CURB | Passeios nocturnos de bicicleta vão dar documentário

A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo vai organizar nos dias 8 e 9 de Março passeios nocturnos de bicicleta, uma rota citadina e outra costeira. Durante os passeios, acompanhados por comentários do arquitecto Nuno Soares, serão recolhidas imagens e sons para um documentário

 

A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo irá organizar nos dias 8 e 9 de Março, sexta-feira e sábado, a “On the move V: by night”, a quinta edição de passeios nocturnos de bicicleta, com dois passeios sobre rodas por noite.

Na primeira edição deste ano da iniciativa sobre rodas, serão exploradas a zona do Porto Interior e o Centro Histórico de Macau.

Além de proporcionar aos participantes uma perspectiva diferente e a oportunidade para explorar a cidade de noite, os passeios serão complementados com comentários, em inglês, do arquitecto e presidente da CURB Nuno Soares, que irá partilhar “tesouros escondidos, estórias esquecidas e locais secretos de Macau”.

Durante os passeios, serão recolhidas imagens e sons que serão depois transformadas em vídeo-arte e documentário. O resultado será apresentado na Ponte 9 – Plataforma Criativa, na Rua das Lorchas, no dia 23 de Março às 18h30, perto da Praça de Ponte e Horta.

O primeiro roteiro citadino arranca da Ponte 9 às 19h do dia 8 de Março e segue na direcção norte, passando pelo Patane rumo ao bairro San Kio, antes de regressar à Ponte 9 num passeio que deverá demorar cerca de uma hora. Depois da romaria a norte, o segundo passeio, designado como “Roteiro da Água”, começa onde a primeira rota terminou, ou seja, na Ponte 9. Por volta das 20h30 o pelotão segue para sul passando pela Praia do Manduco, Barra e Lago Sai Van, antes de regressar à Ponte 9. Mais uma vez, o passeio deverá ter a duração de uma hora.

No dia seguinte, repetem-se os percursos, horários e duração. Os passeios estão limitados a 10 participantes.

 

Dentro da razoabilidade

A CURB refere que os participantes devem ter mais de 18 anos de idade e, naturalmente, saber andar de bicicleta, o resto estará a cargo da CURB.

A CURB – Centro de Arquitectura e Urbanismo é uma instituição sem fins lucrativos estabelecida em Macau para promover a investigação, educação, produção e disseminação do conhecimento em arquitectura, urbanismo e cultura urbana.

O Centro funciona como plataforma de intercâmbio entre o meio académico, sociedade civil, prática profissional e instituições governamentais, servindo os interesses da comunidade em geral através de estudos de investigação, workshops, conferências, exposições, concursos e outras iniciativas.

A CURB é a organizadora da Open House Macau, a primeira na Ásia, e parceira associada da World Urban Campaign.

O CURB trabalha também a nível regional – Macau, Grande Baía e China – e a nível internacional – particularmente na Ásia e nos países de língua portuguesa – levando as questões locais a uma audiência global como um think-tank para o futuro das cidades e da sua arquitectura.

29 Fev 2024

Galaxy | Dividendos voltam a ser distribuídos a accionistas

A Galaxy anunciou ontem lucros ajustados de 2,8 mil milhões HKD no último trimestre de 2023, com resultados líquidos mais de três vezes superiores em termos anuais. A performance do grupo permitiu a retoma da distribuição de dividendos aos accionistas, sendo a primeira concessionária a fazê-lo desde que terminaram as restrições fronteiriças

 

 

O Galaxy Entertainment Group apresentou ontem os resultados do quarto trimestre de 2023 indicando numa nota à bolsa de valores de Hong Kong. A concessionária conseguiu ao longo do ano passado lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) ao longo do ano passado de 9,96 mil milhões de dólares de Hong Kong (HKD), valor que contrasta com as perdas de 553 milhões de HKD de 2022.

O presidente e fundador do grupo, Lui Che Woo, enalteceu os resultados “apesar da concorrência tanto em Macau como a nível regional e das questões geopolíticas e económicas que afectaram a confiança dos consumidores”.

O homem forte da Galaxy destacou também a oportunidade de voltar a distribuir dividendos. “Somos a primeira concessionária de Macau a retomar os dividendos e a devolver capital aos accionistas após a reabertura da fronteira. Estes dividendos demonstram a nossa confiança contínua nas perspectivas a longo prazo de Macau e da empresa. O nosso sólido balanço e o fluxo de caixa das operações permitem-nos financiar o plano de desenvolvimento e prosseguir as nossas ambições de expansão internacional”, indicou Lui Che Woo.

O grupo refere ter distribuído no final de Outubro um dividendo especial de 20 cêntimos de HKD por acção, e irá pagar 30 cêntimos por acção no dia 26 de Abril.

 

A natureza dos números

Nos últimos três meses do ano passado, as receitas líquidas do grupo Galaxy aumentaram 6,9 por cento em relação ao trimestre anterior, para 10,3 mil milhões de HKD, resultado que em termos anuais representa uma subida anual de 253,9 por cento.

O quarto trimestre de 2023 foi também sinónimo de lucros EBITDA de cerca de 2,8 mil milhões de HKD, que se reflectiu numa subida trimestral de 1,4 por cento, e performance que dá a volta às perdas de cerca de 163 milhões de HKD no quarto trimestre de 2022.

Em termos de receitas brutas, a Galaxy apurou nos últimos três meses de 2023 cerca de 9,24 mil milhões de HKD, uma subida de 5,7 por cento face ao trimestre anterior e um aumento de mais de 400 por cento face aos últimos três meses de 2022.

29 Fev 2024

Crime | Burlas pela Internet e telefone disparam 75,8%

Os casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet subiram 75,8 por cento em 2023, levando a perdas de 311 milhões de patacas. A criminalidade global aumentou mais de um terço no ano passado, violações quase que duplicaram, abusos sexuais de menores aumentaram 33 por cento e o número de sequestros foi quase sete vezes maior face a 2022

 

Confirmando a tendência que se vem acentuando desde a pandemia, quando a criminalidade passou para o online e para o telemóvel, o ano passado fechou com um aumento anual dos casos de burla e extorsão com recurso às telecomunicações e à Internet de 75,8 por cento face ao registo de 2022.

De acordo com dados oficiais divulgados ontem pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, Macau registou 1.306 burlas cometidas através do telefone ou ‘online’ no ano passado, mais 735 casos do que em 2022. A maioria das burlas (894, mais 43,7 por cento) aconteceram com recurso à Internet, embora o maior aumento tenha ocorrido nas burlas através do telemóvel (412), que quase quadruplicaram.

Num relatório que apresenta as estatísticas da criminalidade, a tutela da Segurança revelou que em 329 casos as vítimas revelaram a burlões os dados de cartões de crédito quando tentavam comprar bens ou serviços ‘online’, mais do dobro do registado em 2022. Wong Sio Chak sublinhou ainda que no ano passado 148 pessoas foram alvo de extorsão após terem partilhado fotos nuas em plataformas de mensagens na Internet, um aumento de 60,9 por cento.

Nas estatísticas apresentadas ontem, destaque para a criminalidade violenta que cresceu 76,5 por cento. Neste capítulo, os sequestros tiveram um aumento significativo de 583,3 por cento, de seis casos em 2022 para 41 no ano passado, enquanto as violações quase duplicaram no espaço de um ano, de 21 em 2022 para 41 no ano passado. Em relação às violações, as autoridades acrescentaram que quase 80 por cento das vítimas não eram residentes de Macau e que a maioria dos casos aconteceu em quartos de hotel. Wong Sio Chak afirmou que não exclui a hipótese de estes crimes estarem relacionados com a prostituição.

Também os casos de abusos sexuais de crianças aumentaram, 33,3 por cento em termos anuais, assim como os homicídios que passaram de um caso em 2022 para quatro em 2023.

 

Aplicação segura

As autoridades de Macau registaram um aumento de 37,6 por cento da criminalidade global em 2023, algo justificado com o aumento dos turistas, após o fim das restrições impostas no âmbito da política ‘zero covid’.

Na conferência de imprensa de ontem, Wong Sio Chak revelou que a Polícia Judiciária (PJ) está a testar uma aplicação de combate à burla, que deverá ser lançada em Abril na rede social WeChat. A aplicação vai permitir às pessoas consultarem números de telefone, contas bancárias e endereços de correio electrónico suspeitos, assim como obter informações sobre os métodos de burla mais usados.

O secretário disse que a PJ detectou 90 casos praticados por redes criminosas transfronteiriças, cujo valor envolvia mais de 100 milhões de patacas e deteve 134 pessoas. Além disso, acrescentou que, graças a um mecanismo de alerta para suspensão de transacções suspeitas e cessação de pagamento, a polícia de Macau conseguiu recuperar mais de 113 milhões de patacas em 531 casos.

Ainda assim, o responsável sublinhou que o crime de burla com recurso às telecomunicações “já se tornou um fenómeno criminoso enfrentado por muitos países regiões do mundo”.

Centenas de milhares de pessoas, a maioria dos quais chineses, têm sido alvo de tráfico humano para centros no Sudeste Asiático, onde são forçados a defraudar compatriotas através da Internet, de acordo com um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos divulgado em Agosto. Cerca de 100 mil pessoas foram traficadas para o Camboja e pelo menos 120 mil para Myanmar, apontou o relatório.

A incapacidade da junta militar no poder em Myanmar em acabar com estes centros tem levado a tensões com a China, um dos principais aliados e fornecedores de armas do país.

 

Com Lusa

29 Fev 2024

Fernando Pessoa | Tradução para chinês de “Livro do Desassossego” à venda

O Instituto Cultural publicou a tradução para chinês tradicional do clássico de Fernando Pessoa “Livro do Desassossego”, que esteve a cargo do veterano Zhang Weimin, que há 35 anos traduzira “Antologia de Fernando Pessoa”. A obra encontra-se à venda na livraria online do Instituto Cultural

 

O Instituto Cultural (IC) juntou-se à Jiangsu Phoenix Literature and Art Publishing, para publicar a tradução em chinês tradicional do “Livro do Desassossego”, a colecção de manuscritos escritos pelo poeta português Fernando Pessoa sob o heterónimo Bernardo Soares.

A publicação do enigmático e fragmentado livro de Pessoa é integrado na “Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa” e encontra-se à venda na livraria online do Instituto Cultural por 100 patacas.

O IC salienta que a publicação tem como objectivo “promover o intercâmbio literário chinês e português e apresentar obras portuguesas célebres aos leitores chineses”.

A versão chinesa publicada pelo IC é da responsabilidade do veterano tradutor Zhang Weimin, premiado pela Sociedade de Língua Portuguesa, que em 1988 foi o autor da edição bilingue de uma “Antologia de Fernando Pessoa”, também lançada pelo IC.

A tradução para chinês da obra pessoana está intimamente ligada a Macau, com a primeira versão, incompleta, de “A Mensagem” da autoria do macaense Luís Gonzaga Gomes. A publicação da obra em chinês foi uma forma de assinalar o 24.º aniversário da morte do poeta e divulgar aos alunos do liceu onde Gonzaga Gomes era professor. A tiragem foi de quinhentos exemplares, dos quais trinta em edição de luxo.

Posteriormente, por altura do quinquagésimo aniversário da morte de Fernando Pessoa, e com o patrocínio do IC, foi publicada a “Antologia Poética de Fernando Pessoa”, resultado da colaboração de Jin Guo Ping e do macaense Gonçalo Xavier (na altura estudante na Universidade de Pequim), e a versão integral de “A Mensagem” em chinês, de autoria de Jin Guo Ping.

 

Só no mundo

O “Livro do Desassossego” é uma obra fragmentada apresentada pelo autor como uma autobiografia pouco factual, e que foi deixada inacabada e sem edição. O próprio arranjo e organização do livro tem sido motivo de debate desde a primeira publicação em português, corria o ano de 1982.

A componente heterodoxa de “Livro do Desassossego” permite estabelecer uma relação de intimidade com o leitor, a quem é concedida a entrada na vida do autor ao longo dos mais de quatrocentos fragmentos de prosa escritos entre 1913 e 1934, um ano antes da morte do poeta.

A propósito da nova publicação em chinês tradicional, o IC descreve Fernando Pessoa como “um escritor e poeta famoso português” e sublinha o carácter multifacetado da obra. “O ‘Livro do Desassossego’ inclui uma nova apresentação dos extensos manuscritos do escritor numa rica variedade de formas e estilos, abrangendo diários, ensaios e artigos. Explorando temas que incluem filosofia, estética, psicologia e sociedade, estas obras retratam os costumes de Portugal e, particularmente, de Lisboa, em que cada secção constitui um capítulo independente transmitindo visões instigantes”, descreve o organismo liderado por Deland Leong Wai Man.

 

A alma nas letras

A tradução em chinês tradicional deste livro constitui o oitavo volume da Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa. “Dedicada a reunir uma série de livros sobre literatura de Macau ou relacionada com o tema, de escritores chineses e portugueses, a Colecção de Literatura Chinesa e Portuguesa pretende que tanto autores como leitores ultrapassem as barreiras linguísticas, reconhecendo a essência e os diversos estilos da criação literária chinesa e portuguesa nas obras traduzidas para a língua chinesa ou qualquer outra língua”, refere o IC.

A colecção inclui obras como “100 Sonetos de Luís Vaz de Camões”, a versão em português de “Almas Transviadas”, da autoria do escritor local Tang Hio Kueng, a versão bilingue em chinês e português de “Amores do Céu e da Terra, Contos de Macau” da escritora de Macau Ling Leng, “Poemas de Du Fu” e “Contos Selecionados de Eça de Queiroz” numa edição bilingue, em português e chinês.

O IC indica ainda que tem descontos especiais para grandes volumes de compras do livro. Os leitores locais podem levantar as encomendas pessoalmente em qualquer uma das 13 bibliotecas públicas do IC (na Península de Macau, na Taipa ou em Coloane), e os leitores não locais poderão solicitar a entrega das encomendas através do Serviço EMS dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau.

28 Fev 2024

Lei sindical | TNR impossibilitados de criar sindicatos

A versão actual da proposta de lei sindical estabelece como critérios para a criação de sindicatos que estes sejam formados por, pelo menos, sete trabalhadores maiores de idade com estatuto de residente da RAEM, revelou ontem o presidente da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa, Chan Chak Mo.

Chan Chak Mo indicou que os seus colegas de comissão concordaram com as alterações feitas pelo Governe e que a participação de trabalhadores não-residentes em sindicatos pode envolver questões de política internacional, colocando em perigo a segurança regional e nacional. Como tal, defendem a proibição rigorosa de TNR em organizações sindicais.

A nova versão do diploma coloca também várias restrições à adesão de sindicatos de Macau a organizações internacionais. Para tal, precisam primeiro passar uma deliberação em assembleia-geral e avisar a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais 30 dias antes do ingresso oficial. Se a organização internacional não tiver cariz laboral, a adesão fica a depender de aprovação do Chefe do Executivo.

28 Fev 2024

Cooperação | Ho Iat Seng reuniu com administrador da Sinopharm

O Chefe do Executivo reuniu com o presidente da administração do Grupo Sinopharm e convidou a empresa a investir em Hengqin, proposta que será “estudada”. Ho Iat Seng agradeceu o apoio do grupo durante a pandemia, apesar de 150 mil doses da vacina da Sinopharm terem sido incineradas depois de terem passado a validade

Ho Iat Seng reuniu na segunda-feira, na sede do Governo, com o secretário do Comité do Partido Comunista e presidente do Conselho de Administração da China National Pharmaceutical Group (Sinopharm), Liu Jingzhen.

O Chefe do Executivo agradeceu o apoio do Grupo da Sinopharm à RAEM durante a pandemia, refere um comunicado divulgado ontem de madrugada pelo Gabinete de Comunicação Social.

Recorde-se que, como o HM noticiou, foi destruído cerca de 10 por cento dos lotes de vacinas contra a covid-19 compradas ao grupo nacional.

“Os Serviços de Saúde têm em stock um total de 150 mil doses das vacinas inactivadas da Sinopharm, cujo prazo de validade expirou no dia 2 de Janeiro de 2024”, indicaram os Serviços de Saúde. O HM tentou apurar quanto custaram aos cofres públicos as vacinas desactivadas, porém, as autoridades sublinharam que, “dado que o montante está abrangido pelo segredo comercial, não é possível divulgá-lo ao público”. Isto apesar do preço do mesmo fármaco a nível internacional ter sido divulgado.

Durante o encontro, os dois responsáveis trocaram impressões sobre o desenvolvimento da indústria big health e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

Ho Iat Seng vincou que o seu Executivo está dedicado à promoção da diversificação adequada da economia ‘1+4’, incluindo o impulsionamento da indústria big health que tem como ponto de entrada a investigação, desenvolvimento e fabrico da medicina tradicional chinesa.

 

Investir na montanha

A entrada em funcionamento da zona aduaneira em Hengqin, a partir de 1 de Março, foi outro dos pontos no topo da agenda da reunião. Ho Iat Seng sublinhou que “a iniciativa irá contribuir para acelerar o desenvolvimento integrado de Macau e Hengqin, bem como facilitar ainda mais a circulação transfronteiriça”.

Além disso, o governante afirmou “que o Grupo da Sinopharm é bem-vindo para investir e desenvolver na Zona de Cooperação Aprofundada, pois com a sua capacidade de liderança irá certamente ajudar o desenvolvimento desta Zona”.

Por sua vez, Liu Jingzhen agradeceu a atenção e o apoio que o Governo da RAEM tem prestado ao Grupo da Sinopharm, bem como a alta importância que tem dado e a forte promoção do desenvolvimento da indústria da medicina tradicional chinesa. Além disso, garantiu que a sua equipa “irá estudar, seriamente, a directriz para a cooperação e desenvolvimento no futuro”, para que grupo empresarial possa “continuar a usufruir as suas vantagens e aumentar as relações de cooperação, em prol do desenvolvimento de Macau e Hengqin”.

O presidente da administração indicou que “a actividade principal do grupo baseia-se na vida e saúde, sendo as quatro orientações estratégicas: biomedicina, equipamentos médicos, vida e saúde, cuidados médicos e de saúde.

28 Fev 2024

Porto Interior | Idoso apanhado a abusar de mulher na rua

Um idoso de 70 anos foi apanhado a abusar sexualmente de uma empregada doméstica filipina em plena via pública, na rua do Almirante Sérgio, nas imediações da Barra, na noite de sexta-feira por volta das 03h. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, uma pessoa que ia a passar na zona ouviu os gritos de pedido de ajuda da vítima e contactou a polícia.

A pessoa que alertou as autoridades terá visto que a vítima estava no chão com o alegado atacante por cima, a pressioná-la e prender-lhes os movimentos, enquanto lhe tocava no peito e na zona genital. A testemunha conseguiu parar a agressão e de seguida a polícia chegou ao local e deteve o suspeito. A vítima foi encaminhada para o hospital com ferimentos na cabeça, mãos e pés.

O suspeito tem cadastro criminal e já foi condenado pelos crimes de crimes de importunação sexual e agressão em dois incidentes separados em 2013 e 2018, respectivamente. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e o idoso é suspeito do crime de coacção sexual, cuja moldura penal vai de dois a oito anos de prisão.

 

27 Fev 2024

FRC | Palestra sobre a Companhia das Índias Orientais hoje à tarde

A Fundação Rui Cunha acolhe hoje, a partir das 19h, a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, apresentada por Joshua Ehrlich, professor de História da Universidade de Macau. O académico irá discutir a forma como o conhecimento foi central nos contactos entre indianos e europeus

 

Hoje, a partir das 19h, a Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta a palestra “A Companhia das Índias Orientais e a Política do Conhecimento”, inserida no Ciclo de Palestras Públicas de História e Património. O evento resulta da parceria regular entre a FRC e o Departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ).

O orador convidado da palestra é Joshua Ehrlich, professor auxiliar de História da Universidade de Macau. O académico tem dedicado grande parte da sua carreira ao estudo do “orientalismo, do conhecimento colonial e da informação com uma nova abordagem: a história das ideias do conhecimento”, descreve a organização da conferência.

“A Companhia das Índias Orientais é lembrada como a corporação mais poderosa, para não dizer notória, do mundo. Mas para muitos dos seus defensores, entre as décadas de 1770 e 1850 foi também a mais esclarecida do mundo”, informa a USJ.

O académico defende que para a saúde das relações que mantinham a Companhia das Índias Orientais a partilha do conhecimento desempenhou um papel fundamental. “Ele recupera a existência de contactos entre os dirigentes e interlocutores da Companhia das Índias, indianos e europeus, sobre os usos políticos do conhecimento” e “revela que o compromisso com o conhecimento era parte integrante da ideologia da Companhia. Demonstra ainda como a Companhia invocou este compromisso em defesa da sua união cada vez mais tensa de poder comercial e político”, refere em comunicado a USJ.

Não só estes agentes históricos eram “altamente articulados sobre o assunto, mas as suas ideias continuam a repercutir-se no presente. O conhecimento era uma presença constante na política da Companhia – tal como parece estar a tornar-se uma presença constante na política de hoje”.

O estudo do Oriente

Joshua Ehrlich é um premiado historiador do Conhecimento e do Pensamento Político, com foco na Companhia das Índias Orientais e no Império Britânico no Sul e Sudeste Asiático. Actualmente professor auxiliar na Universidade de Macau, obteve o seu Doutoramento e Mestrado pela Universidade de Harvard e bacharelato pela Universidade de Chicago.

No ano passado, lançou o seu primeiro livro “The East India Company and the Politics of Knowledge”, obra com o mesmo nome que a palestra que dirige hoje na FRC, com a chancela editorial da Cambridge University Press.

O académico publicou vários artigos sobre tópicos que incluem as características únicas das fronteiras e demarcações das cidades portuárias, sobre a criação, pilhagem e destruição de bibliotecas, assim como sobre a crise da reforma liberal na Índia e as origens da cultura da tipografia indiana.

Joshua Ehrlich contribuiu também para publicações como “Past & Present, The Historical Journal, Modern Asian Studies” e a “Modern Intellectual History”.

A palestra será apresentada em inglês, tem duração de 1 hora e a entrada é livre. A moderação estará a cargo da professora Priscilla Roberts

27 Fev 2024

Bolsas de estudo | Candidaturas ao exterior abrem a 4 de Março

As candidaturas para as 20 “bolsas de estudo para estudos no exterior”, atribuídas pela Fundação Macau, podem ser entregues entre 4 e 22 de Março, indicou ontem a Fundação Macau.

Anualmente, cada bolseiro recebe entre 60 mil e 80 mil patacas, dependendo do local onde se realizam os estudos.

A medida integra a política de formação de quadros qualificados, incluída na série de bolsas de estudo “Uma Faixa, Uma Rota”, para o ano 2024.

As bolsas destinam-se a residentes permanentes da RAEM que se encontrem a frequentar o último ano do ensino secundário em Macau, “e cidadãos de Guangdong e Fujian finalistas de curso conferente do grau de licenciatura, ministrado por instituição de ensino superior de Macau”.

Para aceder ao financiamento, os candidatos devem ter a intenção de frequentar licenciaturas ou mestrados em Portugal, Brasil, Malásia, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Camboja, Vietname, Bangladesh, Hungria ou Mongólia.

A Fundação Macau salienta que o objectivo da atribuição destas bolsas de estudo é “estimular o intercâmbio com estudantes dos países e regiões que integram a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, realçando o importante papel de Macau, nesta iniciativa, através da formação de quadros altamente qualificados”.

Os interessados devem apresentar fotocópias do documento de identificação, “da notificação de admissão ou outro documento comprovativo da candidatura à frequência do curso”, certificado comprovativo das notas obtidas nos últimos três anos lectivos, carta de recomendação e uma breve apresentação do curso a frequentar”.

27 Fev 2024

Ensino Superior | Número de estudantes cresceu 60% em cinco anos

Entre o ano lectivo de 2018/2019 e o presente, o número de estudantes do ensino superior em Macau cresceu de 34 mil para 55 mil, indicou o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude. O responsável destaca o aumento da proporção alunos em de cursos pós-graduação

 

“Relativamente ao número de estudantes inscritos no ensino superior, registou-se um aumento de mais de 60 por cento, correspondente a cerca de 34 mil no ano lectivo de 2018/2019, para cerca de 55 mil no ano lectivo de 2023/2024”, revelou o director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U.

O dirigente da área da governação para o ensino acrescentou que durante o mesmo período de cinco anos, “a proporção dos estudantes dos cursos de pós-graduação aumentou de 25,5 por cento para 39 por cento”.

O aumento do número de estudantes inscritos nas instituições de ensino superior do território ficou a dever-se a um conjunto factores, na óptica de Kong Chi Meng. Em primeiro lugar, Kong Chi Meng destacou os esforços do Governo para aumentar a qualidade educativa e o nível da investigação científica, de forma a “elevar o reconhecimento a nível internacional e a competitividade”. Para o director da DSEDJ, estes são os caminhos para que “que o ensino superior se possa desenvolver no sentido da mercantilização”.

Além disso, o responsável destaca que, em paralelo com o alargamento do número de estudantes, a investigação científica e a qualidade do ensino superior de Macau são gradualmente reconhecidas a nível regional e internacional. Outro trunfo elencado por Kong Chi Meng, foi a entrada de instituições locais nos rankings universitários mundiais e a contínua subida nas classificações.

 

Captar talentos

O responsável da DSEDJ sublinhou também a aposta do Governo na atracção de estudantes internacionais para as instituições locais. Para cumprir este objectivo, foram organizadas no ano passado visitas de “elementos das instituições de ensino superior de Macau a Portugal e a países do Sudeste Asiático” para estabelecer acordos de cooperação e intercâmbio e inscrever estudantes internacionais nas universidades de Macau.

Kong Chi Meng garantiu ainda que a DSEDJ vai continuar a promover este tipo de visitas e participar em exposições educativas internacionais para aumentar a reputação das instituições de ensino locais no estrangeiro.

27 Fev 2024

Sands | Exposição de arte contemporânea japonesa patente até ao fim de Março

Está em exibição na Sands Gallery a “Exposição de Arte Contemporânea Japonesa”, que reúne mais de 90 obras de seis artistas nipónicos. A mostra, que está patente ao público até 30 de Março, é composta por trabalhos de criadores da prestigiada galeria japonesa UG

 

Até 30 de Março, a Sands Gallery apresenta a “Exposição de Arte Contemporânea Japonesa”, composta por mais de 90 trabalhos de seis artistas japoneses.

A Sands China salienta que é a primeira vez que a sua galeria organiza uma mostra que capta “a essência da arte e cultura japonesas contemporâneas com algumas obras de arte de vanguarda em diversos suportes, oferecendo uma experiência artística enriquecedora e gratificante”.

A exposição patente na Sands Gallery tem por base trabalhos de Kunihiko Nohara, Takaoki Tajima, Hiroya Yoshikawa, Nami Okada, Keitoku Toizumi e Ryosuke Kawahira, seis artistas representados prestigiada galeria japonesa UG.

A galeria japonesa UG é uma das maiores casas de arte contemporânea do país, com mais de 25 anos de história, construída com base numa filosofia de descoberta e promoção de jovens artistas. Actualmente, a UG tem salas de exposição em Nova Iorque e Osaka, e duas galerias em Tóquio.

O proprietário da galeria japonesa, Eiichiro Sasaki, enalteceu o espaço da concessionária e destacou o carácter lúdico que encontrou no território.

“A Galeria Sands dá-me uma sensação de museu. Por isso, desta vez, a nossa missão curatorial foi conseguir distribuir estes espaços adequadamente por cabinas, permitindo que artistas com características diferentes tenham áreas de exposição independentes e exibam as suas obras de forma clara”, referiu o responsável, citado pelo comunicado da Sands China.

“Macau deixou-me com a impressão de um ‘parque infantil para adultos’ no passado, e esta exposição também tem como tema ‘Aura Feliz, Sabor Feliz’, seleccionando cuidadosamente seis artistas cujas obras podem trazer uma sensação de felicidade a todos”, acrescentou Eiichiro Sasaki.

 

Obras e criadores

Os seis artistas escolhidos para esta mostra formam um leque ecléctico de estética e abordagem criativa.

Kunihiko Nohara, um escultor de Hokkaido, traçou o seu percurso no mundo das artes através dos seus trabalhos esculpidos em madeira. As suas criações misturam imagens abstractas com cores vibrantes, infundindo uma essência vanguardista nas obras. “Cada escultura é um mundo próprio, com personagens emblemáticas que usam óculos subaquáticos, simbolizando os rostos enigmáticos e as imagens dos indivíduos na nossa moderna sociedade da informação”, aponta a curadoria sobre o trabalho de Kunihiko Nohara.

Quanto às criações de Takaoki Tajima, a organização da mostra sublinha que as suas obras resultam do seu virtuosismo técnica e da ousadia em explorar relações entre cores. Com composições simples, mas hipnóticas, tanto em escultura como pintura, as obras de Takaoki Tajima convidam o público a mergulhar nas misteriosas expressões e movimentos dos personagens que cria.

Já Hiroya Yoshikawa, um artesão que seguiu a tradição familiar, ganhou espaço no movimento artístico contemporâneo japonês misturando técnicas ancestrais com expressão criativa vanguardista. Exemplo disso mesmo são os seus requintados quimonos e obras de arte que ganham nova vida depois de serem meticulosamente pintados.

Viagens nostálgicas a lugares marcados por paisagens estarrecedoras é o tipo de estética que o público poderá encontrar nas pinturas de Nami Okada. A artista usa as suas experiências, memórias e impressões para interpretar na tela paisagens com um certo encanto vintage.

As obras de Keitoku Toizumi vão noutras direcção, rumo a conceitos mais surrealistas. As suas cenas elaboradas com particular atenção ao detalhe, muitas vezes com brinquedos, transportam os espectadores para um mundo onde realidade e ficção se entrelaçam. A aclamada série “Pink Army” representa o intrigante fosso entre o real e o imaginário.

Para Ryosuke Kawahira a criação artística é uma forma de canalizar experiências infantis e memórias enquanto meio de expressão. Através de trabalhos em tela vibrantes, o artista transforma memórias, incluindo incidentes de infância como urinar na cama, em obras de arte cativantes. Ryosuke Kawahira ficou também conhecido por pintar retratos coloridos de roupa interior.

 

Temporada nipónica

Esta exposição faz parte de uma programação apresentada pela Sands China no “Festival Japonês da Primavera”, um evento que conta com o apoio da Prefeitura e do Governo de Quioto, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

O festival terá uma programação onde não vão faltar concertos de “ídolos da pop japonesa, experiências culinárias e exposições de arte até ao final de Março.

26 Fev 2024

Hong Kong | Slowdive ao vivo no dia 14 de Março

Tão depressa surgiram e também tão depressa evaporaram-se no éter da música alternativa dos anos 1990. Os Slowdive foram uma espécie de aparição que voltou a materializar-se a partir de um festival de música (o Primavera Sound de Barcelona e Porto de 2014). Uma década depois da surpreendente reunião, a banda britânica que ajudou a construir a sonoridade shoegaze chega a Hong Kong para um concerto na Runway 11 da Asia World-Expo no próximo dia 14 de Março, a partir das 19h30.
O conjunto de Rachel Goswell e Neil Halstead lançou no passado mês de Setembro o seu quinto disco, “Everything Is Alive”, que mereceu aclamação crítica.
Pioneiros do lado onírico do rock alternativo, que misturou dream pop de bandas como Cocteau Twins às guitarras distorcidas de ondas mais psicadélicas, os Slowdive foram companheiros de trincheiras sónicas de bandas como My Bloody Valentine, Ride, Mojave 3 (que trocou elementos com os Slowdive) e Spacemen 3.
A banda formou-se em 1989, com Rachel Goswell na voz, guitarra e sintetizador, Neil Halstead voz e guitarra, Christian Savill também na guitarra, Nick Chaplin no baixo e Simon Scott na bateria. A formação inicial acabaria por lançar o primeiro disco da banda “Just for a day”, em 1991. O segundo registo, “Souvlaki”, acabaria por os catapultar para um estatuto de culto, em grande parte depois de a banda acabar.
Fortemente influenciados por Joy Division e a fase de final da década de 1970 de David Bowie, em especial com o álbum “Low”, “Souvlaki” ficaria para a história da música alternativa com faixas intemporais como “Alison”, “Sing”, “Souvlaki Space Station” e a versão fantasmagórica de “Some Velvet Morning”.
Dois anos depois de “Souvlaki”, e com o lançamento de mais um disco pelo caminho, os Slowdive punham termo à carreira, depois de terem ficado sem editora e de as divergências criativas sobre a sonoridades da banda terem chegado ao limite. Apenas quatro anos depois do lançamento do primeiro disco, a banda de Reading desaparecia num vapor de feedback de guitarras e vocalizações paisagísticas.
Quase duas décadas depois, aceitavam o convite da organização do festival Primavera Sound para dois concertos especiais de reunião. Estas duas datas, em Barcelona e Porto, transformaram-se numa tour mundial. A partir daí, o regresso a estúdio era uma questão de tempo, que culminou no lançamento do single “Star Roving” e o quarto disco “Slowdive”.
Décadas de música, concertos, avanços e recuos culminaram na mensagem deixada na página da banda: “Estamos muito felizes em anunciar que temos um concerto em Hong Kong no dia 14 de Março”.

Sonhar não custa
A primeira parte do espectáculo, que a organização caracteriza como um “concerto inteiro”, estará a cargo da jovem japonesa Ichiko Aoba, uma multiinstrumentista que achou a sua vocação estéctica numa interpretação do que é a folk. As suas composições acústicas, na maior parte das vezes só com voz e guitarra, são destilações dos seus sonhos.
Em 2010, quando tinha apenas 19 anos, lançou o disco de estreia “Razor Girl” e desde então nunca mais parou, e já conta com nove registos na discografia.
Como não poderia deixar de ser Ichiko Aoba, não esconde as suas influências e predilecção por animação e banda desenhada, importantes fontes de inspiração que culminaram com a participação na banda sonora do jogo “The Legend of Zelda: Link’s Awakening”, para a Nintendo Switch.
Apesar da tenra idade, Ichiko Aoba conta com uma lista longa de colaborações artísticas, como Ryuichi Sakamoto, Cornelius e Mac DeMarco.
Os bilhetes para os concertos estão à venda e custam 750 dólares de Hong Kong.

25 Fev 2024

Caminho das pedras Fitch indica que concessionárias vão levar tempo a reduzir dívida

A agência de notação financeira Fitch Ratings espera que o sector do jogo em Macau apresente melhorias este ano, apoiadas pela recuperação turística, embora a redução da dívida de operadoras de casino “leve tempo”.

“O aumento do número de visitantes e das receitas do jogo deverá contribuir para que as operadoras de casinos com presença em Macau, classificadas pela Fitch, reduzam os níveis de endividamento”, prevê a agência em comunicado.

A Fitch deixa a ressalva que o potencial de subida das classificações destas empresas é limitado pela elevada dívida, cuja redução “vai levar algum tempo para algumas das operadoras, apesar das melhorias registadas”.

O fluxo de turistas do interior em Macau aumentou durante os oito dias do feriado do Ano Novo Lunar, que este ano foi um dia mais longo do que o habitual, entre 10 e 17 de Fevereiro.

Dados da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau revelam que o número de visitantes nos primeiros sete dias do período de férias aumentou 2,6 por cento em comparação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia e de Macau adoptar rigorosas restrições fronteiriças.

Já durante os oito dias de férias, as chegadas de visitantes totalizaram 1,4 milhões, face aos 1,2 milhões de visitantes registados em 2019.

“Este fluxo reforça a nossa expectativa de uma recuperação do sector do jogo de Macau para o resto do ano, apesar dos ventos contrários económicos que a China enfrenta”, escreve a Fitch Ratings.

“Esta resiliência deve-se, em parte, a uma mudança nas preferências dos consumidores chineses para sectores orientados para os serviços, como o turismo doméstico e o entretenimento”, acrescenta.

Impulsos turísticos

Por outro lado, afirmam ainda os especialistas da Fitch, o fluxo turístico “é susceptível de impulsionar a receita bruta do jogo dos casinos”, com o segmento do mercado de massas “a registar receitas no quarto trimestre de 2023 que excederam os níveis de 2019 em 4 por cento”.

O segmento VIP (grandes apostas) encontra-se num percurso mais lento de recuperação, constatam no comunicado, avaliando que é improvável que volte aos níveis de receita pré-pandemia num futuro próximo.

“Essa recuperação mais lenta no segmento VIP pode ser atribuída ao endurecimento regulatório dos últimos anos no tratamento do turismo de jogos na China e aos desafios económicos mais amplos enfrentados pela China”, afirma-se na nota.

Macau fechou 2023 com receitas totais de 183,1 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que no ano anterior, mas apenas 62,6 por cento da receita acumulada registada em 2019.

25 Fev 2024

FAOM | Conselheira diz há demasiadas celebrações ocidentais

Macau está demasiado focada em celebrações ocidentais, como o Natal e Noite das Bruxas, e o Governo deveria incentivar a participação da população em festividades chinesas, como o Festival das Lanternas, considera, Wu Hang San, conselheira política dos Operários

 

Menos foco no Natal e Noite das Bruxas e maior promoção dos festivais tradicionais chineses. Esta é a aposta de Wu Hang San, conselheira política da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e coordenadora-adjunta do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, para atrair turistas estrangeiros e divulgar a cultura tradicional chinesa.

Em declarações ao jornal Cidadão, a responsável lembrou que amanhã se celebra o Festival das Lanternas, lamentando que “os residentes não valorizam as festividades tradicionais chinesas devido à influência ocidental”. Aliás, Wu Hang San gostaria de ver mais promoção de festividades chinesas enquanto trunfo para explorar mercados turísticos externos.

A celebração que se avizinha é caracterizada por elementos que convidam à interacção e é também conhecido como o “Dia dos Namorados Chinês”, factores que podem ser atractivos para locais e estrangeiros.

Assim sendo, a conselheira sugeriu ao Governo de Ho Iat Seng a organização de eventos de grande envergadura que integrem mais elementos alusivos ao Festival das Lanternas. Wu Hang San indicou que poderiam ser explorados elementos como os produtos gastronómicos alusivos à celebração, como os bolinhos de arroz glutinoso, vestuário, e produtos acessórios com imagens de lanternas. Além disso, o Festival das Lanternas é também uma altura propícia para a promoção de artesanato e actividades culturais como corte de papel, caligrafia, pintura, canto e dança.

Recorde-se que o Albergue SCM vai amanhã celebrar o Festival das Lanternas, como é hábito todos os anos. Este ano, a instituição irá contar com uma exposição de arte e caligrafia chinesa, a escrita no local de fai-chuns e as tradicionais lanternas dos coelhinhos para os mais novos. Além disso, haverá lugar para uma performance de dança, música e comidas e bebidas.

Romance e luz

A responsável da FAOM gostaria também de ver campanhas de promoção de conhecimento sobre as festividades tradicionais chinesas nas redes sociais, para reforçar o sentido de identidade da população.

Outra forma de divulgar mais as celebrações chinesas, passaria pela adesão do sector do comércio, como acontece, por exemplo, com o Natal e o Dia das Bruxas.

A conselheira da FAOM deixou ainda outra sugestão para promover a cultura chinesa, aconselhando que se firmem mais intercâmbios com associações do Interior da China para organizar conjuntamente exposições artísticas e actividades valorizem o património cultural.

25 Fev 2024

Portugal | Coutinho diz que Santos Silva pediu o apoio da ATFPM

Depois de a Secção de Macau do PS se ter queixado de que a ATFPM terá instruído associados a votar na Aliança Democrática, Pereira Coutinho afirma que Augusto Santos Silva pediu ajuda à associação na divulgação da sua mensagem política aos associados. O PSD acusa os socialistas de usarem associações de Macau na campanha eleitoral

 

Depois da acusação de que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) enviou mensagens aos seus associados dando indicações em como votar na Aliança Democrática, Pereira Coutinho revela ter recebido contactos do Partido Socialista (PS) para a campanha eleitoral das eleições legislativas. “Por altura deste Ano Novo Lunar, o candidato fora da Europa Augusto Santos Silva ligou à Rita Santos. Eu estava ao lado dela e falámos em conjunto. Augusto Santos Silva explicou que estava a concorrer às eleições da Assembleia da República no círculo fora da Europa e gostaria de contar com o apoio da ATFPM”, revelou ao HM o deputado e dirigente da ATFPM.

De seguida, Santos Silva terá indicado que “gostaria de enviar os panfletos do PS à ATFPM” e solicitado o apoio de direcção da ATFPM para divulgar junto dos associados. “Respondemos que sim que teríamos todo o prazer em divulgar”, remata Pereira Coutinho.

Segundo o deputado da Assembleia Legislativa da RAEM, esta não é a primeira vez que a associação é solicitada para apoiar uma força política nacional. “Nas eleições de Janeiro de 2022, como o José Cesário não concorreu, a Rita Santos foi contactada pelo candidato do PS pelo círculo eleitoral fora de Europa Paulo Porto Fernandes”, apontou. Além disso, Coutinho indica que, como Paulo Porto Fernandes tinha conhecimento das boas relações entre Rita Santos e António Costa, “pediu apoio à ATFPM para movimentar os associados para votar no PS”.

Coutinho menciona também o secretário-coordenador da Secção de Macau do PS, Vítor Moutinho, referindo que este também pediu a colaboração da associação que dirige. “Durante a campanha eleitoral de 2022, o Vítor Moutinho manteve contacto com a Rita Santos não só por contacto telefónico como por troca de mensagens de Whatsapp”, concluindo que “com o apoio da ATFPM, nas últimas eleições, o PS ganhou em Macau”.

Em relação à alegação de que a associação terá apelado ao voto na Aliança Democrática (formada por PSD, PP e PPM), Coutinho não quebrou o silêncio, declarando que “a ATFPM não quer fazer mais comentários sobre o assunto”.

 

Usar e abusar

Um dia depois das queixas da Secção de Macau dos socialistas, a Secção do PPD/PSD em Macau e Hong Kong entrou na troca de galhardetes, acusando o PS de usar associações e instituições de matriz portuguesa em Macau para fins políticos. “O Partido Socialista em Macau, ao longo dos anos até à actualidade, tem-se servido de certas associações e imprensa locais financiadas pelo Governo da RAEM para fins de campanha, propaganda ou processos eleitorais internos da Secção do PS e para combate e jogo político na maioria das vezes visando o PPD/PSD, imiscuindo-se assim na política interna portuguesa”, afirma em comunicado o director de campanha da Secção do PPD/PSD em Macau e em Hong Kong, António de Bessa Almeida.

O representante dos sociais democratas vai mais longe, acusando os rivais políticos de “um verdadeiro assalto dos militantes e de boys socialistas a praticamente todas as instituições directa ou indirectamente sob alçada do Estado português na China, com ainda maior gravidade, a título de um par de exemplos, junto do Consulado- Geral de Portugal em Macau e Hong Kong ou do universo da Fundação e Escola Portuguesa de Macau.

25 Fev 2024

IC organiza Festival de Curtas-Metragens no fim de Março

O Instituto Cultural anunciou ontem que irá organizar, em conjunto com o Grupo Galaxy Entertainment, o 1.º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, que terá lugar entre 23 e 30 de Março. O evento tem um nome muito semelhante ao festival organizado pela Creative Macau, que já vai na 14.ª edição, a última realizada no passado mês de Dezembro no Teatro Capitol.

O festival organizado pelo IC e a Galaxy irá incluir quatro categorias: “Curtas de Macau”, “Novas Vozes do Horizonte”, “Director em Foco” e “Exibições Especiais”.

A partir de 23 de Março, várias curtas-metragens de diferentes géneros estarão em exibição na Cinemateca Paixão e nos Cinemas Galaxy. A cerimónia de encerramento e entrega de prémios terá lugar a 29 de Março, no auditório do Centro de Convenções Internacional Galaxy. Na ocasião, será entregue o Prémio Macau no âmbito da secção “Curtas de Macau” e os prémios Melhor Curta-Metragem, de Melhor Contribuição Técnica, de Melhor Realizador e de Narrativa Inovadora no âmbito da secção “Novas Vozes do Horizonte”. Os vencedores receberão uma estatueta, assim como um prémio monetário.

Chamada ao mundo

A primeira edição do evento será organizada por uma comissão presidida por Gaia Furrer, directora artística da secção independente “Giornate degli Autori (Venice Days)” do Festival de Cinema de Veneza. A comissão inclui ainda o curador de curtas-metragens do Festival Internacional de Cinema de Toronto Jason Anderson, a curadora e produtora de cinema do Interior da China Shen Yang, e a actriz tailandesa Aokbab Chutimon, enquanto o júri é composto por profissionais da indústria cinematográfica provenientes do Interior da China, Sudoeste Asiático, Portugal e Ocidente, indicou ontem o IC.

Foram escolhidas dez obras para a categoria “Curtas de Macau”: “Before the Flight”, de Kiwi Chan; “Bubble”, de Wong Mei Ling; “Mar”, de Johnson Chan; “Walk the Same Path”, de Cheang Kun Ieong; “Till the End of the World”, de Emily Chan; “The Best Gift Ever”, de Hao Chit, “The Melancholy of Gods”, de Lei Cheok Mei; “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon; “Unsettled”, de Niko Ho, e “A Beautiful Journey: Documentary of Na Tcha Customs and Beliefs”, de Steven U.

O festival irá também exibir uma selecção de curtas e longas-metragens do realizador japonês Shunji Iwai.

22 Fev 2024

Creative Macau | Fotografias de Alex Chao para ver a partir de sábado

A Creative Macau acolhe a partir do próximo sábado a exposição de fotografia “Unique Vision”, de autoria de Alex Chao Io Chong. A inauguração está marcada para as 17h e tem entrada livre.

A exposição, que estará patente ao público até 23 de Março, tem como tema central a capacidade e característica da fotografia de conseguir captar formas e atribuir-lhes uma alma, destaca a organização da mostra.

“Sê um caçador na vida, capta o que encontras na vida em qualquer altura e em qualquer lugar, combina-o com os teus pensamentos, aceita o que recebes, dá-lhe uma alma, transforma-o numa obra de carne e osso e de pensamento, e coloca-o no mundo”, escreve a Creative Macau

Alex Chao tem marcado presença assídua na agenda cultural da Creative Macau e de outras associações de divulgação artística.

Nascido em Macau em 1965, Alex Chao tirou um bacharelato em artes visuais (vertente educativa) pela Universidade Politécnica de Macau. Cedo descobriu a paixão pela fotografia, devotando intensos estudos sobre a arte de fotografar durante a juventude. Até hoje, acumula mais de três décadas de pesquisa e experiência em fotografia, percurso que o levou ao profissionalismo como fotógrafo e educador em artes visuais, assim como director do estúdio de fotografia da Escola de Belas-Artes da Universidade Politécnica de Macau.

A sua experiência profissional engloba também trabalhos de edição de livros, tipografia, design, multimédia e curadoria e produção de exposições.

22 Fev 2024

Art Garden | “Human Laboratory” de Karen Yung a partir de sábado

A AFA Macau apresenta “Human Laboratory”, uma exposição de pintura de Karen Yung que será inaugurada no próximo sábado, às 18h30, na galeria da Macau Art Garden. Destilando influências de cultura popular e cartoons com que cresceu, a artista radicada em Macau procurou colocar na tela diversas facetas do que significa ser humano

 

A galeria da Macau Art Garden vai exibir a partir do próximo sábado a exposição individual de Karen Yung “Human Laboratory”, um evento incluído no programa “Objectos – Não-Objectos”, que apresenta mostras temáticas sobre a arte de pintar.

A exposição, que será inaugurada no sábado às 18h30, vai estar patente ao público no espaço da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues até 17 de Março, de segunda a sábado entre as 11h e as 19h (excepto em feriados) e tem entrada livre.

A organização do evento revela que “durante o processo de criação das obras desta exposição, a artista desempenhou um papel duplo, como observadora, mas também como participante”, procurando pistas sobre o que nos torna humanos, “observando conscientemente os padrões de comportamento humano, os estados psicológicos e as expressões da humanidade”.

Os conceitos que Karen Yung procurou colocar na tela resultam de questões nascidas de observação e registos objectivos, aponta a curadoria da mostra, a cargo de Pauline Choi. Os frutos desta análise foram convertidos em quadros em que figura uma aparente ingenuidade em tons neutros, quase infantis.

 

Tranquilo surrealismo

Este projecto de procura de humanidade é um tema transversal à criação de Karen Yung, que se tem destacado ultimamente pelas obras multimédia fortemente influenciadas pela estética e componentes culturais que marcaram a sua infância. A arte digital tornou-se, assim, numa forma de expressão de eleição para Karen Yung, como ficou patente, por exemplo, em “Fragile Résilience – A Metaverse Heart”, uma animação tridimensional com que participou na mostra colectiva “NFT Against Poverty”, exibida em Novembro de 2022 também na galeria do espaço Art Garden.

Desenhos animados, banda desenhada e referências da cultura popular são traços comuns da narrativa visual kawaii, um termo japonês aplicado também à criação artística que se distingue por uma vaga ingenuidade que desperta sentimentos de ternura.

Como tal, os seus trabalhos normalmente “transmitem um sentimento de transparência, convidando o público a entrar serenamente no universo paralelo e surreal da artista”.

Karen Yung, que é oriunda de Hong Kong, mas reside em Macau, recebeu em 2015 o Prémio de Arte, da Fundação Oriente e um ano depois expôs em Lisboa “Atlantis – Karen Yung Oil Painting Exhibition”. Entre as mostras que protagonizou, a AFA – Art For All Macau destaca ainda “Microexpressions – Karen Yung Solo Exhibition” que esteve patente em Taipei em 2013.

A artista conta também no currículo com um mestrado focado em pintura ocidental pela National Taiwan Normal University e um bacharelato em inglês pela Universidade de Macau.

22 Fev 2024

Covid-19 | Dois doentes ligados ao ventilador em estado grave

Os Serviços de Saúde (SS) anunciaram ontem que dois doentes estão internados no Centro Hospitalar Conde de São Januário com infecções graves de covid-19. Os casos foram notificados aos SS na terça-feira dizem respeito a uma residente de 70 anos que sofre de doença crónica e um residente de 58 anos, também doente crónico, ambos não vacinados contra a covid-19.

A paciente de 70 anos recorreu às urgências do Hospital São Januário no passado domingo com sintomas de febre alta e falta de ar, ficando internada. Após testar positivo ao novo tipo de coronavírus, a mulher foi submetida a exame imagiológico que revelou pneumonia pulmonar dupla, que obrigou à necessidade de usar ventilador devido à falta de ar.

Quanto ao doente de 58 anos, recorreu às Urgências do Hospital São Januário devido a falta de ar e tosse, ficando internado no centro hospitalar no dia 11 de Fevereiro.

O exame imagiológico também acusou pneumonia pulmonar dupla e o doente foi ventilado devido ao agravamento da falta de ar. Os dois doentes continuam internados.

Os SS revelaram ontem que foi também detectado um caso de infecção colectiva de covid-19 no Asilo de Betânia, na Avenida do Conselheiro Borja, onde 11 utentes, todos do sexo masculino, acusaram positivo ao novo tipo de coronavírus. O estado clínico dos doentes é considerado estável e não houve registo de casos graves.

22 Fev 2024

Imobiliário | Empresários pedem regresso de “BIR Gold”

O ex-deputado Ung Choi Kun defende o regresso imediato do programa de atribuição de residência a quem compre imóveis em Macau. O também presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliário sugeriu uma série de isenções fiscais na revenda de casas e fim dos limites de entrada para empréstimos bancários para compra de imóveis

 

Após cerca de dois anos da condenação do ex-presidente do Instituto para a Promoção do Comércio e Investimento (IPIM) Jackson Chang, depois do escândalo de corrupção no programa de fixação de residência a investidores em imobiliário, uma das maiores associações de empresários do sector pede o regresso do programa semelhante aos “vistos gold” que também levantaram polémica em Portugal.

O ex-deputado Ung Choi Kun, que foi número dois de Chan Meng Kam na bancada parlamentar da comunidade de Fujian, pediu ao Governo que retome o programa de atribuição de residência a quem invista em imóveis no território. Ung, que preside à Associação dos Empresários do Sector Imobiliário de Macau, considera que o regresso do programa é urgente para responder à crise que afecta o mercado imobiliário local.

“Os dados relativos ao mercado imobiliário demonstram que vivemos a pior situação dos últimos 40 anos. Apesar de o Governo ter aliviado algumas restrições no final do ano passado, as vendas em Janeiro fixaram-se em apenas pouco mais de 260”, afirmou o ex-deputado aos órgãos de comunicação social.

Não é a primeira vez que Ung Choi Kun alerta para a crise e falta de horizontes no sector, que considera poder vir a enfrentar uma crise que irá durar mais três anos. Essa previsão foi renovada na terça-feira.

 

Regras do jogo

Para já, o Governo de Macau focou as regras de fixação de residência e atribuição de BIR na aposta naquilo que é caracterizado como a diversificação adequada da economia e aposta na economia “1+4”. O objectivo das autoridades passa por procurar atrair talentos e quadros qualificados. À luz desta política, o Governo procura desenvolver as quatro indústrias estratégicas apontadas por Pequim (‘big health’, finanças modernas, tecnologia de ponta e o sector de convenções e exposições).

O representante dos empresários do ramo defende que este programa deve ser alargado a investidores que injectem vitalidade no sector imobiliário. Além de impulsionar a economia diversificada, a retoma do programa de fixação de residência poderá também ajudar na resposta ao envelhecimento da população, defende Ung Choi Kun.

Também as medidas de relaxamento de restrições deveriam ser alargadas, na óptica do dirigente associativo que gostaria de ver melhoradas as actuais leis relacionadas com a gestão de terreno, agentes imobiliários e o imposto do selo especial. Como tal, o ex-deputado sugeriu que o Executivo de Ho Iat Seng deveria cancelar, o mais rapidamente possível, o imposto de selo especial de forma a incentivar a confiança de investidores e apoiar a sobrevivência das pequenas e médias empresas imobiliárias.

O imposto do selo especial incide sobre quem revende um imóvel pouco tempo depois de o comprar, com uma taxa de 20 por cento para uma venda menos de um ano depois de ter comprado um imóvel, e 10 por cento quando a alienação ocorre dentro de dois anos da compra.

A lei que estabeleceu o imposto de selo especial entrou em vigor no último trimestre de 2011 e foi aprovada com o objectivo de combater a especulação imobiliária.

O acesso a crédito bancário foi outro dos temas focados por Ung Choi Kun, que gostaria de ver eliminado o limite de 30 por cento de entrada nos empréstimos para a compra de imóveis para habitação, passando a fixação do valor emprestado para as decisões dos bancos. O dirigente associativo mostrou confiança na capacidade das instituições financeiras em fixarem uma proporção razoável, acrescentando que a medida poderia ajudar na revitalização do mercado.

22 Fev 2024

Secção de Macau do PS acusa ATFPM de apelar ao voto num partido político

“Está a circular na Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) uma mensagem electrónica – via SMS – a apelar ao voto numa força política especifica nas eleições legislativas da República Portuguesa. Essa mensagem refere dois números de telefone (2859 5512 e 2857 0004) que estão associados à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), aparecendo como contactos da referida associação na sua página da internet”, declarou ontem a Secção de Macau do Partido Socialista (PS).

O comunicado assinado pelo Secretário-Coordenador da Secção de Macau do Partido Socialista, Vítor Moutinho, não menciona especificamente o partido, mas salienta que a ATFPM, “como associação sem cariz político constituída à luz do direito da RAEM, tem a obrigação de respeitar a Lei e o dever de não se imiscuir em actos eleitorais de países estrangeiros”.

Além disso, sublinha o dever a que está obrigada a associação de Macau a seguir “o princípio da não-ingerência em assuntos internos dos Estados escrupulosamente seguido e defendido pela República Popular da China”.

Com barbas

Não é a primeira vez que a Secção de Macau do Partido Socialista manifesta preocupação com os métodos utilizados pela ATFPM durante períodos eleitorais. Desta vez, Vítor Moutinho declara que “não pode, dada a gravidade da situação, ficar indiferente a acontecimentos que diminuem a transparência do processo eleitoral, podem condicionar o exercício do voto pelos cidadãos em liberdade e consciência e descredibilizam os resultados eleitorais”.

Recorde-se que em 2019, a Secção de Macau do PS apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a acusar a ATFPM de alegadas “situações anómalas” relacionadas com o envio dos votos por correspondência para as legislativas. Na altura, o mandatário pelo círculo eleitoral Fora da Europa, Paulo Pisco, pediu mesmo à CNE a abertura de um inquérito para apurar os factos.

“A secção local do PS foi abordada por várias pessoas que disseram ter recebido chamadas e a quem interlocutores, afirmando que falam pela ATFPM, terão dito que podiam trazer as cartas com os boletins de voto à sede da ATFPM, que eles tratavam de tudo, o que, evidentemente, poderá pôr em causa a confidencialidade e a pessoalidade do voto”, afirmou na altura o responsável da Secção de Macau do PS.

No comunicado divulgado ontem, a secção do partido sublinha que a participação cívica dos cidadãos em eleições “deve ser promovida na base do respeito incondicional pela liberdade individual do cidadão, assim como pelos princípios democráticos que oferecem legitimidade à representatividade conferida pelo voto”.

21 Fev 2024

Armazém do Boi | Histórias de migração inspiram exposição colectiva

Na próxima sexta-feira, é inaugurada no Armazém do Boi uma exposição colectiva que reúne peças de arte contemporânea de seis criadores. A essência transitória da vida e experiências de migração dos povos do Delta do Rio das Pérolas do interior para o litoral foram inspirações para instalações e peças de vídeo-arte

 

 

Desde o início de Novembro e ao longo de três meses e 23 dias, Situ Jian construiu um “Jardim Secreto” no Pátio do Espinho, transportando terra e plantas do seu estúdio para o pequeno recanto nas traseiras das Ruínas de S. Paulo. No próximo domingo, entre as 14h30 e as 18h, o artista irá ministrar um workshop que tem como pilar duas cartas escritas pela filha de Situ Jian, as plantas e a natureza multicultural de Macau como pontos de partida para uma discussão com os participantes.

Este é um dos seis vectores de intervenção criativa proposto pelo Armazém do Boi que inaugura na sexta-feira, a partir das 18h30, a exposição de arte contemporânea do Delta do Rio das Pérolas “The Old People’s Restaurant and the Sea”. O evento, que decorre até 24 de Março no Antigo Estábulo Municipal, reúne obras de seis artistas, Yu Guo, Zhu Xiang, Cai Guojie, Lee Kai Chung, Situ Jian, Hu Wei, em vários meios de expressão artísticas, com predominância da projecção de vídeo-arte e instalação. Porém, haverá também lugar às manifestações mais interventivas, provocadoras através de workshops com o “Jardim Secreto” de Situ Jian.

Horizontes e emoções são temas centrais da obra de autoria de Lee Kai Chung que procurou verter em vídeo a transformação e história das pessoas e paisagens contemporâneas da área da Grande Baía, com particular incidência sobre a estrutura emocional dos indivíduos deslocados.

O seu projecto mais recente, “Tree of Malevolence”, é encarado pelo artista como forma de expansão deste contexto criativo. No sábado à noite, entre as 19h e as 21h30, Lee Kai Chung irá exibir a sua árvore da malevolência, que ainda se encontra em fase de edição, e arrancar daí para uma sessão de troca de experiências com o público centrada no tema da identidade, para o qual foram convidados artistas locais. A obra explora a história do indivíduo “Y” na Feira de Cantão em Guangzhou durante a era da Guerra Fria, e representa um catalisador para a reflexão e troca de ideias.

 

A caminho da costa

“The Old People’s Restaurant and the Sea” apresenta narrativas únicas e micro-histórias da região do Delta do Rio das Pérolas. A organização do evento indica que “depois de explorar a exposição em profundidade, os espectadores poderão compreender a imaginação espacial dos habitantes das montanhas do interior em relação às zonas costeiras. Poderão também aperceber-se das estratégias de sobrevivência usadas pelos residentes das ilhas costeiras que ‘saltam’ de ilha em ilha” à procura de uma vida melhor.

Memórias de fuga, dispersão e dramas familiares são usados como pontos de confronto e partilha com o público. Por vezes, a própria montanha percorre os trilhos migratórios dos humanos, tema explorado pelas histórias da extração, transporte e deposição de pedras na região do Delta do Rio das Pérolas.

“Num lugar próximo do mar, os jovens só têm memória de pontes e enquanto os barcos caíram no esquecimento. Para alguns, as ilhas são como buracos numa sala, roídos e ocupados por ratos. Os arquipélagos são zonas de retaguarda para humanos, enquanto as terras continentais podem não o ser”, aponta a organização da mostra.

A saída de um espaço amplo para o sufoco da densidade populacional, onde reside ainda assim o sustento, são temas transversais à exposição que conta com a curadoria de Song Yi e direção do presidente Armazém do Boi, Noah Ng Fong Chao.

A entrada para a exposição é livre.

21 Fev 2024

Coutinho diz que Governo demora a devolver diplomas a comissões

“Algumas propostas de lei que estão a ser examinadas pelas comissões há mais de meio ano e não sabemos como se vão resolver estes problemas. A grande questão é que o Governo, talvez para dar conta do recado à população, apresenta diplomas que depois da análise na generalidade baixam à comissão e eles levam de volta e nunca mais os devolvem à Assembleia Legislativa”, afirmou ontem Pereira Coutinho, à margem do Almoço de Primavera da Assembleia Legislativa (AL).

As declarações do deputado são contraditórias com o discurso do presidente do hemiciclo, Kou Hoi In, que enalteceu o “alto rendimento do lavor parlamentar”, mesmo face às tarefas “intensas e pesadas”.

“Este é um dos grandes problemas que as comissões da AL têm em mãos. Aquilo que passa para a população é que os deputados estão muito ocupados com a análise quando, de facto, a maioria dos diplomas está nas mãos do Governo e os deputados não têm nada para fazer”, acrescentou Coutinho.

Uma das leis que está de volta à agenda da AL depois de vários meses sem reuniões entre Governo e deputados é a lei sindical. Porém, face a este diploma, Pereira Coutinho sublinha que prefere não ter qualquer lei e manter intacta a liberdade de associação e expressão. “A lei sindical tem vários problemas. Prefiro não ter uma lei sindical do que ter uma lei sindical que vai comprimir mais os direitos fundamentais dos trabalhadores”, declarou o deputado e responsável da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

O deputado não aceita as disposições da proposta do Governo para enquadrar legalmente os sindicatos que permitem no futuro que inspectores da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais se dirijam à ATFPM para vasculhar os ficheiros particulares, vendo quantos associados estão inscritos ou verificando a sua nacionalidade e onde trabalham. “É algo perigoso e nós não queremos isso. Se estas disposições avançarem, a ATFPM não vai, de certeza, aderir ao sistema de sindicato”, rematou.

 

Segredo do negócio

Em relação à economia, Pereira Coutinho realçou as dificuldades que as empresas de Macau sentem para desenvolver as suas actividades comerciais devido às “barreiras alfandegárias e tarifários”, situação que se alastra à população.

Nesse aspecto, o deputado deu como exemplo uma das joias da coroa do Governo no que diz respeito à diversificação económica: a zona de cooperação aprofundada de Hengqin. “Por exemplo, os portugueses que não têm salvo conduto não podem transpor as fronteiras para irem a Hengqin. É inadmissível que uma pessoa seja obrigada todos os dias a passar a fronteira com o passaporte. Vamos ver a partir de 1 de Março o que acontece na prática que beneficie as pessoas que querem fazer negócio.”

Uma das barreiras mencionadas pelo deputado foi a impossibilidade de portadores de BIR da RAEM sem salvo conduto contraírem empréstimos para comprar apartamentos no Novo Bairro de Macau, mas o deputado aponta que algo está a falhar no papel da RAEM enquanto ponte para a lusofonia.

“Não é fácil aos países de língua portuguesa fazerem negócio com a plataforma de Macau e cada vez é mais difícil. Ainda ontem estive com vários delegados do Fórum Macau de países africanos e todos estão descontentes desde que se soube da despromoção da instituição”, referiu o deputado sobre a diluição do Fórum Macau na estrutura departamental do Instituto de Promoção e Investimento de Macau.

21 Fev 2024

AL | Kou Hoi In salienta soberania e segurança do Estado como princípios orientadores

No discurso do Almoço de Primavera da Assembleia Legislativa, o presidente do organismo Kou Hoi In fez um balanço do trabalho desenvolvido, destacando as leis de defesa e segurança do Estado e protecção do segredo de Estado. Kou Hoi In descreveu os diplomas como “garantia jurídica sólida” para prevenir e desmontar “todos os perigos e riscos ocultos e potenciais”

 

Realizou-se ontem o anual Almoço de Primavera da Assembleia Legislativa (AL), onde o elenco de deputados troca impressões com a comunicação social. No discurso de abertura, o presidente da AL fez um resumo do trabalho realizado no ano passado e destacou os diplomas que mais contribuíram para as missões dos órgãos institucionais da RAEM.

Começando por salientar que “2023 foi um ano profícuo e de alto rendimento do lavor parlamentar”, passando pela contabilidade de reuniões, interpelações e outros trabalhos, Kou Hoi In sublinhou o “impulso dado ao aceleramento da emanação de leis sobre a segurança nacional”.

“Este Hemiciclo teve sempre presente a defesa da soberania da segurança e dos interesses do desenvolvimento do Estado como princípios orientadores dos trabalhos legislativos”, indicou o deputado, enaltecendo a revisão da “Lei relativa à defesa da segurança do Estado” e a “Lei de protecção do segredo do Estado”. Os diplomas foram descritos por Kou Hi In como instrumentos de garantia jurídica sólida para “prevenir e desmontar, efectivamente, todos os tipos de perigos e riscos ocultos e potenciais” no domínio da segurança do Estado.

O presidente da AL referiu ainda que este trabalho legislativo foi um importante contributo do órgão legislativo para a “implementação estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas” em Macau.

Em relação ao futuro, Kou Hoi In destacou a revisão em curso da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa como um importante trabalho para “promover o princípio de ‘Macau governando por patriotas’ e garantir que o poder de governação de Macau esteja firmemente escorado nas mãos dos patriotas que amam a pátria e Macau”.

 

Diversificação no ponto

Kou Hoi In mencionou também as leis que tiveram como foco a diversificação adequada da economia. Neste domínio, sublinhou a importância da aprovação das leis do sistema financeiro, emissão monetária, captação de quadros qualificados, das empresas de capitais públicos, assim como as leis que vão regular o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, as técnicas de procriação medicamente assistida e a alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública. “A aprovação destas iniciativas tem subjacente a viabilização acelerada do plano de desenvolvimento das indústrias diversificadas ‘1+4’ em Macau e da construção da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin”, nomeadamente as indústrias da “macrossaúde da medicina tradicional chinesa e da indústria financeira moderna”.

Sobre a produção da AL na sessão legislativa que terminou a 15 de Outubro, o presidente do hemiciclo lembrou que foram aprovadas 22 leis e uma resolução, realizaram-se 34 reuniões plenárias, incluindo oito sessões dedicadas a um total de 106 interpelações orais apresentadas pelos deputados.

Além disso, foram recebidas 807 interpelações escritas e 376 intervenções antes da ordem do dia.

Desde 16 de Outubro, quando arrancou a nova sessão legislativa, os deputados aprovaram 10 leis e uma resolução e foram convocadas 20 reuniões plenárias. Os deputados submeteram 293 interpelações escritas e fizeram 152 intervenções antes da ordem do dia, enquanto as três comissões permanentes fizeram 50 reuniões, e a comissão de regimento e mandatos e as comissões de acompanhamento convocaram no total sete reuniões.

21 Fev 2024