Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Chefe das forças armadas detido devido a rebelião As autoridades sul-coreanas detiveram ontem o chefe das forças armadas, general Park An-su, acusado de rebelião e abuso de poder na sequência da declaração de lei marcial em 3 de Dezembro. Park é o quinto alto funcionário a ser detido desde a polémica medida decretada pelo Presidente Yoon Suk-yeol, revogada após algumas horas, que justificou com uma alegada aproximação da oposição a posições “semelhantes às da Coreia do Norte”. Já tinham sido detidos o ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, o chefe dos serviços secretos, Yeo In-Hyung, o chefe do Comando de Guerra Especial, Kwak Jong-keun, e o chefe do Comando de Defesa da Capital, Lee Jin-woo. O parlamento votou no sábado a destituição do Presidente, que foi ontem intimado pelo gabinete do procurador-geral para depor no âmbito da investigação de rebelião de que é alvo, mas o seu gabinete rejeitou a carta. Trata-se da segunda convocatória enviada a Yoon, de acordo com os meios de comunicação social sul-coreanos citados pela agência espanhola Europa Press. O procurador marcou o testemunho de Yoon para as 10h locais de hoje. Já no domingo, o Presidente evitou depor, alegando que ainda não dispunha de uma equipa jurídica adequada. “O Presidente não vê as acusações de rebelião como uma questão jurídica, mas como uma questão política”, afirmaram os seus advogados sobre o processo de destituição. O processo está agora nas mãos do Tribunal Constitucional, que terá agora de se pronunciar sobre a questão. Os advogados de Yoon disseram que vão contestar em tribunal as acusações de rebelião contra o Presidente. Um dos advogados, Seok Dong-hyeon, considerou que a tentativa de imposição da lei marcial “não se qualifica como rebelião”.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Governo quer renováveis como principais fontes de energia até 2040 O Japão quer fazer das energias renováveis a principal fonte de energia até 2040, para alcançar a neutralidade carbónica em meados do século XXI, de acordo com um plano divulgado ontem pelo Governo japonês Treze anos depois da catástrofe de Fukushima, a energia nuclear vai também desempenhar um papel importante para satisfazer a procura crescente de energia ligada à inteligência artificial (IA) e à produção de semicondutores. O arquipélago japonês já estabeleceu o objectivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Esta versão preliminar do novo plano estratégico energético do país prevê que as energias renováveis, como a solar e a eólica, venham a fornecer 40 a 50 por cento da produção de electricidade até 2040. Isto representa um aumento significativo em relação ao nível do ano passado de 23 por cento e ao objectivo anteriormente publicado de 38 por cento até 2030. Pobre em recursos naturais, o Japão vai “esforçar-se em maximizar a utilização das energias renováveis como principal fonte de energia”, referiu o projecto de plano, que será examinado por peritos antes de ser apresentado ao Governo para aprovação. Mas o país tem também como objectivo um cabaz energético que não dependa fortemente de uma única fonte, “com vista a assegurar um abastecimento energético estável e a descarbonização”, acrescentou. Em 2023, quase 70 por cento das necessidades de electricidade do país eram cobertas por centrais térmicas. Até 2040, o Governo pretende agora que esta percentagem desça para 30 ou 40 por cento. O objectivo anteriormente anunciado para 2030 era de 41 por cento, ou 42 por cento, se for incluído hidrogénio e amoníaco. Um quinto nuclear Tóquio prevê um aumento de 10 a 20 por cento da produção de electricidade do país até 2040, em relação a 2023. O plano publicado pela Agência de Recursos Naturais e Energia do Japão já não inclui a intenção do país de reduzir a dependência da energia nuclear “tanto quanto possível”, objectivo estabelecido na sequência do desastre nuclear de Fukushima em 2011. O Governo encerrou todas as centrais nucleares do arquipélago depois desta tripla catástrofe: sismo, tsunami e acidente nuclear. Mas, apesar dos protestos de algumas regiões, as centrais têm sido gradualmente recolocadas em funcionamento, no âmbito da política de redução das emissões. O país planeia ter todos os reatores existentes em funcionamento até 2040, com a possibilidade de acrescentar novos reatores. De acordo com os objectivos fixados para 2040, a energia atómica representa cerca de 20 por cento das necessidades energéticas do Japão, aproximadamente o mesmo nível que o actual objectivo para 2030. Mas menos do que os níveis anteriores a 2011 de cerca de 30 por cento. Este valor seria mais do dobro dos 8,5 por cento da produção total de electricidade que a energia nuclear forneceu em 2023. O país, como muitos outros em todo o mundo, registou este ano temperaturas recorde no Verão. As preocupações geopolíticas que afetam o abastecimento de energia, desde a guerra na Ucrânia até à situação no Médio Oriente, são outra razão para a mudança para as energias renováveis e a energia nuclear, de acordo com o projecto.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Vice-MNE em visita para reforço da relação bilateral O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Sun Weidong, afirmou que a visita a Timor-Leste visa reforçar a cooperação, depois de no ano passado os dois países terem fortalecido a parceria estratégica. “A minha visita aqui é para fazer avançar a implementação dos consensos acordados pelos nossos líderes, promover a nossa cooperação e para uma reunião de concertação com a minha homóloga, com quem tive uma discussão bastante produtiva”, afirmou Sun Weidong. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, que iniciou domingo uma visita de 24 horas a Timor-Leste, falava aos jornalistas depois de um encontro com o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão. “O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China veio para falar sobre a cooperação com Timor-Leste. Não discutimos questões detalhadas, mas partilhámos ideias e reafirmámos a vontade de [a China] continuar a apoiar o desenvolvimento de Timor-Leste”, afirmou Xanana Gusmão. No âmbito da visita, Sun Weidong reuniu-se no domingo com a vice-ministra para os Assuntos da Associação das Nações do Sudeste Asiático, Milena Rangel, tendo também reunido ontem, antes do final da visita, com a presidente do Parlamento, Fernanda Lay. A China e Timor-Leste elevaram em Setembro de 2023 as relações bilaterais para uma “parceria estratégica abrangente”, o segundo nível mais alto no protocolo da diplomacia chinesa, em linha com a iniciativa “Faixa e Rota”. O acordo foi assinado, no ano passado, entre o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos, evento que se realiza a cada quatro anos. O documento destaca quatro prioritárias, nomeadamente indústria, infra-estruturas, agricultura e melhoria de vida dos cidadãos timorenses.
Hoje Macau China / ÁsiaMongólia Interior | Antigo dirigente condenado a pena de morte por corrupção Um tribunal da região da Mongólia Interior, no norte da China, manteve ontem a condenação à pena de morte de Li Jianping, antigo funcionário público condenado por corrupção, desvio de fundos públicos e conivência com organizações criminosas. A decisão seguiu-se a uma revisão e aprovação da sentença pelo Supremo Tribunal Popular da China, disse o mais alto órgão judicial do país, na conta oficial na rede social chinesa Wechat. Li, antigo secretário do Comité do Partido Comunista na Zona de Desenvolvimento Económico e Tecnológico da capital regional Hohhot, foi condenado em primeira instância em Setembro de 2022 pelo Tribunal Intermédio de Xingan, que lhe impôs a pena de morte, a privação dos direitos políticos para toda a vida e a confiscação total dos bens pessoais. Depois de o arguido ter recorrido da sentença, o Tribunal Superior da Mongólia Interior confirmou o veredicto em Agosto passado e remeteu a decisão para revisão pelo Supremo Tribunal. O mais alto órgão judicial concluiu que, durante o mandato como funcionário público, Li aproveitou-se da posição para desviar ilegalmente fundos estatais no valor de mais de 1,437 mil milhões de yuan. Também aceitou subornos no valor de 577 milhões de yuan em troca de favores e desviou mais 1,055 mil milhões de yuan de fundos públicos. O Supremo Tribunal considerou também que Li violou os deveres de funcionário público ao ser cúmplice da actividade ilegal de uma organização criminosa. O acórdão sublinhou que as acções de Li causaram “prejuízos extraordinários” aos interesses do Estado e da população, com um impacto social “particularmente negativo”. Devido à gravidade dos crimes, a pena de morte foi considerada “legal e adequada”. Antes da execução, foi dada ao preso a oportunidade de se encontrar com os familiares mais próximos, referiu o comunicado do tribunal.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Pequim critica sanções contra empresas por alegado apoio à Rússia A China manifestou ontem forte insatisfação e oposição às “sanções irracionais” impostas pela União Europeia contra algumas empresas chinesas, pelo seu alegado apoio à Rússia na guerra na Ucrânia “A China sempre se opôs a sanções unilaterais que não têm base no direito internacional e não são autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa. Lin Jian afirmou que o seu país “sempre tentou facilitar as negociações de paz na Ucrânia” e “nunca forneceu armas às partes em conflito”. “A China controla rigorosamente a exportação de produtos de dupla utilização”, acrescentou o porta-voz, assegurando que o controlo das exportações de veículos aéreos não tripulados (‘drones’) é “o mais rigoroso do mundo”. De acordo com o porta-voz, “os contactos e a cooperação normais entre as empresas chinesas e russas não devem ser interferidos”, acrescentando que “a maior parte dos países, incluindo a Europa e os Estados Unidos, mantêm actualmente relações comerciais com a Rússia”. Lin instou a União Europeia (UE) a “não aplicar dois pesos e duas medidas na questão da cooperação económica e comercial com a Rússia”, “deixar de difamar e culpar a parte chinesa de forma infundada” e “deixar de prejudicar os interesses legítimos das empresas chinesas”. No congelador Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE apoiaram a inclusão de 84 nomes na lista de entidades penalizadas: 54 pessoas e 30 empresas consideradas responsáveis por acções que comprometem ou ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia. As entidades são principalmente empresas de defesa russas e companhias de navegação responsáveis pelo transporte marítimo de petróleo bruto e produtos petrolíferos, que “proporcionam receitas significativas ao governo russo”, de acordo com a UE. Pela primeira vez foram impostas sanções (proibição de viajar, congelamento de bens e proibição de disponibilizar recursos económicos) a uma série de entidades chinesas que fornecem ‘drones’ e componentes microelectrónicos para apoiar a guerra. Desde o início do conflito na Europa, a China tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, em referência à Rússia, com a qual intensificou os seus laços nos últimos anos.
Hoje Macau China / ÁsiaUm milhão de palestinianos enfrenta Inverno sem refúgio em Gaza Cerca de um milhão de palestinianos enfrenta o Inverno na Faixa de Gaza sem abrigo adequado, devido à destruição provocada pela ofensiva militar do exército israelita, alertou ontem o Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR). Segundo a organização não-governamental (ONG) norueguesa, na Faixa de Gaza, alvo dos ataques israelitas depois de Israel ter sido atingida a 7 de Outubro de 2023 por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas, apenas 23 por cento das necessidades de abrigo foram cobertas no Outono. A ONG afirmou que, em Setembro, eram necessários 2.000 camiões de tendas ou 200 camiões de ‘kits’ de impermeabilização para fornecer protecção básica de Inverno a 1,13 milhões de palestinianos, mas até ao final de Novembro apenas 285.000 pessoas tinham recebido estes materiais. O CNR sublinhou também que, desde o início de Outubro, a “ofensiva e o cerco” do exército israelita no norte de Gaza deslocou mais 100.000 palestinianos, deixando um total de 945.000 a necessitar de assistência e de abrigos, sublinhando que a entrega destes materiais diminuiu, uma vez que foi dada prioridade à entrega de farinha devido ao risco de fome. “Recebemos apenas uma fracção da ajuda necessária para resolver a crise dos abrigos”, afirmou Jeroen Quanjer, presidente do Grupo Refúgio para a Palestina. A ONG criticou as restrições de Israel à entrada de materiais essenciais face às novas vagas de deslocados no norte da Faixa de Gaza “Centenas de milhares de famílias deslocadas estão a suportar o frio e a chuva do inverno sem uma protecção significativa. A repetida recusa das autoridades israelitas em fornecer materiais de abrigo essenciais está a impedir-nos de aumentar a nossa resposta para construir abrigos de emergência que possam resistir às condições de Inverno em Gaza”, afirmou. A este respeito, a organização recordou que a tempestade do final de Novembro inundou vários campos de deslocados internos, destruindo tendas e abrigos e obrigando muitas famílias a deslocarem-se novamente. Segundo Quanjer, pelo menos 101 locais de deslocados internos no sul de Wadi Gaza, onde vivem mais de 450.000 palestinianos, são propensos a inundações. Em movimento Mahmud, um palestiniano deslocado na cidade de Deir al-Bala’a (centro), disse que durante a tempestade de Novembro se levantou porque a água estava a inundar as tendas. “Os nossos filhos estavam a dormir quando a água os atingiu. Os nossos cobertores e roupas ficaram estragados. Agora não resta nada, apenas um lago. Estou a tentar salvar o que resta, mas sinto-me abandonado. Ninguém parece importar-se, nem o mundo árabe, nem os decisores políticos. Fomos deixados sozinhos”, afirmou. As repetidas deslocações provocadas pela ofensiva israelita obrigaram as famílias a deixar para trás materiais de abrigo essenciais, fugindo muitas vezes apenas com o que conseguiram transportar, segundo o NRC, que observou que muitas tendas e provisões entregues ao longo do último ano por organizações de ajuda humanitária estão inutilizáveis devido ao desgaste, não chegando provisões suficientes para as substituir.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Presidente destituído rejeita convocatórias da Justiça O Presidente deposto da Coreia do Sul rejeitou citações judiciais para o interrogar sobre a breve imposição da lei marcial, enquanto o Tribunal Constitucional começou a examinar a moção de destituição aprovada pelo parlamento. China espera relação estável após destituição de Yoon Suk-yeol Suspenso desde a votação parlamentar de sábado à noite, Yoon Suk-yeol é objecto de dois inquéritos por rebelião, além do processo aberto na manhã de ontem pelo Tribunal Constitucional. A 3 de Dezembro, Yoon surpreendeu o país ao declarar a lei marcial e enviar o exército para o parlamento, antes de ter de recuar pouco antes do amanhecer, sob pressão da Assembleia Nacional e dos manifestantes. O antigo procurador, de 63 anos, tal como os aliados que também estiveram envolvidos no golpe de Estado, enfrenta a prisão perpétua e, teoricamente, a pena de morte se for considerado culpado de rebelião. Está proibido de sair do país. O Ministério Público, que dirige uma das duas investigações, voltou a enviar uma nova convocatória, depois de Yoon se “ter recusado” a comparecer no dia anterior. A equipa da segunda investigação também pediu autorização para interrogar Yoon, mas o pedido foi rejeitado pelo gabinete presidencial, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap. Se Yoon continuar a recusar, os investigadores poderão solicitar aos tribunais a emissão de um mandado de captura contra o Presidente destituído. O Tribunal Constitucional deverá pronunciar-se sobre a validade da moção de destituição dentro de cerca de seis meses. Se o Tribunal der provimento à moção, Yoon será deposto e terá de se realizar uma eleição presidencial no prazo de dois meses. O vencedor tomará posse no dia seguinte ao resultado, sem o período de transição habitual. Durante este período, que poderá ir até oito meses, o primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, vai assumir as funções presidenciais interinamente e garantir “uma governação estável”. Estabilidade chinesa O Tribunal agendou uma audiência preliminar para 27 de Dezembro, à qual Yoon não será obrigado a comparecer, disse aos jornalistas a porta-voz Lee Jean. “Este caso será considerado de alta prioridade”, assegurou Lee Jean aos jornalistas. De acordo com a maioria dos peritos, existem poucas dúvidas quanto ao resultado do processo, tendo em conta as violações flagrantes da Constituição e da lei de que Yoon Suk-yeol é acusado. Desde o golpe de Estado, têm-se multiplicado as manifestações em grande escala contra Yoon Suk-yeol, bem como as manifestações mais pequenas de apoio, com manifestantes de ambos os lados a afirmar que vão continuar a protestar até que o Tribunal dê o veredicto. Em resposta à turbulência política no país, a China disse ontem que espera manter uma relação estável com a Coreia do Sul. “Promover o desenvolvimento saudável e estável das relações entre a China e a Coreia do Sul é do interesse comum de ambas as partes”, afirmou Lin Jian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa, em Pequim. “A Coreia do Sul é um vizinho próximo e um parceiro de cooperação importante e amigável para a China. A promoção de um desenvolvimento saudável e estável das relações sino – sul-coreanas é do interesse comum de ambas as partes”, afirmou Lin Jean. “A política da China em relação à Coreia do Sul é coerente e estável”, disse o porta-voz, acrescentando que a “manutenção da paz e da estabilidade na península coreana é do interesse de todas as partes e exige esforços activos de todos”. No entanto, quando questionado directamente sobre a demissão do Presidente Yoon, o porta-voz recusou-se a comentar, dizendo que se tratava de “um assunto interno da Coreia do Sul”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Produção industrial cresce 5,4% em Novembro A produção industrial na China cresceu 5,4 por cento, em Novembro, em termos homólogos, um valor 0,1 por cento acima da marca registada no mês anterior, indicam dados oficiais divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE). O valor do penúltimo mês do ano é também ligeiramente superior ao esperado pelos analistas, que previam que se mantivesse nos mesmos 5,3 por cento de Outubro. Os dados mostram ainda que a produção industrial acumulou um crescimento de 5,8 por cento até agora em 2024. Entre os três grandes sectores em que o GNE dividiu este indicador, o que mais aumentou a produção em Outubro foi a indústria transformadora (+6 por cento), superando a indústria extractiva (+4,2 por cento) e a produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+1,6 por cento). A instituição destacou ainda o aumento da produção de bens específicos, como veículos eléctricos (+51,1 por cento), robôs industriais (+29,3 por cento) e semicondutores (+8,7 por cento). O GNE também divulgou outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, cujo ritmo de crescimento abrandou fortemente de 4,8 por cento em Outubro para 3 por cento em Novembro, enquanto os especialistas previam um ligeiro abrandamento para 4,6 por cento. A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas manteve-se ao mesmo nível do mês anterior, em 5 por cento, e está a caminho de terminar o ano dentro do limite oficial de 5,5 por cento, fixado para este ano por Pequim. O crescimento do investimento em activos fixos caiu para 3,3 por cento no acumulado até Novembro, menos 0,1 por cento do que nos primeiros dez meses do ano, apesar das expectativas dos analistas de que não sofreria tal queda. Na análise por sector, o investimento na indústria transformadora cresceu 9,3 por cento e nas infra-estruturas 4,2 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaAnhui | Cinco detidos por envolvimento em rede de barrigas de aluguer As autoridades da província de Anhui, no leste da China, detiveram cinco pessoas, este fim-de-semana, depois de terem desmantelado uma rede de gestação de substituição, prática conhecida como barrigas de aluguer e ilegal no país. Os investigadores detectaram o envolvimento de uma empresa de tecnologia médica em actividades ilegais de gestação de substituição, entre outras irregularidades, na sequência de uma queixa apresentada por um utilizador nas redes sociais, informou o jornal estatal Global Times. O cidadão denunciou a existência de uma agência de gestação de substituição na cidade de Hefei que, alegadamente, colaborava ilegalmente com pessoal médico e funcionários locais para efectuar recuperações clandestinas de óvulos e falsificar certidões de nascimento. Na sequência da denúncia, foi formada uma equipa de investigação composta pelos departamentos de segurança pública, saúde, inspecção disciplinar, supervisão e regulação do mercado, para dar início às investigações. As autoridades estão também a investigar possíveis violações disciplinares ou actividades ilegais por parte dos funcionários, acrescentou o jornal. A gestação de substituição é proibida na China, tal como o acesso de mulheres solteiras a tecnologias de reprodução assistida, como o congelamento de óvulos, devido aos “riscos para a saúde”, à “falta de provas que apoiem a prática da tecnologia de congelamento de óvulos para adiar a fertilidade” e ao potencial “abuso da tecnologia para fins lucrativos”, tinha afirmado, em 2020, a Comissão Nacional de Saúde do país. Em 2023, a China registou 1.409 milhões de habitantes, menos 0,14 por cento do que em 2022, ano em que a população já tinha diminuído em 850.000, marcando o primeiro declínio desde 1961, quando o Grande Salto em Frente resultou em fome em grande escala.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Preços de casas novas caem pelo 18º mês consecutivo Os preços das casas novas na China caíram pelo 18º mês consecutivo, em Novembro, embora a queda ocorra a um ritmo mais lento do que no mês anterior, face às medidas governamentais de apoio ao sector Os preços em 70 cidades selecionadas caíram 0,2 por cento em relação ao mês anterior, de acordo com os cálculos feitos com base nos números divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês, que reflectiram uma contracção de 0,51 por cento em Outubro. Entre as localidades mencionadas, 49 registaram reduções nos preços das casas, em comparação com 63 em Outubro, e 17 – incluindo algumas grandes cidades como Xangai e Shenzhen – registaram aumentos, um salto significativo em relação ao mês anterior (sete). Os cálculos feitos com base nos dados do GNE também reflectem uma redução de 0,35 por cento no preço das casas em segunda mão em Novembro, depois de terem caído 0,48 por cento no mês anterior. No caso deste tipo de imóveis, 58 das 70 cidades registaram descidas, dois mantiveram-se ao mesmo nível de Outubro e 10 registaram subidas. A instituição estatística também anunciou os dados sobre o investimento em promoção imobiliária entre Janeiro e Novembro, que mostram uma queda de 10,4 por cento, uma descida 0,1 por ceto, mais profunda do que a registada até Outubro. O GNE indicou que as vendas de propriedades comerciais medidas pela área útil caíram 14,3 por cento entre Janeiro e Novembro. Embora se trate ainda de uma queda significativa, reflecte também novamente uma tendência de recuperação relativa: as duas leituras anteriores tinham sido de 17,1 e 15,8 por cento. Mangas arregaçadas Nas últimas semanas, as autoridades chinesas continuaram a anunciar medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas. Em Novembro, o Governo anunciou novas políticas fiscais para estabilizar o mercado imobiliário, e as principais cidades, como Pequim e Xangai, tomaram a iniciativa de anunciar reduções de impostos sobre as habitações de luxo para impulsionar o mercado. Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é a crise do sector imobiliário, cujo peso no produto interno bruto (PIB) chinês, somando os factores indirectos, foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Sindicatos de domésticas queixam-se de abusos Um conjunto de grupos de trabalhadores domésticos alertaram para o facto de a falta de conhecimentos sobre direitos e protecções legais resultar em abusos em Hong Kong. A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Domésticos Asiáticos de Hong Kong (FADWU) e o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos Nepaleses de Hong Kong (UNDW) afirmaram que, nos últimos dois anos, receberam oito queixas de trabalhadoras severamente mal pagas. Sarah Pun, membro executivo da FADWU e vice-presidente da UNDW, disse que muitos trabalhadores estão a receber apenas entre 1.000 e 4.000 dólares de Hong Kong por mês, quando o salário mínimo é de 4.990 dólares. Segundo a emissora RTHK, uma mulher nepalesa que recorreu aos grupos em busca de ajuda disse aos jornalistas que não lhe pagavam o salário completo, que o seu empregador lhe confiscou o passaporte e que sofria constantes abusos mentais e físicos. “Não me davam uma alimentação adequada. Não me deram um quarto, nem uma cama. Tive de dormir num [sofá]. Não me davam dias de descanso. Não havia horas de trabalho fixas. Tinha de trabalhar 24 horas. Era o que me diziam. Estavam sempre a encontrar falhas no meu trabalho e a queixar-se. Costumavam repreender-me com palavrões e agredir-me”, contou.
Hoje Macau China / ÁsiaJustiça americana nega pedido da TikTok para suspender proibição A justiça dos Estados Unidos rejeitou um recurso da ByteDance e confirmou que a TikTok será proibida no país caso a empresa chinesa não venda a plataforma de vídeos até 19 de Janeiro. A ByteDance tinha pedido a um tribunal federal para suspender a implementação da lei, assinada pelo Presidente norte-americano Joe Biden em Abril, até o Supremo Tribunal analisar a questão. O Tribunal de Recurso da capital, Washington, rejeitou o pedido, considerando-o injustificado. Os queixosos “não identificaram nenhum caso em que um tribunal, depois de rejeitar uma contestação constitucional a uma lei do Congresso, tenha proibido a lei de entrar em vigor enquanto a revisão é solicitada no Supremo Tribunal”, referiu a decisão. No recurso, apresentado na semana passada, os advogados da empresa chinesa acrescentaram que o “atraso modesto” na aplicação da lei iria permitir ao presidente eleito, Donald Trump, “determinar a sua posição” sobre o assunto. O republicano Trump vai tomar posse a 20 de Janeiro, um dia depois do limite dado à TikTok pelo antecessor, o democrata Joe Biden. Há cerca de um mês, Trump nomeou Brendan Carr, o principal representante republicano na Comissão Federal de Telecomunicações, como novo presidente do regulador da radiodifusão, das telecomunicações e da Internet. Carr posicionou-se publicamente contra o TikTok e insistiu que deveria ser removida das lojas de aplicações da Apple e da Google devido a riscos de segurança e violação de privacidade dos utilizadores. Isto porque uma lei chinesa de 2017 exige que as empresas locais entreguem dados pessoais que possam interessar à segurança nacional da China, mediante pedido das autoridades. O Partido Republicano acusou também a plataforma de vídeos de permitir a Pequim espiar e manipular os norte-americanos. Irreal social Em Abril, a ByteDance garantiu não ter intenção de vender o TikTok. O TikTok disse que uma eventual interdição da plataforma nos Estados Unidos ia “violar a liberdade de expressão” dos 170 milhões de utilizadores no país. Um porta-voz da aplicação acrescentou que a lei ia “devastar sete milhões de empresas e fechar uma plataforma que contribui com 24 mil milhões de dólares por ano para a economia norte-americana”. Com vídeos de curta duração, o TikTok atraiu mais de 1,5 mil milhões de utilizadores em todo o mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | MNE chinês pede à ONU que “evite fragmentação” na Síria O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que “é necessário evitar a fragmentação na Síria” e pediu ao Conselho de Segurança da ONU que “assuma a responsabilidade” de “manter a estabilidade e a paz no Médio Oriente” Após uma reunião com o seu homólogo egípcio, Badr Abdelatty, Wang disse em conferência de imprensa que, dada a “situação caótica” no Médio Oriente, a China considera que é “imperativo respeitar a soberania dos países da região”, “procurar soluções e deixar de atiçar as chamas” com vista a “pôr fim à violência” nas zonas de conflito, segundo um comunicado emitido pelo seu ministério. Wang apelou a que a questão palestiniana “não seja marginalizada” e pediu que “se evitem acções que conduzam a uma deterioração da situação e à criação de obstáculos a um cessar-fogo”. “A comunidade internacional deve ajudar a região a melhorar a situação humanitária e a aliviar o sofrimento do seu povo. Devemos sobretudo evitar que se repitam os fluxos de refugiados na Síria”, afirmou o alto diplomata da China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com a Rússia, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou a importância de “manter o impulso da reconciliação regional estimulado pelo reatamento das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irão”, que Pequim mediou em 2023, destacando a sua crescente influência na região. “Qual é o futuro do Médio Oriente? Esta é, acima de tudo, uma questão a que todos os países da região devem responder”, declarou Wang, que lamentou que esta zona “tenha sido durante muito tempo vítima dos jogos das grandes potências e se tenha mesmo tornado vítima de conflitos geopolíticos, uma injustiça histórica que não deve continuar”. Ouvir o povo O ministro chinês sublinhou ainda a urgência de “respeitar a soberania e a integridade territorial dos países da região” e de “construir uma nova arquitectura de segurança sustentável”. Wang manifestou a sua convicção de que a comunidade internacional deve “ajudar os países da região a encontrar soluções para os seus conflitos, tendo em conta factos objectivos e a justiça internacional, em vez de agir em seu nome”. Nos últimos dias, a China sublinhou a importância de “o futuro e o destino da Síria serem decididos pelo povo sírio”, após a queda do regime de Bashar al-Assad, deposto na semana passada pelas forças da oposição, ao mesmo tempo que manifestou esperança de que a estabilidade “regresse o mais rapidamente possível” ao país. Pequim manifestou, no ano passado, o seu apoio a uma solução de “dois Estados” para o conflito israelo-palestiniano, bem como a sua “consternação” face aos ataques israelitas contra civis.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio pede a Pequim que proteja os seus cidadãos no aniversário do Massacre de Nanjing O Japão instou ontem a China a reforçar a segurança dos seus cidadãos que vivem e visitam o país, especialmente no contexto do aniversário do Massacre de Nanjing, uma data historicamente sensível para Pequim. A embaixada do Japão na China emitiu um comunicado a alertar os cidadãos japoneses para o aumento do sentimento anti-japonês em dias como este, na sequência de uma série de ataques recentes a cidadãos japoneses, incluindo menores. O Massacre de Nanjing foi um dos episódios mais negros da Segunda Guerra Mundial. Na sua mensagem, a embaixada sublinhou a necessidade de “exercer extrema cautela, evitar comportamentos conspícuos e ser discreto em locais públicos”. No aniversário do massacre, recordam-se os crimes cometidos entre Dezembro de 1937 e Janeiro de 1938, quando as tropas japonesas ocuparam a cidade chinesa com o mesmo nome, matando centenas de milhares de civis e soldados desarmados. Pequim afirma que o número de mortos ultrapassou os 300.000, enquanto os números oficiais japoneses são consideravelmente inferiores, o que deu origem a tensões e controvérsia. Cautela máxima Entre as medidas preventivas recomendadas, o Japão pediu às autoridades chinesas que protegessem as escolas, as empresas e os locais ligados à sua comunidade. As aulas também foram temporariamente suspensas em várias instituições japonesas na China, optando-se por modalidades ‘online’, para garantir a segurança, informou a agência noticiosa japonesa Kyodo. O comunicado da embaixada sublinhou ainda a importância de “respeitar os costumes locais”, “moderar a linguagem e o comportamento em público”, “evitar usar roupas ou transportar objectos que identifiquem o viajante como japonês”, “manter-se alerta em locais com muita gente” e “afastar-se imediatamente de indivíduos ou grupos suspeitos”. “Nos dias relacionados com acontecimentos históricos entre a China e o Japão, é necessário usar de extrema cautela. É essencial estar mais vigilante do que nunca no que diz respeito à segurança ao sair de casa”, lê-se no texto. O aviso do Japão aos seus cidadãos surge na sequência de incidentes violentos registados este ano na China. Em Junho passado, uma mulher japonesa e a sua filha foram esfaqueadas em Suzhou, num incidente que resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentou defendê-las, enquanto em Setembro um rapaz japonês foi morto em Shenzhen, durante o aniversário do Incidente de Mukden, um ataque a comboios japoneses provocado por Tóquio em 1931 como pretexto para defender a sua invasão do país vizinho.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Destituído ministro da Justiça e chefe da Polícia A decisão do presidente sul-coreano de decretar a lei marcial continua a fazer rolar cabeças na administração do país O parlamento da Coreia do Sul aprovou ontem a destituição do ministro da Justiça, Park Sung–jae, e do chefe da polícia, Jo Ji–ho, devido à breve imposição da lei marcial, na semana passada. A Assembleia Nacional aprovou com 195 votos a favor e 100 contra a moção contra Park, o primeiro ministro ser destituído pelo parlamento na história da democracia no país, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap. A moção, apresentada pelo principal movimento da oposição, alegava que Park “participou numa reunião do executivo e na tomada de decisões”, o que “equivaleu a uma conspiração para cometer rebelião”. “Há suspeitas de que tentou garantir antecipadamente locais de detenção para figuras-chave que deviam ser detidas após a implementação da lei marcial”, disse o Partido Democrático (PD, na oposição). A moção notou ainda que o ministro “agiu como se não reconhecesse a autoridade da Assembleia Nacional, demonstrando que estava de acordo com a percepção errada do Presidente Yoon [Suk–yeol] de considerar os políticos como alvos de detenção”. Quanto a Jo Ji–ho, 202 deputados votaram a favor da destituição do líder da Polícia Nacional da Coreia do Sul e 88 contra. A moção alegou que Jo “abusou da autoridade para comandar e dar ordens à polícia e bloqueou a entrada de membros da Assembleia Nacional, órgão constitucional”. Desta forma, o chefe da polícia “violou o direito da Assembleia Nacional de exigir o levantamento da lei marcial”, referiu o PD. O bloqueio do parlamento “é um acto que praticamente impossibilita a Assembleia Nacional de exercer as competências conferidas pela Constituição. É um crime de traição”, concluiu a moção. Jo, entretanto já detido, está a receber tratamento hospitalar devido à deterioração do estado de saúde, indicou a Yonhap, que citou fontes não identificadas. Na prática, a aprovação das duas moções significa que os dirigentes ficam suspensos de funções. Sábado decisivo O parlamento aprovou ainda a criação de um procurador especial para investigar as acusações de insurreição contra o Presidente Yoon Suk–yeol. Horas antes, o chefe de Estado defendeu a imposição de lei marcial como um acto de governação, acusou a oposição de paralisar o governo e negou acusações de rebelião. A oposição da Coreia do Sul agendou para sábado a votação no parlamento de uma segunda moção de destituição contra o conservador Yoon, que no sábado passado escapou por pouco a uma primeira tentativa. A polícia sul-coreana está a realizar novas buscas no gabinete do chefe de Estado para “obter documentos e informações”, avançou a Yonhap. Na quarta-feira, a polícia disse ter sido impedida pelos guardas de segurança do complexo presidencial de fazer buscas no edifício onde se encontra o gabinete de Yoon. Oposição apresentou novo pedido de destituição do chefe de Estado O Parlamento sul-coreano comunicou que os seis partidos da oposição apresentaram uma nova moção conjunta para a destituição do Presidente, Yoon Suk Yeol, devido à declaração da lei marcial. Segundo a Assembleia Nacional, o principal partido da oposição, o Partido Democrático, e cinco outras formações políticas da oposição apresentaram ontem a nova moção de destituição. Os partidos afirmam que tencionam submeter a moção a votação no sábado. A breve declaração de lei marcial de Yoon, em 03 de Dezembro, desencadeou o caos político e grandes protestos que exigiram a destituição do Presidente. O Partido Democrático argumentou que o decreto de Yoon equivalia a uma rebelião. Ontem, Yoon defendeu o decreto como um acto de governação e negou as acusações de rebelião prometendo “lutar até ao fim” face às tentativas de destituição e à intensificação das investigações sobre a medida levada a cabo na semana passada. O chefe de Estado falou horas antes de o Partido Democrático apresentar a nova moção de destituição. Entretanto, o Parlamento aprovou uma moção de afastamento do chefe da polícia nacional, Cho Ji Ho, e do Ministro da Justiça, Park Sung Jae, suspendendo-os das funções oficiais, devido à aplicação da lei marcial.
Hoje Macau China / ÁsiaXichang | Condutor embriagado atropela e mata três pessoas Três pessoas morreram ontem na cidade de Xichang, no centro da China, depois de terem sido atropeladas por um veículo conduzido por um homem embriagado. O incidente ocorreu por volta das 01:39, quando um homem identificado como Wang, de 30 anos, conduzia um pequeno veículo que acabou por abalroar três pessoas que atravessavam a estrada numa passagem para peões. As vítimas não sobreviveram aos ferimentos, apesar dos esforços médicos efectuados após o acidente, de acordo com um comunicado divulgado pelo Departamento de Segurança Pública de Xichang, na província de Sichuan. Os exames toxicológicos efectuados ao condutor confirmaram que este tinha consumido álcool antes de se sentar ao volante, com um nível de 25,1 miligramas de álcool por 100 mililitros de sangue. Wang encontra-se actualmente sob custódia policial, aguardando investigação. Por enquanto, as autoridades descreveram o incidente como um “acidente de viação”, excluindo aparentemente a hipótese de um atentado planeado. Em Novembro, 35 pessoas morreram e 43 ficaram feridas depois de, num aparente ataque deliberado, um homem de 62 anos ter atropelado uma multidão num centro desportivo em Zhuhai.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA sobem taxas sobre produtos da indústria de energia limpa oriundos da China Os Estados Unidos vão aumentar as taxas alfandegárias sobre painéis solares, silício policristalino e alguns produtos de tungsténio oriundos da China, para proteger as empresas de energia limpa norte-americanas, informou ontem a Casa Branca. De acordo com o aviso do escritório da representante do Departamento de Comércio dos EUA, Katharine Tai, as taxas sobre painéis solares e silício policristalino fabricados na China aumentarão para 50 por cento. As taxas sobre certos produtos de tungsténio aumentarão para 25 por cento, com vigência a partir de 1 de Janeiro, após uma revisão das práticas comerciais chinesas. O silício policristalino é a principal matéria-prima na indústria fotovoltaica à base de silício cristalino e é usado para a produção de células solares convencionais. Na semana passada, Washington reforçou as restrições ao acesso chinês a tecnologia avançada de semicondutores. Pequim respondeu com a proibição de exportações para os EUA de certos minerais críticos necessários para fabricar semicondutores, como o gálio, o germânio e o antimónio. Também intensificou o controlo das exportações de grafite para o mercado norte-americano. A China fornece uma grande parte da maioria destes materiais e os Estados Unidos têm vindo a trabalhar para assegurar fontes alternativas em África e noutras partes do mundo. Trunfo na manga O tungsténio é outro metal estrategicamente vital cuja produção é dominada pela China. Os EUA não o produzem. É utilizado para fabricar armamento e também em tubos de raios X e filamentos de lâmpadas, entre outras aplicações industriais. Depois de Pequim ter anunciado a proibição da exportação de gálio e de outros materiais para os Estados Unidos, os analistas afirmaram que o tungsténio era outra área em que a China poderia ripostar. Os atritos comerciais têm vindo a intensificar-se ainda antes da tomada de posse do Presidente eleito Donald Trump, que prometeu impor taxas de 60 por cento sobre os produtos chineses. O Presidente cessante Joe Biden afirmou que a promessa de Trump seria um erro. A sua administração manteve em vigor as taxas que Trump impôs durante o seu primeiro mandato, em alguns casos aumentando-as ainda mais, mas afirma que tem uma abordagem mais direccionada. A investigação que levou a Casa Branca a aumentar as taxas sobre os painéis solares foi concluída com um relatório em Maio que levou ao aumento das taxas sobre uma série de produtos, incluindo veículos eléctricos, seringas e agulhas, luvas médicas e máscaras faciais, semicondutores e produtos de aço e alumínio.
Hoje Macau China / ÁsiaAlto funcionário expulso do órgão consultivo e do PCC por corrupção O Partido Comunista Chinês anunciou ontem a expulsão de Gou Zhongwen, antigo director da Administração Geral do Desporto e membro do principal órgão consultivo do Governo chinês, por suspeita de “infringir a disciplina do Partido e da lei”. Segundo uma declaração conjunta da Comissão Central de Inspecção Disciplinar, o poderoso órgão anticorrupção do Partido Comunista, e da Comissão Nacional de Supervisão, a agência equivalente do aparelho de Estado, Gou foi considerado culpado de várias irregularidades, incluindo “o abandono de ideais políticos, a deterioração do ambiente no sistema desportivo e a utilização indevida de recursos públicos”. As autoridades afirmaram que o antigo funcionário “aceitou presentes, banquetes e ofertas de viagem em violação dos regulamentos”, tendo ainda obtido “benefícios pessoais” e “usado o seu poder para ajudar os seus familiares em negócios”. A investigação revelou que Gou “aceitou grandes somas de dinheiro” e tomou decisões arbitrárias que causaram “perdas financeiras significativas” ao Estado em projectos desportivos e aquisições. Foi igualmente acusado de ter prestado falsas declarações durante inquéritos organizacionais. Gou foi expulso do PCC, destituído de todos os seus cargos públicos, incluindo o de membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), o mais alto órgão consultivo político do país, bem como o de chefe-adjunto da Comissão de Assuntos Étnicos e Religiosos da Comissão Nacional da CCPPC. Cinto apertado Na segunda-feira, os dirigentes máximos do PCC anunciaram que vão redobrar os seus esforços na luta contra a corrupção, através de uma purga que resultou na demissão de ministros e oficiais do exército no último ano. De acordo com um comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o Politburo, a cúpula do poder na China, aprovou as ordens do Presidente do país e secretário-geral da organização, Xi Jinping, que apelou à “supervisão” e à “revolução interna” para “erradicar as condições que tornam a corrupção possível”. Xi Jinping, que consolidou o seu poder durante o 20.º Congresso do Partido, em 2022, intensificou a sua campanha anticorrupção, punindo pelo menos 610.000 funcionários no ano passado. A actual campanha visa funcionários públicos, mas também sectores tão diversos como as finanças, o tabaco e farmacêutico.
Hoje Macau China / ÁsiaRelatório | Pequim com investimento estrangeiro negativo pela primeira vez em décadas Crise do imobiliário, ameaças de mais taxas alfandegárias e diferenças entre o yuan e o dólar são algumas das razões apontadas para os números negativos do investimento estrangeiro que, segundo o Instituto de Finanças Internacionais, devem aumentar em 2025 com a entrada de Trump na Casa Branca Os fluxos de investimento directo estrangeiro na China tornaram-se negativos “pela primeira vez em décadas”, em 2024, que fechará com uma saída líquida de cerca de 9,5 mil milhões de euros, segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF). A associação de instituições financeiras prevê que as saídas de investimento aumentem para cerca de 23,7 mil milhões de euros, em 2025. “O investimento directo estrangeiro na China está sob enorme pressão devido à baixa rentabilidade interna, à crise imobiliária, à ameaça de taxas alfandegárias, à diversificação das cadeias de abastecimento ou à grande diferença de rendimento entre [a moeda chinesa], o yuan, e o dólar”, explicou. Este declínio deve-se também às tensões geopolíticas que, combinadas com uma reconfiguração das cadeias de abastecimento mundiais, resultaram num desvio do investimento para outros países, lê-se no relatório do IIF. O IIF apontou especificamente o caso da Índia, um dos principais beneficiários desta situação, especialmente no sector da produção electrónica. “A quota da China no total dos fluxos [de investimento] para os mercados emergentes deverá manter-se moderada, reflectindo as fricções geopolíticas e os desafios internos”, previu o documento, que referiu que outros mercados emergentes continuarão a atrair cada vez mais capital “face ao realinhamento global”. De acordo com a agência, as prováveis taxas alfandegárias adicionais impostas pelos Estados Unidos na sequência do regresso de Donald Trump à Casa Branca afectarão os principais sectores de exportação e poderão “exacerbar os problemas estruturais” da China, como a sua dependência de um crescimento liderado pelo investimento ou o fraco consumo interno. A política monetária também tem sido um entrave, de acordo com o IIF, que afirmou que a divergência entre a posição do Banco Popular da China e a de outros bancos centrais, como a Reserva Federal dos Estados Unidos, durante o ciclo de aperto monetário global, afectou a confiança dos investidores e não serviu para estimular suficientemente as entradas de capital do estrangeiro. E, embora Pequim tenha prometido na semana passada uma orientação monetária “flexível”, o relatório indicou que as baixas margens de lucro líquido dos bancos e o risco de depreciação do yuan poderão limitar a margem de manobra das autoridades e conduzir a ainda mais saídas de capitais. Futuro previsível O IIF previu que o investimento directo estrangeiro reportado pelo ministério do Comércio, que apenas contabiliza as empresas com presença na China, caia entre 30 por cento e 50 por cento em 2025, enquanto a medida mais ampla da balança de pagamentos da Administração Estatal de Câmbios apresentará o primeiro valor negativo desde o início da série histórica em 1990. Em Agosto, a agência Bloomberg previu que esta última situação se verificaria se a tendência da primeira metade do ano se mantivesse, durante a qual o passivo de investimento directo da balança de pagamentos – um indicador que acompanha os novos investimentos estrangeiros no país, registando os fluxos monetários ligados a entidades estrangeiras na China – caiu 4,6 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Quando a lei marcial apanhou de surpresa três portugueses a viver em Seul Reportagem de Catarina Domingues, enviada da agência Lusa Sophie, Maria João e Miguel foram apanhados de surpresa quando, há uma semana, o Presidente sul-coreano declarou lei marcial. Impedidos por lei de participarem em atividades políticas, observam de longe os protestos e simpatizam com a causa. Sophie Carvalho juntou no sábado um grupo de amigos em casa para uma festa antecipada de Natal, mas acabaram todos no sofá a olhar para a televisão. Nas ruas de Seul, multidões pediam a destituição do Presidente, Yoon Suk-yeol, que dias antes tinha declarado lei marcial. Na casa de Sophie vivia-se a contestação através do pequeno ecrã. “É importante acompanhar, só estava uma coreana lá em casa, o resto eram todos estrangeiros, mas para nós é importante”, afirma agora à Lusa a tradutora, de 30 anos, que diz ter recebido um alerta da embaixada portuguesa em Seul para não participar nos protestos. A lei do controlo de imigração da Coreia do Sul proíbe estrangeiros no país de levarem a cabo atividades políticas. A viver na Coreia do Sul há uma década, Sophie já tinha reservas em relação a Yoon, devido às políticas do dirigente conservador “em relação aos direitos das mulheres e dos estrangeiros”, mas, admite, estava longe de se imaginar a viver sob lei marcial, ainda que esta tenha durado apenas umas horas. “Eu nunca imaginei que ia acontecer algo assim, embora achasse que [Yoon Suk-yeol] nunca seria um bom Presidente”, continua. Yoon sobreviveu, entretanto, a uma moção parlamentar. A destituição do Presidente exigia o apoio de dois terços da Assembleia Nacional, ou seja, 200 dos 300 deputados, mas apenas 195 participaram na votação, sendo que o Partido do Poder Popular (PPP), no poder, boicotou o escrutínio. Nesse dia, os coreanos foram para as ruas um pouco por todo o país, como, aliás, continua a acontecer diariamente. Em Seul, cerca de um milhão de pessoas ocuparam a vizinhança do parlamento, de acordo com dados da organização. Os números da polícia, mais conservadores, apontam para 150 mil manifestantes. Sophie queria fazer parte do movimento, mas receia que a participação possa trazer “problemas para o visto”. De longe, assiste a um momento que classifica “de incrível” e chama a atenção para a presença dos bastões luminosos nos protestos. Utilizados em concertos de música popular coreana (K-pop), estes bastões tornaram-se num símbolo da cultura de protesto sul-coreana em 2016, durante as maciças manifestações contra a ex-Presidente Park Geun-hye. Também Maria João Amaral tem acompanhado os últimos acontecimentos desde casa, pelo YouTube e pelas notícias. “Fiquei a saber naquela mesma noite, à hora, pouco depois de ter sido declarada a lei marcial e confesso que me assustei, porque pensei que havia algum problema com a Coreia do Norte”, diz a professora de português na Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros. A viver há 20 anos em Seul, a docente, de 64 anos, olha para a resiliência e mobilização em massa dos sul-coreanos “de maneira muito positiva”. Em conversa com a Lusa lembra o passado ditatorial do país e de como os sul-coreanos ergueram uma democracia. E recua ao tal momento em que Park Geun-hye caiu. “Houve protestos durante meses, vigílias, e penso que também foi no inverno. Mas agora também achei que os militares [durante a lei marcial] não estavam interessados em fazer mal às pessoas, porque as pessoas afrontaram-nos e não houve tiros”, diz. Sondagens têm sugerido que a maioria dos sul-coreanos quer a destituição de Yoon. Uma investigação da Realmeter indicou, no início dos protestos, que sete em cada dez sul-coreanos apoia a suspensão do exercício do poder do Presidente. Também Miguel Morais, de 20 anos, aponta o caráter pacífico do país. Daí que não tenha sentido medo. Admite, porém, ter “ficado chocado” com a declaração da lei marcial e ainda “mais impressionado por se ter resolvido” em poucas horas. O jovem, que trabalha numa organização de intercâmbio de línguas e tem feito trabalhos como ator em publicidade, chegou ao país há apenas nove meses. Reconhece que os sul-coreanos estão “cem por cento, mesmo” na luta: “Existe um sentimento coletivo coreano que se vê em pequenas coisas (…) e há aquele sentimento da união do povo, e se alguém quebrar isso, juntam-se na luta”, considera. Apesar de “ter imensos amigos” nos protestos antigovernamentais, Miguel faz eco do que Sophie e Maria João disseram à Lusa. “Não fui aos protestos porque fomos claramente avisados que podia haver consequências legais para estrangeiros presentes”, disse o jovem portuense.
Hoje Macau China / ÁsiaParlamento da Coreia do Sul vota no sábado segunda moção de destituição de Yoon A oposição da Coreia do Sul agendou para sábado a votação no parlamento de uma segunda moção de destituição contra o Presidente Yoon Suk–yeol, disse ontem um porta-voz do Partido Democrático. A votação na Assembleia Nacional está marcada “para 14 de Dezembro às 17:00”, disse à agência de notícias France–Presse Jo Seung-lae, deputado do Partido Democrático. Ontem de manhã, uma unidade especial de investigação da polícia da Coreia do Sul disse ter efectuado buscas na sede da polícia e no gabinete do Presidente. “A equipa especial de investigação realizou uma busca no gabinete presidencial, na agência de polícia [sul-coreana], na agência de polícia metropolitana de Seul e no Departamento de Segurança da Assembleia Nacional”, uma semana depois de Yoon Suk-yeol ter imposto a lei marcial no país, disse a unidade às agências de notícias. As buscas foram anunciadas horas depois dos dois principais chefes da polícia terem sido detidos pelo papel na breve imposição da lei marcial na semana passada. As forças de segurança sul-coreanas disseram que o comissário-geral da agência de polícia sul-coreana, Cho Ji-ho, e o chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, Kim Bong-sik, estavam detidos na esquadra de Namdaemun, na capital. Os dois dirigentes policiais estão a ser investigados pelo papel no envio de forças policiais para a Assembleia Nacional, numa tentativa de impedir os deputados de entrar no parlamento para suspender a lei marcial, anunciada abruptamente na noite de 03 de Dezembro. Outro golpe No sábado passado, o conservador Yoon escapou por pouco a uma primeira tentativa. O Partido Popular do Povo (PPP), no poder, boicotou e invalidou a votação por falta de quórum. Mais tarde, o partido disse que, em troca do bloqueio da moção, tinha obtido a promessa de que Yoon se ia retirar para deixar a governação ao PPP e ao primeiro-ministro. A oposição acusou o PPP de um “segundo golpe” de Estado. O Gabinete de Investigação de Corrupção de Altos Funcionários, conhecido como CIO, indicou ontem que vai solicitar a detenção e prisão de Yoon assim que estiverem reunidas as condições necessárias. “Estamos a conduzir uma investigação completa e vamos analisar a questão da prisão”, disse o presidente do CIO, Oh Dong-woon.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim com 76% das vendas mundiais de carros eléctricos As vendas de carros eléctricos continuam a crescer no mercado interno, enquanto as exportações sofrem com as taxas impostas pela Europa e pelos Estados Unidos A quota da China no mercado mundial de veículos eléctricos atingiu 76 por cento, em Outubro, segundo dados do sector, reflectindo a forte procura no país, numa altura em que as exportações enfrentam taxas alfandegárias punitivas na Europa e Estados Unidos. Entre Janeiro e Outubro, as vendas de veículos eléctricos a nível mundial atingiram 14,1 milhões de unidades, de acordo com a Associação de Automóveis de Passageiros da China. Quase 70 por cento dessas vendas foram realizadas na China, o maior mercado do mundo para carros eléctricos. Em Outubro, a quota da China fixou-se em 76 por cento. Os números sugerem que a China está no bom caminho para aumentar a sua quota no mercado global de veículos eléctricos este ano. Em 2023, cerca de 60 por cento dos novos registos de carros eléctricos foram efectuados na China, de acordo com a Agência Internacional de Energia. A grande maioria das vendas mundiais de veículos eléctricos ocorre na China, na União Europeia e nos Estados Unidos, com a China a dominar o mercado. Mas as taxas alfandegárias impostas pelos mercados ocidentais nos últimos anos ameaçaram travar a rápida expansão da indústria chinesa. Os veículos eléctricos chineses estão praticamente impedidos de entrar no mercado dos EUA. Este ano, o Presidente norte-americano, Joe Biden, aumentou a taxa sobre os automóveis eléctricos chineses de 25 por cento para 100 por cento. O presidente eleito, Donald Trump, prometeu impor uma taxa adicional de 10 por cento sobre todas as importações provenientes da China, logo após a tomada de posse. A UE também decidiu impor taxas sobre os veículos eléctricos chineses até 35 por cento, para além das taxas existentes de 10 por cento, uma decisão que foi condenada pela China. Produto irresistível Embora os mercados ocidentais estejam a tornar-se cada vez mais difíceis de penetrar para as empresas chinesas, a forte procura e o apoio aos veículos eléctricos no país asiático têm continuado. Recentemente, a China duplicou o subsídio disponível para os compradores de automóveis eléctricos, passando a dar 20.000 yuan para quem trocar os seus automóveis convencionais, isto além das isenções fiscais. As vendas de automóveis da China para a Rússia também continuaram a aumentar. Os dados partilhados por Cui Dongshu, o secretário-geral da Associação de Automóveis de Passageiros da China, mostraram que as exportações para a Rússia aumentaram 109 por cento nos últimos dois anos, enquanto as exportações para os EUA caíram 23 por cento, no mesmo período. Os EUA e a União Europeia proibiram a exportação de automóveis para a Rússia após a invasão da Ucrânia em Fevereiro de 2022.
Hoje Macau China / ÁsiaRússia | Medvedev em Pequim para conversações de alto nível O vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitri Medvedev, chegou ontem a Pequim para uma visita de dois dias, durante a qual deve manter conversações com dirigentes chineses, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático. De acordo com a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning, a visita faz parte de “importantes intercâmbios de alto nível” entre a China e a Rússia. A viagem de Medvedev segue-se à visita, em Outubro, do ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, que foi recebido pelo vice-presidente do órgão militar máximo da China, Zhang Youxia. Zhang disse então que as relações bilaterais encontram-se no “nível mais alto da história”. O general chinês manifestou a disponibilidade da China para continuar a trabalhar com a Rússia no sentido de desenvolver continuamente uma “amizade de boa vizinhança a longo prazo”, bem como uma “elevada confiança estratégica” e uma “cooperação mutuamente benéfica”. Belousov elogiou a “amizade histórica” entre a Rússia e a China e manifestou a sua disponibilidade para reforçar a cooperação e aproveitar as oportunidades para expandir a parceria estratégica em vários domínios. Em Setembro e Novembro, Pequim e Moscovo realizaram uma série de exercícios navais conjuntos no mar do Japão, que, segundo os analistas, reflectem a estreita cooperação militar entre os dois países, que atingiu novos níveis nos últimos anos. A visita de Medvedev surge numa altura em que o Ocidente acusa a China de apoiar com armas a campanha militar russa na Ucrânia, algo que Pequim tem negado repetidamente. Surge também na sequência da queda na Síria do regime do deposto Bashar al-Assad, um aliado de Moscovo e de Pequim. A China defendeu que “o futuro da Síria deve ser decidido pelos sírios” e manifestou a esperança de que “todas as partes envolvidas possam encontrar uma solução política para resolver a crise o mais rapidamente possível”.
Hoje Macau China / ÁsiaStellantis e chinesa CATL vão produzir baterias para carros eléctricos em Espanha O fabricante automóvel Stellantis e a empresa chinesa de baterias para veículos elétricos CATL anunciaram ontem um investimento de 4.100 milhões de euros para criar uma fábrica de baterias em Espanha que começará a produzir em 2026. A produção de baterias de lítio–ferro-fosfato (LFP) para carros será instalada na actual fábrica da Stellantis em Saragoça, no nordeste de Espanha, disseram as duas empresas num comunicado. O início da produção está previsto para o final de 2026, podendo atingir uma capacidade de 50 GWh (gigawatts por hora), “dependendo da evolução do mercado da electricidade na Europa e do apoio contínuo das autoridades espanholas e da União Europeia”, lê-se no mesmo comunicado. “Concebida para ser totalmente neutra em termos de carbono, a fábrica de baterias será implementada em várias fases e planos de investimento”, segundo a multinacional Stellantis e a CATL, que deterão a nova empresa em partes iguais. As duas empresas assinaram em Novembro de 2023 um acordo estratégico para o fornecimento local de células e módulos de baterias LFP para a produção de veículos eléctricos na Europa e estabeleceram “uma colaboração a longo prazo”. Espanha é actualmente o segundo maior produtor de carros europeu, a seguir à Alemanha, tendo sido montados no país no ano passado 1,87 milhões de automóveis. A Stellantis é um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo e tem no portefólio marcas como Abarth, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS Automobiles, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, Ram, Vauxhall, Free2move e Leasys. O grupo tem uma fábrica em Portugal, em Mangualde, no distrito de Viseu, onde em Outubro começou a produzir carros eléctricos em série, nas versões de passageiros e comerciais ligeiros, destinados aos mercados doméstico e de exportação. Já a CATL, fundada em 2011 na China, produz mais de um terço das baterias para veículos eléctricos vendidas em todo o mundo e que são usadas em marcas como Mercedes-Benz, BMW, Volkswagen, Toyota, Honda e Hyundai. A CATL está actualmente a construir a sua segunda fábrica europeia na Hungria, depois de arrancar com a primeira na Alemanha em Janeiro de 2023. Com frutos O presidente da Stellantis, John Eljann, citado no comunicado de ontem, destacou o compromisso da empresa “com um futuro descarbonizado e com tecnologias avançadas de baterias” e assegurou que a colaboração com a CATL é um impulso à sua capacidade “para produzir veículos competitivos”. O presidente executivo da CATL, Robin Zeng, afirmou por seu turno que este investimento em Saragoça eleva a colaboração com a Stellantis “a novos níveis”. O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, que recebeu Robin Zeng na segunda-feira em Madrid, na sede do Governo, disse ontem estar “muito satisfeito” com o anúncio deste investimento em Saragoça e agradeceu aos presidentes das duas empresas. “A colaboração público-privada vê-se em acordos como o que foi selado hoje”, acrescentou ontem Sánchez, numa publicação na rede social X. Segundo o ministro da Indústria de Espanha, Jordi Hereu, o Governo espanhol tem mantido conversações e negociações com a Stellantis nos últimos dois anos e a empresa recebeu “uma soma de ajuda pública”, que considerou tão importante como o acordo conjunto anunciado ontem pelos dois fabricantes. Para Jordi Hereu, que falava numa conferência de imprensa em Madrid, o investimento anunciado pela Stellantis e pela CATL é “um grande sinal da aposta da indústria automóvel em Espanha”, num momento de transição energética e descarbonização da economia europeia.