Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Mais de 60 mil palestinianos já morreram na guerra Mais de 60 mil palestinianos morreram na guerra entre Israel e o Hamas, que começou há 21 meses, declarou ontem o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo islamita palestiniano. O Ministério da Saúde de Gaza declarou que o número de mortos subiu para 60.034, acrescentando que outras 145.870 pessoas ficaram feridas desde o início da guerra, em 7 de Outubro de 2023. As autoridades de saúde de Gaza não especificaram quantas destas vítimas mortais eram civis ou combatentes, mas sublinharam que as mulheres e as crianças representam cerca de metade dos mortos. As Nações Unidas e outros especialistas independentes consideram os números apresentados pelas autoridades de saúde do enclave como contagem fiável de vítimas. A ofensiva israelita destruiu vastas áreas de Gaza, desalojou cerca de 90 por cento da população e provocou uma crise humanitária catastrófica, com especialistas e organizações a alertar para a gravidade da fome no enclave. A guerra sofreu uma reviravolta drástica no início de Março, quando Israel impôs um bloqueio total de dois meses e meio, impedindo a entrada de alimentos, medicamentos, combustível e outros bens. Semanas depois, Israel quebrou o cessar-fogo com um bombardeamento e começou a tomar grandes áreas de Gaza, medidas que, segundo Israel, visavam pressionar o Hamas a libertar mais reféns. Pelo menos 8.867 palestinianos foram mortos desde então, segundo as autoridades de Gaza.
Hoje Macau China / ÁsiaCanal do Panamá | China considera neutralidade crucial A embaixada da China no Panamá considerou crucial a neutralidade do Canal do Panamá, após uma reunião com a administração da via interoceânica em que foram discutidas áreas de cooperação marítima. Na rede social X, a embaixada chinesa escreveu, na segunda-feira, que “ambas as partes trocaram pontos de vista sobre o intercâmbio e a cooperação em áreas como assuntos marítimos e transporte naval entre [China e Panamá], coincidindo na importância crucial de manter a neutralidade permanente do Canal”. A reunião, realizada na sexta-feira, no edifício da Administração do canal, foi liderada pela embaixadora chinesa no Panamá, Xu Xueyuan, e pelo administrador da via, Ricaurte Vásquez, no âmbito de uma visita de “cortesia” da diplomata, informou a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) em comunicado. Segundo a ACP, Vásquez e a subadministradora, Ilya Espino de Marotta, mantiveram com a delegação chinesa um “diálogo cordial sobre temas de interesse comum, incluindo cooperação em comércio marítimo, inovação tecnológica e sustentabilidade”. O encontro ocorre numa altura de reiteradas acusações dos Estados Unidos sobre a alegada “influência maligna” da China no canal, rejeitadas tanto pelo Governo chinês como pelo panamiano. Este mês, o porta-voz da embaixada chinesa no Panamá criticou as “mentiras” que o embaixador norte-americano no país “repete até à exaustão sobre a China e as relações sino-panamianas”. Com base na alegada ingerência chinesa no Canal do Panamá, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou “recuperar” a via, construída e operada pelos EUA no século passado até à sua transferência para o Estado panamiano, há 25 anos.
Hoje Macau China / ÁsiaCamboja e Tailândia suspenderam os movimentos de tropas na fronteira Os exércitos da Tailândia e do Camboja concordaram ontem suspender o movimento de tropas na fronteira, cumprindo o cessar-fogo alcançado na segunda-feira após cinco dias de confrontos. A suspensão do movimento de efectivos militares foi anunciada pelas autoridades tailandesas referindo-se às zonas perto da fronteira entre a Tailândia e o Camboja. O porta-voz do Exército tailandês, Winthai Suvaree, explicou que os comandantes regionais dos dois países realizaram ontem três reuniões, que terminaram com o acordo que determinou a paragem do movimento de tropas. Devido aos combates dos últimos dias, cerca de 300 mil civis foram obrigados a abandonar os respectivos locais de residência. Além da paralisação das tropas, as partes concordaram estabelecer comunicações directas entre os chefes militares assim como se vai facilitar o regresso dos feridos e a entrega de restos mortais. De acordo com fontes militares e governamentais da Tailândia, 15 civis e 14 militares perderam a vida na última semana devido ao agravamento do conflito. Segundo a mesma fonte, 126 militares e 53 civis ficaram feridos, alguns com gravidade. O Ministério da Defesa do Camboja não actualizou o balanço comunicado no passado fim-de-semana. Os militares do Camboja disseram na altura que cinco militares morreram e 21 ficaram feridos tendo-se registado oito mortes entre a população civil. Cessar, mas pouco O exército tailandês acusou ontem o Camboja de violar o cessar-fogo, afirmando que os confrontos continuaram, apesar de a trégua ter entrado em vigor à meia-noite. “Após a declaração do cessar-fogo, foram relatados distúrbios na área de Phu Makua, causados pelo lado cambojano, levando a uma troca de tiros entre os dois lados, que continuou até esta manhã”, escreveu ontem num comunicado o porta-voz adjunto do exército tailandês, Ritcha Suksuwanon. Além disso, “ocorreram também confrontos na área de Sam Taet e continuaram até as 05h30 (06h30 em Macau)”. As reuniões de ontem fazem parte do acordo de cessar-fogo alcançado na segunda-feira entre Banguecoque e Phnom Pen, com a mediação da Malásia. O cessar-fogo foi anunciado pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, na qualidade de presidente da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Os combates começaram na quinta-feira passada, após várias semanas de tensões em vários pontos dos 820 quilómetros da fronteira comum entre os dois países. O Camboja e a Tailândia estão em conflito há muito tempo sobre o traçado da fronteira de mais de 800 quilómetros, definida em grande parte por acordos celebrados durante a ocupação francesa da chamada Indochina, entre final do século XIX e meados do século XX.
Hoje Macau China / ÁsiaHenan | Nomeado abade de templo Shaolin após escândalo de corrupção A China nomeou ontem um novo abade para o emblemático templo Shaolin, após a destituição do anterior líder religioso, investigado por corrupção e conduta imprópria, anunciaram as autoridades budistas. O novo responsável do mosteiro, situado na província central de Henan e conhecido mundialmente pela ligação ao kungfu e ao budismo chan, é o mestre Yinle, que desde 2005 exercia como abade do histórico templo do Cavalo Branco (‘Baima’), na mesma região. Segundo um comunicado oficial emitido pela administração do templo Shaolin, a nomeação foi realizada “de acordo com os procedimentos” estipulados pela regulação estatal e contou com o apoio da comunidade monástica local. O anúncio ocorre um dia depois de a Associação Budista da China ter revogado o certificado de ordenação do anterior abade, Shi Yongxin, por “graves violações disciplinares”. As autoridades religiosas acusam-no de desviar fundos ligados ao templo e de manter relações impróprias, incluindo pelo menos um filho reconhecido, em violação dos votos monásticos.
Hoje Macau China / ÁsiaChuva e inundações matam pelo menos 34 pessoas em Pequim e arredores As cheias e chuvas intensas provocaram 30 mortos em Pequim, anunciaram ontem as autoridades, elevando para pelo menos 34 o número de vítimas mortais provocadas pelas tempestades que assolam a região. Em comunicado, o governo municipal indicou que 28 pessoas morreram no distrito de Miyun, o mais afectado, e duas no distrito de Yanqing, ambos situados na periferia de Pequim. Mais de 80 mil residentes foram retirados da cidade, incluindo cerca de 17 mil em Miyun, acrescentou a mesma nota. Durante a noite de segunda-feira voltou a chover com intensidade na área. Nesse dia, as autoridades reportaram ainda um deslizamento de terras que causou quatro mortos na zona rural de Luanping, na vizinha província de Hebei, onde outras oito pessoas continuam desaparecidas. Um residente disse ao jornal estatal Beijing News que as comunicações estão cortadas e não consegue contactar os familiares. As tempestades causaram uma precipitação média superior a 16 centímetros em Pequim até à meia-noite de segunda-feira, com duas localidades de Miyun a registarem 54 centímetros de chuva, segundo o governo municipal. As autoridades de Miyun abriram as comportas de uma barragem que atingiu o nível mais elevado desde a sua construção, em 1959, e alertaram a população para se manter afastada dos rios a jusante, cuja subida vai continuar devido à previsão de mais chuva. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, afirmou na segunda-feira que as cheias em Miyun causaram “graves baixas” e apelou a operações de salvamento, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. O temporal provocou cortes de electricidade em mais de 130 aldeias, destruiu linhas de comunicação e danificou mais de 30 troços de estrada. Na zona de Miyun, as inundações arrastaram automóveis e derrubaram postes de electricidade. “Em sérios apuros” Em Taishitun, a cerca de 100 quilómetros a nordeste do centro de Pequim, árvores arrancadas ficaram empilhadas com as raízes expostas e as ruas ficaram cobertas de lama, que atingiu paredes de edifícios. “As águas chegaram de repente, tão rápidas e súbitas. Em pouco tempo, tudo estava a encher”, relatou Zhuang Zhelin, que limpava a lama com a família na sua loja de materiais de construção, citado pela agência Associated Press. O vizinho, Wei Zhengming, médico de medicina tradicional chinesa, retirava lama da sua clínica, de chinelos e com os pés cobertos de lodo. “Estava tudo inundado, à frente e atrás. Fugi para o andar de cima e fiquei à espera de resgate. Pensei: se ninguém vier buscar-nos, estamos em sérios apuros”, contou. As autoridades de Pequim activaram na segunda-feira à noite o nível máximo de emergência, ordenando à população que permanecesse em casa, encerrando escolas, suspendendo obras e actividades turísticas ao ar livre, medidas que vão vigorar até nova indicação.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim quer reforçar laços com o Brasil face a tarifas de Trump A China manifestou ontem disponibilidade para reforçar os laços económicos com o Brasil e defender o que classificou de “justiça” no comércio internacional, a poucos dias da entrada em vigor de tarifas dos EUA sobre as exportações brasileiras Em conferência de imprensa em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun disse que a China está disposta a trabalhar com o Brasil e outros países do bloco de economias emergentes BRICS e da América Latina para defender um sistema comercial multilateral centrado na Organização Mundial do Comércio. Guo sublinhou a importância da cooperação com o Brasil no sector da aviação, referindo-se ao insucesso das negociações para anunciar vendas de aeronaves durante a visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, em 2023, apesar das tentativas iniciais. “A China valoriza a cooperação orientada para resultados com o Brasil, incluindo na aviação. Estamos prontos para promover a cooperação relevante com base em princípios de mercado e impulsionar o desenvolvimento nacional de ambos os países”, afirmou. O porta-voz recordou que a Embraer, um dos principais fabricantes mundiais de aeronaves comerciais de médio porte, depende fortemente dos EUA como principal mercado de exportação. Horas depois, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês voltou a defender o Brasil, reafirmando, através da rede social X, que as guerras comerciais “não têm vencedores”. A declaração surge num contexto de maior tensão diplomática. No início do mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50 por cento sobre todas as importações brasileiras, justificando-a com a alegada perseguição política ao seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que aguarda julgamento pela participação numa tentativa de golpe de Estado, em 2023. Segundo a CNN Brasil, um representante da administração Trump sugeriu informalmente que os EUA poderiam negociar o acesso a minerais raros brasileiros em troca da redução das tarifas. A proposta nunca foi tornada pública, mas gerou preocupação em Brasília, onde as autoridades viram na sugestão uma tentativa de usar pressão económica para obter concessões estratégicas. Tesouros do subsolo A China domina o mercado global de terras raras, fornecendo cerca de 70 por cento da procura mundial e concentrando ainda mais capacidade de processamento. Nos últimos anos, Pequim tem usado essa posição como instrumento em disputas comerciais, levando os EUA e aliados a procurarem fornecedores alternativos. O Brasil, que detém as segundas maiores reservas conhecidas, tornou-se uma opção cada vez mais relevante. Um relatório recente do Conselho Empresarial China-Brasil indicou que as exportações brasileiras de compostos de terras raras para a China atingiram 6,7 milhões de dólares no primeiro semestre de 2025, triplicando face ao mesmo período do ano anterior. Analistas apontaram que o aumento reflecte a estratégia chinesa de diversificar o acesso a minerais críticos e reduzir os custos ambientais do processamento interno. O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitou publicamente qualquer tentativa norte-americana de pressionar o país a ceder o controlo sobre a sua riqueza mineral. Num evento sobre energia, no Rio de Janeiro, na segunda-feira, criticou o que considerou ser oportunismo de Washington. Lula acrescentou que qualquer empresa interessada em explorar o solo brasileiro precisa de autorização estatal e está proibida de vender ou transferir direitos sem aprovação do Governo. Com o prazo para as tarifas a aproximar-se, diplomatas brasileiros tentam evitar uma ruptura comercial. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Mauro Vieira, chegou no domingo aos EUA para reuniões nas Nações Unidas, em Nova Iorque, e indicou que poderá deslocar-se a Washington se a administração Trump manifestar abertura para retomar negociações. Uma delegação de oito senadores brasileiros permanece em Washington para encontros com legisladores, empresários e representantes da sociedade civil, prevendo ficar até quarta-feira e tentar reunir-se com o secretário norte-americano do Comércio, Howard Lutnick.
Hoje Macau China / ÁsiaTemplo Shaolin | Retirado estatuto religioso a abade por peculato As autoridades chinesas revogaram ontem o estatuto religioso de Shi Yongxin, abade do célebre templo Shaolin, que está a ser investigado por alegados crimes financeiros e por manter relações impróprias em violação dos preceitos budistas. A Associação Budista da China, subordinada ao departamento da Frente Unida do Partido Comunista Chinês, anunciou ter retirado o certificado de ordenação monástica ao religioso, após receber um pedido da associação provincial de Henan. Shi Yongxin, de 59 anos, é suspeito de ter desviado fundos ligados a projectos do templo e de ter usurpado bens do mosteiro, além de manter, durante anos, relações com várias mulheres, das quais terá tido pelo menos um filho, segundo as autoridades religiosas. Localizado na província central de Henan, o templo Shaolin é um dos mais conhecidos da China e símbolo internacional do budismo chan e do kung-fu, disciplinas que lhe deram fama mundial e o transformaram num importante destino turístico. Conhecido pelo nome secular Liu Yincheng, Shi Yongxin liderava o templo há três décadas. Construído há mais de 1.500 anos, em Dengfeng, o mosteiro é considerado o berço do budismo zen e das artes marciais Shaolin. Em 2015, o monge já tinha sido alvo de acusações semelhantes feitas por antigos monges e funcionários do templo, mas as autoridades encerraram então o caso sem apresentar acusações. O escândalo não afectou, para já, a actividade turística do mosteiro, que continua aberto ao público, confirmou o centro de visitantes do templo ao jornal local The Paper.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia/Camboja | Cessar-fogo “imediato e incondicional” aceite pelas duas partes A Tailândia e o Camboja concordaram com o cessar-fogo proposto ontem numa reunião na Malásia, após os piores combates da última década. Horas antes do início das negociações, representantes dos dois países trocaram acusações A Tailândia e o Camboja concordaram com um cessar-fogo “imediato e incondicional”, anunciou ontem ao final da tarde o primeiro-ministro da Malásia após realizar negociações de paz. Anwar Ibrahim, que recebeu os líderes de ambos os países, disse que o cessar-fogo terá início à meia-noite de segunda-feira, hora local. “Tanto o Camboja como a Tailândia chegaram a um entendimento comum”, disse Ibrahim após as negociações de mediação na Malásia. Os embaixadores dos Estados Unidos e da China na Malásia também estiveram presentes na reunião na capital administrativa da Malásia, Putrajaya. Recorde-se que a Malásia detém a presidência rotativa da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da qual Banguecoque e Phnom Penh são membros, e já interveio como mediadora entre as partes no segundo dia do diferendo. Pelo menos 35 pessoas foram mortas e mais de 270.000 deslocadas pelos piores combates em mais de uma década entre os países vizinhos. Os confrontos continuaram na madrugada de segunda-feira, poucas horas antes do início das negociações. Além do confronto físico, os dirigentes dos dois países também trocaram acusações horas antes da negociações que parecem apontar para o fim do conflito. O primeiro-ministro interino tailandês acusou o Camboja de falta de “boa fé”, ao partir para a Malásia. “Não achamos que o Camboja esteja a agir de boa-fé, tendo em conta as acções para resolver o problema. Eles têm de demonstrar uma intenção sincera”, disse Phumtham Wechayachai aos jornalistas no aeroporto em Banguecoque. Também o Camboja afirmou que os ataques continuaram na madrugada de segunda-feira nos templos disputados de Ta Moan Thom e Ta Krabey, a mais de 400 quilómetros de Banguecoque e Phnom Penh. A porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, Maly Socheata, disse, numa conferência de imprensa, que a Tailândia atacou o território cambojano entre domingo e a madrugada de ontem com obuses de artilharia e bombas de fragmentação. “Sublinhamos a necessidade de ambas as partes exercerem a máxima contenção e se comprometerem com um cessar-fogo imediato, abstendo-se de qualquer acção que o possa prejudicar”, lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Malásia ainda antes da reunião. “Exortamos ambas as partes a cessarem todas as hostilidades, a regressarem à mesa das negociações para restaurar a paz e a estabilidade e a resolverem os diferendos e as divergências por meios pacíficos”, declarou ainda o Governo de Kuala Lumpur. Potências atentas O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, exortou os dois países a diminuírem as tensões “de imediato” e a concordarem com um cessar-fogo na disputa fronteiriça. “Tanto o Presidente [Donald] Trump como eu estamos em contacto com os nossos homólogos de cada país e estamos a acompanhar a situação de muito perto. Queremos que este conflito termine o mais rapidamente possível”, apontou Rubio na rede social X. Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês apelou à paz. “Camboja e Tailândia são vizinhos próximos e também amigos da China. A paz e a boa vizinhança são do interesse comum de ambas as partes”, declarou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em conferência de imprensa. As declarações surgem após o primeiro-ministro interino tailandês, Phumtham Wechayachai, ter citado a China, juntamente com os Estados Unidos e a Malásia, como um dos países que “intervieram para ajudar” a viabilizar o encontro entre Banguecoque e Phnom Penh, em confronto desde quinta-feira passada devido a uma disputa territorial na fronteira comum. Além de Washington, Pequim e da ASEAN, também a ONU, União Europeia, Japão e Rússia, entre outros, apelaram à contenção e ao diálogo entre as partes.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | China e Estados Unidos reunidos para prolongar trégua Responsáveis norte-americanos e chineses estão reunidos desde ontem, em Estocolmo, com o objectivo de prolongar a trégua na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, num contexto ainda incerto. Trata-se do terceiro encontro entre Pequim e Washington, depois das reuniões em Genebra, em Maio, e Londres, em Junho, que permitiram pôr fim à escalada nas tensões comerciais entre os dois países. A reunião decorre no início de uma semana decisiva para a política comercial do Presidente norte-americano, Donald Trump, uma vez que as tarifas aplicadas à maioria dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos deverão sofrer um forte aumento a partir de sexta-feira. As discussões em Estocolmo visam prolongar a pausa de 90 dias negociada em Maio, em Genebra, que pôs fim às represálias de ambos os lados do Pacífico, responsáveis por sobretaxas de 125 por cento sobre produtos norte-americanos e 145 por cento sobre produtos chineses.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Análise: Batalha contra deflação e excesso de oferta ainda longe da vitória O Financial Times alertou que a China continua longe de vencer a deflação, apesar de a inflação homóloga ter regressado a terreno positivo em Junho, pela primeira vez desde Janeiro. Os analistas aconselharam uma redução da oferta De acordo com o editorial do Financial Times (FT), publicado no domingo, “poucos acreditam que o crescimento sustentado dos preços esteja de volta”, devido sobretudo à fraca procura interna. Pequim tem feito esforços para incentivar o consumo, mas terá de ir mais longe, nomeadamente através do reforço dos sistemas de pensões e benefícios sociais, de modo a reduzir a poupança preventiva das famílias. O FT sublinha ainda que a dinâmica deflacionista não será travada se o Partido Comunista Chinês não enfrentar também o excesso de oferta. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Outro dos efeitos é o de levar ao adiamento das decisões de consumo e investimento em resultado de expectativas de preços mais baixos no futuro, podendo criar uma espiral descendente de preços e procura difícil de inverter, afectando a economia por inteiro. O risco de deflação na economia chinesa agravou-se nos últimos dois anos, suscitado por uma profunda crise imobiliária, que afectou o investimento e o consumo, e o excesso de capacidade de produção em vários sectores. Os preços de produção estão em queda desde Outubro de 2022, num contexto em que as fábricas chinesas reduzem os preços para manter quota de mercado, tanto em indústrias tradicionais, como o aço e o cimento, como em sectores modernos, incluindo veículos eléctricos, painéis solares e inteligência artificial. O jornal britânico lembra que o Presidente chinês, Xi Jinping, e outros altos responsáveis passaram de negar as preocupações externas sobre excesso de capacidade de produção a criticar os fabricantes domésticos pelo fenómeno de neijuan (“involução”), expressão usada para descrever a concorrência excessiva em preços. Fabricar eficiência O editorial frisa que as próprias políticas de Pequim alimentaram o problema, com a aposta em “novas forças produtivas de qualidade”, voltadas para tecnologias avançadas e novas indústrias, a desencadear uma corrida para atrair apoio político e subsídios locais. O resultado é “um surto de investimento com duplicações em excesso”, levando a cortes de preços e acumulação de produtos armazenados, desde veículos eléctricos estacionados em portos a semicondutores para sistemas de inteligência artificial sem uso. “Está a tornar-se cada vez mais difícil para os fabricantes chineses exportarem este excesso de produção, à medida que os parceiros comerciais estão mais conscientes do impacto da importação de produtos baratos nas suas indústrias locais”, nota o jornal. Vários dos principais parceiros comerciais do país asiático, incluindo União Europeia, Estados Unidos, mas também países em desenvolvimento como o Brasil, têm adoptado medidas proteccionistas, incluindo o aumento de taxas alfandegárias, e lançado investigações ‘antidumping’ contra a China. O ‘dumping’ consiste na venda abaixo do custo de produção. O Financial Times defende que Pequim deve limitar a “generosidade do Estado” e criar um mercado nacional mais unificado, restringindo os incentivos distorcivos dos governos locais. Propõe ainda alterar as metas provinciais, reduzindo a ênfase no Produto Interno Bruto, e reforçar a protecção da propriedade intelectual para incentivar uma diferenciação mais inovadora. Segundo o editorial, Xi Jinping poderá tentar fixar tectos de produção e pressionar os fabricantes a reduzir a oferta, mas “Pequim fará bem em perceber que o seu apoio excessivo é o problema”. “O Estado pode construir fábricas, mas não pode fabricar eficiência”, aponta o Financial Times.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Tailândia concorda em princípio com cessar-fogo com Camboja O primeiro-ministro interino da Tailândia, Phumtham Wechayachai, disse ontem que o país concordou, em princípio, com um cessar-fogo, mas enfatizou a necessidade de “intenções sinceras” por parte do Camboja De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros tailandês, Phumtham Wechayachai apelou a negociações bilaterais rápidas para discutir medidas concretas no sentido de uma resolução pacífica do conflito. O actual líder do Governo da Tailândia agradeceu ainda ao Presidente dos Estados Unidos, com quem falou horas antes, numa conversa por telefone em que Donald Trump apresentou uma proposta de cessar-fogo. Também o primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet, disse ontem que o país aceitou negociações para um “cessar-fogo imediato e incondicional”. “Esta é uma boa notícia para os soldados e para o povo de ambos os países”, disse o líder cambojano, num comunicado. Manet instruiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Prak Sokhonn, a iniciar discussões com o homólogo norte-americano, Marco Rubio, para pôr fim ao conflito que eclodiu na quinta-feira. Ainda assim, jornalistas da agência de notícias France-Presse em Samraong, no Camboja, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com a Tailândia, ouviram o som de disparos de artilharia esta madrugada. Uma porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja afirmou ainda que a Tailândia tinha atacado às 04h50 (05h50 em Macau) perto de dois templos cuja soberania é disputada pelos dois países. O coronel Richa Suksowanont, porta-voz adjunto do exército tailandês, acusou as forças cambojanas de dispararem ontem de manhã artilharia pesada contra a província de Surin, incluindo contra casas de civis. Richa Suksowanont disse que o Camboja também lançou ataques com foguetes contra o antigo templo de Ta Muen Thom, reivindicado por ambos os países, e outras áreas, numa tentativa de recuperar o território protegido pelas tropas tailandesas. As forças tailandesas responderam com artilharia de longo alcance para atingir a artilharia e os lança-foguetes cambojanos. As operações no campo de batalha vão continuar e um cessar-fogo só poderá acontecer se o Camboja iniciar formalmente as negociações, acrescentou Richa Suksowanont. Do outro lado A porta-voz do Ministério da Defesa do Camboja, tenente-general Maly Socheata, acusou as forças tailandesas de intensificarem a violência com bombardeamentos em território cambojano na manhã de domingo, seguidos de uma “incursão em grande escala” envolvendo tanques e tropas terrestres em várias áreas. “Tais acções minam todos os esforços para uma resolução pacífica e expõem a clara intenção da Tailândia de intensificar o conflito, em vez de o apaziguar”, afirmou. Uma histórica disputa fronteiriça entre os dois países conduziu na quinta-feira a confrontos que envolveram caças, tanques, tropas terrestres e artilharia. Os combates causaram 33 mortes e mais de 130 mil deslocados em ambos os lados da fronteira. O saldo já supera o da série anterior de grandes confrontos fronteiriços entre os dois países, que causaram 28 mortes entre 2008 e 2011. O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de urgência e, no sábado, o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, condenou a escalada de violência entre a Tailândia e o Camboja, pediu a ambas as partes que se comprometam com um cessar-fogo e ofereceu-se como mediador.
Hoje Macau China / ÁsiaTelegram | Milhares de homens partilharam fotos íntimas de mulheres Milhares de homens na China partilharam fotos e vídeos íntimos das suas namoradas ou esposas, sem o consentimento destas, na aplicação de mensagens Telegram, o que gerou um apelo geral para reforçar a protecção das mulheres. A onda de reacções ocorreu após uma estudante chinesa ter sido expulsa de uma universidade a meio de Julho por “violação da dignidade nacional”, depois que um jogador ucraniano de e-sport ter divulgado vídeos no Telegram, mostrando que tiveram relações íntimas. Um evento semelhante ocorreu na quinta-feira. Uma chinesa descobriu que fotos dela, tiradas sem seu conhecimento, foram partilhadas num fórum desta mesma aplicação de mensagens com mais de 100.000 utilizadores, principalmente homens chineses, revelou o Southern Daily, um meio de comunicação estatal. “Não somos conteúdo que pode ser descarregado, visualizado e fantasiado ao acaso”, pode-se ler-se num comentário na rede social Red Note. “Não podemos mais permanecer em silêncio.”Porque da próxima, posso ser eu, ou seres tu”, acrescenta. A pornografia é ilegal na China e os comportamentos conservadores em relação às mulheres continuam a ser a norma, reforçados pelos meios de comunicação estatais e pela cultura popular. O maior grupo deste tipo no Telegram, chamado “Mask Park”, foi desde então removido, mas grupos menores derivados deste permanecem activos, segundo a mulher contactada pelo Southern Daily. Outros membros do fórum também partilharam fotos de suas actuais ou antigas companheiras, de acordo com um artigo publicado no Guangming Daily, um meio de comunicação apoiado pelo Partido Comunista Chinês no poder, suscitando um choque geral na Internet. Um hashtag associado a este caso foi consultado mais de 230 milhões de vezes na plataforma social Weibo desde quinta-feira. As autoridades chinesas ainda não anunciaram quaisquer medidas contra o Telegram, que é proibido na China, mas que continua acessível através de algumas redes privadas virtuais, afirmou a plataforma à agência de notícias AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Pequim quer reconciliar inteligência artificial e o seus riscos O Governo chinês pediu a reconciliação entre o desenvolvimento da inteligência artificial e os riscos representados por esta tecnologia, defendendo um consenso global, apesar da rivalidade entre Pequim e Washington neste assunto O Presidente norte-americano, Donald Trump, divulgou esta semana um plano de acção para promover o desenvolvimento irrestrito de modelos americanos de inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos e no estrangeiro, descartando as preocupações sobre potenciais abusos. O Presidente norte-americano rompe, assim, com a linha do antecessor democrata Joe Biden, que defendia o desenvolvimento controlado. “Não deixaremos que nenhuma outra nação nos vença” na corrida da IA, declarou Trump. No sábado, na abertura da Conferência Mundial de Inteligência Artificial (WAIC) em Xangai, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, apelou para a boa governação e a partilha de recursos, anunciando, nomeadamente, a criação de um organismo, lançado pela China, para estimular a cooperação internacional em IA. “Os riscos e os desafios associados à inteligência artificial estão a atrair uma ampla atenção (…) Encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento e a segurança requer um consenso urgente e mais amplo de toda a sociedade”, sublinhou. Não forneceu detalhes sobre o novo organismo, embora os meios de comunicação estatais tenham relatado que “a primeira consideração” era que a sede fosse em Xangai (nordeste). A organização deve “promover a governação global, uma ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios partilhados”, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua. Um tigre bebé Numa altura em que a IA se está a integrar em praticamente todos os sectores, o uso tem levantado questões éticas significativas, que vão desde a disseminação da desinformação ao impacto no emprego e à potencial perda de controlo tecnológico, avançou a agência de notícias France-Presse. Durante um discurso na conferência de Xangai, o Prémio Nobel da Física, Geoffrey Hinton, utilizou uma metáfora, ‘como um tigre bebé a viver em casa’ , para descrever a situação global actual. Hinton descreveu a actual atitude em relação à IA como semelhante a “uma pessoa adoptar um filhote de tigre fofo como animal de estimação”. “Para sobreviver”, disse, “é preciso ter a certeza de que se pode treiná-lo para que não o mate quando crescer”. Os enormes avanços na tecnologia de IA nos últimos anos também a colocaram na vanguarda da rivalidade entre os Estados Unidos e a China. A China “incentiva activamente” o desenvolvimento da IA de código aberto e está disposta a partilhar avanços tecnológicos com outros países, especialmente as nações em desenvolvimento, destacou. “Se estabelecermos monopólios, controlos ou barreiras tecnológicas, a inteligência artificial corre o risco de se tornar um privilégio de um pequeno número de países e empresas”, alertou, por seu turno, Li Qiang. O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Ma Zhaoxu, alertou, por sua vez, contra o “unilateralismo e o proteccionismo” numa reunião subsequente. Os Estados Unidos intensificaram os esforços nos últimos anos para restringir as exportações de ‘chips’ avançados para a China, com Washington a manifestar preocupação de que possam ser usados para modernizar as Forças Armadas chinesas e enfraquecer a posição norte-americana na corrida tecnológica. O primeiro-ministro chinês citou “a escassez de ‘chips’ e de capacidade computacional” entre uma lista de obstáculos ao desenvolvimento do sector.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Kim pede preparação “para guerra a sério” O líder da Coreia do Norte pediu a soldados do país que se preparem “para uma guerra a sério”, durante um exercício de tiro de artilharia que presenciou, informou ontem a imprensa oficial norte-coreana. Fotos divulgadas pela agência de notícias KCNA mostram Kim Jong-un, vestido com um fato preto, a dirigir-se a soldados de uniforme. Outras imagens mostram Kim a observar atentamente um exercício de tiro de artilharia ao lado de vários líderes militares norte-coreanos. A sessão de tiro decorreu na quarta-feira, num local não revelado. Imagens divulgadas pela agência mostraram ainda projécteis a serem disparados em direcção ao mar. Durante a visita, Kim discursou para os soldados norte-coreanos, a quem pediu para se prepararem “para uma guerra a sério” e para serem capazes de “destruir o inimigo em todas as batalhas”, de acordo com a KCNA. Esta visita acontece depois de um contingente norte-coreano ter participado em combates contra as forças ucranianas na região russa de Kursk, parcialmente ocupada pelas tropas de Kiev desde o Verão de 2024 e que a Rússia anunciou ter retomado totalmente no final de Abril.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Nove mortos e 14 feridos por ataques aéreos cambojanos Os ataques aéreos cambojanos mataram nove pessoas, incluindo uma criança de oito anos, e feriram 14, informou ontem o exército tailandês, no dia em que se intensificou o conflito entre os dois países Nove pessoas morreram e 14 ficaram feridas na Tailândia na sequência da ofensiva de ataques aéreos cambojanos. Segundo o exército tailandês, uma das vítimas mortais foi uma criança de 14 anos. A Tailândia afirmou ter lançado ataques aéreos contra dois alvos militares no Camboja, enquanto os soldados cambojanos dispararam vários foguetes contra território tailandês. Seis pessoas foram mortas num ataques perto de um posto de abastecimento de combustível na província de Sisaket (nordeste), duas na província de Surin (nordeste) e uma na província de Ubon Ratchathani (nordeste). As autoridades tailandesas anunciaram o encerramento total de todas as passagens fronteiriças terrestres com o Camboja, após confrontos entre os dois exércitos em várias áreas que separam estes países vizinhos. O nível de segurança nas passagens fronteiriças foi elevado para o 4 — o máximo —, o que constitui um encerramento completo, disse, em conferência de imprensa o porta-voz do centro tailandês que monitoriza a situação na fronteira com o Camboja, o almirante Surasant Kongsiri. “Dada a situação actual, é necessário que a Tailândia feche as barreiras nas passagens fronteiriças para proteger a nossa soberania, integridade territorial e a segurança das pessoas nas zonas fronteiriças”, disse, na mesma ocasião, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros do centro, Maratee Nalita. Terra cobiçada Desde o final de Junho, a Tailândia implementou restrições de acesso em todos os postos fronteiriços ao longo dos mais de 800 quilómetros de fronteira que partilha com o Camboja, permitindo a entrada apenas por motivos humanitários, de saúde ou educação. O encerramento total acontece após os confrontos de ontem entre os exércitos tailandês e cambojano numa zona fronteiriça disputada, segundo indicaram os dois lados, que se acusam mutuamente de iniciar o conflito após semanas de tensão. Entretanto, o primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet, solicitou ontem uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. “Considerando as recentes agressões extremamente graves da Tailândia, que ameaçaram gravemente a paz e a estabilidade na região, peço sinceramente que convoque uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para pôr fim à agressão da Tailândia”, escreveu Hun Manet numa carta dirigida ao presidente do Conselho de Segurança, Asim Iftikhar Ahmad. O conflito de longa data entre os dois países reacendeu-se a 28 de Maio, após um confronto entre os dois exércitos em torno de uma zona fronteiriça não demarcada reivindicada pelas duas nações, que resultou na morte de um soldado cambojano. A Embaixada da Tailândia no Camboja solicitou ontem aos cidadãos tailandeses que abandonem o país vizinho, após os confrontos e dada a possibilidade de os ataques “continuarem e espalharem-se”. A tensão territorial tem sido geralmente abordada diplomaticamente, embora entre 2008 e 2011, cerca de 30 pessoas tenham morrido em confrontos militares entre os dois países num território adjacente ao templo hindu de Preah Vihear.
Hoje Macau China / ÁsiaChina-UE | Compromisso para reforçar esforços contra alterações climáticas China e União Europeia (UE) comprometeram-se ontem a reforçar os esforços conjuntos no combate às alterações climáticas, segundo um comunicado divulgado no âmbito da 25.ª cimeira bilateral, realizada em Pequim. “O aquecimento global é tradicionalmente uma área de convergência entre Bruxelas e Pequim”, refere o texto, sublinhando a intenção de acelerar uma acção climática “rápida, em grande escala e a todos os níveis”. A UE pretende atingir a neutralidade carbónica até 2050, enquanto a China, maior emissora mundial de gases com efeito de estufa, comprometeu-se com esse objectivo até 2060. Apesar das tensões bilaterais, ambas as partes acordaram reforçar a cooperação em áreas como a transição energética, adaptação às alterações climáticas, controlo das emissões de metano, mercados de carbono e tecnologias verdes e de baixo carbono. O comunicado apela ainda ao alargamento global das energias renováveis e à facilitação do acesso a tecnologias ecológicas, sector no qual a China é líder mundial, incluindo em veículos eléctricos e painéis solares. Segundo David Waskow, do centro de reflexão World Resources Institute (WRI), esta declaração envia “um sinal importante de que a cooperação climática pode superar as tensões geopolíticas”. Já Yao Zhe, representante da organização ambiental Greenpeace, alerta que “é agora preciso passar à prática”.
Hoje Macau China / ÁsiaMongólia Interior | Seis estudantes morrem em visita a mina Seis estudantes universitários morreram após caírem num tanque de flotação durante uma visita académica a uma unidade de processamento de minerais na região autónoma chinesa da Mongólia Interior, informaram ontem as autoridades locais. O acidente ocorreu na quarta-feira, por volta das 10h20, quando uma grelha metálica cedeu sob o peso do grupo, provocando a queda dos alunos num tanque com lamas industriais, na planta de concentração de cobre e molibdénio de Wunugetushan, operada pela Inner Mongolia Mining, subsidiária do grupo estatal China National Gold. Apesar das operações de resgate, os seis estudantes – todos no terceiro ano da Universidade do Nordeste, em Shenyang – foram declarados mortos no local. Um professor que acompanhava a visita ficou ferido, segundo as autoridades locais. “Investigações preliminares indicam que a grelha se partiu durante a visita, provocando a queda acidental”, afirmou um responsável citado pelo portal Jimu News. As dimensões do tanque não foram divulgadas. O reservatório continha uma mistura espessa de água, minerais moídos e reagentes químicos que, segundo especialistas ouvidos pela imprensa chinesa, torna a sobrevivência “praticamente impossível”. O acidente ocorreu apenas dez dias após a empresa ter realizado uma reunião sobre segurança laboral, segundo uma publicação de 16 de Julho na sua conta oficial na plataforma WeChat, onde destacava protocolos “rigorosos” e a meta de “zero acidentes” para 2024. A planta é considerada uma das primeiras na China a operar com sistemas de flotação de grande capacidade, segundo um artigo técnico publicado em 2011.
Hoje Macau China / ÁsiaAntónio Costa pede à China que use influência para pôr fim à guerra na Ucrânia O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu ontem uma relação mais equilibrada com a China e pediu a Pequim que use a sua influência para pôr fim à guerra na Ucrânia, numa cimeira marcada por tensões comerciais. Num encontro com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, parte da 25ª cimeira bilateral entre a União Europeia (UE) e a China, Costa afirmou que, passados 50 anos sobre o estabelecimento de relações diplomáticas, os laços económicos e humanos entre ambas as partes “cresceram exponencialmente, trazendo prosperidade para os dois lados”. “Como parceiros comerciais de peso, as nossas economias e sociedades tornaram-se estreitamente interligadas. A UE e a China também cooperam no avanço da agenda ambiental multilateral”, sublinhou. “Queremos trabalhar para garantir que a nossa relação económica seja equilibrada, recíproca e mutuamente benéfica. O comércio entre a UE e a China tornou-se crescentemente assimétrico e isso não é sustentável”, alertou Costa, ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo dados chineses, as exportações da China para a UE cresceram 7 por cento no primeiro semestre do ano, enquanto as importações provenientes do bloco europeu caíram 6 por cento, agravando o défice comercial europeu, que ultrapassa actualmente os 300 mil milhões de euros. Tom conciliador António Costa reforçou também as preocupações da UE em relação ao apoio chinês à Rússia, apelando a Li Qiang para que, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, use a sua influência para pôr fim à guerra na Ucrânia. “Temos um interesse comum em manter relações construtivas e estáveis. Mas para isso é preciso que a China desempenhe um papel activo em prol da paz e da estabilidade internacional”, afirmou. A China tem evitado condenar a invasão russa e é acusada por Bruxelas e Washington de apoiar indirectamente Moscovo com exportações de bens de uso duplo civil e militar. Na véspera da cimeira, Pequim criticou as sanções europeias contra dois bancos chineses por alegadas ligações ao comércio com a Rússia. Apesar das divergências, Costa frisou que a UE está “comprometida em aprofundar a parceria bilateral e em trabalhar com boa-fé e honestidade para enfrentar os desafios globais”, numa base de respeito mútuo, reciprocidade e compromisso com a ordem internacional baseada em regras.
Hoje Macau China / ÁsiaUnião Europeia | Xi Jinping pede renovação estratégica de relações O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem a uma renovação estratégica nas relações com a União Europeia, durante uma cimeira em Pequim marcada por crescentes tensões comerciais, tecnológicas e geopolíticas entre os dois blocos A reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, decorreu no Grande Palácio do Povo, no âmbito da 25.ª cimeira China-UE, que assinala o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Bruxelas e Pequim. Segundo Xi, ao longo das últimas cinco décadas, os laços sino-europeus produziram “resultados frutíferos” e beneficiaram ambas as partes e o mundo. O líder chinês defendeu que, perante “uma situação internacional mais desafiadora e complexa”, a China e a UE devem reforçar a comunicação, fomentar a confiança e aprofundar a cooperação, contribuindo com mais estabilidade e previsibilidade para o mundo. “Devemos procurar convergências, mesmo mantendo divergências, e persistir na abertura e no benefício mútuo”, afirmou, sublinhando a importância de promover um relacionamento bilateral “que continue a crescer na direcção correcta” e que possa projectar-se para os próximos 50 anos “ainda mais brilhantes”. Apesar da retórica diplomática, analistas e fontes europeias advertiram que a cimeira ocorre num clima de desconfiança mútua e com expectativas limitadas de resultados concretos. O grupo de reflexão (‘think tank’) Bruegel classificou o encontro como uma “não-cimeira”, devido ao impasse persistente nas principais áreas de discórdia. Entre os temas centrais estão o desequilíbrio comercial – com um défice europeu superior a 300 mil milhões de euros – e o acesso a matérias-primas críticas, como as terras raras, sujeitas a restrições de exportação por parte da China. A UE acusa Pequim de distorcer os mercados ao subsidiar fortemente a sua indústria, sobretudo no sector dos veículos eléctricos, cujas exportações a preços abaixo dos praticados por fabricantes europeus levaram Bruxelas a impor tarifas adicionais entre 17 e 45,3 por cento. Outros focos Outro foco de tensão reside no apoio chinês à Rússia. Em Junho, Von der Leyen acusou Pequim de alimentar a economia de guerra russa com apoio “incondicional” a Moscovo. De acordo com o South China Morning Post, jornal de Hong Kong, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, terá alertado interlocutores europeus de que um eventual colapso russo desviaria o foco estratégico dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico – algo que a China pretende evitar. Diplomatas europeus citados pela revista Politico acusam ainda Pequim de tentar dividir o bloco comunitário, privilegiando relações bilaterais com países como a Alemanha ou a França, em detrimento de uma abordagem unificada. Já a publicação The Diplomat observa que o simbolismo do 50.º aniversário contrasta com a realidade actual: “A cimeira deverá apenas confirmar quão distantes estão os valores e interesses de ambas as partes.”
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Anulada proibição de casas de banho para pessoas transgénero Um juiz de Hong Kong decidiu ontem anular os regulamentos que criminalizavam o uso de casas de banho públicas por pessoas transgénero de acordo com a sua identidade de género, considerando que violam o princípio da igualdade. O juiz Russell Coleman deu provimento ao pedido de revisão judicial interposto por K, um homem trans que nasceu mulher, sustentando que as normas em vigor representam uma “intrusão desproporcionada e desnecessária nos direitos à privacidade e à igualdade”. Apesar da decisão, o magistrado suspendeu por um ano a anulação formal dos regulamentos, dando tempo ao Governo local para decidir se pretende adoptar um novo enquadramento legal para resolver a situação. A actual legislação apenas permite que crianças com menos de cinco anos, acompanhadas por um adulto do sexo oposto, entrem numa casa de banho destinada a outro género. A violação da norma é punível com uma multa de até 2.000 dólares de Hong Kong. K, diagnosticado com disforia de género, apresentou a queixa em 2022, alegando que a proibição de utilizar casas de banho públicas masculinas violava os seus direitos constitucionais, ao impedi-lo de viver plenamente de acordo com a sua identidade de género. A decisão representa mais um avanço nos direitos da comunidade LGBTQ+ na região administrativa especial chinesa, que tem revisto algumas políticas após vitórias judiciais de activistas. Em 2023, o mais alto tribunal de Hong Kong decidiu que a realização de cirurgia de reatribuição de sexo não devia ser obrigatória para alterar o género nos documentos oficiais. No ano seguinte, o Governo actualizou a política, permitindo a mudança de género nos cartões de identidade sem cirurgia completa, desde que os requerentes cumpram determinadas condições médicas, como tratamento hormonal contínuo durante pelo menos dois anos e remoção parcial de órgãos sexuais.
Hoje Macau China / ÁsiaSurto de chikungunya em Foshan já ultrapassa 2.500 casos As autoridades sanitárias da cidade de Foshan, na província chinesa de Guangdong (sudeste), estão a tentar conter um surto de febre chikungunya que já registou 2.658 casos, todos considerados leves, informou ontem a imprensa local. O surto foi detetado a 08 de Julho através dos sistemas de vigilância locais, o que levou à activação imediata de um plano de resposta por parte das autoridades de saúde municipais. A febre chikungunya é uma doença viral causada por um vírus homónimo, transmitido principalmente por mosquitos. Os sintomas mais comuns incluem febre elevada, dores articulares intensas, fadiga e erupções cutâneas. Com uma população de cerca de 7,4 milhões de habitantes, Foshan designou 53 hospitais como centros de tratamento e disponibilizou mais de 3.600 camas com proteção contra mosquitos, segundo a televisão estatal CCTV. Além disso, 35 hospitais da cidade receberam autorização para realizar testes PCR específicos para deteção do vírus. Os casos suspeitos que resultem positivos vão ser internados com o objectivo de evitar a propagação do surto. O aumento de infeções ocorre durante a época de calor e chuvas no sul da China, condições propícias à proliferação de mosquitos transmissores da doença. Da prevenção Na sequência da propagação do vírus no sudeste do país, as autoridades sanitárias de Pequim recomendaram esta semana o reforço das medidas de prevenção e apelaram à população para reduzir a exposição a picadas, através do uso de roupa que cubra a pele, aplicação de repelente e eliminação de criadouros de larvas. O período de incubação da febre chikungunya varia geralmente entre dois e quatro dias, podendo prolongar-se até uma semana. A doença manifesta-se de forma súbita, com febre, inflamação articular e erupções cutâneas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou esta terça-feira para a adopção de medidas preventivas para evitar surtos de grande escala semelhantes aos registados há cerca de 20 anos em ilhas do Índico como Mayotte, Reunião ou Maurícia, que acabaram por levar à propagação da doença para países vizinhos como Madagáscar, Somália ou Quénia.
Hoje Macau China / ÁsiaUNESCO | Pequim critica a saída dos EUA e questiona que seja gesto responsável A China criticou ontem a decisão dos Estados Unidos de abandonarem a UNESCO, considerando-a indigna de “um país grande e responsável”, e pediu um compromisso com o multilateralismo e os princípios da Carta das Nações Unidas. “Os Estados Unidos têm acumulado, há muito tempo, pagamentos em atraso das suas contribuições como membro da UNESCO”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, lamentando o novo anúncio de retirada feito por Washington esta semana. “A China sempre apoiou firmemente o trabalho da UNESCO”, sublinhou Guo, destacando a missão da organização em “promover a cooperação internacional em educação, ciência e cultura, fortalecer o entendimento entre civilizações e salvaguardar a paz mundial”. No contexto das comemorações do 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas, o diplomata apelou a todos os países para que “reafirmem o seu compromisso com o multilateralismo” e apoiem um sistema internacional com a ONU no centro, “baseado no direito internacional e nos princípios da Carta das Nações Unidas”. O Governo de Donald Trump anunciou que os EUA abandonarão formalmente a UNESCO a 31 de Dezembro de 2026, alegando que a permanência na organização “já não serve os interesses nacionais”. Washington acusa a agência de promover uma “agenda globalista” e critica a decisão de aceitar a Palestina como Estado-membro. A República Popular da China é membro da UNESCO desde 1971, ano da sua entrada na ONU, e ocupa actualmente um assento no Conselho Executivo da agência (2021–2025). Nos últimos anos, a China tornou-se um dos principais contribuintes financeiros da UNESCO e acolhe vários centros ligados à organização, nas áreas da educação, património e ciência.
Hoje Macau China / ÁsiaCrianças japonesas juntam-se a Portugal para proteger o oceano Dezenas de crianças japonesas juntaram-se ontem, na Expo2025, em Osaka, a um apelo para proteger os mares, que o Oceanário de Lisboa quer levar à cimeira da ONU sobre mudanças climáticas, em Novembro, no Brasil. “Querem ser embaixadores dos oceanos aqui no Japão?”, perguntou, no Pavilhão de Portugal, a bióloga marinha Natacha Moreira, da Fundação Oceano Azul, aos alunos de duas turmas de uma escola de Osaka. A resposta positiva veio num coro uníssono de 40 vozes, os primeiros jovens japoneses a assinar a Mini 30X30, “uma onda” lançada pela Oceano Azul e pelo Oceanário, em apoio da meta mundial de proteger 30 por cento do oceano até 2030. O director de Educação do Oceanário, Diogo Geraldes, disse à Lusa que uma primeira carta foi entregue durante a terceira Conferência do Oceano da ONU, que decorreu em Nice, França, em Junho. Uma nova versão do documento será entregue na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorre em Novembro em Belém, capital do estado do Pará, no norte do Brasil. O apelo já reuniu o apoio de 9.500 jovens de 27 países, mas na Ásia ainda só tinha contribuições de escolas da Malásia e de Timor-Leste. O Oceanário preparou materiais sobre o Mini 30X30 em japonês especialmente para a Expo, que já existiam em português, espanhol, francês e inglês. Antes de votarem unanimemente a favor do apelo, os jovens japoneses testaram as experiências interativas do Oceanário numa das duas salas multiúsos do Pavilhão de Portugal, cujo tema é “Oceano: Diálogo Azul”. Com história “O Oceanário de Lisboa é, em Portugal, a instituição com mais pergaminhos e experiência em literacia azul. Há mais de 25 anos que ensina professores e alunos a ter uma relação mais sustentável com o mar”, disse à Lusa o administrador executivo da Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha. Uma experiência que levou o Oceanário e a Oceano Azul, com o apoio da Direcção-Geral da Educação, a desenvolver o programa Educar para uma Geração Azul, que promove a literacia do oceano entre os alunos dos 6 aos 10 anos. Diogo Geraldes explicou que começaram pelo primeiro ciclo porque “é mais fácil dar formação aos professores, que muitas vezes são os mesmos do primeiro ao quarto ano”. Durante cinco anos, o projecto deu formação a 1.300 professores numa fase-piloto que decorreu nos municípios de Albufeira, Cascais, Mafra, Moura, Nazaré, Peniche, Silves, Sintra e na região autónoma dos Açores. Após o fim desta fase, em Maio de 2024, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação decidiu alargar o programa a todas as escolas primárias do país e de incluir o oceano no currículo. Tiago Pitta e Cunha disse que o objectivo é “educar a geração mais consciente de toda a União Europeia no que toca à ligação dos humanos com o oceano”. “Conseguiríamos, no fundo, ser um pouco, como os nórdicos foram para o ambiente [terrestre] a partir dos anos 70, os cidadãos portugueses seriam para o azul”, explicou o especialista. Criada em 2017 pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos, que inclui no seu património o Oceanário de Lisboa, a Oceano Azul é uma entidade sem fins lucrativos, que tem por objecto contribuir para a conservação e utilização sustentável dos oceanos.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | China manifesta vontade de reforçar parceria com UE antes de cimeira A China manifestou ontem a intenção de reforçar a parceria com a União Europeia (UE), antes da cimeira bilateral que se realiza esta semana em Pequim, num contexto marcado por tensões comerciais e disputas geopolíticas. “O país espera que a reunião com os líderes europeus envie um sinal positivo à comunidade internacional de que ambas as partes estão empenhadas em fortalecer a sua parceria e defender conjuntamente o multilateralismo e a cooperação aberta”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun. O diplomata indicou que as relações entre a China e a UE atravessam “um momento crucial”, com “novas oportunidades e desafios”, e que a cimeira servirá para “reforçar a comunicação estratégica” e “aprofundar o diálogo e a cooperação”, numa altura de crescente instabilidade global. Segundo Guo, a relação bilateral produziu “resultados frutíferos” ao longo dos últimos 50 anos, tanto no plano económico como na criação de mecanismos de cooperação internacional. A cimeira China – UE realiza-se na quinta-feira, em Pequim, para assinalar os 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre as duas partes. É esperada a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa. Este último afirmou na segunda-feira que a relação entre a China e a UE tem um papel “crucial” a nível global e manifestou a intenção de discutir com as autoridades chinesas todos os pontos da agenda comum. Bruxelas já indicou que abordará temas como o acesso ao mercado chinês, a guerra na Ucrânia, as alterações climáticas e a situação no Médio Oriente.