Cimeira | Pyongyang acusa Presidente sul-coreano de “cortejar” Washington

A Coreia do Norte acusou ontem o Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, de cortejar os Estados Unidos durante a cimeira com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, horas antes de Lee se reunir com Donald Trump em Washington.

“A recente cimeira Coreia do Sul-Japão deve ser interpretada como uma farsa diplomática nascida da ansiedade de Seul em dissipar as ‘más interpretações’ de Washington”, lê-se num artigo de opinião assinado por uma pessoa chamada Kim Hyok-nam, sobre a qual não se conhecem detalhes.

O texto, divulgado pela agência de notícias estatal KCNA, denuncia a cooperação reforçada entre Seul e Tóquio, após a cimeira de sábado na capital japonesa, como o batedor de uma “aliança militar trilateral agressiva” com Washington que, na opinião de Pyongyang, vai agravar a crise de segurança na região.

Na coluna de opinião sublinha-se ainda que a declaração conjunta de Lee e Ishiba sobre a “desnuclearização completa do Norte” e a necessidade de uma acção coordenada face a um ambiente internacional em mudança é a prova da subordinação da Coreia do Sul à estratégia hegemónica de Washington no Indo-Pacífico.

A KCNA também se concentrou na escolha de Lee de viajar primeiro para o Japão, quebrando o costume diplomático da Coreia do Sul de visitar Washington primeiro, e apresentou-a como um gesto calculado para mostrar uma viragem pró-japonesa.

O texto considera que esta alteração responde à “desconfiança dos Estados Unidos” em relação a Lee, que só assumiu o cargo em Junho, considerando-o um dirigente que, na oposição, exibia um perfil crítico em relação a Tóquio e que procura agora mudar essa imagem para satisfazer os aliados.

26 Ago 2025

Trinta mil pessoas retiradas de casa no Vietname com aproximação de tufão Kajiki

Dezenas de milhares de habitantes foram retirados ontem das regiões costeiras do Vietname, no momento em que o tufão Kajiki se prepara para atingir o centro do país, com ventos de cerca de 160 quilómetros por hora.

Kajiki, o quinto tufão a atingir o Vietname este ano, encontra-se actualmente no mar, agitando o golfo de Tonkin com ondas que atingem até 9,5 metros. Cerca de 325.500 pessoas de cinco províncias costeiras devem ser retiradas para abrigos temporários em escolas e edifícios públicos, informaram as autoridades. O centro de Vinh, cidade costeira no centro do país, foi inundado durante a noite.

De manhã, as ruas estavam praticamente desertas e a maioria das lojas e restaurantes foram encerrados, com os comerciantes e moradores a protegeram as entradas com sacos de areia. Ao amanhecer, cerca de 30.000 pessoas tinham sido retiradas da região e 16.000 militares foram mobilizados.

Dois aeroportos domésticos foram encerrados e todos os barcos de pesca que se encontravam no caminho do tufão foram chamados de volta ao porto. Mais de uma dezena de voos domésticos no Vietname foram cancelados no domingo, enquanto a ilha de Hainão, na China, retirou 20.000 habitantes de casa quando o tufão passou pela costa sul.

Histórico devastador

No Vietname, mais de 100 pessoas morreram ou estão desaparecidas devido a catástrofes naturais nos primeiros sete meses de 2025, de acordo com o Ministério da Agricultura. As perdas económicas foram estimadas em mais de 21 milhões de dólares. O Vietname sofreu uma perda de 3,3 mil milhões de dólares em Setembro passado devido ao tufão Yagi, que varreu o norte do país e causou centenas de mortes.

Os cientistas estimam que as alterações climáticas causadas pelo homem estão a provocar fenómenos meteorológicos mais intensos e imprevisíveis, o que pode tornar as inundações e as tempestades destrutivas mais prováveis, especialmente nos trópicos.

26 Ago 2025

Seul | Lee Jae-myung vai abordar “sem limites” questões norte-coreanas com Trump

Antes da partida para os Estados Unidos para reunir com Donald Trump, o Presidente sul-coreano afirmou que irá abordar sem tabus as questões norte-coreanas para garantir a segurança do seu país

 

O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, disse que iria abordar “sem limites” todas as questões relacionadas com a Coreia do Norte na cimeira com o homólogo norte-americano, Donald Trump, que teve ontem lugar.

“Quer se trate do problema nuclear [norte-coreana] ou de qualquer outro, o relacionado com a paz e a estabilidade na península é o mais crucial para a segurança da Coreia do Sul”, disse ontem Lee, a bordo do avião presidencial, durante um voo com destino aos Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Lee apresentou recentemente um plano de desnuclearização em três fases para a Coreia do Norte, que passa por persuadir Pyongyang a congelar, reduzir e, eventualmente, desmantelar o programa de armas nucleares.

A Coreia do Sul vai acolher a próxima cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), no final de Outubro, que poderá servir de plataforma para melhorar as relações intercoreanas, havendo especulações sobre um possível convite ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, ou mesmo um encontro entre Kim e Donald Trump à margem do evento.

A este respeito, Lee limitou-se a dizer que a situação actual é muito mais complexa do que a atmosfera de breve desanuviamento das relações nos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang de 2018, já que Pyongyang acelerou o programa de armamento e aumentou a hostilidade para com Seul.

Matéria sensível

No plano militar, o Presidente sul-coreano afirmou que é difícil que a cimeira decida flexibilizar a utilização estratégica das Forças dos EUA na Coreia (USFK, na sigla em inglês), considerando que se trata de uma questão que exige um planeamento a longo prazo.

Com essa flexibilização, Washington procuraria envolver as USFK em destacamentos fora da península, incluindo no âmbito de possíveis crises envolvendo a China e Taiwan, que é um ponto sensível na relação entre Seul e Pequim.

26 Ago 2025

China | Inaugurado em Qingdao primeiro edifício zero carbono do mundo

O primeiro edifício ultra zero carbono do mundo foi inaugurado no domingo, na cidade de Qingdao, província de Shandong, no leste da China, marcando um avanço significativo no esforço de construção zero carbono do país.

Com um consumo diário de electricidade de 6.000 quilowatts-hora, este edifício de escritórios de 117 metros de altura está equipado com soluções de alta tecnologia de ponta para alcançar 100 por cento de substituição de energia verde.

Ao contrário dos edifícios convencionais, com painéis solares no telhado, esta estrutura apresenta paredes de vidro fotovoltaicas, integradas ao edifício nas suas fachadas leste, sul e oeste.

Isso fornece electricidade em corrente contínua, reduzindo as perdas de energia e suprindo 25 por cento das necessidades energéticas do edifício. A economia de emissões de carbono pode chegar a 500 toneladas por ano.

Além disso, o edifício utiliza baterias de veículos eléctricos desativadas para armazenamento de energia. Quatorze baterias de veículos eléctricos usadas armazenam o excedente de energia gerado pelas paredes de vidro fotovoltaico e absorvem o excedente de energia limpa da rede eléctrica fora do horário de pico a um baixo custo de 0,22 yuans por quilowatt-hora.

A energia armazenada será então utilizada durante os picos de procura ou períodos de pouca luz solar para equilibrar a carga eléctrica do edifício.

Alta eficiência

No interior da estrutura, cerca de 24.000 microssensores, substituindo interruptores, permitem a operação automatizada de iluminação, ar-condicionado e elevadores.

“Ao consumir electricidade verde, podemos economizar cerca de 2.500 toneladas de emissões de carbono anualmente. A digitalização reduziu nosso custo de investimento no edifício em 20 por cento a 30 por cento, aumentou a eficiência operacional em 30 por cento e reduziu o consumo de energia em cerca de 30 por cento “, disse Yu Dexiang, presidente da TELD New Energy, uma das maiores operadoras de rede de estações de recarga para veículos eléctricos da China.

O edifício conta também com o primeiro sistema de estacionamento vertical de alta velocidade totalmente automatizado do mundo.

Equipado com um sistema de esteiras de alta precisão e tecnologia de controlo por engrenagens, o sistema inovador permite a movimentação rápida e precisa do veículo, estando cada veículo estacionado na área designada em até 35 segundos.

Este sistema de estacionamento incorpora também uma tecnologia inovadora de conexão de veículo à rede eléctrica, com os veículos eléctricos estacionados conectados ao sistema de energia do edifício. Actualmente, 300 veículos, cada um fornecendo 10 quilowatts-hora de electricidade por dia, podem atender a quase metade da procura energética do edifício.

26 Ago 2025

Imobiliário | Evergrande expulsa da bolsa de Hong Kong

O congelamento de acções por 18 meses levou à saída da gigante do imobiliário do mercado bolsista de Hong Kong

A gigante imobiliária Evergrande foi expulsa ontem da Bolsa de Valores de Hong Kong, após ter as acções congeladas por mais de 18 meses, período em que não conseguiu cumprir as condições impostas para retomar a cotação.

A Evergrande declarou em 12 de Agosto ter recebido uma carta do operador bolsista a confirmar que, tendo ultrapassado o prazo máximo de 28 de Julho, o comité de admissão à bolsa decidiu cancelar a participação no mercado, a partir de ontem às 09:00 horas locais.

De acordo com as regras da bolsa de Hong Kong, o operador pode expulsar qualquer empresa cotada que tenha mantido as acções congeladas durante um período contínuo de 18 meses.

Em Março de 2024, o operador já tinha avisado a Evergrande de que a imobiliária seria expulsa se não cumprisse as exigências a tempo.

Entre as exigências iniciais, contava-se a obrigação de “que a ordem de liquidação contra a empresa fosse retirada ou anulada”. A bolsa exigiu também que a Evergrande publicasse todos os resultados financeiros pendentes da empresa e demonstrasse a “integridade e capacidade” da direcção.

História de incumprimento

As acções da Evergrande estão suspensas desde 29 de Janeiro de 2024, data em que um tribunal de Hong Kong ordenou a liquidação da imobiliária. Na data em questão, as ações da empresa estavam a ser negociadas a 0,16 dólares de Hong Kong (, uma queda de quase 99,5 por cento em relação ao pico de 31,55 dólares de Hong Kong atingido em Outubro de 2017.

A imobiliária avisou os accionistas e investidores de que, embora os títulos permaneçam válidos, vão deixar de ser cotados e negociados em Hong Kong e de estar sujeitos às regras de cotação.

A Evergrande, com um passivo de cerca de 330 mil milhões de dólares, entrou em incumprimento em 2021, depois de ter sofrido uma crise de liquidez devido às restrições impostas por Pequim ao financiamento de promotoras que tinham acumulado elevados níveis de dívida, após o que foi intervencionada pelas autoridades chinesas.

O grupo, convertido no principal rosto visível da crise imobiliária chinesa, mergulhou numa nova turbulência no final de 2023, depois de o fundador e presidente, Xu Jiayin, ter sido colocado numa espécie de prisão domiciliária por “suspeita de actividades ilegais”.

26 Ago 2025

Ásia | Tailândia e Camboja assinam desminagem da fronteira comum

A Tailândia e o Camboja concordaram em remover as minas ao longo da fronteira que separa os dois países e em proceder à “atribuição clara” de territórios cuja soberania é disputada por Banguecoque e Phnom Penh.

A decisão resulta de uma reunião extraordinária sexta-feira do Comité Regional de Fronteiras (RBC), integrado por ambos os países, revelou ontem o porta-voz do gabinete do primeiro-ministro da Tailândia, Jirayu Huangsap.

Vários incidentes com explosões de minas terrestres em zonas junto à fronteira foram registados recentemente, o mais recente dos quais ocorreu no dia 12 de Agosto, quando um militar tailandês ficou ferido.

Outros dois incidentes, em 16 e 23 de Julho, precederam o confronto armado que eclodiu no dia 24 desse mês entre a Tailândia e o Camboja, que se prolongou por cinco dias e deixou pelo menos 44 mortos, incluindo civis, em vários pontos dos quase 820 quilómetros de fronteira.

Ao acordo para a remoção das minas e “atribuição clara” das zonas fronteiriças disputadas junta-se um pacto para a “desarticulação conjunta” de redes criminosas dedicadas à ciberfraude global, fortemente implantadas ao longo da fronteira dos dois países.

Precisamente, esses locais de ciberfraude, operados por máfias muito poderosas foram apontados pela primeira-ministra suspensa da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, como um dos possíveis gatilhos do confronto armado em que Tailândia e Camboja se envolveram no mês passado.

Paetongtarn afirmou que o conflito poderia estar relacionado com os planos do seu governo para combater esses centros, com grande presença no Camboja e são determinantes para a sua economia.

No dia 28 de julho, Banguecoque e Phnom Penh assinaram na Malásia um cessar-fogo relativo ao confronto armado, embora ambas as partes se tenham depois acusado mutuamente de violar o acordo. A fronteira entre estes países vizinhos foi cartografada pela França em 1907, quando o Camboja era colónia francesa.

25 Ago 2025

OCX | Putin e Modi presentes na cimeira de Tianjin

A China afirmou sábado que o Presidente russo e o primeiro-ministro indiano vão estar presentes na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, rejeitando qualquer confronto entre blocos.

A cimeira, que vai decorrer entre 31 de Agosto e 01 de Setembro, em Tianjin (nordeste), “vai ser a maior” desde a fundação da organização, disse aos jornalistas estrangeiros, em Pequim, o ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Bin.

Liu disse que “o espírito” da organização tem como base a confiança, o benefício mútuo e o respeito pela diversidade, mantendo todos os valores face a “conceitos ultrapassados”, como o confronto em blocos ou a mentalidade da Guerra Fria.

“No mundo de hoje, as velhas mentalidades de hegemonia e políticas de poder ainda prevalecem. Alguns países tentam colocar os próprios interesses acima dos outros, o que ameaça seriamente a paz e a estabilidade mundiais”, disse.

“Quanto mais complexa e turbulenta se torna a situação internacional, mais os países precisam de reforçar a solidariedade e a cooperação para promover o desenvolvimento comum”, considerou.

Os membros da Organização de Cooperação de Xangai incluem, além da República Popular da China, a Rússia, a Índia, o Paquistão, o Irão, a Bielorrússia, o Cazaquistão, o Quirguistão, o Tajiquistão e o Uzbequistão, representando aproximadamente 40 por cento da população mundial.

Embora os países-membros afirmem que a organização não é um bloco militar e procura a protecção de ameaças como o terrorismo, alguns especialistas disseram acreditar que o principal objectivo é servir de “contraponto à Aliança Atlântica”.

No entanto, existem tensões internas dentro do grupo, que inclui países adversários como a Índia e o Paquistão.

Em Junho, a reunião dos ministros da Defesa dos países-membros, realizada na cidade chinesa de Qingdao, terminou sem uma declaração conjunta devido a divergências sobre questões de segurança, particularmente sobre terrorismo. Nova Deli, que recusou assinar o texto final, denunciou que alguns países utilizam o terrorismo como ferramenta política, numa referência velada ao Paquistão.

Outras presenças

Além de Vladimir Putin e Narendra Modi, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês confirmou a presença dos Presidentes da Bielorrússia, do Irão e do Paquistão, entre outros. Liu disse que também foram convidados os líderes de vários países, como Mongólia, Azerbaijão, Arménia, Camboja, Maldivas, Nepal, Turquia, Iraque, Turquemenistão, Indonésia, Laos, Malásia e Vietname.

Liu Bin convocou ainda o secretário-geral da ONU, António Guterres, dirigentes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da Comunidade de Estados Independentes e do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas.

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai liderar reuniões de chefes de Estado e o encontro com os representantes dos países observadores, no qual vão ser abordadas questões ligadas à “segurança regional, o multilateralismo e o desenvolvimento sustentável”.

O encontro vai decorrer antes da realização do desfile militar de 03 de Setembro, em Pequim, em comemoração do 80.º aniversário do final da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, ao qual assistirá Putin.

25 Ago 2025

Japão e Coreia do Sul querem enfrentar juntos mudanças comerciais e de segurança

Os líderes do Japão e da Coreia do Sul concordaram ontem em estreitar a cooperação para enfrentar as rápidas mudanças em curso em matéria comercial e de segurança, que preocupam os dois países asiáticos.

O objectivo foi definido em Tóquio durante uma cimeira entre o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, que efectua a primeira viagem ao estrangeiro desde que assumiu funções em Junho.

Ishiba e Lee prometeram ampliar a colaboração em diversas áreas, enquanto se esforçam para minimizar os atritos causados pelas disputas históricas, sobretudo pela ocupação japonesa da Coreia entre 1910 e 1945.

“Dado que a ordem internacional em matéria de comércio e segurança é volátil, acredito que a República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] e o Japão, que partilham posições semelhantes em termos de valores, ordem e ideologia, devem fortalecer a cooperação mais do que nunca”, declarou Lee.

Ishiba disse ser necessário haver coerência política, mesmo quando persistem “questões difíceis” entre os dois países.

Defendeu também a importância de estreitar a cooperação com os Estados Unidos, o aliado comum numa região onde a China procura hegemonia. “A paz e a estabilidade não chegarão a menos que façamos esforços activos, e isso é ainda mais importante numa época tão turbulenta”, afirmou Ishiba, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Ambos reafirmaram o compromisso assumido por administrações anteriores de alcançar a desnuclearização completa da Coreia do Norte. Defenderam igualmente a necessidade de cooperar para enfrentar as incertezas comerciais, numa referência velada à actual política tarifária agressiva de Washington.

Agenda preenchida

As conversações entre Ishiba e Lee duraram cerca de duas horas, e começaram com um encontro restrito no Kantei, a sede do governo japonês, seguido por uma reunião alargada e uma conferência de imprensa conjunta.

Ishiba congratulou-se com a decisão de Ishiba de visitar o Japão antes de viajar para os Estados Unidos, onde se reunirá com o Presidente Donald Trump, em Washington, no domingo.

“É extremamente encorajador que a sua primeira visita ao Japão desde que assumiu o cargo ocorra num ambiente estratégico tão complexo”, declarou.

Os dois líderes concordaram em desenvolver as relações bilaterais à luz dos princípios da normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a Coreia do Sul em 1965, e criar um órgão conjunto para lidar com questões comuns.

Entre eles, referiram a revitalização regional, a diminuição da natalidade, o envelhecimento e o declínio da população, a agricultura, a prevenção de desastres e a promoção de novas energias alternativas, como o hidrogénio e o amoníaco, e tecnologias como a inteligência artificial.

Concordaram também em alargar um programa de vistos que permite trabalhar durante estadas temporárias para financiar a viagem, de forma a intensificar o intercâmbio de pessoas entre os países.

Ishiba e Lee planeiam publicar por escrito os resultados da cimeira, a primeira declaração conjunta deste tipo entre um primeiro-ministro japonês e um presidente sul-coreano em 17 anos. O encontro de ontem foi o segundo entre Ishiba e Lee, que se reuniram em Junho no Canadá, à margem da cimeira do G7, para a qual a Coreia do Sul foi convidada.

Lee vai reunir-se com Trump numa altura em que persistem as dúvidas sobre o novo pacto tarifário bilateral, sobre o qual ambos os governos divulgaram mensagens contraditórias, e o rumo da estratégia em relação à Coreia do Norte.

25 Ago 2025

Taiwan | China diz que “separatismo” está “condenado ao fracasso”

A tentativa fracassada de destituir sete deputados da oposição de Taiwan demonstra que o “separatismo” favorável à “independência” da ilha “vai contra a vontade do povo e está condenado ao fracasso”, afirmou ontem o Governo Chinês.

Centenas de milhares de taiwaneses foram às urnas no sábado para votar a destituição de sete deputados do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição de Taiwan, no âmbito da segunda volta de um referendo revogatório realizada no território.

De acordo com dados da Comissão Eleitoral Central, nenhuma das sete propostas de destituição atingiu o limite mínimo de 25 por cento dos votos favoráveis no respectivo distrito, nem conseguiu reunir mais votos positivos do que negativos.

A votação fazia parte da segunda volta de um referendo destinado a destituir 31 dos 39 legisladores do KMT eleitos por voto directo em Janeiro de 2024.

Na primeira volta, realizada em 26 de Julho, nenhuma das 24 iniciativas de destituição prosperou, o que representou um duro revés para o Partido Democrático Progressista (PDP) no poder, que procurava recuperar o controlo de um Parlamento dominado pelo KMT e pelo minoritário Partido Popular de Taiwan (PPT).

“Depois da primeira volta da votação, em 26 de Julho, o povo de Taiwan voltou a dizer ‘não’ à maliciosa farsa política do PDP”, declarou ontem o porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Executivo chinês, Zhu Fenglian, em declarações recolhidas pela agência Xinhua.

25 Ago 2025

Bloomberg | Jornalista forçada a sair de Hong Kong

Uma jornalista que trabalha em Hong Kong para a agência norte-americana de notícias Bloomberg News anunciou sábado que terá de deixar o território chinês, depois das autoridades terem recusado renovar o seu visto.

“Ao fim de seis anos a cobrir Hong Kong, e grávida de oito meses, estou muito triste por deixar os meus colegas, os meus amigos e o lugar que considerava o meu lar”, escreveu Rebecca Choong Wilkins, responsável pela cobertura da política e economia asiáticas na agência de notícias especializada em economia.

Contactados pela AFP, os serviços de imigração de Hong Kong responderam que não comentam casos individuais, acrescentando que “agem em conformidade com as leis e políticas em vigor”.

A Bloomberg, através de um porta-voz, declarou não querer “comentar em detalhe a situação”, garantindo, no entanto, “apoiar totalmente” a jornalista e estar a “trabalhar pelas vias adequadas para tentar resolver o problema”.

O clube da imprensa estrangeira de Hong Kong denunciou o que considerou uma decisão injustificada das autoridades, que, segundo a organização, “reforça as preocupações generalizadas sobre a erosão da liberdade de imprensa” na antiga colónia britânica.

25 Ago 2025

Terras raras | Pequim reforça controlo da produção e exportação

O Governo indicou novas regras para a extracção, fundição e separação de terras raras com vista a garantir a correcta utilização dos minerais preciosos

 

A China, principal fornecedora mundial de terras raras, emitiu um conjunto de normas “provisórias” para reforçar o controlo sobre a sua extracção, fundição e separação, num contexto de tensões pelo fornecimento dos minerais estratégicos, informou a agência Xinhua.

As regulamentações, divulgadas na última sexta-feira, foram impulsionadas em conjunto pelo ministério chinês da Indústria e Tecnologia da Informação, pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pelo Ministério de Recursos Naturais, especificou a agência oficial.

Ao abrigo do novo quadro normativo, as autoridades fixarão “quotas anuais” para a extracção, fundição e separação de terras raras, que serão posteriormente atribuídas às empresas correspondentes, tendo em conta factores como o “desenvolvimento económico”, reservas nacionais destes minerais e a “procura do mercado”.

As empresas deverão realizar as actividades de extracção, fundição e separação “dentro dos limites das quotas aprovadas” e “cumprir rigorosamente” as leis e regulamentos administrativos, indicou a Xinhua.

As novas regras também estabelecem que os produtores de terras raras devem manter “registos precisos” dos fluxos de produtos e carregar os dados num sistema de informação de rastreamento desses minerais.

Em declarações recolhidas pelo jornal Global Times, Zhou Mi, investigador principal da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Económica, assinalou que o sistema de rastreamento garante que os recursos “não sejam utilizados em áreas que possam ameaçar a segurança nacional”.

“Por outras palavras, enquanto o seu uso for seguro e cumprir as normas, a exportação e o comércio de produtos de terras raras não serão prejudicados”, afirmou o especialista.

Rica natureza

Os elementos raros são um conjunto de dezassete elementos químicos que geralmente se encontram unidos na natureza: o escândio, o ítrio e os quinze elementos do grupo dos lantânidos (lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio e lutécio).

Estes recursos, presentes em produtos como ‘chips’ de inteligência artificial, veículos eléctricos ou mísseis teleguiados, estão no centro da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, cujo governo intensificou as restrições à exportação em Abril, alegando motivos de segurança nacional.

O gigante asiático possui 49 por cento das terras raras do planeta — cerca de 44 milhões de toneladas — e controla mais de 70 por cento da produção mundial, sobretudo através da exploração de jazidas importantes em Myanmar (antiga Birmânia) e quase 90 por cento do seu processamento.

25 Ago 2025

Presidente sul-coreano revela plano para desnuclearizar Coreia do Norte

O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, apresentou ontem um plano de três fases para a desnuclearização da Coreia do Norte, poucos dias antes das cimeiras com os líderes norte-americano e japonês.

“A direcção política é a desnuclearização da península coreana. A fase 1 é o congelamento do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang, a fase 2 é a redução [dessas armas] e a fase 3 a desnuclearização”, disse Lee numa entrevista ao diário japonês Yomiuri, distribuída à imprensa pelo gabinete presidencial sul-coreano.

O dirigente afirmou que, a fim de criar as condições necessárias, Seul vai trabalhar em estreita colaboração com Washington, promovendo o diálogo intercoreano.

As declarações foram feitas antes da visita de Lee ao Japão, para se encontrar com o primeiro-ministro nipónico, Shigeru Ishiba, no sábado e no domingo, e da reunião bilateral com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira, em Washington.

A paz e a estabilidade na península coreana são essenciais não só para a Coreia do Sul, mas também para o Japão, a China e a Rússia, sublinhou ainda Lee. A possibilidade de uma cooperação multinacional para a abertura da rota do Ártico, que poderia envolver Seul, Washington, Moscovo, Tóquio e Pyongyang, foi também mencionada pelo novo Presidente sul-coreano.

Críticas do Norte

As observações surgem um dia depois de Kim Yo-jong, influente irmã do líder norte-coreano, ter acusado directamente Lee de promover um “sonho absurdo” de reconciliação intercoreana, sublinhando que Pyongyang não tem qualquer intenção de melhorar os laços com Seul.

O Governo sul-coreano expressou, em resposta, “profundo pesar”, considerando as observações uma deturpação dos esforços sinceros para restaurar a confiança entre os dois lados. Desde a tomada de posse em Junho, o Governo de Lee tem tentado aliviar a tensão entre os dois países, nomeadamente com o desmantelamento dos altifalantes fronteiriços e a suspensão das emissões de propaganda.

Apesar das críticas norte-coreanas, o facto de Kim ter mencionado diretamente Lee e os ministros sul-coreanos nas últimas declarações pode reflectir a atenção com que encara as medidas tomadas pelo novo Governo sul-coreano, indicou à agência de notícias Efe a especialista do Centro Europeu de Estudos Norte-Coreanos Gabriela Bernal.

22 Ago 2025

Tailândia | PM suspensa apresenta defesa perante tribunal

A gravação de uma chamada telefónica entre a primeira-ministra tailandesa e um poderoso político cambojano comprometeu Paetongtarn Shinawatra, acusada de falta de ética grave

A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, que se encontra suspensa de funções devido à divulgação de um áudio no qual supostamente questionava o Exército, compareceu ontem perante o Tribunal Constitucional para apresentar a sua defesa.

Paetongtarn, que ontem completou 39 anos e assumiu o cargo há pouco mais de um ano, compareceu perante o tribunal, no norte de Banguecoque, para apresentar testemunho devido à divulgação de uma gravação de um telefonema em 18 de Junho entre ela e o influente político cambojano Hun Sen, que publicou o áudio na rede social Facebook.

Durante a audiência de ontem, estava também previsto o depoimento do secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, Chatchai Bangchuad.

No áudio de cerca de 17 minutos, a primeira-ministra referiu-se a Hun Sen como “tio”, em sinal de respeito, e classificou como “opositor” o tenente-general Boonsin Phadklang, que dirige um comando militar tailandês, posicionado na fronteira com o Camboja.

Paetongtarn, que admitiu que a voz reproduzida no Facebook é a sua, pediu desculpa publicamente pelo áudio, e explicou que, com o que disse, tentava diminuir a tensão na fronteira entre os dois países, que havia aumentado desde o final de Março, após um breve confronto entre os exércitos, no qual um soldado cambojano morreu.

Demissões e suspensões

O conteúdo do diálogo levou o segundo partido com maior representação na coligação governamental, o conservador Bhumjaithai, a abandonar o Executivo, e um grupo de senadores a solicitar ao Tribunal Constitucional que analisasse se a governante tinha cometido uma “falta ética grave” ao questionar o comando militar.

Em 01 de Julho, os juízes do Tribunal Constitucional decidiram suspender temporariamente a primeira-ministra do exercício de funções enquanto analisavam o caso, que pode resultar na destituição, uma decisão que está prevista para sexta-feira da próxima semana.

Após semanas de tensão entre os dois países, em 24 de Julho eclodiu um confronto armado entre os exércitos da Tailândia e do Camboja em vários pontos da fronteira, que durou cinco dias e custou a vida a, pelo menos, 44 pessoas.

A audiência de Paetongtarn ocorre um dia antes do seu pai, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, comparecer perante outro tribunal em Banguecoque para conhecer a decisão de um caso em que é arguido por suposto crime de lesa-majestade, punível com até 15 anos de prisão.

22 Ago 2025

Xi pede unidade no Tibete após Dalai Lama anunciar que vai nomear sucessor

O Presidente chinês pediu unidade em Lhasa, capital do Tibete, onde se assinalou o 60.º aniversário da criação desta região autónoma, seis anos após o Dalai Lama exilar-se na Índia, na sequência de uma revolta falhada.

A invulgar visita de Xi Jinping ao Tibete é marcada por simbolismo político, ao ocorrer após o 14.º Dalai Lama ter reafirmado que só a Fundação Gaden Phodrang, por ele fundada, tem autoridade para reconhecer a futura reencarnação do líder espiritual.

Pequim, por seu lado, insiste que o sucessor do Dalai Lama “deve ser procurado no interior da China e receber a aprovação do Governo central”. Xi exortou na quarta-feira as autoridades da região a construírem um Tibete “unido, próspero, civilizado, harmonioso e belo”, de acordo com a agência de notícias estatal Xinhua.

Sem mencionar directamente o Dalai Lama, Xi acrescentou que “a estabilidade deve ser garantida” e “o budismo tibetano deve ser orientado na sua adaptação à sociedade socialista”, sublinhando “a importância de manter a liderança do Partido Comunista Chinês [PCC]” na região.

Entretanto, o principal conselheiro político da China, Wang Huning, sublinhou ontem, numa cerimónia comemorativa, com a presença de Xi, que o Tibete entrou no “melhor período de desenvolvimento”.

O responsável sublinhou os “importantes projectos e políticas nacionais que transformaram a região”, conduzindo a “uma melhoria dos padrões de vida e a um Tibete socialista vibrante e moderno”. “Isto demonstra plenamente a forte liderança do PCC e as importantes vantagens políticas do nosso sistema socialista”, acrescentou.

De visita

Xi chegou ao Tibete na quarta-feira, na segunda visita como chefe de Estado, para participar nos eventos comemorativos. Imagens transmitidas hoje pela emissora estatal CCTV mostravam dezenas de pessoas na praça do Palácio de Potala a erguer uma gigante bandeira chinesa, bem como a insígnia do PCC e retratos de Xi.

A primeira visita de Xi Jinping ao Tibete como Presidente ocorreu em 2021, por ocasião do 70.º aniversário da chamada “libertação pacífica” de Pequim, quando, após a entrada das tropas comunistas, foi assinado o Acordo dos 17 pontos, selando a incorporação da região na República Popular da China.

O aniversário que agora se celebra comemora a criação da região autónoma do Tibete, em 1965. A chegada de Xi coincide com uma visita, esta semana, do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a Nova Deli, onde as duas partes se comprometeram a melhorar as relações após os confrontos fronteiriços de 2020.

22 Ago 2025

China / Paquistão | Reforçados planos sobre criação de corredor económico

Os líderes da diplomacia chinesa e paquistanesa encontraram-se no âmbito do “Diálogo Estratégico de Islamabade” para acertarem agulhas sobre a segurança regional e global

 

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e do Paquistão, Ishaq Dar, discutiram ontem as relações económicas bilaterais e a coordenação de políticas que envolvem o Afeganistão.

Tratou-se da sexta ronda dos contactos sob o formato conhecido como “Diálogo Estratégico de Islamabade”, que se concentrou sobretudo no estabelecimento da segunda fase do Corredor Económico China-Paquistão (CPEC, na sigla em inglês).

O Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês anunciou que as duas partes abordaram as relações entre o Paquistão e a República Popular da China e discutiram questões regionais e globais, de acordo com um comunicado divulgado no final do encontro.

Uma das questões considerada como essencial para a relação bilateral é a segurança dos investimentos e dos cidadãos de origem chinesa no Paquistão. Para os diplomatas, a segurança é “um desafio” à viabilidade do corredor económico entre os dois países.

Nos últimos anos, profissionais e comboios chineses têm sido alvo de ataques por parte de grupos separatistas e combatentes extremistas, como o Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), que acusa Pequim de explorar os recursos locais.

Afegãos na mesa

Esta reunião ocorreu um dia depois de os dois ministros dos Negócios Estrangeiros terem realizado uma cimeira trilateral em Cabul, com o regime talibã, durante a qual concordaram em “reforçar os esforços conjuntos contra o terrorismo”.

Pequim e Islamabade reafirmaram também o compromisso sobre o alargamento do corredor económico ao Afeganistão. A diplomacia paquistanesa salientou que os dois ministros concordaram que a “amizade entre o Paquistão e a República Popular da China é significativa para a manutenção da paz e da estabilidade” na região.

A reunião serviu também para preparar a visita prevista do primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, a Pequim, no final do mês, para participar na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai. Paralelamente à cimeira de Xangai, Sharif tem agendadas reuniões bilaterais com os Presidentes chinês, Xi Jinping, e russo, Vladimir Putin.

22 Ago 2025

Fukushima | Dois robôs medem radiação na central nuclear

Técnicos da central nuclear japonesa de Fukushima, destruída por um tsunami em 2011, enviaram robôs telecomandados para medir radiação e ajudar a decidir método de retirada de detritos radioactivos.

Um porta-voz da empresa gestora da central, Tokyo Electric Power Company Holdings (Tepco), disse na terça-feira que tinham sido usados dois robôs para medir o nível de radiação na central, no nordeste do Japão. Os resultados desta operação vão ser usados para ajudar a decidir “o método de recuperação dos detritos”, indicou a Tepco, em comunicado.

“Spot” e “Packbot” estão equipados para medir a radioatividade e “Spot”, que se assemelha a um cão, tem uma câmara. Este estudo deve prolongar-se por um mês, noticiaram a televisão pública NHK e outros meios de comunicação social japoneses.

Devido aos níveis de radiação perigosamente elevados, a extração do combustível fundido e outros detritos da central é considerado o desafio mais difícil do projecto de desmantelamento das instalações, cuja conclusão está prevista para 2051.

Cerca de 880 toneladas de materiais radioactivos continuam no interior da central Fukushima Daichii, onde três dos seis reactores existentes entraram em fusão, na sequência do sismo de magnitude 9 e do tsunami em 21 de Março de 2011, num dos piores acidentes nucleares da História.

A operadora tinha já recolhido amostras minúsculas de materiais radioactivos, enviadas para análise, em duas ocasiões no âmbito de um projecto-piloto, mas nunca realizou extrações de grande escala. No mês passado, a Tepco anunciou que a imensa operação de extração de detritos tinha sido adiada até pelo menos 2037. Antes, o objectivo era começar no início de 2030.

A Tepco considerou serem necessário 12 a 15 anos de preparação antes de iniciar a remoção em grande escala dos detritos de combustível derretido no reactor três da central nuclear. Em Julho, o diretor de desativação da operadora, Akira Ono, disse que a Tepco planeia manter a meta de 2051 para a conclusão do desmantelamento da central.

21 Ago 2025

Ásia-Pacífico | Alemanha reafirma críticas às ambições da China

A Alemanha reafirmou ontem a acusação à China de ameaçar a segurança internacional e os interesses europeus com as ambições no Mar da China Meridional e as tensões no Estreito de Taiwan. “As crescentes ambições militares da China no Mar da China Meridional não só ameaçam a segurança da Ásia como também minam a ordem internacional”, afirmou o chefe da diplomacia alemã, Johann Wadephul, em Jacarta.

Wadephul disse que o que está a acontecer na região Ásia-Pacífico “tem um impacto directo na segurança europeia e vice-versa”. “Qualquer escalada teria graves consequências para a segurança e a prosperidade mundiais”, afirmou, após uma reunião com o homólogo indonésio, Sugiono, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O ministro alemão acrescentou que o mesmo também se aplica às tensões no Estreito de Taiwan, onde a China mobiliza regularmente caças e navios de guerra. Johann Wadephul já tinha acusado a China na segunda-feira, durante uma visita ao Japão, de “alterar unilateralmente” as fronteiras na região Ásia-Pacífico, considerando Pequim “cada vez mais agressiva”.

“A China ameaça regularmente, mais ou menos abertamente, alterar unilateralmente o ‘status quo’ e deslocar as fronteiras a seu favor”, afirmou então.

Uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, reagiu na altura às declarações do ministro alemão e disse que a situação no Mar da China Oriental e no Mar da China Meridional “permanece globalmente estável”.

21 Ago 2025

Japão regista novo défice comercial em Julho pelo terceiro mês consecutivo

O Japão registou em julho um défice comercial de 17,5 mil milhões de ienes (683 milhões de euros), pelo terceiro mês consecutivo, motivada pela desaceleração do comércio com os Estados Unidos, após as tarifas impostas pela administração Trump.

O Japão registou em Julho um excedente comercial com os Estados Unidos de 585,110 biliões de ienes, 23,9 por cento abaixo do registo no mês homólogo anterior, enquanto as exportações nipónicas para a primeira economia mundial ficaram em 1,7 triliões de ienes (no mês em análise, 10,1 por cento menos do que no ano anterior.

Durante o mês de Julho, o Japão esteve sujeito à tarifa base de 10 por cento imposta pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, em Abril, enquanto os exportadores de automóveis japoneses enfrentaram uma tarifa separada de 25 por cento.

Acordo na mesa

No passado dia 23 de Julho, o Japão e os Estados Unidos chegaram a um acordo comercial, resultado de meses de negociações, pelo qual o país asiático deverá pagar tarifas de 15 por cento e investir 550 mil milhões de dólares na primeira economia mundial.

As chamadas denominadas pela Casa Branca “tarifas recíprocas”, com as quais Trump vinha a ameaçar diferentes nações, foram fixadas para o Japão em 15 por cento, abaixo dos 25 por cento anunciados anteriormente, tendo igualmente sido a taxa mais baixa imposta a países que têm um superávit comercial com os Estados Unidos.

As tarifas impostas por Washington ao sector automóvel também ficaram em 15 por cento, 10 pontos abaixo do que havia sido estabelecido meses antes e sem limite no número de veículos importados. A nível global, as exportações japonesas diminuíram em julho 2,6 por cento em relação a Julho de 2024, para 9,35 biliões de ienes, enquanto as importações diminuíram 7,5 por cento, para 9,47 biliões de ienes.

Por partes

Por países, o Japão registou em Julho com a China, o seu maior parceiro comercial, um défice de 609.156 milhões de ienes, o que representa uma redução de 4,8 por cento em relação ao mês homólogo anterior. Com a União Europeia, terceiro parceiro comercial, o Japão registou um saldo negativo no valor de 277,959 milhões de ienes, 57,1 por cento a mais do que no mesmo mês de 2024.

Com o Brasil, o país asiático reduziu o défice em 28,3 por cento em relação ao ano anterior, para 48.092 milhões de ienes, enquanto, no caso do saldo negativo com o Chile, diminuiu 8,8 por cento, para 85.350 milhões de ienes. O Japão, por outro lado, alcançou um superávit comercial com o México no valor de 40.739 milhões de ienes, embora o valor seja 58,2 por cento inferior ao de Julho do ano anterior.

20 Ago 2025

Economia | Banco Popular mantém taxa de referência dos juros nos 3%

O Banco Popular da China (BPC, banco central) anunciou ontem que manterá a taxa de juro de referência em 3 por cento, pelo quarto mês consecutivo, atendendo assim às expectativas dos analistas, que não esperavam alterações.

Na actualização mensal divulgada no portal oficial na internet, a instituição indicou que a taxa de referência para créditos (LPR, em inglês) a um ano se manterá no nível mencionado por, pelo menos, mais um mês.

O indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, serve para fixar o preço dos novos créditos – geralmente para empresas – e dos créditos com juros variáveis, pendentes de reembolso.

O cálculo é feito a partir das contribuições para os preços de uma série de bancos – que inclui pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição ao mal-parado – e tem como objectivo reduzir os custos do endividamento e apoiar a “economia real”. O banco central também indicou ontem que a LPR a 5 anos ou mais – referência para empréstimos hipotecários – continuará em 3,5 por cento, também em linha com as previsões dos especialistas.

A última redução das taxas na China data de maio último, quando a instituição realizou um corte de 10 pontos base: para a LPR a um ano, de 3,1 por cento para 3 por cento, e para a de 5 anos ou mais, de 3,6 por cento para 3,5 por cento.

A decisão era esperada pelos analistas, em face à conjuntura para a segunda economia do mundo, que pode decidir cortes adicionais ao longo do resto do ano.

Além da incerteza causada pelas disputas comerciais com os Estados Unidos, a baixa procura nacional e internacional, aliada aos riscos de deflação, estímulos insuficientes, uma crise imobiliária prolongada ou falta de confiança dos consumidores e sector privado são algumas das causas apontadas pelos analistas para explicar uma recuperação menos brilhante do que o esperado da economia chinesa, após os anos de “covid zero”.

20 Ago 2025

Índia / China | Restabelecidos voos directos e comércio fronteiriço

A Índia e a China chegaram a acordo para reabrir o comércio através da fronteira nos Himalaias e retomar os voos directos, suspensos desde 2020, foi terça-feira divulgado.

Esta aproximação, que procura reconstruir pontes derrubadas após os confrontos fatais na fronteira em 2020, ocorre numa altura de tensões comerciais elevadas entre a Índia e a administração de Donald Trump, após a imposição de uma tarifa de 50 por cento sobre os produtos indianos.

Os acordos foram anunciados terça-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, num comunicado detalhado no final da visita de dois dias do chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, que culminou num encontro com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Ambos os países concordaram em “reabrir o comércio fronteiriço através dos três pontos comerciais designados” e “retomar a conectividade aérea directa (…) o mais rapidamente possível”, segundo a nota. Índia e China concordaram ainda em facilitar a emissão de vistos a turistas, empresários e jornalistas.

No contexto da tensa disputa fronteiriça, ambos os lados concordaram em criar um “grupo de peritos” para explorar o progresso acelerado na delimitação das fronteiras, bem como um “grupo de trabalho” para a gestão eficaz das fronteiras e a prevenção de futuros confrontos.

Pequim também apoiou a Índia para acolher a cimeira dos BRICS (economias emergentes) em 2026, enquanto Nova Deli apoiará a China para a edição de 2027, de acordo com o comunicado.

A visita de Wang serviu também para confirmar a visita de Modi à China no final do mês para participar na cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCX). “O lado chinês saudou a presença do primeiro-ministro indiano Narendra Modi na Cimeira da OCX, a realizar em Tianjin”, concluiu o comunicado.

20 Ago 2025

Efeméride | China prepara-se para revelar série de novas armas

A celebração do fim da Segunda Guerra Mundial e da vitória sobre o Japão deverá apresentar ao mundo o mais recente arsenal de guerra chinês num desfile que contará com Xi Jinping a passar revista às tropas

 

A China vai revelar dentro de duas semanas uma série de novos armamentos que destacam o seu poder militar durante um grande desfile em Pequim, anunciou ontem um responsável militar.

O evento de 03 de Setembro, que está a ser preparado há largas semanas, irá comemorar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e a vitória sobre o Japão, que durante a guerra conduziu uma ocupação brutal e sangrenta do território chinês.

O Presidente Xi Jinping passará revista às tropas na Praça Tiananmen, no centro de Pequim e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, entre outros líderes estrangeiros são esperados. Milhões de chineses morreram durante a longa guerra contra o Japão nas décadas de 1930 e 1940.

O exército chinês apresentará, no dia 03 de Setembro, algumas das suas armas mais recentes, que “reflectem a evolução das formas de guerra moderna”, declarou à imprensa o general de divisão Wu Zeke, um oficial superior do Departamento do Estado-Maior Conjunto da Comissão Militar Central.

“Todas as armas e equipamentos que participam no desfile foram seleccionados entre os principais sistemas de combate actualmente no serviço activo e produzidos no país, com uma grande proporção de novos equipamentos que serão revelados pela primeira vez”, acrescentou. Serão apresentados, nomeadamente, armamentos estratégicos, bombardeiros, caças, sistemas hipersónicos, bem como equipamentos de combate a drones, acrescentou o militar, sem dar mais detalhes.

Poder de fogo

O desfile, que terá uma duração prevista de cerca de 70 minutos, “mostrará plenamente a poderosa capacidade do nosso exército para vencer uma guerra moderna” e “salvaguardar a paz mundial”, salientou. O evento mobilizará também tropas terrestres, que evoluirão em formação, colunas blindadas, esquadrões aéreos e equipamento de ponta.

A China anunciou em Março um aumento de 7,2 por cento no seu orçamento de defesa para 2025, num contexto de rápida modernização das forças armadas e crescente rivalidade com os Estados Unidos. O montante atribuído à defesa tem vindo a aumentar há várias décadas, em sintonia com o desenvolvimento económico.

A China tem o segundo maior orçamento militar do mundo. No entanto, ainda está muito atrás dos Estados Unidos, que fizeram do gigante asiático o seu rival estratégico.

20 Ago 2025

China / Índia | Pequim saúda “dinâmica positiva” das relações

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, em visita a Nova Deli, felicitou o seu homólogo indiano pela actual “dinâmica positiva” das relações bilaterais, apesar de um conflito fronteiriço, informou ontem Pequim.

Os dois países mais populosos do mundo, que juntos representam mais de 2,8 mil milhões de habitantes, travam uma luta por influência no sul da Ásia, para além de uma disputa na fronteira comum nos Himalaias, que em 2020, evoluiu para combates mortais.

As tensões têm sido gradualmente amenizadas através de um diálogo entre militares e diplomatas, e a imposição de direitos aduaneiros pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ao comércio dos Estados Unidos com os dois países está a ajudar a reaproximação de Pequim e Nova Deli.

“As relações sino-indianas apresentam uma dinâmica positiva no sentido de um regresso à via da cooperação”, declarou na segunda-feira Wang Yi, em visita à Índia, ao seu homólogo indiano Subrahmanyam Jaishankar, de acordo com um comunicado do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros publicado ontem.

Os dois países “retomaram gradualmente as trocas e o diálogo a todos os níveis, mantendo a paz e a tranquilidade nas zonas fronteiriças”, acrescenta o texto.

A retoma das relações comerciais na fronteira dos Himalaias está no topo da agenda da visita de Wang Yi. Esse passo acrescentar-se-ia, enquanto símbolo decisivo, aos anúncios sobre o reinício dos voos directos e a emissão de vistos turísticos entre os dois países.

As duas partes devem “aprender com as experiências” do passado e “considerar-se mutuamente como parceiros perante as oportunidades, em vez de adversários ou ameaças”, defendeu Wang Yi. O chefe da diplomacia chinesa deve reunir-se com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante a estadia na Índia.

20 Ago 2025

Japão | Moçambique e Cabo Verde em conferência sobre África

O Presidente de Moçambique e o primeiro-ministro de Cabo Verde são alguns dos dirigentes africanos que participam na 9.ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento de África (TICAD 9), que decorre esta semana em Yokohama.

Com o tema ‘Fortalecimento das parcerias para o desenvolvimento sustentável do continente africano’, a conferência reúne dezenas de personalidades políticas, académicas e financeiras, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para debater o apoio do Japão ao desenvolvimento africano, e é organizada pelo Governo nipónico e pelo Banco Mundial.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, lidera a delegação que é composta, entre outros, pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, do Transporte e Logística, dos Recursos Minerais e Energia, e da Saúde.

“À margem da cimeira, o Presidente da República irá manter encontros com o primeiro-ministro do Japão, entidades de instituições governamentais, parlamentares e responsáveis de empresas japonesas com interesses em Moçambique, bem assim com a comunidade moçambicana residente no Japão”, lê-se na nota enviada à imprensa pela presidência moçambicana.

Também Cabo Verde estará representado a alto nível, com a presença do primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva, que vai intervir no evento temático sobre ‘Construir um Sistema Alimentar Resiliente e uma Economia Local em África, ancorada na Economia Azul e na Agricultura’, organizado pela Sasakawa Peace Foundation, e que contará também com a participação do primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba.

“Este evento visa reforçar a cooperação internacional em sectores estratégicos como a economia azul sustentável, a gestão de recursos marinhos e a agricultura, áreas nas quais Cabo Verde e Japão podem assumir liderança a nível regional e internacional”, lê-se no comunicado do governo de Cabo Verde, no qual se aponta que o chefe de governo manterá também vários “encontros bilaterais, incluindo uma reunião com o seu homólogo japonês”.

Acordos na mesa

De acordo com a imprensa japonesa, o governo e empresas locais deverão assinar mais de 300 memorandos de entendimento com os responsáveis políticos e líderes empresariais africanos que se deslocaram a Yokohama, nos arredores de Tóquio, para participar na conferência.

De acordo com a agência de notícias Nikkei, estes memorandos têm como objectivo ajudar os governos das nações africanas a importar produtos japoneses em várias áreas, incluindo a saúde e a agricultura, através da redução ou até isenção de tarifas.

Num artigo de opinião publicado na revista African Business, o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, defendeu que a TICAD é mais do que um fórum, “é uma plataforma vibrante e viva para forjar parcerias mais profundas, gerar soluções inovadoras e construir uma visão comum para um futuro próspero e sustentável para a África e o mundo”.

No artigo, o chefe do Executivo nipónico aponta três objectivos para o encontro: impulsionar o crescimento económico sustentável através da liderança do setor privado, capacitar jovens e mulheres, e fortalecer a integração regional e a conectividade.

A TICAD decorre de quarta-feira a sexta-feira, com dezenas de encontros e debates sobre o desenvolvimento de África.

20 Ago 2025

China | Li Qiang quer reforço de estímulos ao consumo e investimento

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, instou o Executivo do país a tomar mais medidas para “impulsionar o consumo e o investimento”, num momento em que a economia do país procura cumprir a meta de crescimento anual de 5 por cento.

“Devemos reconhecer as conquistas alcançadas com esforço e a sólida resiliência e dinamismo da nossa economia, o que reforça a confiança, mas, ao mesmo tempo, devemos reconhecer os riscos e desafios que enfrentamos num ambiente externo complexo”, afirmou Li na segunda-feira, numa reunião do Executivo, citado pela agência estatal Xinhua.

São necessárias mais medidas para impulsionar o consumo e o investimento, afirma Li, mencionando especificamente “a necessidade de estabilizar ainda mais o mercado imobiliário”.

Além disso, o chefe do Governo de Pequim pediu medidas para “consolidar a tendência estabilizadora actual” e “estimular a procura de imóveis através de projectos de renovação urbana, incluindo a renovação de habitações deterioradas”.

O primeiro-ministro também exortou a esforços redobrados para impulsionar o consumo, eliminando as restrições aos gastos e acelerando o desenvolvimento de novos motores de crescimento, como o sector de serviços e outras novas formas de consumo.

No final de julho, o Partido Comunista Chinês (PCC) comprometeu-se a “continuar a reforçar” a política macroeconómica no restante de 2025, pedindo o reforço das medidas “quando necessário”.

Nessa reunião, em que participou o Presidente chinês e secretário-geral do PCC, Xi Jinping, o partido acrescentou que “os fundamentos do comércio externo e do investimento serão estabilizados” e que “será dado apoio às empresas gravemente afectadas pelas recentes crises da economia mundial”.

Riscos globais

O PCC instou ainda a que fosse libertado “eficazmente o potencial da procura interna, uma das prioridades de Pequim, através de “medidas específicas para impulsionar o consumo, melhorar as condições de vida da população e dinamizar o investimento privado”.

Da mesma forma, o Banco Popular da China (BPC, banco central) pediu em Maio passado uma maior coordenação entre as políticas monetárias, fiscais e sociais com o objetivo de impulsionar os preços e fortalecer o consumo, no contexto de uma prolongada pressão em baixa sobre os principais indicadores de inflação.

Embora, segundo os dados oficiais, o PIB da China tenha crescido 5,2 por cento no segundo trimestre em termos homólogos, a recuperação ainda enfrenta riscos.

A guerra comercial com os Estados Unidos, a baixa procura nacional e internacional, juntamente com os riscos de deflação, estímulos insuficientes, e crise imobiliária que ainda não atingiu o fundo, ou ainda uma falta de confiança por parte dos consumidores são algumas das causas apontadas pelos analistas para explicar uma recuperação menos brilhante do que o esperado após os anos do “zero covid”.

20 Ago 2025