Covid-19 | Centro Europeu de Doenças diz que novos números não representam aumento do surto

[dropcap]O[/dropcap] Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças afirmou hoje que, apesar do aumento do número casos de Covid-19, devido ao novo método de contagem chinês, tal “não significa que a epidemia esteja a aumentar”.
“As autoridades chinesas confirmaram que mudaram o método como os casos estão a ser contabilizados […], incluindo agora todos os casos suspeitos com diagnóstico clínico de pneumonia, o que significa que estes novos casos não foram necessariamente confirmados em laboratório como tendo Covid-19”, indica o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês) numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
De acordo com este centro, que faz a monitorização do Covid-19 na Europa, “apesar da mudança [na contagem], não se pode comparar o número de casos relatados até agora com este novo número [das autoridades chinesas] e isso não significa necessariamente que a epidemia esteja a aumentar na China”.
Na resposta enviada à Lusa, o ECDC explica que, “para casos na Europa, a atual definição de caso não tem em consideração os casos suspeitos”.
“Um caso confirmado é uma pessoa com confirmação laboratorial da infeção com Covid-19, independentemente dos sinais e sintomas clínicos”, clarifica esta entidade.
Assim, os dados mais recentes do ECDC – que estão “de acordo com a definição de caso aplicada nos países relevantes” – indicam que, entre 31 de dezembro e hoje, foram registados 60.330 casos de Covid-19 em todo o mundo, tendo-se registado 1.369 mortes.
Segundo o ECDC, existem, neste momento, 35 casos confirmados na União Europeia (UE): 16 na Alemanha, 11 em França, três em Itália, dois em Espanha e um na Bélgica, na Finlândia e na Suécia. A estes acrescem, na Europa, nove casos no Reino Unido.
Por isso, o ECDC considera que, “atualmente, o risco de infeção por SARS-CoV-2 para a população da UE, Espaço Económico Europeu e Reino Unido é baixo”.
Também hoje, a Comissão Nacional de Saúde da China reportou 121 mortes, nas últimas 24 horas, pelo novo coronavírus, designado Covid-19, fixando em 1.380 o número total de vítimas mortais em todo o continente chinês.
Na quinta-feira, as autoridades chinesas passaram a utilizar um novo método de contagem, que inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.
No primeiro dia após a entrada em vigor do novo método, a China reportou aumentos recorde no número de mortos e infectados.
Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um e, embora trinta países tenham diagnosticado casos de pneumonia por COVID-19, a China responde por cerca de 99% dos infectados.

14 Fev 2020

Covid-19 | Comissão Nacional de Saúde reporta mais 121 mortos em toda a China

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Nacional de Saúde da China reportou hoje 121 mortes, nas últimas 24 horas, pelo novo coronavírus, designado Covid-19, fixando em 1.380 o número total de vítimas mortais em todo o continente chinês. Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número de infectados cresceu 5.090, para 63.581, na totalidade da República Popular da China, que exclui Macau e Hong Kong.

O principal órgão de saúde da China reviu assim em baixa os dados difundidos ao início da manhã (hora local) pelas autoridades de Hubei, apontando que houve duplicados na “recolha e registo de dados”.

Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número atual de infeções na China Continental é de 63.851, um aumento de 5.090, em relação ao dia anterior.

Os números anteriores divulgados pelas autoridades de Hubei fixaram o número de infectados acima dos 65.000, mas a Comissão apontou, entretanto, que aquele número está incorrecto.

Segundo a Comissão Nacional de Saúde, só na província de Hubei, epicentro da epidemia, morreram 116 pessoas, nas últimas 24 horas, fixando o total em 1.318, e surgiram 4.823 novos casos.

A mesma fonte informou ainda que entre os novos casos registados a nível nacional, 2.174 são graves, enquanto 1.081 pessoas receberam alta após superarem a doença.

Mais de 490.000 pessoas que estiveram em contacto próximo com pacientes que estão a ser acompanhadas, segundo as autoridades.

Na quinta-feira, as autoridades passaram a utilizar um novo método de contagem, que inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.

No primeiro dia após a entrada em vigor do novo método, a China reportou aumentos recorde no número de mortos e infectados.

Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.

Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan, capital de Hubei, especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.

Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um e, embora trinta países tenham diagnosticado casos de pneumonia por COVID-19, a China responde por cerca de 99% dos infectados.

14 Fev 2020

Covid-19 | Comissão Nacional de Saúde reporta mais 121 mortos em toda a China

[dropcap]A[/dropcap] Comissão Nacional de Saúde da China reportou hoje 121 mortes, nas últimas 24 horas, pelo novo coronavírus, designado Covid-19, fixando em 1.380 o número total de vítimas mortais em todo o continente chinês. Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número de infectados cresceu 5.090, para 63.581, na totalidade da República Popular da China, que exclui Macau e Hong Kong.
O principal órgão de saúde da China reviu assim em baixa os dados difundidos ao início da manhã (hora local) pelas autoridades de Hubei, apontando que houve duplicados na “recolha e registo de dados”.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número atual de infeções na China Continental é de 63.851, um aumento de 5.090, em relação ao dia anterior.
Os números anteriores divulgados pelas autoridades de Hubei fixaram o número de infectados acima dos 65.000, mas a Comissão apontou, entretanto, que aquele número está incorrecto.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, só na província de Hubei, epicentro da epidemia, morreram 116 pessoas, nas últimas 24 horas, fixando o total em 1.318, e surgiram 4.823 novos casos.
A mesma fonte informou ainda que entre os novos casos registados a nível nacional, 2.174 são graves, enquanto 1.081 pessoas receberam alta após superarem a doença.
Mais de 490.000 pessoas que estiveram em contacto próximo com pacientes que estão a ser acompanhadas, segundo as autoridades.
Na quinta-feira, as autoridades passaram a utilizar um novo método de contagem, que inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.
No primeiro dia após a entrada em vigor do novo método, a China reportou aumentos recorde no número de mortos e infectados.
Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.
Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan, capital de Hubei, especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.
Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um e, embora trinta países tenham diagnosticado casos de pneumonia por COVID-19, a China responde por cerca de 99% dos infectados.

14 Fev 2020

Coronavírus | Portugal equaciona distribuir formulários para viajantes

[dropcap]A[/dropcap] ministra da Saúde disse ontem que as autoridades estão a equacionar distribuir formulários aos viajantes de certas regiões chinesas para Portugal para despistar possíveis contágios com o novo coronavírus, estando também a distribuir informação nos aviões.

Falando aos jornalistas portugueses, em Bruxelas, no final de uma reunião extraordinária de ministros da Saúde da União Europeia (UE) sobre o surto do Covid-19, Marta Temido indicou que o Governo português está a analisar “a eventual aplicação de questionários de proveniência de identificação dos últimos contactos nos viajantes provenientes de determinados espaços”.

De acordo com a ministra, o objectivo é despistar “contactos recentes dos passageiros” com pessoas infectadas.

“Estamos a preparar – já o estávamos a preparar ao nível da Direção-Geral da Saúde – e poderemos equacionar isso nas próximas horas e nos próximos dias”, referiu Marta Temido.

A ministra indicou que, desde o passado domingo, Portugal está também a distribuir informação a bordo sobre novo coronavírus em voos entre a China e Portugal.

“Os nossos voos já foram preparados com todo o tipo de materiais para serem distribuídos pelos viajantes com informação detalhada sobre o que podem ser sintomas, o que devem fazer e com números de contacto”, isto é, “informações úteis para quando [estes cidadãos] entram em Portugal poderem ser encaminhados, se alguma coisa se passar com eles”, precisou Marta Temido.

Europa unida

Bruxelas acolheu ontem uma reunião extraordinária de ministros da Saúde da UE, convocada de emergência pela presidência do Conselho, na qual os 27 discutiram o reforço da coordenação ao nível europeu para prevenir a propagação do novo coronavírus.

De acordo com a ministra portuguesa, mais do que medidas novas, deste encontro saiu um “acordo sobre princípios gerais” entre os países, que assenta sobre uma “coordenação da actuação entre os Estados-membros, da preparação e no foco na capacidade de adaptação e de preparação para a evolução epidemiológica”.

Não decidido no encontro, mas também não excluído para já, está um eventual controlo nas fronteiras da União Europeia (UE) de pessoas infectadas.

14 Fev 2020

Coronavírus | Portugal equaciona distribuir formulários para viajantes

[dropcap]A[/dropcap] ministra da Saúde disse ontem que as autoridades estão a equacionar distribuir formulários aos viajantes de certas regiões chinesas para Portugal para despistar possíveis contágios com o novo coronavírus, estando também a distribuir informação nos aviões.
Falando aos jornalistas portugueses, em Bruxelas, no final de uma reunião extraordinária de ministros da Saúde da União Europeia (UE) sobre o surto do Covid-19, Marta Temido indicou que o Governo português está a analisar “a eventual aplicação de questionários de proveniência de identificação dos últimos contactos nos viajantes provenientes de determinados espaços”.
De acordo com a ministra, o objectivo é despistar “contactos recentes dos passageiros” com pessoas infectadas.
“Estamos a preparar – já o estávamos a preparar ao nível da Direção-Geral da Saúde – e poderemos equacionar isso nas próximas horas e nos próximos dias”, referiu Marta Temido.
A ministra indicou que, desde o passado domingo, Portugal está também a distribuir informação a bordo sobre novo coronavírus em voos entre a China e Portugal.
“Os nossos voos já foram preparados com todo o tipo de materiais para serem distribuídos pelos viajantes com informação detalhada sobre o que podem ser sintomas, o que devem fazer e com números de contacto”, isto é, “informações úteis para quando [estes cidadãos] entram em Portugal poderem ser encaminhados, se alguma coisa se passar com eles”, precisou Marta Temido.

Europa unida

Bruxelas acolheu ontem uma reunião extraordinária de ministros da Saúde da UE, convocada de emergência pela presidência do Conselho, na qual os 27 discutiram o reforço da coordenação ao nível europeu para prevenir a propagação do novo coronavírus.
De acordo com a ministra portuguesa, mais do que medidas novas, deste encontro saiu um “acordo sobre princípios gerais” entre os países, que assenta sobre uma “coordenação da actuação entre os Estados-membros, da preparação e no foco na capacidade de adaptação e de preparação para a evolução epidemiológica”.
Não decidido no encontro, mas também não excluído para já, está um eventual controlo nas fronteiras da União Europeia (UE) de pessoas infectadas.

14 Fev 2020

Huawei volta a refutar acusações de espionagem dos EUA

[dropcap]A[/dropcap] Huawei declarou ontem que as acusações dos EUA de que o Governo chinês terá acesso a uma “porta traseira” dos seus telemóveis não passam de uma “cortina de fumo”, garantindo que nunca acedeu secretamente a redes de telecomunicações.

“As acusações dos EUA sobre a Huawei usando intercepção legal não passam de uma cortina de fumo e não se inserem em nenhuma lógica no domínio da segurança cibernética. A Huawei nunca acedeu secretamente às redes de telecomunicações, nem temos a capacidade de fazê-lo. O Wall Street Journal está claramente ciente de que o Governo dos EUA não pode fornecer nenhuma evidência para apoiar suas acusações e ainda assim optou por espalhar as mentiras ditas por funcionários dos EUA”, refere a fabricante chinesa em comunicado.

De acordo com funcionários norte-americanos citados pelo jornal The Wall Street Journal na quarta-feira, os produtos da empresa chinesa representam um risco para a segurança, considerando que a fabricante tem vínculos muito estreitos com o Governo chinês.

“A Huawei é apenas um fornecedor de equipamentos. Nessa função, ter acesso a redes de clientes sem a sua autorização e visibilidade seria impossível. Não temos a capacidade de contornar as operadoras, controlar o acesso e tirar dados das suas redes sem ser detectado por todos os ‘firewalls’ normais ou sistemas de segurança”, disse ainda.

A fabricante chinesa reitera assim que a segurança cibernética e a protecção de privacidade do utilizador são as suas principais prioridades e que as observações feitas por funcionários dos EUA ignoram completamente o enorme investimento e as melhores práticas da Huawei e das operadoras.

“Estamos muito indignados com o facto de o Governo dos EUA não terem poupado esforços para estigmatizar a Huawei usando questões de segurança cibernética. Se os EUA descobrirem as violações da Huawei, pedimos novamente solenemente que divulguem evidências específicas em vez de usar os media para espalhar rumores”, refere.

Porta dos fundos

Segundo o The Wall Street Journal, citado pela AP, funcionários norte-americanos afirmam que a Huawei Technologies pode aceder secretamente às redes de telemóveis em todo o mundo através de “portas traseiras” desenhadas para serem utilizadas pelas forças de ordem pública.

Os serviços de inteligência norte-americanos apontam que a Huawei teria tido essa capacidade secreta durante mais de uma década, disseram funcionários dos Estados Unidos, enquanto a Huawei rejeita essas acusações.

14 Fev 2020

Ensino | Alunos e professores estrangeiros aconselhados a voltar a casa

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de professores e estudantes estrangeiros na China estão a ser aconselhados pelas respectivas universidades a voltarem aos seus países, numa altura de indecisão face à propagação do coronavírus por todo continente chinês.

Vários estudantes e professores contactados pela agência Lusa dizem terem sido aconselhados a regressarem a casa por período indefinido. “Por favor, regresse a casa, pode voltar assim que a guerra contra o surto acabar”, lê-se numa das mensagens a que a Lusa teve acesso.

Professores de línguas estrangeiras em escolas de ensino primário ao secundário, ou treinadores de futebol no ensino básico – ocupação de cerca de cem portugueses na China – estão ainda a ser notificados de que os seus salários serão reduzidos, em alguns casos para o equivalente ao salário mínimo por lei da cidade onde trabalham.

Em Pequim, por exemplo, o salário mínimo está fixado nos 2.200 yuan, um valor que não cobre metade da renda mensal de um quarto na área metropolitana do município. Nas províncias mais pobres do país, o salário mínimo ronda os 1.500 yuan.

Milhões de trabalhadores deveriam ter já regressado das suas terras natais, mas a rápida propagação do vírus levou as autoridades a prolongar o feriado nacional e a recomendar às empresas que deixem os funcionários trabalharem a partir de casa.

Várias universidades suspenderam o início do semestre por um período indefinido. Outras apontam para Maio, a seguir ao feriado do Dia do Trabalhador.

Projectos suspensos

A decisão das universidades pode afectar uma aposta estratégica de Pequim, que tem, nos últimos anos, procurado atrair estudantes de todo o mundo, parte da sua ambição por maior influência global.

O país asiático é já o terceiro maior destino para estudantes estrangeiros, superado apenas pelos Estados Unidos e Reino Unido. O país asiático tinha como meta receber meio milhão de estudantes oriundos de diferentes partes do mundo este ano.

A China é também o segundo maior destino para estudantes africanos, a seguir a França, atraindo centenas de estudantes oriundos dos países africanos de língua oficial portuguesa.

Todos os anos, o ministério chinês da Educação oferece seis bolsas de estudo a estudantes portugueses e destinadas a cursos livres, gerais ou avançados, em todas as áreas.

O Instituto Confúcio, organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino de chinês, e que está presente em cinco universidades portuguesas – Aveiro, Coimbra, Lisboa, Minho e Porto -, oferece também programas de intercâmbio na China.

Os do curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), cumprem também um ano lectivo na Universidade de Línguas Estrangeiras de Pequim.

Na Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin, cidade a 120 quilómetros de Pequim e que tem um protocolo com o Instituto Confúcio de Lisboa, os alunos e professores que optarem por ficar estão proibidos de sair do ‘campus’. Uma aluna e dois professores oriundos de Portugal permanecem na universidade.

O país asiático é o maior emissor de estudantes estrangeiros – mais de 662.000 chineses estudam fora do país, a maioria nos Estados Unidos e Reino Unido.

A decisão de Washington e da Austrália de proibir a entrada a quem esteve na China nos últimos 14 dias está também a afectar milhares de estudantes chineses matriculados em universidades norte-americanas, e agora impedidos de regressarem às aulas.

14 Fev 2020

Ensino | Alunos e professores estrangeiros aconselhados a voltar a casa

[dropcap]M[/dropcap]ilhares de professores e estudantes estrangeiros na China estão a ser aconselhados pelas respectivas universidades a voltarem aos seus países, numa altura de indecisão face à propagação do coronavírus por todo continente chinês.
Vários estudantes e professores contactados pela agência Lusa dizem terem sido aconselhados a regressarem a casa por período indefinido. “Por favor, regresse a casa, pode voltar assim que a guerra contra o surto acabar”, lê-se numa das mensagens a que a Lusa teve acesso.
Professores de línguas estrangeiras em escolas de ensino primário ao secundário, ou treinadores de futebol no ensino básico – ocupação de cerca de cem portugueses na China – estão ainda a ser notificados de que os seus salários serão reduzidos, em alguns casos para o equivalente ao salário mínimo por lei da cidade onde trabalham.
Em Pequim, por exemplo, o salário mínimo está fixado nos 2.200 yuan, um valor que não cobre metade da renda mensal de um quarto na área metropolitana do município. Nas províncias mais pobres do país, o salário mínimo ronda os 1.500 yuan.
Milhões de trabalhadores deveriam ter já regressado das suas terras natais, mas a rápida propagação do vírus levou as autoridades a prolongar o feriado nacional e a recomendar às empresas que deixem os funcionários trabalharem a partir de casa.
Várias universidades suspenderam o início do semestre por um período indefinido. Outras apontam para Maio, a seguir ao feriado do Dia do Trabalhador.

Projectos suspensos

A decisão das universidades pode afectar uma aposta estratégica de Pequim, que tem, nos últimos anos, procurado atrair estudantes de todo o mundo, parte da sua ambição por maior influência global.
O país asiático é já o terceiro maior destino para estudantes estrangeiros, superado apenas pelos Estados Unidos e Reino Unido. O país asiático tinha como meta receber meio milhão de estudantes oriundos de diferentes partes do mundo este ano.
A China é também o segundo maior destino para estudantes africanos, a seguir a França, atraindo centenas de estudantes oriundos dos países africanos de língua oficial portuguesa.
Todos os anos, o ministério chinês da Educação oferece seis bolsas de estudo a estudantes portugueses e destinadas a cursos livres, gerais ou avançados, em todas as áreas.
O Instituto Confúcio, organismo patrocinado por Pequim para assegurar o ensino de chinês, e que está presente em cinco universidades portuguesas – Aveiro, Coimbra, Lisboa, Minho e Porto -, oferece também programas de intercâmbio na China.
Os do curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), cumprem também um ano lectivo na Universidade de Línguas Estrangeiras de Pequim.
Na Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin, cidade a 120 quilómetros de Pequim e que tem um protocolo com o Instituto Confúcio de Lisboa, os alunos e professores que optarem por ficar estão proibidos de sair do ‘campus’. Uma aluna e dois professores oriundos de Portugal permanecem na universidade.
O país asiático é o maior emissor de estudantes estrangeiros – mais de 662.000 chineses estudam fora do país, a maioria nos Estados Unidos e Reino Unido.
A decisão de Washington e da Austrália de proibir a entrada a quem esteve na China nos últimos 14 dias está também a afectar milhares de estudantes chineses matriculados em universidades norte-americanas, e agora impedidos de regressarem às aulas.

14 Fev 2020

Covid-19 | China reporta 15.152 novos casos de Covid-19 num dia com novo método de contagem

[dropcap]A[/dropcap] China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infectados em 24 horas pelo novo coronavírus, designado Covid-19, num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem. O número total de mortes pelo surto, inicialmente detectado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.

Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um. A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.

A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior.

Também o número de infectados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.

O novo método de contagem inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.

Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.

Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.

13 Fev 2020

Covid-19 | China reporta 15.152 novos casos de Covid-19 num dia com novo método de contagem

[dropcap]A[/dropcap] China reportou hoje 254 novas mortes e 15.152 novos infectados em 24 horas pelo novo coronavírus, designado Covid-19, num aumento recorde que resulta de uma alteração na metodologia da contagem. O número total de mortes pelo surto, inicialmente detectado em dezembro passado, fixou-se hoje em 1.367, enquanto o número de casos confirmados ascendeu a 59.804, em toda a China continental.
Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um. A Comissão Nacional de Saúde da China detalhou que, entre os pacientes, há 8.030 casos graves e que 5.911 pessoas foram curadas e tiveram alta.
A província de Hubei, de onde o vírus é originário, registou, nas últimas 24 horas, 242 mortos, mais do dobro em relação ao dia anterior.
Também o número de infectados ultrapassou em quase dez vezes os casos reportados na quarta-feira. Foram registados mais 14.840 novos casos da infeção na província, fixando o total em mais de 48 mil.
O novo método de contagem inclui “casos clinicamente diagnosticados”, mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas.
Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim.
Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan especificamente para o tratamento de infectados com o Covid-19.

13 Fev 2020

Vírus | Diáspora uigur alerta para riscos de contágio em campos na China

[dropcap]A[/dropcap] diáspora uigur alertou ontem para os riscos de um “contágio massivo” pelo novo coronavírus nos campos no noroeste da China, onde centenas de milhares dos seus compatriotas estão detidos em condições deploráveis.

“As pessoas estão a começar a entrar em pânico. As nossas famílias estão lá, retidas entre os campos de concentração e o vírus. Não sabemos o que acontece, se têm comida, se têm máscaras”, explicou a socióloga francesa de origem uigur, Dilnur Reyhan.

Uma petição no portal de Internet Change.org e várias tomadas de posição nas redes sociais testemunham essa preocupação e apelam à comunidade internacional para abordar o assunto, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, WHO na sigla em inglês).

Entre as ‘hashtags’ ‘#VirusThreatInThecamps’ e ‘#CloseThecamps, a #WHO2Urumqi exige que a OMS envie uma delegação para a região autónoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi, conforme solicitado pela petição assinada por pouco mais de 3.000 pessoas.

Especialistas e organizações de defesa de direitos humanos acusam Pequim de reter em centros de detenção pelo menos um milhão de muçulmanos em Xinjiang, principalmente uigures, uma minoria de língua turca.

A China refuta e afirma que são “centros de formação profissional” destinados a prevenir o extremismo e a radicalização através do ensino de mandarim e de competências profissionais.

Questionado pela agência de notícias France-Presse sobre eventuais medidas de prevenção tomadas nesses centros, o Governo de Xinjiang não respondeu.

“Se a comunidade internacional não conseguir obter medidas adequadas da China para impedir a epidemia na região, a natureza da sua rede massiva de campos de concentração e de trabalho forçado acrescentará uma nova dimensão ao atual genocídio de uigures na China”, indica a petição, que pede “a libertação de três milhões de uigures antes da propagação da epidemia em campos de detenção”.

Caso contrário, “as consequências serão catastróficas (…) dadas as informações sobre esses campos que relatam sobrelotação, fome, trabalho forçado, abuso sexual e tortura”, acrescenta a petição.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço ontem divulgado.

12 Fev 2020

Vírus | Diáspora uigur alerta para riscos de contágio em campos na China

[dropcap]A[/dropcap] diáspora uigur alertou ontem para os riscos de um “contágio massivo” pelo novo coronavírus nos campos no noroeste da China, onde centenas de milhares dos seus compatriotas estão detidos em condições deploráveis.
“As pessoas estão a começar a entrar em pânico. As nossas famílias estão lá, retidas entre os campos de concentração e o vírus. Não sabemos o que acontece, se têm comida, se têm máscaras”, explicou a socióloga francesa de origem uigur, Dilnur Reyhan.
Uma petição no portal de Internet Change.org e várias tomadas de posição nas redes sociais testemunham essa preocupação e apelam à comunidade internacional para abordar o assunto, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, WHO na sigla em inglês).
Entre as ‘hashtags’ ‘#VirusThreatInThecamps’ e ‘#CloseThecamps, a #WHO2Urumqi exige que a OMS envie uma delegação para a região autónoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi, conforme solicitado pela petição assinada por pouco mais de 3.000 pessoas.
Especialistas e organizações de defesa de direitos humanos acusam Pequim de reter em centros de detenção pelo menos um milhão de muçulmanos em Xinjiang, principalmente uigures, uma minoria de língua turca.
A China refuta e afirma que são “centros de formação profissional” destinados a prevenir o extremismo e a radicalização através do ensino de mandarim e de competências profissionais.
Questionado pela agência de notícias France-Presse sobre eventuais medidas de prevenção tomadas nesses centros, o Governo de Xinjiang não respondeu.
“Se a comunidade internacional não conseguir obter medidas adequadas da China para impedir a epidemia na região, a natureza da sua rede massiva de campos de concentração e de trabalho forçado acrescentará uma nova dimensão ao atual genocídio de uigures na China”, indica a petição, que pede “a libertação de três milhões de uigures antes da propagação da epidemia em campos de detenção”.
Caso contrário, “as consequências serão catastróficas (…) dadas as informações sobre esses campos que relatam sobrelotação, fome, trabalho forçado, abuso sexual e tortura”, acrescenta a petição.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço ontem divulgado.

12 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China aumenta para 1.113

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou para 1.113, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97.

O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infectados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação.

O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

12 Fev 2020

Vírus | Número de mortos na China aumenta para 1.113

[dropcap]O[/dropcap] número de mortos na China continental devido ao novo coronavírus aumentou para 1.113, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde chinesa. De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número total de mortos nas últimas 24 horas é de 97.
O número total de casos confirmados é de 44.653, dos quais 2.015 foram confirmados nas últimas 24 horas em território continental chinês. As autoridades chinesas acrescentaram ainda que 451.462 pacientes foram acompanhados por terem tido contacto próximo com os infectados, dos quais 185.037 ainda estão sob observação.
O balanço ultrapassa o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

12 Fev 2020

Hubei | Afastados líderes da Comissão de Saúde

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem a demissão de dois altos quadros da Comissão de Saúde de Hubei, a província de onde surgiu o novo coronavírus que fez já mais de 1.000 mortos e quase 43.000 infectados.

A estação televisiva oficial CCTV informou sobre as demissões do director da Comissão, Liu Yingzi, e do secretário do Partido Comunista da China (PCC) naquele organismo, Zhang Jin.

Ambos os cargos serão assumidos pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Wang Hesheng, que faz parte do grupo de trabalho formado pelo Governo central para lidar com o surto, e que foi também recentemente nomeado membro do mais alto órgão executivo de Hubei.

Liu e Zhang são, até à data, os funcionários de mais alto escalão a serem afastados na sequência da crise de saúde pública.

Por enquanto, não há indicações de que qualquer membro do Governo central possa ser afastado, e os órgãos oficiais do regime têm dirigido as culpas para as autoridades de Hubei e, sobretudo, para a capital de província, Wuhan.

A má gestão e ocultação de informações cruciais aquando do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou pneumonia atípica, entre 2002 e 2003, levou à queda do presidente da câmara de Pequim, Meng Xuenong – que foi substituído pelo actual vice-presidente da China, Wang Qishan – e do ministro da Saúde, Zhang Wenkang.

Na semana passada, a morte de Li Wenliang, o médico que inicialmente alertou a comunidade médica de Wuhan sobre o novo coronavírus, mas que foi obrigado pela polícia a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”, levou a reacções imediatas nas redes sociais chinesas, com o ‘hashtag’ #woyaoyanlunziyou (‘eu quero liberdade de expressão’, em chinês) a tornar-se viral. No entanto, a imprensa oficial culpou directamente as autoridades locais pelo sucedido.

12 Fev 2020

Hubei | Afastados líderes da Comissão de Saúde

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem a demissão de dois altos quadros da Comissão de Saúde de Hubei, a província de onde surgiu o novo coronavírus que fez já mais de 1.000 mortos e quase 43.000 infectados.
A estação televisiva oficial CCTV informou sobre as demissões do director da Comissão, Liu Yingzi, e do secretário do Partido Comunista da China (PCC) naquele organismo, Zhang Jin.
Ambos os cargos serão assumidos pelo vice-director da Comissão Nacional de Saúde, Wang Hesheng, que faz parte do grupo de trabalho formado pelo Governo central para lidar com o surto, e que foi também recentemente nomeado membro do mais alto órgão executivo de Hubei.
Liu e Zhang são, até à data, os funcionários de mais alto escalão a serem afastados na sequência da crise de saúde pública.
Por enquanto, não há indicações de que qualquer membro do Governo central possa ser afastado, e os órgãos oficiais do regime têm dirigido as culpas para as autoridades de Hubei e, sobretudo, para a capital de província, Wuhan.
A má gestão e ocultação de informações cruciais aquando do surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou pneumonia atípica, entre 2002 e 2003, levou à queda do presidente da câmara de Pequim, Meng Xuenong – que foi substituído pelo actual vice-presidente da China, Wang Qishan – e do ministro da Saúde, Zhang Wenkang.
Na semana passada, a morte de Li Wenliang, o médico que inicialmente alertou a comunidade médica de Wuhan sobre o novo coronavírus, mas que foi obrigado pela polícia a assinar um documento no qual denunciava o aviso como um boato “infundado e ilegal”, levou a reacções imediatas nas redes sociais chinesas, com o ‘hashtag’ #woyaoyanlunziyou (‘eu quero liberdade de expressão’, em chinês) a tornar-se viral. No entanto, a imprensa oficial culpou directamente as autoridades locais pelo sucedido.

12 Fev 2020

Vírus | Xi Jinping visitou bairro em Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, protagonizou na segunda-feira uma aparição rara, desde o início do surto do coronavírus que paralisou a China e levou a liderança chinesa a assumir uma postura colectiva, enquanto referências a Xi escasseiam nos órgãos oficiais.
Xi esteve primeiro num bairro a cerca de oito quilómetros da Cidade Proibida, e visitou depois um hospital de Pequim, onde participou numa videoconferência com funcionários de um hospital em Wuhan, epicentro do surto.

Tratou-se da segunda aparição pública de Xi no espaço de uma semana. A última foi em 5 de Fevereiro, durante uma reunião com o primeiro-ministro do Camboja.

De resto, à medida que os danos provocados pelo surto do coronavírus aumentam, o homem forte do regime de Pequim praticamente desapareceu dos órgãos oficiais.

“Onde antes aparecia o nome de Xi Jinping, passou a estar ‘Comité Central'”, resume à agência Lusa um jornalista de um dos principais órgãos estatais da China.

Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança coletiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970. Sob a sua liderança, que após uma emenda constitucional em 2017 passou a ser vitalícia, o Partido Comunista da China declarou Xi líder “central”.

Na estação oficial CCTV, que até ao início do surto infalivelmente abria os noticiários com intervenções e imagens de Xi, ou no Diário do Povo, jornal oficial do partido cuja capa chegou a ser composta por 11 manchetes sobre o líder chinês, as referências ao Presidente desapareceram.

Analistas consideram que a retirada ilustra o esforço de Xi Jinping para se isolar de um surto que está a causar grande descontentamento popular.

“Não há dúvida de que [Xi] mantém firme controlo sobre o poder”, explica o observador de política chinesa Rong Jian. “Mas ele sabe que a forma como o surto se alastrou e as suas consequências danificaram a legitimidade e a reputação” do poder político, aponta.

O outro lado do poder

Victor Shih, investigador sobre política chinesa na Universidade da Califórnia considera que, “politicamente, [Xi Jinping] está a descobrir que o poder ditatorial total tem uma desvantagem”.

“Quando as coisas dão para o torto a responsabilidade recai sobre uma só pessoa”, nota.
Numa altura em que o povo chinês enfrenta um dos maiores desafios das últimas décadas, a ausência do seu líder forte parece estar a ser sentida.

No domingo à noite, um taxista em Pequim aumenta apressadamente o volume do rádio ao ouvir o nome de Xi Jinping. Foi falso alarme.

Tratou-se da repetição de um anúncio feito há vários dias por Xi, a declarar o combate ao vírus como uma guerra do povo.

12 Fev 2020

Vírus | Xi Jinping visitou bairro em Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, protagonizou na segunda-feira uma aparição rara, desde o início do surto do coronavírus que paralisou a China e levou a liderança chinesa a assumir uma postura colectiva, enquanto referências a Xi escasseiam nos órgãos oficiais.
Xi esteve primeiro num bairro a cerca de oito quilómetros da Cidade Proibida, e visitou depois um hospital de Pequim, onde participou numa videoconferência com funcionários de um hospital em Wuhan, epicentro do surto.
Tratou-se da segunda aparição pública de Xi no espaço de uma semana. A última foi em 5 de Fevereiro, durante uma reunião com o primeiro-ministro do Camboja.
De resto, à medida que os danos provocados pelo surto do coronavírus aumentam, o homem forte do regime de Pequim praticamente desapareceu dos órgãos oficiais.
“Onde antes aparecia o nome de Xi Jinping, passou a estar ‘Comité Central'”, resume à agência Lusa um jornalista de um dos principais órgãos estatais da China.
Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança coletiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970. Sob a sua liderança, que após uma emenda constitucional em 2017 passou a ser vitalícia, o Partido Comunista da China declarou Xi líder “central”.
Na estação oficial CCTV, que até ao início do surto infalivelmente abria os noticiários com intervenções e imagens de Xi, ou no Diário do Povo, jornal oficial do partido cuja capa chegou a ser composta por 11 manchetes sobre o líder chinês, as referências ao Presidente desapareceram.
Analistas consideram que a retirada ilustra o esforço de Xi Jinping para se isolar de um surto que está a causar grande descontentamento popular.
“Não há dúvida de que [Xi] mantém firme controlo sobre o poder”, explica o observador de política chinesa Rong Jian. “Mas ele sabe que a forma como o surto se alastrou e as suas consequências danificaram a legitimidade e a reputação” do poder político, aponta.

O outro lado do poder

Victor Shih, investigador sobre política chinesa na Universidade da Califórnia considera que, “politicamente, [Xi Jinping] está a descobrir que o poder ditatorial total tem uma desvantagem”.
“Quando as coisas dão para o torto a responsabilidade recai sobre uma só pessoa”, nota.
Numa altura em que o povo chinês enfrenta um dos maiores desafios das últimas décadas, a ausência do seu líder forte parece estar a ser sentida.
No domingo à noite, um taxista em Pequim aumenta apressadamente o volume do rádio ao ouvir o nome de Xi Jinping. Foi falso alarme.
Tratou-se da repetição de um anúncio feito há vários dias por Xi, a declarar o combate ao vírus como uma guerra do povo.

12 Fev 2020

Seul designa Macau de “zona contaminada” e abre possibilidade a quarentena de viajantes

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje que vai incluir Macau e Hong Kong nas “zonas contaminadas” pelo novo coronavírus, pelo que quem viajar a partir das regiões administrativas especiais da China poderá ser sujeito a quarentena.

A designação, que entra em vigor à meia-noite de quarta-feira em Seul, obriga os viajantes a preencherem um questionário sobre o seu estado de saúde e a medições de temperatura, anunciou o vice-ministro da saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip. Quem apresentar sintomas, incluindo febre, será submetido a análise clínica, e, em caso de suspeita, imediatamente isolado e mantido sob vigilância.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

Das 10 pessoas infectadas em Macau com o coronavírus desde o início da epidemia permanecem nove internadas, mas devem receber alta nos próximos dias, disseram as autoridades de saúde no domingo.

11 Fev 2020

Seul designa Macau de "zona contaminada" e abre possibilidade a quarentena de viajantes

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Sul anunciou hoje que vai incluir Macau e Hong Kong nas “zonas contaminadas” pelo novo coronavírus, pelo que quem viajar a partir das regiões administrativas especiais da China poderá ser sujeito a quarentena.
A designação, que entra em vigor à meia-noite de quarta-feira em Seul, obriga os viajantes a preencherem um questionário sobre o seu estado de saúde e a medições de temperatura, anunciou o vice-ministro da saúde da Coreia do Sul, Kim Gang-lip. Quem apresentar sintomas, incluindo febre, será submetido a análise clínica, e, em caso de suspeita, imediatamente isolado e mantido sob vigilância.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.
O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, afeta o território de Macau e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.
Das 10 pessoas infectadas em Macau com o coronavírus desde o início da epidemia permanecem nove internadas, mas devem receber alta nos próximos dias, disseram as autoridades de saúde no domingo.

11 Fev 2020

Vírus | Japão permite que passageiros mais velhos saiam de cruzeiro em quarentena

[dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão vai permitir que passageiros mais velhos e pessoas que sofrem de doenças crónicas deixem o cruzeiro em quarentena no porto de Yokohoma, Japão, no qual pelo menos 135 pessoas estão infectadas com novo coronavírus. De acordo com a agência japonesa Kyodo, essas pessoas podem desembarcar ainda no dia de hoje.

Durante mais de uma semana, o Governo japonês mantém 3.600 pessoas a bordo do navio Diamond Princess em quarentena (que deve durar até 19 de Fevereiro), a fim de evitar novas infecções no país. Cerca de 80% dos 2.666 passageiros têm mais de 60 anos de idade, e mais de 200 passageiros têm 80 anos ou mais.

As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do Diamond Princess.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.

11 Fev 2020

Vírus | Japão permite que passageiros mais velhos saiam de cruzeiro em quarentena

[dropcap]O[/dropcap] Governo do Japão vai permitir que passageiros mais velhos e pessoas que sofrem de doenças crónicas deixem o cruzeiro em quarentena no porto de Yokohoma, Japão, no qual pelo menos 135 pessoas estão infectadas com novo coronavírus. De acordo com a agência japonesa Kyodo, essas pessoas podem desembarcar ainda no dia de hoje.
Durante mais de uma semana, o Governo japonês mantém 3.600 pessoas a bordo do navio Diamond Princess em quarentena (que deve durar até 19 de Fevereiro), a fim de evitar novas infecções no país. Cerca de 80% dos 2.666 passageiros têm mais de 60 anos de idade, e mais de 200 passageiros têm 80 anos ou mais.
As pessoas infectadas já foram levadas para centros médicos de Tóquio e de outras localidades próximas, onde estão a receber tratamento. As autoridades sanitárias continuam a realizar exames médicos aos passageiros e tripulantes do Diamond Princess.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na sexta-feira ao Japão que tomasse todas as medidas necessárias para acompanhar os passageiros da Diamond Princess confinados a bordo, incluindo medidas de apoio psicológico.

11 Fev 2020

Wuhan | Estudo diz que período de incubação do novo vírus pode durar até 24 dias

[dropcap]O[/dropcap] período de incubação do novo coronavírus pode prolongar-se até 24 dias, e não 14 como se apurou anteriormente, segundo um estudo publicado hoje, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan.

O portal de notícias chinês Caixin divulgou as conclusões do último rascunho da investigação, que mostra que a febre – um dos primeiros sintomas – se manifestava em apenas 43,8% dos pacientes na sua primeira visita ao médico.

“A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, lê-se no texto.

O mesmo sucede com a tomografia computadorizada, que deteta apenas sintomas de possível infecção em metade dos casos analisados, acrescentou.

A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres.

Entre os pacientes – 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá – o período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias.

O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.

11 Fev 2020

Wuhan | Estudo diz que período de incubação do novo vírus pode durar até 24 dias

[dropcap]O[/dropcap] período de incubação do novo coronavírus pode prolongar-se até 24 dias, e não 14 como se apurou anteriormente, segundo um estudo publicado hoje, e realizado por 37 pesquisadores, incluindo o proeminente epidemiologista chinês Zhong Nanshan.
O portal de notícias chinês Caixin divulgou as conclusões do último rascunho da investigação, que mostra que a febre – um dos primeiros sintomas – se manifestava em apenas 43,8% dos pacientes na sua primeira visita ao médico.
“A ausência de febre é mais frequente [entre os pacientes analisados] do que na Síndrome Respiratória Aguda e Grave (SARS ou pneumonia atípica) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), portanto a deteção dos casos não pode focar-se na medição da temperatura”, lê-se no texto.
O mesmo sucede com a tomografia computadorizada, que deteta apenas sintomas de possível infecção em metade dos casos analisados, acrescentou.
A amostra incluiu 1.099 pacientes do novo coronavírus, diagnosticados até 29 de janeiro, em 552 hospitais, em 31 sítios diferentes da China, com uma idade média de 47 anos, e entre os quais 41,9% eram mulheres.
Entre os pacientes – 26% não estiveram recentemente em Wuhan, o epicentro da epidemia, ou tiveram contacto com pessoas de lá – o período médio de incubação do vírus foi de três dias, mas houve também casos com um período de 24 dias.
O estudo também revela que o coronavírus “tem uma taxa de mortalidade relativamente menor que a SARS e a MERS”.
A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço hoje divulgado.

11 Fev 2020