertenceu às Ilhas Nansha”. Pequim acusa as Filipinas de “violar” a sua soberania. “As Filipinas continuam a enviar grande quantidade de materiais de construção sob a desculpa de rotatividade de pessoal e remessa de suprimentos. A China expressou a sua preocupação às Filipinas por meio de canais diplomáticos, mas nunca obteve resposta”, lê-se no comunicado. A mesma nota assegurou que a China vai “continuar a tomar medidas para salvaguardar a sua soberania territorial” e pediu às Filipinas que aceitem as suas propostas para “abordar a situação por meio do diálogo”. Disputas antigas A China e as Filipinas mantêm um conflito pela soberania de várias ilhas e atóis no Mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na totalidade por “razões históricas”, apesar dos protestos dos países vizinhos. As tensões entre os dois países aumentaram nos últimos meses, enquanto o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., fortaleceu a sua aliança de defesa com os Estados Unidos, revertendo a aproximação a Pequim promovida pelo antecessor, Rodrigo Duterte.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão permanece em alerta devido ao retorno do tufão Khanun O sudoeste do Japão continua sob alerta meteorológico devido à mudança de trajectória do tufão Khanun, que deverá voltar a aproximar-se daquela área do arquipélago japonês, onde já causou estragos na semana passada. A maior parte das ilhas do sudoeste da província de Okinawa permanece em alerta para o risco de inundações, deslizamentos de terra e outros possíveis desastres provocados pelas fortes chuvas e ventos. Às 17:00 de ontem, no horário local, o sexto tufão da temporada no Pacífico deslocava-se lentamente para o norte, a cerca de 160 quilómetros da autarquia de Amami, na província de Kagoshima, onde se espera que tenha um impacto mais forte entre amanhã e quinta-feira, segundo a Agência Meteorológica do Japão (JMA). Nas ilhas do sudoeste de Kyushu e Shikoku, o tufão poderá causar chuvas de mais de 700 milímetros em 48 horas, o que é o dobro ou o triplo da média para todo o mês, explicou ontem um funcionário da JMA em conferência de imprensa. Mudança de rumo A aproximação do tufão a esta zona do arquipélago japonês ocorre após a alteração da sua trajectória, quando se estava a dirigir em direcção a Taiwan e à costa sudeste chinesa. Esta impressionante mudança na direcção do tufão e a sua actual evolução a baixa velocidade deve-se ao efeito das altas temperaturas nas águas marinhas da zona, entre os 29 e os 30 graus Celsius, segundo a mesma fonte. Ontem, perto de uma centena de voos domésticos foram cancelados em Okinawa devido ao tufão, depois de o tráfego aéreo local ter sido paralisado na primeira metade da semana passada pelo mesmo fenómeno meteorológico, que também deixou dois mortos e dezenas de feridos. A nova investida dos Khanun no sudoeste do país acontecerá na mesma semana em que se comemora no Japão o Obon, festival em homenagem aos antepassados falecidos e durante o qual muitos japoneses viajam para os seus locais de origem para se reunirem com suas famílias. Neste contexto, a empresa ferroviária JR West alertou para uma possível interrupção das ligações ferroviárias de alta velocidade entre as cidades de Osaka (oeste) e Fukuoka (sudoeste) entre os dias 09 e 10 de Agosto. Devido ao tufão, pela primeira vez em 60 anos, a cerimónia anual em memória das vítimas da bomba atómica lançada em 09 de Agosto de 1945, marcada para quarta-feira em Nagasaki, não acontece ao ar livre, mas num centro de convenções na cidade portuária. O número de participantes foi, portanto, reduzido drasticamente e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, não comparecerá ao evento.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | MNE diz que Pequim e Bruxelas devem manter “mais diálogo” Wang Yi apelou ao representante da União Europeia para intensificar o diálogo entre as duas regiões de modo a compensar o hiato de três anos de pandemia que prejudicou o intercâmbio entre a China e a Europa. Josep Borrel foi convidado a visitar Pequim no Outono O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu ontem ao Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, mais “diálogo institucional” entre os dois lados, durante uma conversa por telefone. Wang sublinhou que a cooperação é a “componente principal” na relação entre a China e a UE e que o diálogo é necessário para compensar a “falta de intercâmbio”, registada durante os três anos da pandemia da covid-19, segundo um comunicado difundido pela diplomacia chinesa. O ministro chinês convidou Borrell a visitar a China este Outono e garantiu que Pequim “atribui grande importância ao encontro entre líderes da União Europeia e da China, agendado para este ano”. Borrell disse a Wang que o plano europeu “Global Gateway” não visa antagonizar a iniciativa chinesa “Faixa e Rota”, mas sim “complementá-la”, já que ambos “buscam promover o desenvolvimento global”. O chefe da diplomacia europeia manifestou o desejo de visitar a China o “mais rapidamente possível” e manter o diálogo estratégico com Wang, e expressou solidariedade após a destruição causada pelas recentes chuvas torrenciais que assolaram o norte do país asiático. Wang e Borrell trocaram pontos de vista sobre “assuntos internacionais e regionais de interesse comum”, incluindo a “situação na Ucrânia e no Níger”, disse o comunicado emitido pela diplomacia chinesa, sem avançar mais detalhes. Sem rasto Borrell cancelou uma viagem prevista a Pequim, no mês passado, numa altura em que o anterior ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, desapareceu da vida pública, antes de ser substituído por Wang, que foi o seu antecessor. Foi a segunda vez este ano que o chefe da diplomacia europeia cancelou a sua deslocação à China, depois de, em Abril, ter testado positivo para a covid-19. As relações entre a UE e Pequim atravessam um dos momentos mais difíceis das últimas décadas e deterioraram-se devido a tensões comerciais e à invasão russa da Ucrânia. Pequim recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaContacto mais difícil para estrangeiros com nova Lei de Contraespionagem da China A entrada em vigor das leis de Contraespionagem e para as Relações Externas na China pode dificultar o contacto entre cidadãos e entidades chinesas e estrangeiras, disseram à agência Lusa especialistas e funcionários governamentais. A legislação passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”. Em declarações à Lusa, numa visita recente a Pequim, o especialista em Direito chinês Jeremy Daum ressaltou a linguagem “vaga” e a vontade das autoridades, “agora muito mais forte”, em aplicar a Lei de Contraespionagem. “A letra da lei não é assim tão importante: nunca faltou às autoridades [chinesas] base legal para actuarem”, salientou o pesquisador do Centro para a China Paul Tsai, da Escola de Direito da Universidade de Yale. “Mas, agora, há claramente muito mais vontade em fazer cumprir a legislação e, por isso, sentimos que o ambiente está a apertar”, notou. Daum receia que a legislação vá “dificultar ainda mais o contacto entre cidadãos chineses e estrangeiros”. “Mesmo que não seja esse o propósito: a falta de clareza atribui um ar de suspeição a qualquer contacto”, notou. “Sinto-me feliz, como investigador, que nesta visita [a Pequim], muitos dos meus velhos amigos chineses tenham mostrado grande disposição em reunir comigo. Mas, não sei o quão fácil vai ser fazer novos amigos”, observou. Daum admitiu que “existe agora um cálculo, uma análise de custo benefício, no contacto com estrangeiros”. Segurança apertada É o caso de um funcionário de uma agência governamental chinesa encarregue de atrair investimento estrangeiro, que optou por não ser identificado, e que disse à Lusa que agora tem de pedir autorização e esclarecer o motivo antes de reunir com entidades estrangeiras, como aconteceu recentemente, durante um encontro com a câmara de comércio de um país europeu. “Os contactos passaram a ser mais regulados e restritos”, apontou. Crescentes fricções geopolíticas entre a China e o Ocidente motivaram também transformações nas perceções sobre o exterior.