Areia Preta | Planta confirma construção de mercado na zona

Habituados a deslocarem-se ao Mercado do Iao Hon, os moradores da Areia Preta vão ter o seu mercado, previsto para ser construído no terreno do Pearl Horizon. A revelação consta na Planta de Condições Urbanísticas para o lote que vai ser desenvolvido pela Macau Renovação Urbana

 
[dropcap]O[/dropcap] Governo está a equacionar a possibilidade de ser construído um mercado na Areia Preta, nomeadamente no espaço que estava destinado para a construção do empreendimento de luxo Pearl Horizon. Esta possibilidade está contemplada na Planta de Condições Urbanísticas (PCU) para a futura construção da empresa com capitais públicas Macau Renovação Urbana.
Depois de o terreno na Areia Preta ter sido recuperado, o Executivo de Chui Sai On decidiu que o mesmo seria utilizado para a construção de habitação pública e casas para troca no âmbito da renovação urbana, cujos moldes ainda não estão definidos.
Mas além da construção de habitações públicas, a PCU prevê a construção de um mercado, assim como equipamentos e instalações públicas, que poderão ser, por exemplo, casas-de-banho.
Neste momento, a zona da Areia Preta é servida pelo Mercado do Iao Hon, que fica mais próximo. As outras alternativas para os moradores passam pelo Mercado Vermelho ou o Mercado Tamagnini Barbosa.
Ainda de acordo com a planta que vai ser discutida na terça-feira, as alturas das torres habitacionais poderão ser de 160 metros. Além disso, o futuro empreendimento nesta área vai ter de criar zonas de paragens para veículos para garantir que o trânsito não é afectado por eventuais paragens nas vias de circulação. Após a abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau esta área foi uma das mais atingidas pelo aumento do trânsito. Além disso, é ainda um acesso chave, e único até ao momento, para os Novos Aterros da Zona A.

Mais de 1900 candidatos

O futuro edifício no terreno do Pearl Horizon vai ser utilizado para vender casas aos lesados do empreendimento de luxo. Segundo os dados apresentados pela Macau Renovação Urbana, houve 1932 candidaturas aceites de pessoas que tinham comprado apartamentos do Pearl Horizon e que mostraram interesse em receber uma fracção habitacional no futuro edifício.
No entanto, estes lesados, assim como os futuros participantes no programa de renovação urbana, deverão ter de esperar até 2023 para poderem receber uma habitação.
O projecto está a ser levado a cabo pela Macau Renovação Urbana, empresa presidida pela empresário do sector Peter Lam, sem fins lucrativos. Além destes trabalhos, a Macau Renovação Urbana viu alterado recentemente o seu estatuto, numa decisão aprovada pelo Conselho Executivo, de que Peter Lam também faz parte, para poder assumir projecto do Novo Bairro de Macau, em Zhuhai.

21 Fev 2020

Julgamento do ex-presidente do IPIM agendado para 27 de Abril

[dropcap]J[/dropcap]ackson Chang, ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio do Investimento de Macau (IPIM), vai começar a responder a 27 de Abril pela prática de associação criminosa, corrupção, branqueamento de capitais e violação de segredo. A notícia foi avançada na manhã de ontem pela Rádio Macau, e remete para o alegado esquema de favorecimento na atribuição do estatuto de residente de Macau.

O início do julgamento acontece mais de meio ano depois de Jackson Chang ter sido colocado em prisão preventiva. Jackson Chang encontra-se em Coloane, na prisão, acompanhado por outros notáveis anteriormente condenados, como o antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long e o ex-procurador da RAEM, Ho Chio Meng.

No que diz respeito ao crime de associação criminosa, a moldura penal vai dos 3 aos 10 anos. Porém, se Jackson for considerado como o cabecilha, a moldura aumenta para de 5 a 12 anos. No caso de corrupção passiva para acto ilícito, a pena varia entre 1 e 8 anos. Contudo, se for considerado corrupção passiva para acto lícito, o máximo são dois anos de prisão. Em relação ao branqueamento de capitais, Jackson Chang arrisca uma pena que pode chegar até aos 12 anos. O crime de violação de segredo é o que tem penalização mais leve, com o máximo de um ano de prisão.

Tudo em família

Jackson Chang não é o único membro da família a ser acusado, o mesmo acontece com a filha e a mulher, num processo que envolve mais de 26 arguidos.

Quem também vai estar no banco dos réus é Glória Batalha Ung, antiga secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum Macau e vogal executiva do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento. Glória Batalha, que regressou ao IPIM depois da medida de coacção de suspensão ter sido levantada, vai responder pelos crimes de abuso de poder e violação de segredo.

O MP acusou ainda o antigo director adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM, Miguel Ian Iat Chun, embora a acusação ainda não tenha sido revelada.

Os restantes acusados são empresários de diferentes ramos, assim como familiares e pessoas que terão beneficiado do alegado esquema de atribuição indevida de residência por investimento e a técnicos especializados.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.

“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.

Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.

Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.

Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.

“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.

“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.

Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.

“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020

Petição | Motoristas querem extensão das licenças para colmatar falta de receitas 

O deputado José Pereira Coutinho entrega hoje uma petição na sede do Governo onde se exige medidas de apoio aos taxistas, que também sofrem os efeitos da crise gerada pelo novo coronavírus. O sector exige ajudas semelhantes às que são concedidas às PME e pedem a extensão do prazo de validade das licenças de concessão do serviço

[dropcap]O[/dropcap]s taxistas entregam hoje na sede do Governo uma petição dirigida ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pedem apoios para lidar com a falta de receitas causada pelas medidas de quarentena de combate ao Covid-19. Em causa está o pedido de apoios financeiros e da extensão do prazo de validade das licenças concessionadas.
“Um dos pontos que pedem é a extensão do período de validade da licença. Pretendem que os prazos de validade possam ser estendidos e que não sejam cobradas taxas, que não seja contabilizado este prazo em que estão parados”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho.
Esta não é a primeira vez que o sector dos táxis clama por ajuda. No início do mês, um grupo de 12 associações locais relacionadas com os táxis juntou-se para pedir cinco medidas de urgência ao Executivo.
Entre o pedido, consta a distribuição de 10 mil patacas a cada taxista e empréstimos de 50 mil patacas sem juros para as empresas e ainda a distribuição de materiais de esterilização.
Contudo, a petição apoiada pelo deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) não fala de valores monetários.
“Na petição é referido que os taxistas entendem que este período de inactividade não gerou quaisquer receitas. A maioria dos táxis estão estacionados no parque público da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. À semelhança dos apoios que estão a ser dados às Pequenas e Médias Empresas, também querem que seja encontrada uma solução para a falta de receitas do sector dos táxis”, frisou Coutinho.

Infracções diminuíram

José Pereira Coutinho fala de cerca de 200 famílias afectadas por medidas como o encerramento dos casinos por um período de 15 dias ou a quarentena imposta a todos os que habitam o território, que levaram a que as ruas de Macau tenham ficado vazias.
“Eles querem que o Governo de Macau dê atenção às centenas de famílias que dependem dos salários e das receitas de exploração desta actividade”, disse o deputado, que reuniu esta terça-feira com representantes do sector na sede da ATFPM.
Questionado sobre se estas medidas de apoio se justificam tendo em conta o mau comportamento de muitos taxistas, o deputado à Assembleia Legislativa disse que, desde a entrada em vigor da nova lei dos táxis que o número de infracções tem vindo a diminuir.
“Acreditamos que a maioria dos taxistas são honestos. Dados oficiais mostram que o número de infractores diminuiu drasticamente. Acredita-se que neste momento a situação que existia no passado não tem ocorrido”, concluiu Pereira Coutinho.

21 Fev 2020

Fronteiras | Mais de 900 pessoas sujeitas a inspecção de seis horas

Entre a meia-noite e as 16h00 de ontem, 916 turistas e residentes tinham sido sujeitos à nova medida de inspecção, em que se fica retido durante um período de seis a oito horas em observação

 

[dropcap]N[/dropcap]o dia em que as medidas de inspecção na fronteira ficaram mais exigentes, 916 turistas e residentes que pretendiam entrar no território foram submetidos a uma observação, de entre seis a oito horas. Esta observação aplica-se às pessoas que vêm de zonas consideradas com alta incidência do coronavírus, como Cantão, ou a residentes com múltiplas entradas e saídas para o Interior da China.

Segundo os dados disponibilizados pelo chefe substituto do Departamento para os Assuntos e Residência e Permanência do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), entre os observados, 784 entraram pelas Portas do Cerco, sendo que 738 vieram de zonas de alta incidência. Outros 46 que foram inspeccionados no mesmo local foram residentes com entradas múltiplas. Finalmente, 184 pessoas foram observadas quando entraram na RAEM através do Terminal Marítimo do Pac On. Houve ainda 544 pessoas que quando foram informadas sobre a necessidade de estarem seis horas em observação decidiram regressar ao Interior.

Entre os observados, três residentes foram levados para o Centro Hospitalar Conde São Januário, um por apresentar problemas tracto-respiratórios e dois por se sentirem mal. À hora da conferência, os resultados dos testes ainda não eram conhecidos.

Desde a meia-noite de ontem que só havia um lugar de observação, o que gerou queixas, não só pela longa espera, mas também por falta de acessos a água e à concentração de pessoas no local. Porém, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, defendeu que as seis horas são intencionais. “Temos de fazer uma observação activa de seis a oito horas porque existe a possibilidade de haver pessoas que tomaram medicamentos que reduzem os sintomas antes de passar a fronteira. Nós temos de considerar todas as hipóteses para evitar um surto”, justificou o director.

Face à situação, o Governo optou por abrir um segundo campo de observação, que só entrou em funcionamento horas mais tarde.

Avaliação positiva

No último dia antes medidas mais restritivas passarem a vigorar, e quando ainda se permitia aos trabalhadores não-residentes (TNR) entrarem em Macau, sem ficarem sujeitos a um período de quarentena, registaram-se 55 mil entradas, entre as quais 32 mil de TNR. Houve ainda 1.500 entradas de turistas e 5,8 mil de residentes.

Já ontem, com as novas medidas, contabilizaram-se 406 entradas de TNR, no que representou uma descida de 98 por cento.

“Houve uma redução significativa das entradas e saídas, o que confirma que as medidas do Governo estão a ser eficazes”, considerou Wong Kim Hong.

Ainda em relação à situação actual, Lei Chin Ion admitiu que o risco de epidemia actualmente é “reduzido”, mas que é necessário continuar a tomar medidas e manter as precauções, como ficar em casa. “Neste momento Macau tem um risco reduzido, porque foi ultrapassado um período de 14 dias sem qualquer caso na comunidade. No entanto, há um risco devido à situação das regiões vizinhas”, explicou.

21 Fev 2020

Fronteiras | Mais de 900 pessoas sujeitas a inspecção de seis horas

Entre a meia-noite e as 16h00 de ontem, 916 turistas e residentes tinham sido sujeitos à nova medida de inspecção, em que se fica retido durante um período de seis a oito horas em observação

 
[dropcap]N[/dropcap]o dia em que as medidas de inspecção na fronteira ficaram mais exigentes, 916 turistas e residentes que pretendiam entrar no território foram submetidos a uma observação, de entre seis a oito horas. Esta observação aplica-se às pessoas que vêm de zonas consideradas com alta incidência do coronavírus, como Cantão, ou a residentes com múltiplas entradas e saídas para o Interior da China.
Segundo os dados disponibilizados pelo chefe substituto do Departamento para os Assuntos e Residência e Permanência do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), entre os observados, 784 entraram pelas Portas do Cerco, sendo que 738 vieram de zonas de alta incidência. Outros 46 que foram inspeccionados no mesmo local foram residentes com entradas múltiplas. Finalmente, 184 pessoas foram observadas quando entraram na RAEM através do Terminal Marítimo do Pac On. Houve ainda 544 pessoas que quando foram informadas sobre a necessidade de estarem seis horas em observação decidiram regressar ao Interior.
Entre os observados, três residentes foram levados para o Centro Hospitalar Conde São Januário, um por apresentar problemas tracto-respiratórios e dois por se sentirem mal. À hora da conferência, os resultados dos testes ainda não eram conhecidos.
Desde a meia-noite de ontem que só havia um lugar de observação, o que gerou queixas, não só pela longa espera, mas também por falta de acessos a água e à concentração de pessoas no local. Porém, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau, defendeu que as seis horas são intencionais. “Temos de fazer uma observação activa de seis a oito horas porque existe a possibilidade de haver pessoas que tomaram medicamentos que reduzem os sintomas antes de passar a fronteira. Nós temos de considerar todas as hipóteses para evitar um surto”, justificou o director.
Face à situação, o Governo optou por abrir um segundo campo de observação, que só entrou em funcionamento horas mais tarde.

Avaliação positiva

No último dia antes medidas mais restritivas passarem a vigorar, e quando ainda se permitia aos trabalhadores não-residentes (TNR) entrarem em Macau, sem ficarem sujeitos a um período de quarentena, registaram-se 55 mil entradas, entre as quais 32 mil de TNR. Houve ainda 1.500 entradas de turistas e 5,8 mil de residentes.
Já ontem, com as novas medidas, contabilizaram-se 406 entradas de TNR, no que representou uma descida de 98 por cento.
“Houve uma redução significativa das entradas e saídas, o que confirma que as medidas do Governo estão a ser eficazes”, considerou Wong Kim Hong.
Ainda em relação à situação actual, Lei Chin Ion admitiu que o risco de epidemia actualmente é “reduzido”, mas que é necessário continuar a tomar medidas e manter as precauções, como ficar em casa. “Neste momento Macau tem um risco reduzido, porque foi ultrapassado um período de 14 dias sem qualquer caso na comunidade. No entanto, há um risco devido à situação das regiões vizinhas”, explicou.

21 Fev 2020

Imobiliário | Hotéis criam pacotes de 30 dias a pensar em trabalhadores não-residentes

A medida que obriga TNR vindos do Interior da China a cumprir uma quarentena criou oportunidades para o sector da hotelaria, que procura receitas alternativas face à redução do número de turistas. Por exemplo, uma estadia de 30 noites no hotel Grand Coloane fica por cerca de 12 mil patacas

 

[dropcap]A[/dropcap] redução do número de turistas e a imposição de um período de quarentena para todos os trabalhadores não-residentes (TNR) vindos do Interior levou os hotéis a criarem pacotes de aluguer de quartos por períodos de 30 dias. Esta é uma solução que pretende não só aproveitar a onda de TNR que vai ficar em Macau a partir de hoje, mas também para gerar receitas numa altura em que a ocupação dos hotéis sofreu quebras significativas, devido à epidemia do novo coronavírus.

Um dos espaços que oferece pacotes de 30 noites por 9.999 patacas, mais 1.500 patacas em impostos, é o Grand Coloane, como explicou Elda Lemos, agente imobiliária na JML Property. “Era um pacote de 30 noites que já tinha existido no passado e que agora, face à situação que se vive, volta ao mercado. É uma oferta a pensar não só nos TNR que vão precisar de ficar em Macau, mas também nas pessoas que vivem em zonas habitacionais mais ocupadas e que tentam fugir à confusão”, disse Elda Lemos, ao HM.

Além desta oferta, a agente imobiliária sente que nos últimos dias houve mais hotéis a apostarem no mercado de arrendamento de breve duração: “Estou a sentir que há outros hotéis que para sobreviverem e manterem os seus trabalhadores procuram gerar receitas com produtos alternativos. Não só a pensar nos turistas, mas nos trabalhadores não-residentes ou mesmo nos residentes”, indicou. “Há hotéis que para 30 noites têm preços ao nível de um estúdio, ou seja são preços muito semelhantes, mas que ainda incluem os serviços de hotel. São pacotes altamente atractivos e que se fossem mantidos ao longo do ano haveria muita gente a querer morar nos hotéis”, apontou.

A agente imobiliária da JML Property revelou igualmente que após ter sido anunciado pelo Governo a obrigatoriedade de quarentena que foi abordada por empresas à procura de soluções de curta duração.

Luxo à parte

O cenário traçado por Elda Lemos foi igualmente descrito ao HM por uma fonte conhecedora do sector imobiliário, que pediu para permanecer anónima. “Os hotéis estão numa fase complicada e alguns começaram a arrendar quartos a trabalhadores não-residentes. Há ‘pacotes’ criados para este tipo de trabalhadores e em alguns casos foram acordados com empresas da construção civil, que têm muitos trabalhadores”, foi relatado, ao HM.

Segundo os dados da Direcção de Serviços de Turismo (DST), até sábado cerca de 29 hotéis tinham suspendido as operações devido à falta de clientes. Estas suspensões envolvem cerca de 3 mil quartos e alguns dos hotéis mais luxuosos como MGM Macau e o “13”.

Porém, a fonte ouvida pelo HM acredita que os hotéis de luxo vão evitar o segmento dos TNR nos próximos dias, por uma questão de marca. “Esse tipo de oferta para TNR tem aparecido no mercado, mas não acredito que chegue aos hotéis de cinco estrelas, como nos espaços geridos por MGM ou Wynn, por exemplo. Não acredito que vão procurar receber trabalhadores não-residentes. Vão antes focar os esforços na redução das despesas e procurar outras fontes de clientes”, considerou. No entanto, a tarefa não se avizinha fácil: “Não vai ser nada fácil gerar receitas alternativas no turismo, uma vez que a epidemia está a afectar o mundo, o que dificulta das viagens para Macau”, acrescentou.

Espaços partilhados

Mas a procura de espaços para acomodar os TNR não tem crescido apenas nos hotéis, o mesmo acontece nos edifícios geridos pela empresa Co-Living Macau, que adoptam o estilo de vida em comunidade, ou seja onde as pessoas arrendam um quarto e partilham os espaços comuns com outros moradores.

Segundo Robert Cai, líder do projecto, nos últimos dias houve um amento da procura gerado por empresas, que procuram espaços para alojar os TNR. Este aspecto levou mesmo a empresa a mudar a política de admissões. Enquanto antes apenas aceitava contratos com a duração mínima de três meses, agora permite que a duração mínima seja de um mês.

“Durante este período especial, em que todas as pessoas precisam de um lugar para ficar, permitimos que o arrendamento seja apenas de um mês. Antes, exigíamos que um período mínimo fosse de três meses”, admitiu Robert Cai, ao HM. “A procura tem sido maior devido às empresas que procuram espaços para os TNR. Mas os nossos preços vão manter-se, vamos cobrar pelos contratos de um mês o mesmo valor mensal que cobrávamos pelos contratos de três meses, porque estamos num período com medidas excepcionais”, garantiu.

No que diz respeito a receber TNR vindos do Interior, Robert Cai sublinha que a política do Co-Living passa apenas por aceitá-los depois de terem estado 14 dias seguidos em Macau, sem saírem, e terem um comprovativo que prova estarem bem de saúde. Mesmo assim, o responsável acredita que neste período a taxa de ocupação dos espaços que gere suba dos actuais 50 por cento para os 70 por cento.

“Alternativa divertida”

Mas nem todos os hotéis colocados no mercado têm em mente os não-residentes, há quem também esteja focado nos residentes e no facto de não poderem sair de casa. É este um dos grandes argumentos do Grand Coloane, que pretende captar residentes com a oferta de espaços onde as crianças se possam divertir.

“Os serviços dos hotéis estão a funcionar, os clubhouses estão a funcionar o que é bom para as pessoas com crianças pequenas que já não sabem o que fazer para entretê-las. Têm ainda os jardins e os espaços para brincar. Permite às pessoas que já passaram muito tempo em casa fugirem e ficarem isoladas noutro espaço”, afirmou Elda Lemos.

“É um ambiente limpo, controlado e desinfectado. Isto numa altura em que além das escolas, também os parques e espaços comuns dos prédios estão fechados, o que faz com que sejam uma boa alternativa para a famílias”, completou a agente imobiliária.

 

DSAL | Três mil quartos em hotéis para TNR

A Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais disponibilizou 3.000 quartos em hotéis para trabalhadores não-residentes “por um preço mais baixo”, de acordo com um comunicado emitido ontem. Segundo o Governo, este foi o resultado de negociações “durante dias, com os sectores profissionais e associações comerciais”. No entanto, a DSAL deixou um apelo para que mais hotéis assumam a sua responsabilidade social: “Esperamos que mais hotéis participem nesta iniciativa, proporcionando mais quartos, para assumirmos conjuntamente a responsabilidade social e atravessarmos juntos este momento difícil, satisfazendo a necessidade de alojamento de trabalhadores não residentes face à implementação de medidas durante este período”, foi apelado.

Gregory Ku, director-geral da JLL em Macau, não vê quebras nas vendas

Apesar da epidemia do coronavírus, Gregory Ku, director-geral da representação de Macau da JLL, empresa do ramo imobiliário, não vê quebras no valor das transacções das casas. Pelo menos não é essa a realidade que se regista no mercado, neste momento, contou ao HM. “A curto prazo não vamos ver uma grande redução nas vendas. Não vejo que estejam a ser feitas muitas vendas a preço reduzido. Talvez haja casos pontuais, uma ou outra transacção, mas não é uma tendência”, disse Gregory Ku. “A nível das transacções de habitações não podemos dizer que, por agora, haja um reflexo muito claro no mercado”, acrescentou.

Uma situação diferente pode acontecer no sector das rendas, principalmente devido aos contratos com uma duração reduzida, virados para os trabalhadores não-residentes. Estes apresentam valores mais elevados do que comparados com os contratos mais longos, de três anos. “Estes arrendamentos com uma duração mais curta têm preços mais caros. Por exemplo, se antes o custo do contrato era de 8 mil patacas por mês, agora para um contrato de um mês ou dois meses vai ser de 10 mil patacas por mês”, relatou. “É normal que por um período mais curto e com mais procura estas rendas sejam mais altas”, frisou.

Contudo, o representante da JLL não acredita que os preços destes contratos venham para ficar. “São ofertas de curta duração que vão regressar à normalidade logo após a situação de epidemia chegar ao fim. Até porque os não-residentes preferem regressar a Zhuhai onde os preços de arrendamento são mais baratos”, justificou.

Mercado parado

Por sua vez, Elda Lemos, agente da JML Property, vê o mercado de arrendamento a registar quebras: “Antes do vírus, o mercado estava estável, talvez houvesse uma quebra mesmo muito ligeira, que me leva a dizer que se pode considerar que a situação estava estável. Mas com o coronavírus o arrendamento está em quebra”, reconheceu.

Elda Lemos conta episódios de senhorios que fizeram descontos de 50 por cento do valor da renda aos inquilinos, que com os trabalhos “suspensos” deixaram de ter capacidade para pagar o montante da renda acordados. Em outros casos, houve mesmo pessoas que deixaram os espaços arrendados.

Ainda de acordo com a agente do imobiliário, nesta altura não é possível perceber bem o mercado de venda habitações, porque os serviços do Governo estão encerrados. “Em termos de transacções não podemos falar porque os serviços públicos têm estado fechados e está tudo suspenso, a nível de compras e vendas, mas também de escrituras”, explicou.

20 Fev 2020

Imobiliário | Hotéis criam pacotes de 30 dias a pensar em trabalhadores não-residentes

A medida que obriga TNR vindos do Interior da China a cumprir uma quarentena criou oportunidades para o sector da hotelaria, que procura receitas alternativas face à redução do número de turistas. Por exemplo, uma estadia de 30 noites no hotel Grand Coloane fica por cerca de 12 mil patacas

 
[dropcap]A[/dropcap] redução do número de turistas e a imposição de um período de quarentena para todos os trabalhadores não-residentes (TNR) vindos do Interior levou os hotéis a criarem pacotes de aluguer de quartos por períodos de 30 dias. Esta é uma solução que pretende não só aproveitar a onda de TNR que vai ficar em Macau a partir de hoje, mas também para gerar receitas numa altura em que a ocupação dos hotéis sofreu quebras significativas, devido à epidemia do novo coronavírus.
Um dos espaços que oferece pacotes de 30 noites por 9.999 patacas, mais 1.500 patacas em impostos, é o Grand Coloane, como explicou Elda Lemos, agente imobiliária na JML Property. “Era um pacote de 30 noites que já tinha existido no passado e que agora, face à situação que se vive, volta ao mercado. É uma oferta a pensar não só nos TNR que vão precisar de ficar em Macau, mas também nas pessoas que vivem em zonas habitacionais mais ocupadas e que tentam fugir à confusão”, disse Elda Lemos, ao HM.
Além desta oferta, a agente imobiliária sente que nos últimos dias houve mais hotéis a apostarem no mercado de arrendamento de breve duração: “Estou a sentir que há outros hotéis que para sobreviverem e manterem os seus trabalhadores procuram gerar receitas com produtos alternativos. Não só a pensar nos turistas, mas nos trabalhadores não-residentes ou mesmo nos residentes”, indicou. “Há hotéis que para 30 noites têm preços ao nível de um estúdio, ou seja são preços muito semelhantes, mas que ainda incluem os serviços de hotel. São pacotes altamente atractivos e que se fossem mantidos ao longo do ano haveria muita gente a querer morar nos hotéis”, apontou.
A agente imobiliária da JML Property revelou igualmente que após ter sido anunciado pelo Governo a obrigatoriedade de quarentena que foi abordada por empresas à procura de soluções de curta duração.

Luxo à parte

O cenário traçado por Elda Lemos foi igualmente descrito ao HM por uma fonte conhecedora do sector imobiliário, que pediu para permanecer anónima. “Os hotéis estão numa fase complicada e alguns começaram a arrendar quartos a trabalhadores não-residentes. Há ‘pacotes’ criados para este tipo de trabalhadores e em alguns casos foram acordados com empresas da construção civil, que têm muitos trabalhadores”, foi relatado, ao HM.
Segundo os dados da Direcção de Serviços de Turismo (DST), até sábado cerca de 29 hotéis tinham suspendido as operações devido à falta de clientes. Estas suspensões envolvem cerca de 3 mil quartos e alguns dos hotéis mais luxuosos como MGM Macau e o “13”.
Porém, a fonte ouvida pelo HM acredita que os hotéis de luxo vão evitar o segmento dos TNR nos próximos dias, por uma questão de marca. “Esse tipo de oferta para TNR tem aparecido no mercado, mas não acredito que chegue aos hotéis de cinco estrelas, como nos espaços geridos por MGM ou Wynn, por exemplo. Não acredito que vão procurar receber trabalhadores não-residentes. Vão antes focar os esforços na redução das despesas e procurar outras fontes de clientes”, considerou. No entanto, a tarefa não se avizinha fácil: “Não vai ser nada fácil gerar receitas alternativas no turismo, uma vez que a epidemia está a afectar o mundo, o que dificulta das viagens para Macau”, acrescentou.

Espaços partilhados

Mas a procura de espaços para acomodar os TNR não tem crescido apenas nos hotéis, o mesmo acontece nos edifícios geridos pela empresa Co-Living Macau, que adoptam o estilo de vida em comunidade, ou seja onde as pessoas arrendam um quarto e partilham os espaços comuns com outros moradores.
Segundo Robert Cai, líder do projecto, nos últimos dias houve um amento da procura gerado por empresas, que procuram espaços para alojar os TNR. Este aspecto levou mesmo a empresa a mudar a política de admissões. Enquanto antes apenas aceitava contratos com a duração mínima de três meses, agora permite que a duração mínima seja de um mês.
“Durante este período especial, em que todas as pessoas precisam de um lugar para ficar, permitimos que o arrendamento seja apenas de um mês. Antes, exigíamos que um período mínimo fosse de três meses”, admitiu Robert Cai, ao HM. “A procura tem sido maior devido às empresas que procuram espaços para os TNR. Mas os nossos preços vão manter-se, vamos cobrar pelos contratos de um mês o mesmo valor mensal que cobrávamos pelos contratos de três meses, porque estamos num período com medidas excepcionais”, garantiu.
No que diz respeito a receber TNR vindos do Interior, Robert Cai sublinha que a política do Co-Living passa apenas por aceitá-los depois de terem estado 14 dias seguidos em Macau, sem saírem, e terem um comprovativo que prova estarem bem de saúde. Mesmo assim, o responsável acredita que neste período a taxa de ocupação dos espaços que gere suba dos actuais 50 por cento para os 70 por cento.

“Alternativa divertida”

Mas nem todos os hotéis colocados no mercado têm em mente os não-residentes, há quem também esteja focado nos residentes e no facto de não poderem sair de casa. É este um dos grandes argumentos do Grand Coloane, que pretende captar residentes com a oferta de espaços onde as crianças se possam divertir.
“Os serviços dos hotéis estão a funcionar, os clubhouses estão a funcionar o que é bom para as pessoas com crianças pequenas que já não sabem o que fazer para entretê-las. Têm ainda os jardins e os espaços para brincar. Permite às pessoas que já passaram muito tempo em casa fugirem e ficarem isoladas noutro espaço”, afirmou Elda Lemos.
“É um ambiente limpo, controlado e desinfectado. Isto numa altura em que além das escolas, também os parques e espaços comuns dos prédios estão fechados, o que faz com que sejam uma boa alternativa para a famílias”, completou a agente imobiliária.
 

DSAL | Três mil quartos em hotéis para TNR

A Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais disponibilizou 3.000 quartos em hotéis para trabalhadores não-residentes “por um preço mais baixo”, de acordo com um comunicado emitido ontem. Segundo o Governo, este foi o resultado de negociações “durante dias, com os sectores profissionais e associações comerciais”. No entanto, a DSAL deixou um apelo para que mais hotéis assumam a sua responsabilidade social: “Esperamos que mais hotéis participem nesta iniciativa, proporcionando mais quartos, para assumirmos conjuntamente a responsabilidade social e atravessarmos juntos este momento difícil, satisfazendo a necessidade de alojamento de trabalhadores não residentes face à implementação de medidas durante este período”, foi apelado.

Gregory Ku, director-geral da JLL em Macau, não vê quebras nas vendas

Apesar da epidemia do coronavírus, Gregory Ku, director-geral da representação de Macau da JLL, empresa do ramo imobiliário, não vê quebras no valor das transacções das casas. Pelo menos não é essa a realidade que se regista no mercado, neste momento, contou ao HM. “A curto prazo não vamos ver uma grande redução nas vendas. Não vejo que estejam a ser feitas muitas vendas a preço reduzido. Talvez haja casos pontuais, uma ou outra transacção, mas não é uma tendência”, disse Gregory Ku. “A nível das transacções de habitações não podemos dizer que, por agora, haja um reflexo muito claro no mercado”, acrescentou.
Uma situação diferente pode acontecer no sector das rendas, principalmente devido aos contratos com uma duração reduzida, virados para os trabalhadores não-residentes. Estes apresentam valores mais elevados do que comparados com os contratos mais longos, de três anos. “Estes arrendamentos com uma duração mais curta têm preços mais caros. Por exemplo, se antes o custo do contrato era de 8 mil patacas por mês, agora para um contrato de um mês ou dois meses vai ser de 10 mil patacas por mês”, relatou. “É normal que por um período mais curto e com mais procura estas rendas sejam mais altas”, frisou.
Contudo, o representante da JLL não acredita que os preços destes contratos venham para ficar. “São ofertas de curta duração que vão regressar à normalidade logo após a situação de epidemia chegar ao fim. Até porque os não-residentes preferem regressar a Zhuhai onde os preços de arrendamento são mais baratos”, justificou.

Mercado parado

Por sua vez, Elda Lemos, agente da JML Property, vê o mercado de arrendamento a registar quebras: “Antes do vírus, o mercado estava estável, talvez houvesse uma quebra mesmo muito ligeira, que me leva a dizer que se pode considerar que a situação estava estável. Mas com o coronavírus o arrendamento está em quebra”, reconheceu.
Elda Lemos conta episódios de senhorios que fizeram descontos de 50 por cento do valor da renda aos inquilinos, que com os trabalhos “suspensos” deixaram de ter capacidade para pagar o montante da renda acordados. Em outros casos, houve mesmo pessoas que deixaram os espaços arrendados.
Ainda de acordo com a agente do imobiliário, nesta altura não é possível perceber bem o mercado de venda habitações, porque os serviços do Governo estão encerrados. “Em termos de transacções não podemos falar porque os serviços públicos têm estado fechados e está tudo suspenso, a nível de compras e vendas, mas também de escrituras”, explicou.

20 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 

[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.

Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.

Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.

A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.

José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.

“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.

“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.

O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.

O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020

Quarentena | Tratamento diferenciado para residentes em Zhuhai visto como aceitável

O diferente impacto para a economia de trabalhadores residentes e não-residentes e a protecção dos locais fazem com que a decisão de limitar a quarentena aos TNR seja encarada por José Sales Marques e Miguel de Senna Fernandes como acertada, nesta fase

 
[dropcap]A[/dropcap] partir de amanhã entra em vigor o regime de quarentena obrigatória de 14 dias para os trabalhadores não-residentes (TNR) que tentem entrar em Macau vindos do Interior da China. A medida deixa de fora os residentes que vivem em Zhuhai e que todos os dias atravessam a fronteira, numa opção que é tida como compreensível para Miguel de Senna Fernandes, advogado e presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, e José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus.
Ao HM, Miguel de Senna Fernandes admitiu ainda estar a “digerir” a diferenciação e admite mudar de opinião no futuro, à luz de novos factos, mas por enquanto aceita o tratamento diferenciado. “Não vou dramatizar e vou tentar evitar entrar na perspectiva da existência uma discriminação”, começou por ressalvar. “Mas acho que é preciso constatar que muitos trabalhadores não-residentes vivem em Zhuhai e em outras zonas do Interior. Por isso, são pessoas que muitas vezes estão fora do controlo sanitário de Macau. Por esta razão e por precaução foi tomada esta medida”, apontou.
Miguel de Senna Fernandes fala de realidades diferentes entre residentes e não-residentes, mas prevê que a medida vai ser estendida a todos, caso a situação da epidemia se agrave. “Tento perceber é que esta medida é faseada. Toda a gente concorda que é preciso precaução nas entradas e saídas, inclusive com os residentes. Mas há que começar por algum lado e, como é óbvio, em Macau coloca-se os residentes em primeiro lugar”, afirmou.
A medida é igualmente apoiada por José Sales Marques, para quem o Governo teve em conta nesta decisão o impacto que os residentes de Macau que vivem em Zhuhai têm na economia da RAEM. “Parece-me que esta medida do Governo de ainda não impor uma quarentena a estes residentes, embora isso não seja posto de parte, é acertada”, opinou. “Não digo que os TNR não sejam importantes, obviamente que são, mas quando falamos de residentes de Macau estamos a falar de outro tipo de empregos e lugares que ocupam num serviço ou numa empresa”, considerou.
José Sales Marques avisou ainda contra uma eventual quarentena dos residentes a viver em Zhuhai: “Se o Governo, com a informação e avaliação do risco que tem, sente que a circulação dos residentes ainda é possível, então acho que deve ser mantida. Mas se, por outro motivo, passarem a considerar que não é possível a circulação desses residentes, não há nada que se possa fazer a não ser implementar”, reconheceu.
“Mas posso garantir que essa medida vai colocar muitos problemas no funcionamento normal de empresas, serviços públicos e outras instituições, como o próprio Instituto de Estudos Europeus”, avisou.

Elogio da transparência

Também consensual para Miguel de Senna Fernandes e José Sales Marques é o desempenho do Governo de Ho Iat Seng, principalmente pela forma como tem mostrado disponibilidade para comunicar e responder às perguntas sobre as diferentes decisões.
“O Governo está bastante bem. Sinto que em Macau há uma avaliação muito positiva, não só pela competência, que é muito importante, mas pelo bom senso. Há uma vontade de comunicar, que é fundamental. O que vemos é que as conferências de imprensa são diárias e, mesmo que não seja todos os dias, às vezes chegam a ter três secretários”, sublinhou Sales Marques. “É uma postura muito boa e isso dá confiança aos cidadãos. Vemos que o Governo está a seguir os acontecimentos ao segundo e a procurar as melhores soluções possíveis”, completou.
O modelo de abertura para enfrentar as questões foi igualmente elogiado por Senna Fernandes. “A imagem do Governo com a conferência de imprensa diária, sempre à mesma hora e com uma equipa para responder à imprensa, demonstra uma vontade de colaborar e estar sujeito a qualquer tipo de perguntas. Mostra-se tudo o que se sabe sobre o coronavírus”, considerou. “Há uma imagem de transparência a 100 por cento”, apontou.
O advogado sublinhou ainda a coragem nas medidas adoptadas, que se reflectiram no encerramento dos casinos. “Tem sido adoptada uma atitude muito frontal e corajosa. E é isso que é preciso num Chefe do Executivo. Acho que isso ficou bem visto com a paragem do jogo”, opinou. “O jogo é o coração da economia de Macau, quando pára o jogo pára a economia e pára tudo. E ter uma posição tão firme face ao encerramento dos casinos exige muita coragem, porque todos percebemos que há muita coisa que está em jogo, nos aspectos financeiros, laborais, sociais. […] E essa atitude aconteceu e não foi contrariada, pelo contrário toda a gente concordou”, completou.

19 Fev 2020

TNR | Número de entradas aumenta após anúncio de medidas

Até às 16h de ontem tinham entrado quase tantos trabalhadores não-residentes em Macau como no dia anterior. A tendência deverá continuar durante o dia de hoje, prazo limite para que os TNR vindos do Interior entrem na RAEM sem serem obrigados a cumprir a uma quarentena de 14 dias

 

[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio das medidas de quarentena, entraram mais 5 mil trabalhadores não-residentes (TNR), o que representa um aumento de um terço, ou 33 por cento. Segundo os dados fornecidos ontem por Ma Chio Hong, chefe de Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, até às 16h00 de segunda-feira, antes do anúncio das medidas, tinham entrado no território 15 mil TNR. No entanto, ontem, pela mesma hora, o número já era de 20 mil TNR.

Ainda de acordo com os números apresentados pelo CPSP, o número de entradas de TNR, ontem pelas 16h00, já praticamente ultrapassava o valor total de segunda-feira, quando tinham entrado 21 mil TNR.

“Existe uma subida no número de entradas porque as empresas pararam o funcionamento e agora estão a regressar à actividade, não se deve apenas às medidas anunciadas ontem [segunda-feira], mas à reabertura das empresas”, afirmou Wong Kim Hong, chefe-substituto do Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP.

Ainda no mesmo período, em relação às saídas, também houve um aumento, mas a um ritmo mais lento. Assim, até às 16h00 tinham saído 4 mil TNR de Macau, número que subiu para 7,1 mil até às 16h00 de ontem.

Contudo, o CPSP negou que houvesse uma corrida às Portas do Cerco, como surgiu num vídeo a circular através das redes sociais: “Não houve uma grande concentração nas Portas do Cerco, como mostra um vídeo que anda a circular. Essas imagens foram gravadas noutro dia”, alertou Wong. “As pessoas podem acompanhar a situação das fronteiras através da aplicação do CPSP que tem imagens em tempo real da situação nas fronteiras”, foi acrescentado.

A partir da meia noite de amanhã, ou seja esta madrugada, entra em vigor a quarentena para todos os TNR que venham do Interior da China. O CPSP não tem uma estimativa para o número de entradas que se espera para o dia de hoje, mas garante que a situação vai ser acompanhada.

Pensões ilegais

Com a estadia em Macau de mais TNR, que precisam de alojamento, as autoridades prometem estar atentas ao fenómeno das pensões ilegais, assim como da conversão de edifícios industriais em dormitórios.

Em relação a esta questão, as autoridades prometem apertar a fiscalização, mas pedem aos residentes que denunciem as situações, caso tenham conhecimento das mesmas.

“Desde 27 de Janeiro que os Serviços de Polícia Unitários, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária fizeram 441 operações sobre alojamento ilegal. Em 31 dos casos verificou-se suspeitas em fracções autónomas. Vamos continuar a fazer a fiscalização”, assegurou Wong Kim Hong. “Sabemos que os edifícios industriais têm uma finalidade que não é habitacional. Por isso, mesmo que não haja porteiros nesses espaços, pedimos aos residentes que denunciem as situações”, apelou.

 

8.750 patacas por quarentena

Os trabalhadores não-residentes (TNR) que tiverem estado nos últimos 14 dias no Interior e cumpram o período de quarentena em Macau vão ter de pagar 8.750 patacas, segundo a informação avançada ontem pelo Governo. O isolamento é feito no hotel Pousada Marina Infante, propriedade do deputado Vitor Cheung Lap Kwan e está arrendado para efeitos de quarentena desde que o surto do coronavírus chegou a Macau. Durante este período, segundo os números da Direcção de Serviços de Turismo, a taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram em funcionamento é de 16 por cento.

Votos de confiança

Ao contrário dos casinos, espaços como bares, discotecas, ginásios, entre outros, vão continuar proibidos de operar. A adopção de um critério diferente foi justificada por Inês Chan, representante da DST, com o facto de o Governo ter mais confiança nas concessionárias do jogo do que nas Pequenas e Médias Empresas. “A nossa decisão teve por base a capacidade de resposta a situações de risco e a competência para lidar com essas situações. Quando falamos das concessionárias são empresas que conhecemos muito bem e sobre quem temos todos os dados, por isso estão autorizadas a operar”, apontou. “Entre as Pequenas e Médias Empresas também há aquelas com capacidade de lidarem com situações de risco, mas nós temos menos informação sobre elas. Por isso nesta fase apenas vamos ter os casinos a funcionar”, justificou.

19 Fev 2020

TNR | Número de entradas aumenta após anúncio de medidas

Até às 16h de ontem tinham entrado quase tantos trabalhadores não-residentes em Macau como no dia anterior. A tendência deverá continuar durante o dia de hoje, prazo limite para que os TNR vindos do Interior entrem na RAEM sem serem obrigados a cumprir a uma quarentena de 14 dias

 
[dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio das medidas de quarentena, entraram mais 5 mil trabalhadores não-residentes (TNR), o que representa um aumento de um terço, ou 33 por cento. Segundo os dados fornecidos ontem por Ma Chio Hong, chefe de Divisão de Operações e Comunicações do Corpo de Polícia de Segurança Pública, até às 16h00 de segunda-feira, antes do anúncio das medidas, tinham entrado no território 15 mil TNR. No entanto, ontem, pela mesma hora, o número já era de 20 mil TNR.
Ainda de acordo com os números apresentados pelo CPSP, o número de entradas de TNR, ontem pelas 16h00, já praticamente ultrapassava o valor total de segunda-feira, quando tinham entrado 21 mil TNR.
“Existe uma subida no número de entradas porque as empresas pararam o funcionamento e agora estão a regressar à actividade, não se deve apenas às medidas anunciadas ontem [segunda-feira], mas à reabertura das empresas”, afirmou Wong Kim Hong, chefe-substituto do Departamento para os Assuntos de Residência e Permanência do CPSP.
Ainda no mesmo período, em relação às saídas, também houve um aumento, mas a um ritmo mais lento. Assim, até às 16h00 tinham saído 4 mil TNR de Macau, número que subiu para 7,1 mil até às 16h00 de ontem.
Contudo, o CPSP negou que houvesse uma corrida às Portas do Cerco, como surgiu num vídeo a circular através das redes sociais: “Não houve uma grande concentração nas Portas do Cerco, como mostra um vídeo que anda a circular. Essas imagens foram gravadas noutro dia”, alertou Wong. “As pessoas podem acompanhar a situação das fronteiras através da aplicação do CPSP que tem imagens em tempo real da situação nas fronteiras”, foi acrescentado.
A partir da meia noite de amanhã, ou seja esta madrugada, entra em vigor a quarentena para todos os TNR que venham do Interior da China. O CPSP não tem uma estimativa para o número de entradas que se espera para o dia de hoje, mas garante que a situação vai ser acompanhada.

Pensões ilegais

Com a estadia em Macau de mais TNR, que precisam de alojamento, as autoridades prometem estar atentas ao fenómeno das pensões ilegais, assim como da conversão de edifícios industriais em dormitórios.
Em relação a esta questão, as autoridades prometem apertar a fiscalização, mas pedem aos residentes que denunciem as situações, caso tenham conhecimento das mesmas.
“Desde 27 de Janeiro que os Serviços de Polícia Unitários, o Corpo de Polícia de Segurança Pública e a Polícia Judiciária fizeram 441 operações sobre alojamento ilegal. Em 31 dos casos verificou-se suspeitas em fracções autónomas. Vamos continuar a fazer a fiscalização”, assegurou Wong Kim Hong. “Sabemos que os edifícios industriais têm uma finalidade que não é habitacional. Por isso, mesmo que não haja porteiros nesses espaços, pedimos aos residentes que denunciem as situações”, apelou.
 

8.750 patacas por quarentena

Os trabalhadores não-residentes (TNR) que tiverem estado nos últimos 14 dias no Interior e cumpram o período de quarentena em Macau vão ter de pagar 8.750 patacas, segundo a informação avançada ontem pelo Governo. O isolamento é feito no hotel Pousada Marina Infante, propriedade do deputado Vitor Cheung Lap Kwan e está arrendado para efeitos de quarentena desde que o surto do coronavírus chegou a Macau. Durante este período, segundo os números da Direcção de Serviços de Turismo, a taxa de ocupação dos hotéis que se mantiveram em funcionamento é de 16 por cento.

Votos de confiança

Ao contrário dos casinos, espaços como bares, discotecas, ginásios, entre outros, vão continuar proibidos de operar. A adopção de um critério diferente foi justificada por Inês Chan, representante da DST, com o facto de o Governo ter mais confiança nas concessionárias do jogo do que nas Pequenas e Médias Empresas. “A nossa decisão teve por base a capacidade de resposta a situações de risco e a competência para lidar com essas situações. Quando falamos das concessionárias são empresas que conhecemos muito bem e sobre quem temos todos os dados, por isso estão autorizadas a operar”, apontou. “Entre as Pequenas e Médias Empresas também há aquelas com capacidade de lidarem com situações de risco, mas nós temos menos informação sobre elas. Por isso nesta fase apenas vamos ter os casinos a funcionar”, justificou.

19 Fev 2020

Vulnerabilidades

[dropcap]N[/dropcap]ão sou especialista em saúde, nem tenho intenções de ser. Contudo, se virmos a taxa de mortalidade do COVID-19 em Wuhan e fora da província de Hubei parece muito claro que as mortes se devem mais à falência do sistema de saúde local do que à mortalidade da doença. As imagens de uma mãe que tentava levar a filha aos tratamentos para a leucemia em Hubei mostra como a saúde faliu na província.

Este aspecto por si só devia ser uma grande lição para o Interior, que espero que tire as ilações devidas, mas também para Macau. A resposta do Governo de Ho Iat Seng tem sido justamente elogiada. Mas se tivesse surgido um surto local teria o sistema de saúde de Macau capacidade de resposta? Respondo com um redondo não.

No início, o número de camas para isolamento rondava as 350, o que é alarmante. É chocante como uma região tão traumatizada com a SARS não tem melhores equipamentos para as doenças infecto-contagiosas.

Mas não é surpreendente. Chui Sai On foi uma nulidade que teve sorte de governar num período em que o dinheiro nunca parou de entrar. No entanto, em questões de segurança da população fez zero. Em relação aos tufões foi preciso acabar a sorte e morrerem 10 pessoas com o Hato para criar um mecanismo de resposta adequado.

Na saúde aconteceu o mesmo. Em dez anos não conseguiu terminar um hospital, nem um centro de doenças infecto-contagiosas, o que nos deixa a todos numa posição vulnerável. Resta-nos esperar que a RAEM continue a ser protegida pela sorte nos próximos meses e o Governo de Ho corrija as vulnerabilidades deixadas por Chui. Chega de jogar à roleta russa com a segurança da população.

18 Fev 2020

Petição | Cerca de 400 condutores pedem ajuda a Ho Iat Seng

Um grupo de motoristas de autocarros de turismo fala em salários de 2 mil e 3 mil patacas e pede a Ho Iat Seng que sejam disponibilizados empréstimos sem juros para os profissionais do sector, numa altura em que o turismo entrou em crise devido ao Covid-19

 

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de motoristas de autocarros de turismo pediu a Ho Iat Seng que crie medidas de apoio aos profissionais do sector com empréstimos sem juros e antecipação dos pagamentos do subsídio do Regime de Previdência Central Não-Obrigatório. O pedido de auxílio foi entregue ontem, às 15h00, na sede do Chefe do Executivo, com a assistência do deputado José Pereira Coutinho.

De acordo com os representantes de um grupo de 400 profissionais do sector, há famílias em situação de carência, o que descrevem como “as ruas da amargura”. Uma das pessoas que assumiu a posição em que se encontra foi Wong Tim Iao, motorista que ficou desempregado na sequência do impacto do Covido-19 para o sector do turismo.

Ontem, em declarações aos jornalistas, Wong admitiu que está a viver à conta da mulher, que recebe um salário na indústria do jogo que ronda as 10 mil patacas, e ainda de empréstimos de amigos. Além de pagar uma renda de 7 mil patacas, tem ainda de cobrir os custos de educação do filho, de 3 anos, e da filha de 7 anos.

No entanto, a situação estende-se a outros profissionais, mesmo empregados. Isto porque a indústria pratica salários base de 2 mil a 3 mil patacas, com o restante a ser pago em função do número de turistas transportados. Como não há turistas a vir a Macau em número suficiente, os profissionais não conseguem ganhar mais do que o salário base.

Face a este cenário, o deputado José Pereira Coutinho voltou a apelar à revisão das leis laborais e à criação de um regime que permita uma lei dos sindicatos, assim como a negociação colectiva. No entanto, o deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), aponta que a prioridade é outra: “Neste momento os condutores não têm trabalho, mas têm família e despesas fixas, como as rendas. Dada a gravidade da situação entenderam vir ter directamente com o Chefe do Executivo porque cada dia que passa é mais um dia de sofrimento e menos um dia de apoio”, disse Coutinho, durante a entrega da petição. “A prioridades neste momento passa agora por encontrar uma solução para estas famílias”, acrescentou.

Seguros e férias

O problema em casa afecta principalmente os condutores dos autocarros de turismo, mas também há trabalhadores que conduzem shuttles dos casinos. Alguns deste terão ficado sem trabalho, mas o Governo anunciou o encerramento dos espaços de jogo.

Em relação às medidas para o sector, Wong Tim Iao queixou-se igualmente dos seguros praticados, que só cobrem despesas superiores a 50 mil patacas. Em caso de incidentes com um montante inferior são os condutores que têm de suportar os custos.

Por outro lado, outra das queixas do sector passa pelo facto de muitos condutores não terem contratos a tempo inteiro, mas apenas a tempo parcial, o que faz com que não tenham direito a férias nem subsídios por doença ou apoios de assistência médica.

18 Fev 2020

Petição | Cerca de 400 condutores pedem ajuda a Ho Iat Seng

Um grupo de motoristas de autocarros de turismo fala em salários de 2 mil e 3 mil patacas e pede a Ho Iat Seng que sejam disponibilizados empréstimos sem juros para os profissionais do sector, numa altura em que o turismo entrou em crise devido ao Covid-19

 
[dropcap]U[/dropcap]m grupo de motoristas de autocarros de turismo pediu a Ho Iat Seng que crie medidas de apoio aos profissionais do sector com empréstimos sem juros e antecipação dos pagamentos do subsídio do Regime de Previdência Central Não-Obrigatório. O pedido de auxílio foi entregue ontem, às 15h00, na sede do Chefe do Executivo, com a assistência do deputado José Pereira Coutinho.
De acordo com os representantes de um grupo de 400 profissionais do sector, há famílias em situação de carência, o que descrevem como “as ruas da amargura”. Uma das pessoas que assumiu a posição em que se encontra foi Wong Tim Iao, motorista que ficou desempregado na sequência do impacto do Covido-19 para o sector do turismo.
Ontem, em declarações aos jornalistas, Wong admitiu que está a viver à conta da mulher, que recebe um salário na indústria do jogo que ronda as 10 mil patacas, e ainda de empréstimos de amigos. Além de pagar uma renda de 7 mil patacas, tem ainda de cobrir os custos de educação do filho, de 3 anos, e da filha de 7 anos.
No entanto, a situação estende-se a outros profissionais, mesmo empregados. Isto porque a indústria pratica salários base de 2 mil a 3 mil patacas, com o restante a ser pago em função do número de turistas transportados. Como não há turistas a vir a Macau em número suficiente, os profissionais não conseguem ganhar mais do que o salário base.
Face a este cenário, o deputado José Pereira Coutinho voltou a apelar à revisão das leis laborais e à criação de um regime que permita uma lei dos sindicatos, assim como a negociação colectiva. No entanto, o deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), aponta que a prioridade é outra: “Neste momento os condutores não têm trabalho, mas têm família e despesas fixas, como as rendas. Dada a gravidade da situação entenderam vir ter directamente com o Chefe do Executivo porque cada dia que passa é mais um dia de sofrimento e menos um dia de apoio”, disse Coutinho, durante a entrega da petição. “A prioridades neste momento passa agora por encontrar uma solução para estas famílias”, acrescentou.

Seguros e férias

O problema em casa afecta principalmente os condutores dos autocarros de turismo, mas também há trabalhadores que conduzem shuttles dos casinos. Alguns deste terão ficado sem trabalho, mas o Governo anunciou o encerramento dos espaços de jogo.
Em relação às medidas para o sector, Wong Tim Iao queixou-se igualmente dos seguros praticados, que só cobrem despesas superiores a 50 mil patacas. Em caso de incidentes com um montante inferior são os condutores que têm de suportar os custos.
Por outro lado, outra das queixas do sector passa pelo facto de muitos condutores não terem contratos a tempo inteiro, mas apenas a tempo parcial, o que faz com que não tenham direito a férias nem subsídios por doença ou apoios de assistência médica.

18 Fev 2020

Emprego | Operários defendem subsídios para formação

Ella Lei e Leong Sun Iok estiveram reunidos com representantes da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais para discutir a criação de mais subsídios para a formação dos trabalhadores despedidos devido à epidemia do novo coronavírus

 

[dropcap]O[/dropcap]s deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ella Lei e Leong Sun Iok, defenderam a criação de mais subsídios para a requalificação dos trabalhadores locais. Este foi um dos principais pontos discutidos numa reunião entre os representantes dos Operários e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.

Segundo o comunicado da FAOM, face ao novo coronavírus, baptizado Covid-19, muitos trabalhadores locais estão a ser afectados directamente devido ao encerramento temporário dos locais onde trabalham, que faz com que os seus rendimentos sejam penalizados, por terem de gozar licenças sem vencimento, ou mesmo por casos de despedimento. De acordo com os deputados, as indústrias mais afectadas até agora são a construção, o sector do turismo, centros e lojas de beleza, restauração, hotelaria e ainda os transportes.

Face à redução dos empregos, Leong Sun Ion e Ella Lei discutiram com a DSAL as dificuldades que muitos destes trabalhadores têm em trocar de emprego para áreas diferentes, devido a não possuírem as qualificações necessárias. Por isso, os legisladores estiveram a discutir a criação de mais subsídios para que as pessoas que se vejam desempregadas possam ser pagas para receberem formação numa área nova, com outra saída profissional.

Os deputados apelaram ao Governo que comece um estudo de viabilidade sobre a medida e que identifique as principais áreas que precisam de mão-de-obra, para que a requalificação seja feita a pensar nas principais carências do mercado de trabalho.

Ofertas de emprego

No mesmo encontro, que apenas foi divulgado ontem, apesar de ter decorrido na semana passada, os representantes dos Operários terão ainda questionado o Executivo sobre o impacto do novo coronavírus para o sistema de oferta de empregos da DSAL.

Na resposta a esta questão, a comitiva liderada por Wong Chi Hong, director da DSAL, terá reconhecido que houve empresas que tiraram os anúncios, uma vez que as operações estão suspensas. No entanto, o sistema vai ser actualizado tão depressa quanto possível com o regresso ao funcionamento normal do Governo.

Por outro lado, Wong garantiu aos deputados partilhar das mesmas preocupações ao nível dos eventuais desempregados e afirmou que as áreas que vão merecer uma maior aposta para a formação são a construção, restauração e hotelaria.

Em relação às pessoas que procuram emprego, a DSAL explicou aos deputados que é possível fazer um registo online na página electrónica, que mostra igualmente as ofertas disponíveis.

17 Fev 2020

Emprego | Operários defendem subsídios para formação

Ella Lei e Leong Sun Iok estiveram reunidos com representantes da Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais para discutir a criação de mais subsídios para a formação dos trabalhadores despedidos devido à epidemia do novo coronavírus

 
[dropcap]O[/dropcap]s deputados da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ella Lei e Leong Sun Iok, defenderam a criação de mais subsídios para a requalificação dos trabalhadores locais. Este foi um dos principais pontos discutidos numa reunião entre os representantes dos Operários e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.
Segundo o comunicado da FAOM, face ao novo coronavírus, baptizado Covid-19, muitos trabalhadores locais estão a ser afectados directamente devido ao encerramento temporário dos locais onde trabalham, que faz com que os seus rendimentos sejam penalizados, por terem de gozar licenças sem vencimento, ou mesmo por casos de despedimento. De acordo com os deputados, as indústrias mais afectadas até agora são a construção, o sector do turismo, centros e lojas de beleza, restauração, hotelaria e ainda os transportes.
Face à redução dos empregos, Leong Sun Ion e Ella Lei discutiram com a DSAL as dificuldades que muitos destes trabalhadores têm em trocar de emprego para áreas diferentes, devido a não possuírem as qualificações necessárias. Por isso, os legisladores estiveram a discutir a criação de mais subsídios para que as pessoas que se vejam desempregadas possam ser pagas para receberem formação numa área nova, com outra saída profissional.
Os deputados apelaram ao Governo que comece um estudo de viabilidade sobre a medida e que identifique as principais áreas que precisam de mão-de-obra, para que a requalificação seja feita a pensar nas principais carências do mercado de trabalho.

Ofertas de emprego

No mesmo encontro, que apenas foi divulgado ontem, apesar de ter decorrido na semana passada, os representantes dos Operários terão ainda questionado o Executivo sobre o impacto do novo coronavírus para o sistema de oferta de empregos da DSAL.
Na resposta a esta questão, a comitiva liderada por Wong Chi Hong, director da DSAL, terá reconhecido que houve empresas que tiraram os anúncios, uma vez que as operações estão suspensas. No entanto, o sistema vai ser actualizado tão depressa quanto possível com o regresso ao funcionamento normal do Governo.
Por outro lado, Wong garantiu aos deputados partilhar das mesmas preocupações ao nível dos eventuais desempregados e afirmou que as áreas que vão merecer uma maior aposta para a formação são a construção, restauração e hotelaria.
Em relação às pessoas que procuram emprego, a DSAL explicou aos deputados que é possível fazer um registo online na página electrónica, que mostra igualmente as ofertas disponíveis.

17 Fev 2020

Covid-19 | Governo anunciou a recuperação de uma mãe e filho

Com os resultados apresentados ontem, sobem para cinco os casos curados na RAEM de pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Até agora, todos os recuperados são da província de Hubei, uma vez que os três casos locais continuam internados

 

[dropcap]O[/dropcap] número de infectados com o coronavírus e de recuperados no território subiu para cinco, após uma mãe, de 39 anos, e um filho, de 21 anos, terem tido alta. Nesta altura, permanecem cinco pessoas internadas devido ao vírus, entre as quais três residentes, e contabilizam-se cinco casos curados.

Apesar dos resultados positivos, ontem na conferência de imprensa, Lo Iek Lon, médico do Centro Hospitalar Conde São Januário, avisou que a epidemia ainda está longe de ter chegado ao fim e pediu às pessoas para ficarem em casa o maior tempo possível.

“O facto de não haver novos casos há 12 dias dá-nos grande satisfação. É o resultado das medidas do Governo e do esforço da população”, afirmou o médico. “Mas não podemos relaxar. As pessoas não devem ir jantar juntas e conviver porque há risco de contágio […] Às vezes parece que se fala como se a epidemia tivesse chegado ao fim. Mas não chegou ao fim”, acrescentou.

Em relação aos casos com alta ontem, ambos os pacientes estavam internados desde 25 de Janeiro, depois de terem chegado à RAEM no dia 21 do mesmo mês. A mãe foi a primeira a apresentar sintomas e acabou mesmo por ser internada, o que levou a que o filho também fosse, por ser uma pessoa de contacto próximo. Posteriormente, confirmou-se que ambos estavam infectados.

O tratamento dos dois casos cifrou-se em 43.400 patacas e 22.300 patacas, para mãe e filho, respectivamente, e o pagamento ficou adiado uma vez que os afectados não tinham dinheiro suficiente para efectuar o mesmo. Além disso, pediram para ser isentos das quantias em causa, tal como já havia acontecido com outras duas vítimas.

Até este momento, o hospital público apresentou uma despesa conjunta a todas as vítimas de 176,7 mil patacas, das quais apenas uma mulher fez o pagamento, no caso de 52 mil patacas. Os não-residentes pagam as despesas do hospital a dobrar, pelo que o valor verdadeiro das despesas de todas as afectadas foi de cerca de 88,4 mil patacas, até ao momento.

Quarentena para cruzeiros

Além dos cinco casos recuperados, há outros cinco internados, entre os quais três residentes. Ontem, Lo Iek Lon afirmou que entre as pessoas internadas houve uma situação mais grave, que precisou de assistência para respirar, mas que mesmo assim as autoridade estão confiantes que todos vão ter alta.

Já em relação aos residentes de Macau que se encontram em cruzeiros infectados como o Diamond Princess, no Japão, e o Westerdam, que está atracado no Camboja, estes terão de cumprir um isolamento de 14 dias assim que regressarem à RAEM.

“Todos os residentes de Macau que estiverem nesses cruzeiros vão ter de cumprir um período de 14 dias de quarentena”, explicou Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Segundo os números do Executivo, neste momento há dois passageiros no Westerdam e cinco no Diamond Princess. A forma como vão regressar à RAEM ainda não é conhecida, mas será revelada posteriormente.

Mais de 14 milhões de máscaras

Outro dos assuntos abordados durante a conferência de imprensa diária sobre a epidemia, foi a situação da venda de máscaras.

Segundo o números revelados por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença: “Nesta terceira fase de venda de máscaras, que ainda está em curso, já vendemos cerca de quatro milhões de máscaras. No total vendemos 14,6 milhões de máscaras, desde o início da venda”, revelou.

Por outro lado, há ainda máscaras em stock e mais deverão ser recebidas. Porém, o Executivo não sabe se serão suficientes para garantir uma quarta e quinta fases da venda. “Temos encomendas feitas, mas as máscaras ainda não chegaram. Do nosso lado a aquisição de máscaras nunca parou”, disse Leong. “Quanto a uma quarta ronda vamos ter em conta o desenvolvimento da situação, mas haverá uma comunicação atempada”, indicou.

Mesmo se uma quarta fase não está garantida, para já o Executivo sublinha que as diferentes entidades podem impedir a entrada em espaços fechados, se as pessoas não estiverem a utilizar a máscara. “O responsável por uma entidade pode impedir a entrada das pessoas sem máscara em espaços fechados”, vincou.

17 Fev 2020

Covid-19 | Governo anunciou a recuperação de uma mãe e filho

Com os resultados apresentados ontem, sobem para cinco os casos curados na RAEM de pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Até agora, todos os recuperados são da província de Hubei, uma vez que os três casos locais continuam internados

 
[dropcap]O[/dropcap] número de infectados com o coronavírus e de recuperados no território subiu para cinco, após uma mãe, de 39 anos, e um filho, de 21 anos, terem tido alta. Nesta altura, permanecem cinco pessoas internadas devido ao vírus, entre as quais três residentes, e contabilizam-se cinco casos curados.
Apesar dos resultados positivos, ontem na conferência de imprensa, Lo Iek Lon, médico do Centro Hospitalar Conde São Januário, avisou que a epidemia ainda está longe de ter chegado ao fim e pediu às pessoas para ficarem em casa o maior tempo possível.
“O facto de não haver novos casos há 12 dias dá-nos grande satisfação. É o resultado das medidas do Governo e do esforço da população”, afirmou o médico. “Mas não podemos relaxar. As pessoas não devem ir jantar juntas e conviver porque há risco de contágio […] Às vezes parece que se fala como se a epidemia tivesse chegado ao fim. Mas não chegou ao fim”, acrescentou.
Em relação aos casos com alta ontem, ambos os pacientes estavam internados desde 25 de Janeiro, depois de terem chegado à RAEM no dia 21 do mesmo mês. A mãe foi a primeira a apresentar sintomas e acabou mesmo por ser internada, o que levou a que o filho também fosse, por ser uma pessoa de contacto próximo. Posteriormente, confirmou-se que ambos estavam infectados.
O tratamento dos dois casos cifrou-se em 43.400 patacas e 22.300 patacas, para mãe e filho, respectivamente, e o pagamento ficou adiado uma vez que os afectados não tinham dinheiro suficiente para efectuar o mesmo. Além disso, pediram para ser isentos das quantias em causa, tal como já havia acontecido com outras duas vítimas.
Até este momento, o hospital público apresentou uma despesa conjunta a todas as vítimas de 176,7 mil patacas, das quais apenas uma mulher fez o pagamento, no caso de 52 mil patacas. Os não-residentes pagam as despesas do hospital a dobrar, pelo que o valor verdadeiro das despesas de todas as afectadas foi de cerca de 88,4 mil patacas, até ao momento.

Quarentena para cruzeiros

Além dos cinco casos recuperados, há outros cinco internados, entre os quais três residentes. Ontem, Lo Iek Lon afirmou que entre as pessoas internadas houve uma situação mais grave, que precisou de assistência para respirar, mas que mesmo assim as autoridade estão confiantes que todos vão ter alta.
Já em relação aos residentes de Macau que se encontram em cruzeiros infectados como o Diamond Princess, no Japão, e o Westerdam, que está atracado no Camboja, estes terão de cumprir um isolamento de 14 dias assim que regressarem à RAEM.
“Todos os residentes de Macau que estiverem nesses cruzeiros vão ter de cumprir um período de 14 dias de quarentena”, explicou Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST).
Segundo os números do Executivo, neste momento há dois passageiros no Westerdam e cinco no Diamond Princess. A forma como vão regressar à RAEM ainda não é conhecida, mas será revelada posteriormente.

Mais de 14 milhões de máscaras

Outro dos assuntos abordados durante a conferência de imprensa diária sobre a epidemia, foi a situação da venda de máscaras.
Segundo o números revelados por Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença: “Nesta terceira fase de venda de máscaras, que ainda está em curso, já vendemos cerca de quatro milhões de máscaras. No total vendemos 14,6 milhões de máscaras, desde o início da venda”, revelou.
Por outro lado, há ainda máscaras em stock e mais deverão ser recebidas. Porém, o Executivo não sabe se serão suficientes para garantir uma quarta e quinta fases da venda. “Temos encomendas feitas, mas as máscaras ainda não chegaram. Do nosso lado a aquisição de máscaras nunca parou”, disse Leong. “Quanto a uma quarta ronda vamos ter em conta o desenvolvimento da situação, mas haverá uma comunicação atempada”, indicou.
Mesmo se uma quarta fase não está garantida, para já o Executivo sublinha que as diferentes entidades podem impedir a entrada em espaços fechados, se as pessoas não estiverem a utilizar a máscara. “O responsável por uma entidade pode impedir a entrada das pessoas sem máscara em espaços fechados”, vincou.

17 Fev 2020

Voos | Recebidos quase 90 pedidos de ajuda de residentes “retidos”

Devido à epidemia do coronavírus de Wuhan, a maior parte dos residentes estava retida no Vietname e Filipinas, quando ligou à linha de apoio do Governo a pedir auxílio para regressar a casa

 

[dropcap]O[/dropcap] cancelamento e adiamento de voos relacionadas com o surto de coronavírus de Wuhan fizeram com que o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) tivesse recebido 87 pedidos de ajuda de residentes, que se encontravam fora do território. A informação foi avançada pelo GGCT ao HM, na quarta-feira.

Entre os residentes que se viram impedidos de voar para Macau devido a cancelamento ou adiamento de voos, 66 encontravam-se no Vietname, 20 nas Filipinas e 1 no Japão.

No que diz respeito ao Vietname, o país encerrou todas as ligações aéreas com o Macau, Hong Kong e o Interior da China, numa primeira fase, mas acabou por voltar atrás e permitir que os voos com as Regiões Administrativas Especiais fossem retomados. Contudo, segundos os dados de ontem, não houve qualquer ligação a descolar e a aterrar no aeroporto de Macau que não tivesse como destino Xangai, Taiwan, Camboja e Tailândia.

Por sua vez, as Filipinas, por ordem do presidente Rodrigo Duterte, cancelaram todas as ligações com o Interior da China, Macau e Hong Kong, logo a 2 de Fevereiro. Esta foi uma ordem posteriormente prolongada até 28 de Março, numa situação que além de apanhar os turistas desprevenidos apanhou igualmente os trabalhadores não-residentes originários da ex-colónia espanhola.

Busca por alternativas

Às pessoas afectadas pelo cancelamento ou adiamento de voos que não conseguem regressar a Macau, o GGCT recomenda que procurem alternativas e sugere o aeroporto de Hong Kong em muitos dos casos.

“Devido às restrições impostas pelo governo de diversos países, neste momento, várias companhias aéreas não se encontram a voar para Macau. Existem no entanto outras companhias aéreas a fazer a ligação para Hong Kong”, é reconhecido. “O GGCT aconselha aos residentes de Macau a optarem por voos alternativos para o seu regresso a Macau, tanto através de Hong Kong ou outros destinos. Devido à constante evolução da situação pede-se ainda aos residentes de Macau que pesquisem e prestem atenção às informações mais actualizadas de voos disponíveis”, é acrescentado.

Apesar das ligações marítimas entre Macau e Hong Kong terem sido todas suspensas, inclusive a que circulava entre a RAEM e o Aeroporto Internacional de Hong Kong, os residentes ainda podem recorrer à Ponte Hong-Kong-Zhuhai-Macau para efectuarem as ligações.

Na resposta enviada, ao HM, o GGCT recorda ainda que os residentes que encontrarem problemas ao longo das suas férias podem contactar a linha disponível 24 horas através do +853 2833 3000.

14 Fev 2020

Voos | Recebidos quase 90 pedidos de ajuda de residentes “retidos”

Devido à epidemia do coronavírus de Wuhan, a maior parte dos residentes estava retida no Vietname e Filipinas, quando ligou à linha de apoio do Governo a pedir auxílio para regressar a casa

 
[dropcap]O[/dropcap] cancelamento e adiamento de voos relacionadas com o surto de coronavírus de Wuhan fizeram com que o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) tivesse recebido 87 pedidos de ajuda de residentes, que se encontravam fora do território. A informação foi avançada pelo GGCT ao HM, na quarta-feira.
Entre os residentes que se viram impedidos de voar para Macau devido a cancelamento ou adiamento de voos, 66 encontravam-se no Vietname, 20 nas Filipinas e 1 no Japão.
No que diz respeito ao Vietname, o país encerrou todas as ligações aéreas com o Macau, Hong Kong e o Interior da China, numa primeira fase, mas acabou por voltar atrás e permitir que os voos com as Regiões Administrativas Especiais fossem retomados. Contudo, segundos os dados de ontem, não houve qualquer ligação a descolar e a aterrar no aeroporto de Macau que não tivesse como destino Xangai, Taiwan, Camboja e Tailândia.
Por sua vez, as Filipinas, por ordem do presidente Rodrigo Duterte, cancelaram todas as ligações com o Interior da China, Macau e Hong Kong, logo a 2 de Fevereiro. Esta foi uma ordem posteriormente prolongada até 28 de Março, numa situação que além de apanhar os turistas desprevenidos apanhou igualmente os trabalhadores não-residentes originários da ex-colónia espanhola.

Busca por alternativas

Às pessoas afectadas pelo cancelamento ou adiamento de voos que não conseguem regressar a Macau, o GGCT recomenda que procurem alternativas e sugere o aeroporto de Hong Kong em muitos dos casos.
“Devido às restrições impostas pelo governo de diversos países, neste momento, várias companhias aéreas não se encontram a voar para Macau. Existem no entanto outras companhias aéreas a fazer a ligação para Hong Kong”, é reconhecido. “O GGCT aconselha aos residentes de Macau a optarem por voos alternativos para o seu regresso a Macau, tanto através de Hong Kong ou outros destinos. Devido à constante evolução da situação pede-se ainda aos residentes de Macau que pesquisem e prestem atenção às informações mais actualizadas de voos disponíveis”, é acrescentado.
Apesar das ligações marítimas entre Macau e Hong Kong terem sido todas suspensas, inclusive a que circulava entre a RAEM e o Aeroporto Internacional de Hong Kong, os residentes ainda podem recorrer à Ponte Hong-Kong-Zhuhai-Macau para efectuarem as ligações.
Na resposta enviada, ao HM, o GGCT recorda ainda que os residentes que encontrarem problemas ao longo das suas férias podem contactar a linha disponível 24 horas através do +853 2833 3000.

14 Fev 2020

EPM | Presidente em Portugal devido à data dos exames nacionais

Manuel Peres Machado está em Lisboa a discutir a possibilidade de adiar a data dos exames para os estudantes locais. Segundo o presidente da Escola Portuguesa de Macau, as autoridades portuguesas mostraram total abertura para encontrar uma solução que permita minimizar o impacto do coronavírus

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Escola Portuguesa de Macau tem estado em Lisboa a reunir com o Governo português para discutir os moldes em que os alunos da instituição vão realizar os exames nacionais de admissão ao ensino superior. A direcção da escola está preocupada com o impacto na preparação dos alunos causado pelo encerramento forçado, devido à epidemia do coronavírus.

Na quarta-feira, Manuel Peres Machado esteve reunido com a Direcção-Geral de Educação e com a Direcção-Geral da Administração Escolar e em cima da mesa foi colocada a hipótese dos exames para os alunos de Macau serem realizados na segunda fase nacional, que para os locais contaria como primeira.

“Estivemos a discutir este período difícil que levou ao encerramento da escola e a manifestar a nossa preocupação sobre a interrupção das aulas, principalmente para os alunos que têm de fazer os exames nacionais”, contou Manuel Peres Machado, ao HM. “Estivemos a estudar a viabilidade de adiar a primeira fase dos exames para os alunos de Macau, mas essa possibilidade vai depender da data em que a escola voltar ao funcionamento normal”, acrescentou.

Hoje, o presidente da Escola Portuguesa de Macau vai ter uma nova reunião com o Ministério de Educação e não está afastada a hipótese de haver outros encontros na próxima semana. Da parte do Governo português diz ter encontrado toda a vontade de encontrar uma solução para este problema.

“Senti que há abertura total das autoridades de Portugal para encontrar uma solução e que há todo o apoio à escola. Agora, a solução encontrada vai depender de quando voltarmos à actividade normal”, afirmou.

Apoio dos pais

Ao HM, o presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau elogiou o facto de a direcção ter desenvolvimento esforços no sentido de falar com as autoridades portuguesas sobre os exames nacionais.

“Se é uma deslocação com a preocupação de falar com o Ministério de Educação e perceber se é possível ter um regime excepcional para os alunos que fazem o exame nacional, parece-me muito bem”, disse Filipe Regêncio Figueiredo.

Além do presidente da EPM, neste momento há igualmente quatro docentes fora da Macau “por motivos pessoais de força maior”, explicou Manuel Peres Machado. “São ausências que não têm nada ver com o coronavírus e que iriam acontecer mesmo que a escola não tivesse fechado” justificou o presidente da instituição. “Mas as ausências não estão a afectar o trabalho destes professores através da plataforma online. Não há qualquer prejuízo para os alunos”, completou.

O HM contactou a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) sobre o facto de professores poderem colocar os conteúdos das aulas online fora do território. Na resposta, a DSEJ sublinhou que as escola tem autonomia para decidir como gere os seus recursos administrativos e financeiros.

14 Fev 2020

EPM | Presidente em Portugal devido à data dos exames nacionais

Manuel Peres Machado está em Lisboa a discutir a possibilidade de adiar a data dos exames para os estudantes locais. Segundo o presidente da Escola Portuguesa de Macau, as autoridades portuguesas mostraram total abertura para encontrar uma solução que permita minimizar o impacto do coronavírus

 
[dropcap]O[/dropcap] presidente da Escola Portuguesa de Macau tem estado em Lisboa a reunir com o Governo português para discutir os moldes em que os alunos da instituição vão realizar os exames nacionais de admissão ao ensino superior. A direcção da escola está preocupada com o impacto na preparação dos alunos causado pelo encerramento forçado, devido à epidemia do coronavírus.
Na quarta-feira, Manuel Peres Machado esteve reunido com a Direcção-Geral de Educação e com a Direcção-Geral da Administração Escolar e em cima da mesa foi colocada a hipótese dos exames para os alunos de Macau serem realizados na segunda fase nacional, que para os locais contaria como primeira.
“Estivemos a discutir este período difícil que levou ao encerramento da escola e a manifestar a nossa preocupação sobre a interrupção das aulas, principalmente para os alunos que têm de fazer os exames nacionais”, contou Manuel Peres Machado, ao HM. “Estivemos a estudar a viabilidade de adiar a primeira fase dos exames para os alunos de Macau, mas essa possibilidade vai depender da data em que a escola voltar ao funcionamento normal”, acrescentou.
Hoje, o presidente da Escola Portuguesa de Macau vai ter uma nova reunião com o Ministério de Educação e não está afastada a hipótese de haver outros encontros na próxima semana. Da parte do Governo português diz ter encontrado toda a vontade de encontrar uma solução para este problema.
“Senti que há abertura total das autoridades de Portugal para encontrar uma solução e que há todo o apoio à escola. Agora, a solução encontrada vai depender de quando voltarmos à actividade normal”, afirmou.

Apoio dos pais

Ao HM, o presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau elogiou o facto de a direcção ter desenvolvimento esforços no sentido de falar com as autoridades portuguesas sobre os exames nacionais.
“Se é uma deslocação com a preocupação de falar com o Ministério de Educação e perceber se é possível ter um regime excepcional para os alunos que fazem o exame nacional, parece-me muito bem”, disse Filipe Regêncio Figueiredo.
Além do presidente da EPM, neste momento há igualmente quatro docentes fora da Macau “por motivos pessoais de força maior”, explicou Manuel Peres Machado. “São ausências que não têm nada ver com o coronavírus e que iriam acontecer mesmo que a escola não tivesse fechado” justificou o presidente da instituição. “Mas as ausências não estão a afectar o trabalho destes professores através da plataforma online. Não há qualquer prejuízo para os alunos”, completou.
O HM contactou a Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) sobre o facto de professores poderem colocar os conteúdos das aulas online fora do território. Na resposta, a DSEJ sublinhou que as escola tem autonomia para decidir como gere os seus recursos administrativos e financeiros.

14 Fev 2020

Natural de Wuhan saiu do hospital e pagou 52 mil patacas a pronto

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde anunciaram ontem a alta de mais uma paciente que tinha sido identificada, anteriormente, como o terceiro caso de infecção em Macau. Trata-se de uma mulher com 57 anos, natural de Wuhan, que chegou à RAEM, a 23 de Janeiro, através do Terminal Marítimo.

“A mulher pagou a taxa de tratamento médico que foram 52 mil patacas. Entre os 10 casos confirmados registamos temos três curados, o que significa que ainda temos sete casos ligeiros”, afirmou ontem Lei Wai Seng, responsável pela urgência do Centro Hospitalar Conde São Januário. “A paciente teve alta por volta das 16h00 de hoje [ontem]”, complementou.

A mulher tinha chegado a Macau na manhã de 23 de Janeiro, uma hora antes de Wuhan ter sido “fechada” devido à transmissão do coronavírus. Assim que entrou na RAEM apanhou imediatamente um táxi para o Hospital Kiang Wu, por sentir “tonturas”. Devido aos sintomas apresentados e à sua origem foi depois levada para o CHCSJ.

Ontem, Lei Wai Seng recordou que o primeiro exame a esta mulher teve um resultado negativo. Porém, 48 horas depois, o resultado acabou mesmo por ser positivo. “A paciente recebeu um tratamento com a duração de 17 dias, sendo necessário utilizar esteróides e ainda recorrer à máquina de auxílio à respiração”, afirmou o médico sobre o tratamento. “A situação foi registada com melhorias e de acordo com o segundo Raio-X realizado não detectámos sintomas da doença nem indícios, pelo que foi decidido que podia ter alta”, foi acrescentado.

Após ser anunciada esta alta, o director do Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, admitiu que os resultados “estão a ser muito bons”, o que pode gerar desconfiança. Porém, recusou a ideia de haver informação escondida.

Três curas

Até ao momento todas as pessoas que tiveram alta são naturais de Wuhan. No entanto, a mulher que teve alta foi a única até ao momento que efectuou ao pagamento das despesas no Centro Hospitalar Conde São Januário.

Nos outros casos, uma empresária de 52 anos teve alta, mas terá recusado assinar um documento a reconhecer que ficava a dever 34 mil patacas ao hospital público. Esta foi a primeira alta e aconteceu no dia 6 de Fevereiro.

A situação causou polémica, uma vez que a mulher foi fotografada pelos Serviços de Saúde com uma mala com um valor superior a 20 mil patacas. A mulher fez um pedido para ficar isenta da conta hospitalar.

No segundo caso tratado, uma jovem de 21 anos teve alta na quarta-feira depois de 16 dias de tratamento, que corresponderam a uma factura de 25 mil patacas. A mulher pediu isenção, mas comprometeu-se a pagar no prazo de um mês, caso este seja recusado.

14 Fev 2020