Hoje Macau SociedadeCitigroup | Grandes apostadores estão a gastar mais Os grandes apostadores estão a gastar mais dinheiro em Macau. A conclusão faz parte do relatório mais recente do banco de investimento Citigroup, sobre o mercado do jogo de Macau. De acordo com o relatório, citado pelo portal GGR Asia, até Setembro o número de grandes apostadores ultrapassou os níveis de todo o ano passado. O relatório explica também que considera como grandes apostadores, os jogadores que apostam 100 mil dólares de Hong Kong por jogada. “No acumulado do ano, vimos 228 jogadores a apostar um total de 43,3 milhões de dólares de Hong Kong. Estas estatísticas excedem as estatísticas do ano de 2023, em que tínhamos contabilizado 224 baleias a apostar 39,7 milhões de dólares de Hong Kong”, consta no relatório assinado pelo analista George Choi. “A aposta média dos ‘jogadores do mês’ no acumulado do ano foi de 655 mil dólares de Hong Kong, cerca de 43 por cento acima da média do ano fiscal de 2023 de 457 mil dólares de Hong Kong”, é acrescentado. George Choi também indicou que “a tendência dos gastos” dos grandes apostadores está a “acelerar” nos últimos cinco meses, o que mostra que os grandes jogadores “têm capacidade e estão dispostos a gastar dinheiro em Macau, apesar do estado da economia na China”. Nos últimos meses a economia do Interior tem atravessado problemas, principalmente no que diz respeito à confiança dos consumidores. O Interior é o principal mercado de Macau ao nível do jogo nos casinos.
Hoje Macau SociedadeReceitas das agências de viagens a 60% dos níveis pré-pandemia Em 2013, as receitas das agências de viagens atingiram 5,06 mil milhões de patacas, um montante que corresponde a 60 por cento do valor de 2019, antes da pandemia, quando as receitas foram de 8,29 mil milhões de patacas. O número foi revelado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) com a publicação dos resultados do “inquérito às agências de viagens referente a 2023”. Em comparação com 2022, quando o território ainda enfrentava fortes restrições de circulação, no âmbito da política de zero casos de covid-19, as receitas de 2023 significam um crescimento de 214,3 por cento, face ao valor de 1,60 mil milhões de patacas daquele ano. Em termos das despesas, no ano passado foram totalizados 4,78 mil milhões de patacas, um aumento de 180,8 por cento, face a 2022. Em comparação com os níveis pré-pandemia, as receitas caíram para metade, dado que em 2019 tinham sido de 7,79 mil milhões de patacas. Como consequência, as agências de viagem registaram um excedente bruto de 294 milhões de patacas. Só mais uma Ainda no que diz respeito às receitas no ano passado, os serviços de reservas de quartos geraram 1,70 mil milhões de patacas, a venda de bilhetes de transporte de passageiros 931 milhões de patacas e a venda de excursões 816 milhões de patacas, aumentos de 208,7 por cento, 279,7 por cento e 318,3 por cento, em comparação com o ano anterior. Estes aumentos foram justificados pela DSEC, com os “acréscimos notáveis” do “número de entrada de visitantes em Macau” e de “residentes que visitaram o exterior”. A DSEC considerou ainda que 2023 significou a “retoma gradual das actividades sociais a nível mundial”, apesar de em grande parte essa retoma ter acontecido ainda em 2022. Ao longo do ano passado, estabeleceu-se no território mais uma agência de viagens, o que significa a existência de 177 agências, em comparação com as 176 de 2022. Também ao nível das agências de viagens em operação, há uma diferença relevante face a 2019. Neste ano, os resultados do “inquérito às agências de viagens referente a 2019” apontavam para a existência de 218 agências, mais 44 do que no ano passado.
Hoje Macau Manchete PolíticaCiberataques | Taiwan acusado de agressões no Interior, HK e Macau O Ministério da Segurança Pública da China afirmou ontem que o grupo Anonymous 64 é coordenado por Taiwan e que tem como objectivo “denegrir o sistema político chinês”. Taipé recusa as ligações Pequim acusou ontem um grupo de piratas informáticos, alegadamente apoiado pelas forças armadas de Taiwan, de ter efectuado ciberataques contra alvos no Interior, Macau e Hong Kong. Os ataques foram negados por Taipé. O Ministério da Segurança Pública da China afirmou em comunicado que o grupo Anonymous 64 “tentou transmitir conteúdos que denegriam o sistema político chinês” através de portais, ecrãs exteriores e estações de televisão digital. “A ameaça cibernética é grave. Foram tomadas medidas eficazes para lidar com estes perigos, mas todos os cidadãos devem estar atentos a possíveis actos de sabotagem”, afirmou o ministério. No comunicado, divulgado através da rede social Wechat, o ministério afirma que “não se trata de um vulgar grupo de ‘hackers’”, mas sim de “um exército cibernético alimentado pelas forças pró-independência de Taiwan”. De acordo com o ministério, o grupo reporta a um centro de investigação associado a uma unidade de guerra cibernética do exército taiwanês, “responsável por travar guerras cibernéticas cognitivas e de opinião pública contra o continente”. Pequim afirmou ainda que a organização tentou “publicar conteúdos que criam a ilusão de que a segurança da rede da China é frágil”. “No entanto, a maioria dos portais atacados eram falsos portais oficiais ou portais que já não estão a ser utilizados. Alguns foram mesmo criados pela organização através da edição de fotografias e outros métodos”, acrescentou. Taipé nega Em resposta, o Comando de Defesa Cibernética e Telecomunicações do Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan declarou que a Unidade de Guerra Cibernética é a única responsável pela defesa da informação da Ilha e pelo trabalho de segurança cibernética e que “as acusações da China não são verdadeiras”. “O Comando constatou que a actual situação de ameaça inimiga e cibernética é grave e que o Exército de Libertação Popular (ELP), juntamente com as suas forças associadas, continua a perturbar Taiwan através de ataques aéreos, navais e cibernéticos, sendo o principal instigador que mina a paz regional”, sublinhou a pasta militar em comunicado. Nos últimos anos, Taiwan tem denunciado um número crescente de ciberataques da China como parte de uma campanha de “guerra cognitiva” destinada a pressionar o Executivo taiwanês, actualmente liderado por William Lai. O Ministério dos Assuntos Digitais de Taiwan (MODA) detectou mais de 64.000 ciberataques contra agências governamentais em Maio passado, o maior total mensal em quase um ano.
Hoje Macau SociedadeAMCM sela parceria com Banco Central do Brasil O regulador financeiro de Macau assinou ontem o primeiro acordo de cooperação e partilha de informação com o Banco Central do Brasil (BCB). O presidente da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), Benjamin Chan Sau San, sublinhou que, após a assinatura deste acordo, a instituição já tem 11 protocolos firmados com oito países de língua oficial portuguesa. O sub-governador do BCB disse que acordos de cooperação com outros reguladores são “fundamentais para a estabilidade do mercado”, algo que exige “olhar para outras jurisdições para se conhecer experiências distintas”. A criação de “um sistema financeiro mais forte para todos” exige a partilha de informações e “a implementação de medidas conjuntas para minorar riscos sistémicos”, acrescentou Ailton de Aquino Santos. O acordo com a AMCM “reforça o compromisso” do Banco Central do Brasil “com a cooperação e com a comunidade lusófona” e representa “mais uma oportunidade para intercâmbio que reforce a inovação”, disse o dirigente. De mãos dadas O acordo foi assinado durante a segunda Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que está a decorrer em Macau. Durante o mesmo evento, a AMCM assinou novos acordos com o Banco de Moçambique e com o Banco de Cabo Verde. Benjamin Chan revelou ainda que Macau irá recebe, em Outubro, a 21.ª Assembleia Geral da Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos, cuja edição anterior decorreu em Lisboa. O regulador apontou os acordos e eventos como sinais do compromisso de “consolidar a função de Macau enquanto plataforma de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Na cerimónia de abertura da conferência, o governador do banco central da China prometeu que a instituição vai continuar a apoiar a plataforma financeira sinolusófona para ajudar a diversificar a economia de Macau, muito dependente do turismo e do jogo. Pan Gongsheng acrescentou que o evento é uma oportunidade para o Banco Popular da China “reforçar a cooperação no campo financeiro com os países de língua portuguesa” e facilitar o comércio, investimento e financiamento transfronteiriço. Também durante a conferência de hoje, a Associação de Bancos de Macau assinou acordos de cooperação com a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) e a Associação Santomense de Bancos. Num discurso, o presidente da AMB, Teotónio Comiche, propôs que a terceira edição da Conferência dos Governadores dos Bancos Centrais e dos Quadros da Área Financeira entre a China e os Países de Língua Portuguesa decorra em Moçambique. A edição inaugural do evento aconteceu também em Macau, em Maio de 2019, antes do início da pandemia.
Hoje Macau EventosNovo romance de Chico Buarque lançado em Portugal O novo romance de Chico Buarque, “Bambino a Roma”, que mistura ficção com memórias da época em que o escritor e cantor esteve emigrado na capital italiana, na década de 1950, chegou ontem às livrarias portuguesas. A editora Companhia das Letras fala num livro irresistível, no qual o leitor é transportado “para um cenário que combina memórias e imaginação, e que revela um rapaz à descoberta da Cidade Eterna, dos laços de amizade, dos sonhos que se evaporam, dos primeiros desejos”. “Bambino a Roma” foi editado no Brasil em Agosto, tendo chegado ontem às livrarias portuguesas. Trata-se de um romance que remete para o período entre o fim da infância e início da adolescência que Chico do Buarque viveu em Itália. O pai do cantor e escritor, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, foi convidado a dar aulas numa universidade em Roma, na década de 1950, e emigrou levando com ele a família. Mais tarde, entre 1968 e 1970, quando já era um artista reconhecido, Chico Buarque voltou a viver em Roma, onde se exilou durante a ditadura militar do Brasil (1964-1985). A primeira filha do cantor, com a actriz Marieta Severo, Sílvia, nasceu em Roma. Entre os vários álbuns que editou está “Chico Buarque de Hollanda na Itália”, que saiu em 1969 e inclui versões em italiano de músicas de Chico como “A banda”, “Madalena foi pro mar” e “Olê, Olá”. Francisco Buarque de Hollanda, que completou 80 anos em Junho, tem uma carreira musical de mais de cinco décadas, mas também se destaca no mundo da literatura como escritor. Estreia há 50 anos Chico Buarque estreou-se na literatura em 1974 com a novela “Fazenda Modelo” e, 17 anos depois, publicou o primeiro romance, “Estorvo”. Além de romances, é também autor de contos, poesias, peças teatrais e livros infantis, com títulos como “Roda Viva”, “Gota d’Água”, “Ópera do Malandro”, “Chapeuzinho Amarelo”, “Benjamim” e “O Irmão Alemão”. Chico Buarque esteve em Portugal no ano passado para receber o Prémio Camões, com o qual foi distinguido em 2019, e para uma série de concertos de apresentação do espectáculo “Que tal um samba”, no Porto e em Lisboa. Para o júri do Prémio Camões, a maior distinção literária de língua portuguesa, a escolha de Chico Buarque deveu-se à sua “contribuição para a formação cultural de diferentes gerações”, e o “caráter multifacetado” do seu trabalho, da poesia, ao teatro e ao romance, estabelecendo-se como “referência fundamental da cultura do mundo contemporâneo”. Antes do Prémio Camões já fora distinguido três vezes com o prémio Jabuti, o mais importante prémio literário no Brasil, por “Estorvo” (1991), “Leite Derramado” (2010), obra com que também venceu o antigo Prémio Portugal Telecom de Literatura, e “Budapeste” (2006).
Hoje Macau China / ÁsiaIndo-Pacífico | EUA, Índia, Austrália e Japão em exercícios conjuntos As quatro nações expandiram a cooperação naval na região, alargando o raio de acção que vai agora do Pacífico ao Oceano Índico com a participação, pela primeira vez, de patrulhas conjuntas das guardas-costeiras Os líderes dos Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália anunciaram novas iniciativas para reforçar a cooperação naval no Indo-Pacífico face à ascensão da China, incluindo os primeiros exercícios conjuntos das suas guardas costeiras. O anúncio aconteceu no sábado, durante a cimeira do Diálogo de Segurança Quadrilateral, a aliança dos quatro países conhecida como Quad, que se realizou em Wilmington, no estado do Delaware, no nordeste dos Estados Unidos. No final da cimeira, as quatro nações emitiram um comunicado conjunto no qual anunciaram uma expansão da colaboração marítima que tinha sido anunciada pela primeira vez na cimeira Quad no Japão há dois anos, coincidindo com a reunião do G7. A novidade está agora na expansão para que os parceiros do Quad possam monitorizar as águas que vão do Pacífico ao Oceano Índico, graças a uma maior colaboração por parte da Índia. Os líderes anunciaram ainda a realização, pela primeira vez, de exercícios conjuntos das guardas costeiras, que terão início em 2025 e que procuram confrontar as acções de Pequim no mar do Sul da China. Um responsável norte-americano disse que um navio da guarda costeira dos EUA acolherá a bordo homólogos japoneses, australianos e indianos com o objectivo de melhorar a coordenação entre as forças, após o qual outro país fornecerá o navio, alternando-os ao longo do tempo. A China mantém disputas territoriais com vários países da Ásia-Pacífico, incluindo o Japão. Também países como as Filipinas e a Indonésia têm criticado as actividades de pesca levadas a cabo por navios chineses em águas disputadas do mar do Sul da China, onde Pequim construiu ilhas artificiais com infraestruturas militares. Microfone indiscreto O comunicado final, com mais de 5.500 palavras na versão em inglês, não menciona a China, após as declarações oficiais dos dirigentes do Quad, um microfone que ainda estava ligado permitiu aos jornalistas ouvir o Presidente dos EUA a dizer que as acções de Pequim são “uma mudança de táctica, não de estratégia”. “A China continua a comportar-se de forma agressiva, testando-nos a todos na região, e isto é verdade no mar do Sul da China, no mar do Leste da China, no Sul da China, no Sul da Ásia e no Estreito de Taiwan”, disse Joe Biden aos primeiros-ministros da Índia, Narendra Modi, do Japão, Fumio Kishida, e da Austrália, Anthony Albanese. Biden acrescentou que o líder chinês, Xi Jinping, procura “minimizar a turbulência nas relações diplomáticas” com o objectivo de centrar-se nos desafios económicos internos”. Outra iniciativa foi a institucionalização do Quad, para garantir a sua sobrevivência face aos ciclos políticos dos quatro membros. Os Estados Unidos têm eleições presidenciais já em Novembro. Foi anunciada a criação no parlamento dos EUA de um grupo de trabalho, com congressistas democratas e republicanos, para defender e e promover a aliança.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Tribunal confirma legalidade da pena de morte O Tribunal Constitucional de Taiwan confirmou na sexta-feira a legalidade da pena de morte, limitando-a a “circunstâncias especiais e excepcionais”, numa decisão tomada depois de uma queixa de reclusos e organizações não-governamentais. Um grupo de reclusos no ‘corredor da morte’, aos quais se juntaram a Amnistia Internacional e a Coligação Mundial Contra a Pena de Morte, argumentaram que a pena capital viola os direitos fundamentais protegidos pela Constituição, como os direitos à vida e de não sujeição a tortura ou a actos cruéis, desumanos ou degradantes. Uma decisão judicial a favor dos queixosos traduzir-se-ia na abolição imediata da pena capital na ilha, onde foram realizadas 35 execuções desde 2010, quando foi levantada uma moratória. Mas na decisão lida em público pelo presidente do Tribunal, Hsu Tzong-li, foi confirmada a constitucionalidade da pena capital, que em Taiwan é cumprida disparando um tiro de pistola à altura do coração nas costas do condenado, deitado de barriga para baixo, sob anestesia geral. “O direito à vida deve ser protegido ao mais alto nível pela Constituição. No entanto, essa protecção não é absoluta”, declarou o Tribunal, especificando que o âmbito de aplicação da pena de morte “deve ser limitado a circunstâncias especiais e excepcionais”. Cerca de 80 por cento dos taiwaneses são a favor da pena de morte, segundo uma sondagem recente da Associação Chinesa dos Direitos Humanos.
Hoje Macau China / ÁsiaDesemprego jovem com novo recorde na China Os novos dados, recolhidos através de um método que exclui os estudantes, indicam uma subida do desemprego jovem, justificada, em parte, com a entrada no mercado de trabalho de um grande número de recém-licenciados O desemprego entre os jovens na China atingiu 18,8 por cento em Agosto, de acordo com dados oficiais, fixando um novo máximo pelo segundo mês consecutivo, apesar das autoridades estarem a utilizar um novo método estatístico. O Gabinete Nacional de Estatística (NBS) chinês anunciou que o desemprego entre as pessoas dos 16 aos 24 anos que vivem nas zonas urbanas da China subiu de 17,1 por cento em Julho. Em Julho o desemprego jovem tinha sido de 13,2 por cento. O jornal de Hong Kong South China Morning Post disse que a subida durante o Verão se deve à entrada no mercado de trabalho de um número recorde de licenciados, estimado em cerca de 11,8 milhões em 2024. O NBS publicou também a taxa de desemprego para os jovens entre os 25 e os 29 anos, a fim de reflectir a situação de emprego dos licenciados. Esta taxa de desemprego, que também exclui os estudantes, situou-se em 6,9 por cento em Agosto, mais 0,4 pontos percentuais do que em Julho. A China voltou a publicar em Janeiro dados sobre o desemprego dos jovens, pela primeira vez desde que aquele indicador atingiu um nível recorde, em Junho de 2023, utilizando um novo método, que exclui os estudantes. O NBS anunciou em Janeiro uma taxa de desemprego jovem de 14,9 por cento para Dezembro, utilizando o novo método, que revelou uma aparente melhoria. O organismo deixou de publicar este número politicamente sensível em 2023, depois de ter atingido 21,3 por cento em Junho. Em causa A mudança de metodologia ocorreu após o aumento do desemprego jovem, na sequência de um abrandamento económico em 2023. As repressões regulatórias em sectores como tecnologia e educação, que normalmente empregavam uma força de trabalho mais jovem, também diminuíram o número de oportunidades no mercado de trabalho. A taxa de desemprego dos jovens contava os estudantes que trabalham pelo menos uma hora por semana como empregados e os que diziam que queriam emprego mas não o conseguiam encontrar como desempregados. Não é claro como é que a mudança metodológica afecta a taxa de desemprego declarada. “O cálculo da taxa de desemprego por grupo etário, que não inclui os estudantes, reflecte melhor a situação do emprego e do desemprego dos jovens que entram na sociedade”, declarou o NBS, em Janeiro, acrescentando que os estudantes devem concentrar-se nos estudos em vez de procurarem emprego. A população com idades entre 16 e 24 anos inclui cerca de 62 milhões de estudantes, ou seja, mais de 60 por cento das pessoas desta idade. A exclusão dos estudantes da taxa de desemprego permite às autoridades fornecer aos jovens “serviços de emprego mais precisos e formular políticas de emprego mais eficazes e direccionadas”, afirmou o NBS. A taxa de desemprego urbano global da China situou-se em 5,3 por cento em Agosto, subindo ligeiramente em relação ao valor de 5,1 por cento registados em Julho. A China está sob pressão para aumentar a criação de postos de trabalho e reforçar o emprego.
Hoje Macau PolíticaFunção pública | Quase quatro mil avaliaram competências Decorreu ontem o concurso de avaliação de competências quanto às habilitações académicas de candidatos à Função Pública, sobretudo no que diz respeito aos graus de associado e bacharelato. As provas decorreram ontem a partir das 10h em oito locais, tendo contado com 3.907 candidatos dos 6.508 candidatos admitidos a concurso, uma taxa de presença de 60 por cento. Após esta avaliação de competências, o júri vai avaliar as candidaturas, sendo que para ficar “apto” tem de se alcançar uma nota igual ou superior a 50 valores. Os Serviços de Administração e Função Pública referem que os trabalhos de avaliação deverão estar concluídos dentro de um mês. As classificações têm a validade de cinco anos, podendo os candidatos nesse período “candidatar-se a concursos de avaliação de competências profissionais ou funcionais que vierem a ser realizados, pelos serviços públicos, para admissão de técnico, intérprete-tradutor (apenas grau 1), letrado (apenas graus 1 e 2) e inspector”. Incluem-se ainda “concursos de avaliação de competências profissionais ou funcionais para outras carreiras de níveis académicos inferiores ao nível de habilitações académicas de diploma de associado, nomeadamente, adjunto-técnico”.
Hoje Macau PolíticaFAOM | Pedidos dados sobre o futuro dos casinos-satélites O deputado Leong Sun Iok pediu ao Governo para explicar se os casinos-satélite vão poder continuar a operar depois do próximo ano. O assunto foi abordado pelo legislador no âmbito do balanço dos trabalhos realizados no ano legislativo 2023/2024, tendo em conta que no final de 2025 chega ao fim o chamado “período de transição”, em que se espera que os casinos-satélites passem a ser explorados directamente pelas concessionárias. Os casinos-satélites são explorados por entidades independentes, que têm um contrato de exploração com as concessionárias, como acontece com o casino Ponte 16 ou o casino Kam Pek. De acordo com Leong, o Governo precisa de anunciar uma decisão, para que os trabalhadores se possam preparar para o futuro, que pode passar por procurar um novo emprego, no caso de se gerar mais uma onda de despedimentos no sector do jogo. Em Março de 2022, quando foi discutida a lei do jogo em vigor e a polémica em torno dos casinos-satélites, devido ao receio de encerramentos forçados, o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, admitiu que o período poderia ser prolongado, caso se adivinhasse uma onda de despedimentos. No balanço dos trabalhos legislativas, Ella Lei, Leong Sun Iok, Lam Lon Wai e Lei Chan U defenderam ainda que o Governo deve começar a distribuir cupões aos turistas e aos residentes que participam nos espectáculos organizados pelas concessionárias de jogo, para que haja um aumento do consumo nos bairros comunitários da cidade.
Hoje Macau PolíticaChefe do Executivo | Sam Hou Fai apresenta programa no sábado O único candidato a Chefe do Executivo vai apresentar o programa político no próximo sábado, dia em que arranca a campanha eleitoral, anunciou no fim-de-semana o Gabinete de Comunicação Social. A Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo vai organizar “uma sessão de apresentação e de esclarecimento sobre o programa político” do ex-magistrado Sam Hou Fai, com a duração de três horas, marcada para as 10h, no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. A comissão, responsável pela organização do acto eleitoral, enviou cartas-convite aos 400 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), “com o objectivo dos mesmos compreenderem melhor o programa político e trocarem ideias com o candidato”. Os membros da CECE interessados em colocar questões a Sam Hou Fai podem inscrever-se na sessão, sendo que haverá um sorteio para determinar quem poderá fazer perguntas, e “cada um terá apenas dois minutos” para o fazer. A campanha eleitoral arranca precisamente no sábado e decorre até 11 de Outubro. Sam Hou Fai será eleito no dia 13 de Outubro. Na sexta-feira, a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo concluiu a verificação da admissibilidade de Sam Hou Fai não tendo recebido “quaisquer reclamações” e o candidato “foi admitido definitivamente”.
Hoje Macau Grande Plano MancheteEfeméride | Ponte Nobre de Carvalho faz 50 anos no dia 5 de Outubro Há 50 anos, a vida em Macau fazia-se essencialmente na península, porque não havia praticamente nada nas ilhas. A construção da Ponte Governador Nobre de Carvalho veio acelerar o desenvolvimento que se impunha, incorporando uma mitologia que inclui dragões e adivinhos A primeira travessia entre Macau e a ilha da Taipa completa no próximo dia 5 de Outubro 50 anos sobre a sua inauguração. Uma obra de engenharia inovadora que perseguia o desenvolvimento económico local e com uma história que não dispensa dragões nem idas ao adivinho. Meia hora de barco para chegar à outra margem do rio, na ilha da Taipa, e uma hora para a ilha de Coloane. Dessas travessias, Anabela Ritchie conta “aventuras do outro mundo”, como quando, em viagens da escola, a maré descia e “a galhofa era ainda maior”, com o barco parado no estuário do rio das Pérolas e o pessoal à espera que as águas subissem para ser retomada a viagem. Na idade adulta, chegaram outras certezas. Como a de que, na ligação entre margens, a macaense alcançaria o destino sem percalços. A construção da primeira ponte terrestre entre a península de Macau e a ilha da Taipa – projecto há muito aguardado, mas adiado por falta de fundos – foi finalmente anunciada em Janeiro de 1969. E a imprensa regional deu voz à já antiga pretensão: a Gazeta Macaense escreveu sobre a “valorização das ilhas”; o Tai Chung Pou assinalou “a construção mais importante e de maior envergadura no decorrer dos últimos 400 anos”; nas linhas do Notícias de Macau ficou registada a “decisão histórica”, que o South China Morning Post, diário de Hong Kong, classificou de “sonho favorito de Macau”. Antes da inauguração, um grupo de jornalistas chegou a visitar, em Maio de 1974, a futura nova ponte, tendo observado, segundo relato do jornal O Clarim, “os trabalhos de pavimentação dos passeios e da colocação do primeiro poste de iluminação eléctrica”. “Estes postes, de ferro, serão colocados na parte Norte, a uma distância de cerca de 27 metros uns dos outros, e garantem uma iluminação perfeita nas faixas de rodagem. O sr. coronel Mesquita Borges [à data chefe de gabinete de Nobre de Carvalho e presidente da Comissão de Censura à Imprensa] informou que existiam várias subcomissões para preparar os festejos da inauguração, devendo as suas propostas ser baseadas num esquema sóbrio e digno”, pode ler-se no jornal de matriz católica. Pagava-se portagem Nos primeiros anos de funcionamento da ponte, sensivelmente até ao início dos anos 80, pagava-se portagem, que funcionava do outro lado do rio, na Taipa Pequena. Assunto que foi discutido antes com os jornalistas e dado a conhecer à população. Também no jornal O Clarim, na edição de 25 de Agosto de 1974, surgia um texto de opinião intitulado “Regulando o problema da portagem da Ponte Macau-Taipa”. O artigo teve como base “o projecto do decreto provincial que regula o regime de pagamento de portagens pela utilização da ponte Macau-Taipa” distribuído pela comunicação social, uma “atitude de apreciar por parte do Governo que, assim, antes de aprovar o documento legal (…) pretende conhecer o que pensa a população sobre este assunto de reconhecida importância, porque todos, sem excepção, se vêem envolvidos nele”. O artigo argumentava que se “justificava a portagem”, por se tratar “de uma obra em que se investiu uma soma elevada de capital que recebeu por empréstimo e que se torna necessário amortizar com os rendimentos da província”. “Se todos beneficiam, todos deverão contribuir para o seu pagamento, isto se fazendo nas mais diversas partes do mundo mesmo nas economicamente mais gradas”, lia-se ainda. Porém, sugeria-se no mesmo artigo de opinião que o Executivo de Nobre de Carvalho deveria “proceder com mais moderação quanto às tarifas da portagem, tendo em mente não só o quantitativo em si, mas as possibilidades económicas do meio, ainda bastante rudimentares”. À época, pretendia-se “intensificar as comunicações entre as duas parcelas de território tantos anos desligadas”. Esse mesmo objectivo foi mais tarde anunciado pelo próprio Governador português. A ponte iria “contribuir decisivamente para o desenvolvimento e expansão económica desta província e constituirá um alto padrão a documentar e a afirmar a política portuguesa nos territórios ultramarinos”, anunciou o então governador de Macau, Nobre de Carvalho (1910-1988), considerando a ponte indispensável para abrir “excelentes perspectivas” nos sectores do turismo e das comunicações. As obras arrancaram no ano seguinte e, poucos meses após a Revolução de Abril, a 5 de Outubro de 1974, inaugurou-se a ligação, um dos últimos empreendimentos do Estado Novo no território, projectado pelo engenheiro português Edgar Cardoso (1913-2000). Do lado de Macau, a ponte Governador Nobre de Carvalho encarava dois outros símbolos da cidade: o Hotel Lisboa, um dos principais casinos locais e propriedade de Stanley Ho, inaugurado em 1963, e a gigante estátua equestre do ex-Governador Ferreira do Amaral (1803-1849) a agitar um chicote em direcção a um grupo de chineses, herança do regime de Salazar que dali foi retirada ainda antes da transição para a China. A primeira vez Foi à beira de fazer 7 anos que Violeta Couto do Rosário cruzou o rio pela primeira vez de carro. Fê-lo no Volkswagen carocha azul do pai, onde seguiam cinco adultos e quatro crianças. À frente, diz a portuguesa natural de Macau, viajavam outros tantos no Mazda RX3 verde do senhor Moura. “Era pequenina, mas tenho um sentimento forte por esse dia”, conta. “Mudou tudo, passámos a ter um acesso facilitado às praias, porque, de resto, nas ilhas não havia nada de especial, era tudo rural”, recorda a jurista do Instituto para os Assuntos Municipais. De um total de 248.636 habitantes em Macau, em 1970, viviam na ilha da Taipa 5.352 pessoas e 1.871 em Coloane, de acordo com dados oficiais cedidos à Lusa. As ilhas, por sua vez, já estavam ligadas por um istmo desde 1968. “Ninguém imagina a pasmaceira que era a Taipa”, confirma Anabela Ritchie que, por volta de 1975, se mudou para aí, quando o marido foi destacado como delegado de Saúde para as ilhas. Foram ocupar uma das cinco moradias coloniais verdes da avenida da Praia. “A ponte veio abrir a Taipa, embora ainda, durante muito tempo, nós tenhamos continuado aquela vida pacata”, recorda a então professora, notando que, ao encurtar distâncias, a Nobre de Carvalho teve para a família um “significado especialíssimo”. “Passar a ponte de manhã e ao fim do dia, depois do trabalho, é uma coisa que está na minha gaveta de excelentes memórias”, lembra ainda Ritchie, primeira mulher a ocupar a presidência da Assembleia Legislativa (1992-1999). Também Carlos Ferraz, do Laboratório de Estruturas Edgar Cardoso, que chegou a acompanhar o engenheiro à região anos após a construção, para a realização de ensaios à ponte, não esquece “o monumento”, de “uma leveza extraordinária”, em grande parte pré-fabricado, “como se fosse um lego”. Construída inicialmente com mais de três quilómetros – entretanto sofreu reduções, tendo hoje cerca de 2,5 quilómetros – a travessia tem o ponto mais elevado do tabuleiro a 35 metros acima do nível do mar, garantindo a passagem de embarcações. Na altura da construção, foi considerada a ponte contínua de betão armado pré-esforçado mais longa do mundo, de acordo com o portal da Direcção dos Serviços de Obras Públicas de Macau. “Foi inovador nesse sentido de fazer estruturas que eram contínuas, não tinham juntas, porque as juntas dão sempre muitos problemas em termos de manutenção”, explica o engenheiro Carlos Ferraz. A forma do dragão Ciências à parte, a ponte, que, diz-se desde sempre, sugere a forma de um dorso de um dragão, em que a cabeça é representada pelo hotel-casino Lisboa e a cauda pelo monumento em ziguezague Conjunto Escultórico (1985) da Taipa, esteve em tempos nas mãos de um adivinho. Carlos Ferraz lembra o episódio, quando alguém, que prefere não identificar, consultou, a certa altura, um mestre para trazer sorte àquela passagem. “Foi dito [pelo adivinho] que tem de haver uma interrupção na ponte e então passou a haver sempre um candeeiro fundido”, diz. Hoje, a Nobre de Carvalho, conhecida também por ponte Macau-Taipa ou ponte velha, permite apenas a circulação de transportes públicos ou veículos autorizados e é a única que se pode atravessar a pé. Constrói-se agora a quarta travessia entre as duas margens, para dar resposta a uma cidade que recebe perto de 30 milhões de visitantes ao ano, pelo menos quatro vezes mais do que no final do século passado.
Hoje Macau EventosLiteratura | Camões é herói ou símbolo imperialista a abater nos países lusófonos Qual o legado deixado por Luís de Camões, considerado o maior escritor português, nos países falantes de língua portuguesa? Uma reportagem da agência Lusa revela que as imagens que se fazem dele variam entre o mito, herói ou um símbolo do antigo império português não muito adorado. Em Macau, é um escritor lembrado e apreciado Camões continua vivo nos países lusófonos, onde é herói, mito e também símbolo de um imperialismo, mas reconhecido por quem o ama e odeia e presente nas estantes, nas mochilas escolares, nas letras de fados ou canções hip-hop. Os escritores de língua portuguesa reconhecem o génio de Camões, do Minho a Timor, embora o poeta não tenha o mesmo destaque em todos estes Estados, outrora portugueses. “Camões é entendido como um grande poeta, um grande escritor e, ao mesmo tempo, um aventureiro na vida e na própria literatura”, diz à Lusa o escritor angolano Jorge Arrimar, um confesso admirador deste “poeta intemporal”. Arrimar reconhece que a apresentação de Camões aos estudantes “nunca foi fácil”, mas acredita que, 500 anos após o seu nascimento, o poeta maior continua a fazer o seu percurso. Arrimar, que viveu em Macau e que é considerado um poeta ligado ao imaginário literário deste território, refere que Macau é “um caso muito especial” no universo camoniano. No território existe a gruta de Camões, onde se diz que o poeta terminou os Lusíadas, um mito que tem sido alimentado com romagens ao local e ao busto ali erigido. Autor “muito consumido na Escola Portuguesa em Macau”, Camões é sobretudo valorizado pela comunidade macaense, de origem portuguesa, disse ainda o poeta e autor. No caso do Brasil, Camões é leitura obrigatória e, para muitos, um primeiro contacto com a literatura, segundo a escritora Fernanda Ribeiro, a primeira mulher a vencer o Prémio de Revelação Literária UCCLA-CML [União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa – Câmara Municipal de Lisboa], com o livro “Cantagalo”. “Camões é tão entranhado na cultura brasileira, que tem músicas que as pessoas pensam que os versos são de autores, músicos brasileiros, mas estão citando Camões”, disse, exemplificando com o soneto “Amor é fogo que arde sem se ver”. Camões esquecido Germano Almeida, escritor cabo-verdiano vencedor do prémio com o nome do poeta, lamenta que no seu país Camões não seja “sequer um autor conhecido”. “Neste momento, Camões não existe e é uma pena”, disse, classificando-o como “uma figura importante, um grande poeta”. “É natural que, no princípio, Camões tenha sido visto como um representante do imperialismo e nunca mais ninguém se lembrou de ver que Camões é realmente importante para o cultivo da língua que precisamos, de facto, de ter em Cabo Verde”, afirmou. Germano Almeida, que adorou Camões “desde a primeira hora”, diz que sabia “de cor” os Lusíadas, cujas primeiras palavras faz questão de declamar: “As armas e os Barões assinalados / Que da Ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados”. Para o escritor guineense Tony Tcheka, “uma coisa é o que os guineenses pensam e sentem e outra coisa é o que o actual poder desenvolve como posicionamento e como prática”. Considerando Camões como uma “figura grata, que tem de ser devidamente contextualizada e transportada no tempo”, Tony Tcheka lamenta que este e outros poetas não tenham “espaço na escola guineense, nem na vida política guineense”. “A língua portuguesa é tão portuguesa, como é guineense, como é angolana e temos o dever e a necessidade de a preservar, sem complexos. O próprio Amílcar Cabral sempre foi claro nisso. Foi ele que a classificou como a grande herança”, observou. Em Moçambique, onde Camões viveu, o poeta “é um nome, um arquétipo, é quase uma instituição que se respeita, mas está de alguma maneira nas nuvens”, afirmou o poeta moçambicano Luís Carlos Patraquim. E acrescenta: “Camões não é aquilo que ficou. O que ficou no imaginário, tanto em Portugal como nos outros países, é o Camões construído pelo Estado Novo. O que é preciso é ler ele mesmo e os contextos de grandes pensadores sobre Camões, como Jorge de Sena”. “Quem está interessado em escrever na língua portuguesa, e sem fantasmas identitários, lendo Camões percebe o que ali está de grande universalidade”, afirma, emocionado, recordando que o primeiro registo da palavra Moçambique aparece nos Lusíadas: “E por que tudo enfim vos notifique / Chama-se a pequena ilha Moçambique”. Em Portugal, “Camões está presente”, mesmo quando não parece, como disse a escritora Inês Barata Raposo, autora de vários romances infantojuvenis premiados. “Muitas das expressões que nós utilizamos e muitas vezes ouvimos – jogos de palavras, pequenos versos, coisas que ficaram na nossa língua – foram herdadas de Camões e as pessoas muitas vezes não têm essa noção”, afirmou. Esta presença estende-se ainda à música, com vários fados a musicarem as letras do poeta. A autora não descarta a possibilidade de incluir nas suas obras uma personagem inspirada em algumas das vozes imaginadas e cantadas por Camões, como o velho do Restelo, que simboliza a resistência ao novo. Para a escritora são-tomense Olinda Beja, em São Tomé sempre existiu “muitíssimo orgulho em falar corretamente a língua portuguesa. Os pais são-tomenses proibiam os seus filhos de falar crioulo, que era considerada uma língua de segunda, terceira ou quarta”. “Os jovens ouvem falar de Camões, mas não se dá a importância que se dava”, disse, acrescentando: “Fala-se muito mais de uma Alda Espírito Santo, de uma Maria Manuela Margarido, de um Francisco José Tenreiro, do que de um Luis Vaz de Camões”. “A juventude está desmobilizada e o nosso país, de há uns anos a esta parte, tem descurado muito a cultura. A palavra cultura está muito arredada dos eventos”, lamentou. Camões pode não ter estado em Timor, mas Timor está na obra de Camões, nomeadamente no canto X dos Lusíadas: “Ali também Timor, que o lenho manda / Sândalo, salutífero e cheiroso…”, como recordou o escritor Luís Cardoso. “É impossível falar da língua portuguesa sem falar de Camões”, disse o autor, lembrando que esta foi “uma arma de combate da resistência durante a invasão indonésia”. “À medida que em Timor vamos reconstruindo a língua portuguesa, desbaratada durante a presença indonésia, podemos fazer com que os símbolos máximos desta língua estejam presentes quando falamos da língua portuguesa”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim retira isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos O Governo da China anunciou ontem que vai suspender, a partir de quarta-feira, a isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos provenientes de Taiwan, incluindo frutas, legumes e produtos do mar. Num comunicado, a Comissão da Pauta Aduaneira, que está sob a tutela do Conselho de Estado, justificou a decisão com o facto de “as proibições e restrições discriminatórias impostas unilateralmente por Taiwan aos produtos da China continental terem prejudicado o comércio e a cooperação económica” entre os dois lados do Estreito. Os produtos afectados beneficiavam de isenção desde pelo menos 2007. Citado pelo jornal oficial chinês Global Times, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado afirmou que Taipé “continua a restringir unilateralmente a importação de mais de mil produtos agrícolas da China continental, prejudicando o bem-estar dos compatriotas” de ambos os lados. Chen Binhua acusou ainda William Lai Ching-te de defender obstinadamente a independência da ilha e de provocar continuamente a escalada da hostilidade e do confronto com Pequim. Em Maio, a China continental retirou as tarifas preferenciais sobre 234 outros produtos de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Condenado a 14 meses de prisão devido a camisola “sediciosa” Um cidadão de Hong Kong foi condenado ontem a 14 meses de prisão por ter vestido uma camisola com palavras de ordem consideradas sedição pelo tribunal, tornando-se a primeira pessoa a ser condenada ao abrigo da nova lei de segurança nacional. Na segunda-feira, Chu Kai-pong, 27 anos, declarou-se culpado da acusação por “actuar com intenções sediciosas”. Chu foi detido por ter usado uma camisola e uma máscara com palavras de protesto no dia 12 de Junho, uma data associada às manifestações pró-democracia de 2019. Uma das inscrições na roupa de Chu, “Hong Kong livre, revolução do nosso tempo”, foi considerada “susceptível de incitar à secessão” em anteriores processos judiciais. O magistrado principal, Victor So, afirmou ontem que o tribunal “reflectiu plenamente a posição da legislação sobre a gravidade da infracção”. “O arguido aproveitou um dia simbólico com a intenção de reavivar as ideias que estão na base da agitação”, disse Victor So, referindo-se aos protestos pró-democracia de 2019. O cidadão de Hong Kong cumpriu anteriormente uma pena de prisão de três meses por sedição em por usar e transportar na bagagem roupas e bandeiras com palavras de ordem de protesto. Na sequência de um julgamento separado, o mesmo juiz condenou ontem um antigo empregado bancário a dez meses de prisão por ter escrito palavras de ordem – que implicam “sedição” – em bancos de autocarros.
Hoje Macau China / ÁsiaCaxemira | Elevada participação nas primeiras eleições numa década A Caxemira administrada pela Índia registou uma elevada participação durante a primeira fase das suas eleições regionais, que já não eram realizadas há uma década. O novo governo regional terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura Cerca de 59 por cento dos 2,3 milhões de pessoas habilitadas a participar nessa primeira fase das eleições exerceram o seu direito de voto, declarou o director do organismo eleitoral regional, P.K. Pole, numa conferência de imprensa, em meio a um clima optimista invulgar nesta região com um forte historial de boicotes e violência eleitoral. “Houve um entusiasmo sem precedentes entre os eleitores, homens, mulheres, jovens e idosos”, disse à agência de notícias EFE um responsável eleitoral do distrito de Kulgam, no sul de Caxemira, outrora foco de rebelião armada contra a Índia e uma zona de boicotes eleitorais. “As pessoas estavam a apertar-se por espaço nas filas e a maioria eram eleitores de ‘primeira viagem’”, acrescentou esse mesmo responsável. Estas são as primeiras eleições regionais na Caxemira indiana desde que o Governo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, revogou unilateralmente, há cinco anos, o estatuto especial que o Estado possuía, provocando fortes protestos nesta região de maioria muçulmana. O dia decorreu de forma calma, sem grandes perturbações, para além de pequenas altercações entre apoiantes de partidos rivais em algumas assembleias de voto. Tudo isto no âmbito de um grande destacamento de forças da polícia e paramilitares naquela que é uma das regiões mais militarizadas do mundo, algumas delas fortemente equipadas com equipamento de controlo de distúrbios e armas longas. Este aumento da segurança, bem como os desafios logísticos, significa que as eleições decorrerão em várias fases ao longo das próximas duas semanas. O próximo dia de votação está marcado para quarta-feira, enquanto o terceiro e último dia terá lugar em 1 de Outubro, estando os resultados finais previstos para 8 de Outubro. Alcance limitado Esta é a primeira vez que os habitantes de Caxemira conseguem votar para o seu governo regional desde 2014. O último governo eleito em Caxemira caiu em Junho de 2018, quando o Partido Bharatiya Janata (BJP), de Modi, retirou-se de uma coligação governamental formada após as eleições regionais de 2014 com o Partido Democrático Popular (PDP). O novo governo regional, no entanto, terá poderes limitados, cobrindo principalmente questões de educação e cultura, enquanto a autoridade legislativa e as decisões de segurança permanecerão nas mãos do Parlamento indiano e do Executivo de Modi. A maioria dos partidos regionais prometeram restaurar o estatuto especial da região, que dava à Caxemira uma maior autonomia legislativa em relação ao resto dos estados da Índia, enquanto o BJP afirma que este estatuto não será novamente implementado.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim quer diálogo económico com Reino Unido A China está disposta a retomar o diálogo económico com o Reino Unido, afirmou o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, segundo um meio de comunicação estatal, após um longo período de afastamento entre os dois países. Pequim e Londres renovaram os contactos de alto nível em Agosto, durante uma chamada telefónica entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Foi a primeira vez que o chefe de Estado chinês conversou com um primeiro-ministro britânico desde 2022. Numa nova chamada telefónica na quarta-feira, com a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, He Lifeng disse-lhe que a China estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido” para “relançar o diálogo económico e financeiro bilateral”, segundo a agência de notícias Xinhua. O vice-primeiro-ministro garantiu ainda que o gigante asiático pretende “ampliar a cooperação nos domínios das finanças, da economia verde, da biomedicina e da inteligência artificial”. Depois da “era dourada” centrada nas relações comerciais, muito elogiada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no início da década de 2010, as tensões bilaterais aumentaram entre os dois países. Uma das principais áreas de atrito diz respeito ao reforço do controlo de Pequim sobre Hong Kong. Londres acusou ainda Pequim de ataques informáticos contra autoridades eleitas, de espionagem tecnológica e de violação dos direitos humanos, especialmente os da minoria uigur na região de Xinjiang, para não falar das tensões comerciais. Os dois países acusaram-se também mutuamente de espionagem. Além disso, Pequim critica regularmente Londres por seguir a política hostil de Washington em relação ao Governo chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaMorreu estudante esfaqueado perto de escola japonesa em Shenzhen O Japão disse ontem que morreu um estudante de uma escola japonesa no sul da China, esfaqueado na terça-feira, e pediu a Pequim que forneça pormenores sobre o ataque e tome medidas preventivas. A ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão expressou condolências e afirmou ser “extremamente lamentável” que o estudante, de dez anos, tenha morrido. Isto apesar dos pedidos de precaução e de reforço da segurança por altura do aniversário do início da invasão da China pelo Japão, em 18 de Setembro de 1931. Yoko Kamikawa disse que também deu instruções às escolas japonesas na China para reverem as medidas de segurança e solicitou à China que forneça pormenores sobre o ataque e faça tudo o que estiver ao seu alcance para evitar a repetição de ataques semelhantes contra cidadãos japoneses. O estudante foi esfaqueado por um homem a cerca de 200 metros do portão da Escola Japonesa de Shenzhen, disse na quarta-feira o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “O agressor foi detido no local. O caso ainda está a ser investigado”, acrescentou Lin Jian, em conferência de imprensa. O motivo do ataque não foi imediatamente divulgado. Todo o cuidado Numa mensagem enviada aos cidadãos japoneses que vivem na China, a embaixada do Japão pediu que estivessem atentos e tomem precauções, citando vários ataques com facas nos últimos meses. O consulado japonês em Cantão, que é responsável por Shenzhen, apelou à adopção de medidas para evitar este tipo de incidentes. Em 24 de Junho, um ataque com faca numa paragem de autocarro escolar de uma escola japonesa na cidade de Suzhou, no leste do país, resultou na morte de uma cidadã chinesa que tentava deter o atacante e feriu uma mãe japonesa e o filho. No início de Junho, um chinês esfaqueou quatro professores universitários norte-americanos num parque público em Jilin, no nordeste do país, e um cidadão chinês que tentou intervir. Os quatro professores do Cornell College estavam a dar aulas na Universidade de Beihua. Nenhum deles ficou em estado crítico.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Congresso diz está a ficar para trás na preparação para guerra Dois comités do parlamento norte-americano advertiram que os Estados Unidos estão a ficar rapidamente para trás em relação à China na preparação para uma eventual guerra, que pode ocorrer a “qualquer momento” Os comités do Congresso acusaram na quarta-feira o Pentágono, responsável pela defesa dos Estados Unidos da América (EUA), de excesso de burocracia e lentidão em adoptar novas tecnologias. Os comités culparam ainda a população, que descreveram como só respondendo a crises, pelo alegado atraso, que deixa desprotegidos aliados como o Reino Unido, Austrália, Japão e Coreia do Sul. Republicanos e democratas em ambos os comités enalteceram o trabalho da administração do Presidente Joe Biden para estabelecer novas alianças, como a parceria de tecnologia militar entre os EUA, Reino Unido e Austrália, conhecida como Aukus, e a cooperação de segurança recentemente formalizada entre os EUA, Japão e Coreia do Sul. No entanto, os procedimentos desactualizados do Departamento de Defesa em matéria de segurança e de aquisições foram apontados como obstáculo, em especial no que respeita à Aukus. O presidente do comité para os Negócios Estrangeiros da Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento) disse que os burocratas do Pentágono ainda não autorizaram as transferências de tecnologia dos EUA para os dois membros da aliança, quase um ano após a aprovação de uma isenção. “A administração mantém uma longa lista de tecnologias excluídas que limita a sua eficácia”, disse Michael McCaul durante uma audição, citando redes de comunicações, acústica naval e motores a jacto como estando entre as tecnologias avançadas que estão a ser retidas. “Estes são os nossos aliados mais próximos, com quem partilhamos as nossas informações mais sensíveis”, acrescentou o republicano do Texas. As armas do futuro As audições decorreram no meio de divergências entre os legisladores sobre o orçamento federal e o orçamento anual da Defesa, à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 5 de Novembro nos EUA. A inflexibilidade das aquisições militares foi mencionada de forma mais ampla pelos membros do comité para a Estratégia de Defesa Nacional autorizado pelo Congresso, em 2022 e 2024, a avaliar o estado de prontidão da segurança nacional dos EUA. O relatório mais recente advertiu que os EUA precisam de um exército significativamente maior para lidar com as ameaças simultâneas da China, Rússia, Irão e Coreia do Norte. O documento apelou também a uma força mais integrada, a uma revisão radical da base industrial dos EUA, a laços mais estreitos com os aliados e a uma abordagem da defesa que alcance “todo o governo”. “Acreditamos unanimemente que a estratégia de defesa nacional está lamentavelmente desactualizada”, declarou Jane Harman, uma antiga congressista de longa data que representou a Califórnia e coautora do relatório. “Durante anos, o nosso governo não conseguiu manter-se actualizado. Todo o nosso sistema e o Pentágono em particular são avessos ao risco”, explicou. Eric Edelman, que foi subsecretário da Defesa do antigo presidente George W. Bush, foi mais directo. “Há um potencial real para guerra a curto prazo, que seria difícil imaginar que não fosse uma guerra global”, disse Edelman, que também foi embaixador dos EUA na Turquia e na Finlândia. “E há a possibilidade de perdermos esse conflito. A parceria entre a China, Rússia, Irão e a Coreia do Norte representa uma grande mudança no ambiente estratégico”, apontou. Perante todas estas ameaças, o número dois da diplomacia dos EUA, Kurt Campbell, disse que “a Guerra Fria não tem comparação” e defendeu que o Pentágono e outros departamentos precisam de mais pessoal que compreenda a tecnologia avançada. “Precisamos de mais pessoas no governo que saibam o que é a Inteligência Artificial, que saibam o que é a computação quântica, que saibam como criar incentivos para as nossas próprias indústrias, mas que também impeçam que algumas das capacidades críticas cheguem aos países que estão a competir intensamente connosco”, disse.
Hoje Macau EventosCinema | Extensão do DocLisboa começa na próxima semana O DocLisboa – Extensão a Macau começa na próxima terça-feira. O cartaz inclui cinco curtas-metragens locais e a presença de alguns realizadores que vão partilhar com o público ideias e experiências. O festival termina a 28 de Setembro e todas as sessões têm entrada livre Macau volta a receber, como é habitual, o festival DocLisboa – Extensão a Macau, que está marcado para a próxima semana entre os dias 24 e 28 de Setembro com exibições no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. Segundo um comunicado divulgado pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), serão exibidas nove obras de realizadores portugueses e estrangeiros apresentadas no âmbito do XXI Festival Internacional de Cinema DocLisboa, bem como cinco produções de realizadores locais. A sessão inaugural, marcada para a próxima terça-feira às 18h30 no auditório do consulado-geral, contará com a presença de alguns realizadores dos filmes do dia. Serão apresentadas no primeiro dia cinco curtas-metragens com realização local, nomeadamente “Those Who Paved the Way” de Bryan Garcia, “The Lost Eden of Birds” de Sou Teng Chan, “Light on, Light off” de Weng Ian Lei, “Flores para a Minha Mãe” de Vitória Santos e “I am here” de Elsie, Zhang Xiwen e Mike, Xu Haonan. De referir que alguns destes filmes já foram premiados no Festival Internacional de Curtas de Macau. No caso de “Flores para a Minha Mãe”, de Vitória Santos, a curta-metragem foi distinguida em 2021 com o prémio “Identidade Cultural de Macau” no Festival Internacional de Curtas de Macau. O filme centra-se na comunidade de empregadas domésticas de Macau, que é “muitas vezes esquecida”, refere-se na sinopse. “A minha experiência de ter crescido com uma ajudante inspirou-me a dar a conhecer os trabalhadores domésticos migrantes e a sua contribuição para um lar. Este documentário relata diversas histórias a partir da perspectiva de três empregadas domésticas diferentes. Cada uma partilhou as suas experiências de trabalho e a sua dedicação para proporcionar um futuro de esperança àua família”, revela a autora, numa descrição do filme. Com uma distinção atribuída no ano passado, “Those Who Paved the Way”, de Bryan Gragas Garcia, ganhou o “Prémio Escolha da Audiência”. A obra foca-se nos “indivíduos em Macau que estão a tentar ou tiveram impacto na cultura de rua”. São pessoas que lutam “para ultrapassar os limites da cultura, apesar de viverem numa cidade rica”, refere a sinopse. Entre curtas e longas No dia 28, o último dia da extensão local do festival, irão exibir-se as curtas “By Division and Differentiation”, de Carolina Grilo Santos e “Memories of a Perfect Day”, de Davina-Maria El Khoury. O público poderá também ver a longa-metragem “As Melusinas àargem do Rio”, de Melanie Pereira, que venceu vários prémios na última edição do DocLisboa, nomeadamente o prémio HBO Max para “Melhor Filme da Competição Portuguesa”; o prémio Fernando Lopes – Midas Filmes e Doclisboa para “Melhor Primeiro Filme Português”; e ainda o prémio Escolas ETIC para “Melhor Filme da Competição Portuguesa”. Melanie Pereira estará presente em Macau para falar com o público, participar em masterclasses com alunos do ensino superior dos cursos de Comunicação e Média, assim como marcar presença em encontros com alunos da Escola Portuguesa de Macau e de outras escolas luso-chinesas. A extensão a Macau do DocLisboa é uma iniciativa do IPOR que tem contado, desde a primeira edição, com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e do Instituto Cultural da RAEM, presentemente através do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. Destaque também para a colaboração de outras entidades como a Creative Macau. A extensão a Macau do DocLisboa pretende “proporcionar ao público um conhecimento dinâmico sobre as propostas e as linguagens mais recentes que marcam o cinema documental contemporâneo, em Portugal e em Macau, colocando em diálogo expressões artísticas oriundas destes dois contextos”, refere-se em comunicado. Todos os filmes e sessões com realizadores têm entrada livre, começando às 18h30, com excepção de dia 28 de Setembro que terá início à 17h, no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.
Hoje Macau EventosCantora Mimicat edita “Peito”, álbum pleno de versatilidade A cantora Mimicat editou na quarta-feira “Peito”, álbum no qual mostra a versatilidade e criatividade da música que tem vindo a criar ao longo dos últimos dez anos, e o primeiro em que canta quase todos os temas em português. “Peito” é, antes de mais, “uma espécie de fecho de ciclo”, disse a cantora em entrevista à agência Lusa. No terceiro álbum que edita, Mimicat decidiu trabalhar com pessoas que já a tinham acompanhado na criação do primeiro disco, editado há dez anos. “O álbum no fundo representa essa viagem. Como tenho experimentado muita coisa ao longo da minha carreira, até porque gosto de fazer géneros diferentes, o álbum é mesmo essa mostra de versatilidade também, mas acima de tudo de criatividade, daquilo que têm sido dez anos de Mimicat, por onde já andei, de onde é que vim e para onde estou a ir”, referiu. A decisão de editar um novo álbum foi tomada há três anos. “Tinha zero expectativas para ele, mas tinha a certeza que queria fazer um álbum, mostrá-lo às pessoas e fazer o melhor que conseguisse. E já sabia que queria fazer esta viagem”, contou. Na mesma altura decidiu que o álbum sairia em edição de autor, terminando assim a relação com a editora Sony Music Portugal. “Fui artista da Sony durante dois discos. Decidi fazer o resto do meu caminho como artista independente, por muitos motivos, mas principalmente por não haver qualquer tipo de condicionamento ao que eu quisesse fazer”, explicou. 12 canções diversas Composto por 12 temas, “Peito” tem ‘soul’, fado, música popular portuguesa, swing e jazz, mas, “apesar de passar por muitos géneros, é sempre a Mimicat em cada qualquer uma das canções”. “Além de sonoramente e a nível de estética haver muitas coisas que unem os temas, é mesmo a forma como eu escrevo. Este disco foi o primeiro em que escrevi quase todo em português, portanto acaba por ser também a minha mostra do que é a minha estética em português”, disse. No ano passado Mimicat representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção com um tema cantado em português, “Ai Coração”, que escreveu há dez anos. Depois disso, tudo o que escrevia na língua materna não lhe agradava. Até há cinco anos, quando começou a escrever canções que achou “que estavam decentes”. “A partir daí comecei sempre a querer escrever em português. Eu achava que a minha estética não funcionava em português, mas quando descobri que sim fiquei entusiasmada com o português, e confesso que ultimamente já componho muito pouco em inglês”, partilhou. Ainda assim, quis que o inglês estivesse presente em “Peito”. “Quis fazer uma homenagem a essa fase da minha carreira. Componho músicas todas as semanas, e há músicas que vão ficando. E essas duas em inglês [que encerram o álbum] foram ficando sempre. Quando decidi há três anos fazer o álbum, essas duas eram obrigatórias”, contou. A participação na Eurovisão “sem dúvida abriu muitas portas e criou muitas oportunidades” à cantora, a quem já passou pela cabeça “desistir da música 500 vezes”. “Trouxe-me um público que eu não tinha, uma notoriedade que eu ainda não tinha conseguido”, disse, partilhando que ao longo da carreira chegou a tentar fazer algumas pausas, “mas não passavam disso mesmo, porque nunca” conseguiu desistir. “A urgência de desistir era grande, mas a necessidade da música era maior, portanto acabei sempre por continuar. No fundo por necessidade, por paixão, por amor à arte”, explicou. “Peito”, que já está disponível nas plataformas digitais e estará à venda através da página de Mimicat no Instagram e nos concertos, é apresentado ao vivo no dia 1 de Outubro no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
Hoje Macau SociedadeEnsino | Criada associação de estudantes de Macau no Porto Uma associação que quer unir os estudantes de Macau no Porto para promover o “espírito do patriotismo” e o “amor por Macau”. É este um dos objectivos da recém-criada Associação dos Estudantes de Macau no Porto, de acordo com os estatutos que foram publicados ontem no Boletim Oficial. A associação é aberta aos “residentes de Macau” que estudaram, fizeram intercâmbios, formações, estágios ou se licenciaram em instituições de ensino superior da cidade portuguesa. A sede da associação fica localizada no Edifício Garden Federation, na Rua de Ferreira do Amaral, junto ao Jardim Vasco da Gama. Além disso, a associação espera reunir os estudantes para promover um maior intercâmbio ao nível dos residentes que frequentam instituições de ensino superior.
Hoje Macau PolíticaLuís Gomes é oficialmente presidente do Instituto do Desporto Luís Gomes é, a partir de hoje, o presidente do Instituto do Desporto (ID) oficialmente, sendo a sua comissão de serviço de apenas um ano. De frisar que Luís Gomes vinha, desde Agosto, exercendo funções interinamente, como presidente em regime de substituição. Segundo o despacho publicado em Boletim Oficial (BO), Luís Gomes foi o escolhido pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura por possuir “competência profissional e aptidão para o exercício do cargo”, uma vez que é licenciado em Educação Física e Desporto pelo antigo Instituto Politécnico de Macau. Além disso, é mestrado em Ciências da Educação, variante de Educação Física e Desporto, pela Universidade de Macau. Luís Gomes começou por ser técnico superior da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, entre Setembro de 2011 e Março de 2019, desempenhando funções de gestão na área do desporto juvenil e escolar. Luís Gomes tornou-se vice-presidente do ID em Novembro de 2023.
Hoje Macau PolíticaZona A | Nova ponte para a Ilha Artificial abre sábado A partir de sábado vai abrir ao trânsito uma nova ponte que liga a Zona A dos Novos Aterros à Ilha Artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, de acordo com a informação divulgada ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). Esta é a segunda ponte a ligar a Zona A à Ilha Artificial, e fica no encalço da denominada Avenida de Bonança. A outra ponte, a única aberta ao trânsito até agora, está situada mais a norte, junto da Avenida Central da Zona Este. Para aumentar “a eficiência de circulação”, a DSAT recomenda aos condutores que se desloquem da Península para Hong Kong ou Zhuhai, com os próprios veículos, ou ainda que tenham como destino o átrio de chegadas da fronteira, no rés-do-chão da fronteira, que utilizem a ponte “antiga”. No caso de terem como destino o auto-silo oeste ou o átrio de partidas, no primeiro andar da fronteira, devem entrar na ilha artificial através da Rua Cinco da Zona Este e utilizar a ponte nova. Também para os veículos que vêm da ilha artificial para a Península é recomendada a utilização da ponte mais recente, e depois a circulação pela Rua Seis da Zona Este e Avenida Hou Kong.