Ensino | Alexis Tam quer mais professores de português

Alexis Tam garantiu, em Lisboa, que o Governo vai contratar mais professores de português e atribuir mais bolsas a alunos chineses que estudem português e a estudantes de países de língua portuguesa que queiram aprender chinês

[dropcap]O[/dropcap]secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que recebeu ontem o doutoramento ‘Honoris Causa’ na Universidade de Lisboa, salientou no seu discurso a importância de reforçar a cooperação entre os países lusófonos e a China, destacando áreas como o turismo e o comércio. “Iremos apostar ainda mais na promoção da cooperação nos domínios educativo e cultural, dando continuidade ao Festival de Artes de Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa e ao Fórum Cultural, contratando mais docentes de língua portuguesa, aumentando o número de bolsas para estudantes dos países de língua portuguesa que desejem aprender o chinês e para alunos chineses que estudem o português”, realçou.

Além de ser uma das línguas oficiais de Macau, o português é uma das línguas estrangeiras mais procuradas pelos estudantes chineses e o Governo tem vindo a planear um sistema educativo bilingue para criar oportunidades para aprender português e chinês. “Estamos a implementar políticas para atrair os alunos não apenas portugueses, mas também de países de língua portuguesa para estudar em Macau”, declarou Alexis Tam aos jornalistas. O secretário lembrou ainda que a língua de Camões “é uma das mais faladas do mundo”, despertando interesse não só em Macau, mas também na China “devido à amizade entre os dois países” e às ligações comerciais.

 

Soube a pato

Durante o discurso, Alexis Tam adiantou que o título que lhe foi atribuído tem “um significado especial”, já que foi aluno da Universidade de Lisboa, onde além de abrir “horizontes” e estabelecer contactos com mundo ocidental, conheceu também a mulher. “Foi-me difícil não ficar apaixonado por este país e pelo seu povo”, confessou.

Enalteceu o relacionamento de Portugal e da China ao longo de quatro séculos, do qual resultaram “laços de amizade e confiança mútuas” e sublinhou que ao regressar a Macau, “um território onde se cruzam e coexistem as civilizações ocidental e oriental” trabalhou em prol da educação e do desenvolvimento de políticas de promoção da aprendizagem de línguas estrangeiras.

Na cerimónia de atribuição do título ‘Honoris Causa’, o ex-reitor da Universidade Nova de Lisboa e padrinho do homenageado, António Sampaio da Nóvoa, elogiou o antigo aluno da Faculdade de Letras por ser um “homem que sempre cuidou da língua e cultura portuguesas”. Várias individualidades ligadas à educação e a Macau estiveram também presentes no tributo, desde diplomatas a ex-governadores, passando pelo presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, e o ex-ministro da Educação, Roberto Carneiro.

13 Mar 2019

“Um País, Dois Sistemas” | Chen Sixi destaca sucesso de Macau

[dropcap]O[/dropcap]antigo subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM Chen Sixi entende que Macau tem conseguido implementar com grande sucesso o princípio “Um País, Dois Sistemas”. Chen, que actualmente é vice-director do Comité de Construção Social da Assembleia Popular Nacional, referiu à margem das reuniões magnas em Pequim que Macau é um exemplo para o mundo da vitalidade que um segundo sistema pode ter. Questionado sobre a eleição do próximo Chefe do Executivo, Chen Sixi referiu apenas que espera que o processo decorra de acordo com a lei. Não acrescentado mais, remeteu para as palavras de Zhang Xiaoming, director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, que elencou quatro requisitos a cumprir pelo próximo líder do Executivo: amar a pátria e Macau, confiar no Governo Central, ter capacidade de governação e ser reconhecido pela sociedade.

 

 

 

13 Mar 2019

Coreia do Norte | Seul atenta a actividade em base de mísseis

[dropcap]O[/dropcap] Exército da Coreia do Sul anunciou ontem que vigia atentamente a actividade nas instalações de lançamento de mísseis da Coreia do Norte porque suspeita da preparação de um lançamento balístico.

“Em cooperação com os Estados Unidos estamos a vigiar e a seguir todos os movimentos [do Exército norte-coreano], incluindo os possíveis preparativos para o lançamento de mísseis”, disse ontem o porta-voz do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, Kim Joon-rak, durante uma conferência de imprensa em Seul.

“Não podemos comentar detalhes em concreto”, acrescentou Kim Joon-rak quando confrontado com as notícias da agência Yonhap sobre eventuais movimentações detectadas na estação de lançamento de Sohae, noroeste da Coreia do Norte, na semana passada.

Imagens captadas por satélite mostraram que o regime da Coreia do Norte está supostamente a reconstruir algumas das estruturas da base o que leva Seul a considerar que está em preparação o lançamento de um satélite a bordo de um foguetão especial.

O lançamento do alegado satélite é apontado como um ensaio encoberto de mísseis intercontinentais para pressionar os Estados Unidos, sobretudo no quadro das recentes negociações inconclusivas entre Washington e Pyongyang que decorreram na capital do Vietname.

12 Mar 2019

Acidente nuclear | ONG denunciam perigo em voltar a viver em Fukushima

[dropcap]O[/dropcap]ito anos após o acidente nuclear em Fukushima, o Governo japonês garante que os habitantes podem voltar a viver na zona sem correr riscos, mas várias organizações não-governamentais (ONG) denunciam que ainda há perigo para a população.

“A autarquia de Fukushima é apenas uma das 47 autarquias do Japão e apenas 2,7 por cento desta região ainda está sob ordem de evacuação”, disse o ministro da Reconstrução, Hiromichi Watanabe, aos jornalistas antes da cerimónia que assinalou o trágico tsunami de 11 de Março de 2011, que esteve na origem do desastre de Fukushima.

Devido aos esforços de descontaminação e reconstrução, em 97,3 por cento da autarquia “é possível levar uma vida normal”, acrescenta o ministro.

Para as ONG Greenpeace e Human Rights Now (HRW) essa informação do Governo japonês é falsa, de acordo com vários relatórios da ONU.

A Greenpeace referiu que os habitantes que retornam tendem a limitar as suas vidas para minimizar os riscos, o que não é exactamente “viver uma vida normal”.

“(Os habitantes) podem mudar o seu comportamento, por exemplo, evitando ficar muito tempo no exterior”, observou a organização num relatório.

A ONG acredita que, em alguns lugares nas comunidades onde a ordem de evacuação foi suspensa, “a exposição à radiação ao longo da vida pode muito bem exceder o nível aceitável de saúde pública”.

Divisões internas

Vários relatores e órgãos da ONU têm repetidamente criticado a decisão do Governo japonês de elevar a 20 millisievert/ano a exposição aceitável e torná-lo o nível de referência para o levantamento de ordens de evacuação, enquanto que normalmente seria de 1 millisievert/ano.

Para as ONG, essa generosidade com as cifras combinada com a cessação gradual dos subsídios para os deslocados colocam os antigos habitantes num beco sem saída, uma vez que, por razões financeiras, sentem-se compelidos a retornar.

A situação das crianças é considerada de grande preocupação pelas ONG e pelas Nações Unidas.

Em Outubro, num comunicado, um especialista em direitos humanos da ONU pediu que o Governo “parasse de trazer as crianças e mulheres em idade reprodutiva para áreas onde os níveis de radioactividade permanecem mais altos do que os considerados seguros antes do desastre”.

Em particular, o Governo japonês respondeu que essas observações são prejudiciais à imagem da região.

Na segunda-feira, um relatório do Instituto de Protecção contra Radiação e Segurança Nuclear de França (IRSN, sigla em francês) lamentou que “a questão das consequências da radiação sobre a saúde tenha se tornado tabu porque arrisca a dividir a população” entre aqueles que confiam nas autoridades e os outros.

12 Mar 2019

PCC | Filho do ex-Presidente vai chefiar Partido Comunista em Xian

[dropcap]H[/dropcap]u Haifeng, filho do ex-Presidente chinês Hu Jintao, vai ser o novo secretário do Partido Comunista (PCC) na cidade de Xian, capital da província de Shaanxi, centro da China, informou ontem um jornal de Hong Kong.

Hu, de 47 anos, vai ocupar uma posição com estatuto vice-ministerial, depois de trabalhar como chefe do PCC na cidade de Lishui, província de Zhejiang, no leste da China, segundo o South China Morning Post (SCMP).

O filho do ex-Presidente chinês assume o cargo mais importante em Xian depois de as autoridades locais terem desrespeitado “ordens directas” do Presidente chinês, Xi Jinping, para demolirem casas ilegais numa reserva natural na montanha de Qinling.

Tratou-se de um “escândalo político” simbólico, já que Xi é visto como o mais forte líder chinês desde Mao Zedong, o fundador da República Popular.

A nomeação de Hu visa “estabilizar” a governação do PCC na cidade e servir como “primeiro grande teste” na sua carreira política, segundo o jornal.

O analista político Zhang Lifan, citado pelo SCMP, considera ainda que a promoção de Hu é “um gesto de Xi para apaziguar partidários” do ex-Presidente, numa altura em que “enfrenta grandes desafios, dentro e fora da China”, face ao abrandamento económico e crescente hostilidade dos Estados Unidos.

Obrigações maiores

Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi Jinping tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança colectiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970.

Graduado em Ciência da Computação pela Universidade Jiaotong, em Pequim, Hu Haifeng iniciou-se na política em 2013, depois de deixar a presidência da empresa estatal Nuctech, em 2008.

“Inicialmente, (Hu) Haifeng não estava muito feliz com a ideia de entrar para a política. Mas o partido chamou-o porque o Governo central precisava de recrutar jovens nascidos nos anos 70”, explicou uma fonte anónima, citada pelo SCMP.

Descrito como uma “pessoa fechada” e de “baixo perfil” – características também associadas ao seu pai -, Hu Haifeng passou a ser conhecido no estrangeiro em 2009, quando a Nuctech foi acusada de pagar o equivalente a mais de 11 milhões de euros em subornos para obter um contrato na Namíbia.

O caso foi censurado na China, evitando assim manchar a imagem do filho do então Presidente.

Com cerca de 12 milhões de habitantes, Xian é o centro económico do noroeste da China.

12 Mar 2019

Aviação | Suspenso temporariamente uso de Boeing que caiu na Etiópia

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas ordenaram ontem a todas as companhias aéreas do país para que não usem temporariamente aviões Boeing 737 Max 8, após a queda de um avião na Etiópia que provocou a morte dos 157 ocupantes.

A Administração da Aviação Civil da China esclareceu que a ordem se deve a preocupações com a segurança.

Trata-se do segundo acidente com aquele modelo no espaço de cerca de dois meses.

O primeiro ocorreu ao largo da costa da Indonésia, em circunstâncias semelhantes, em 29 de Dezembro, e resultou também na morte de todos os ocupantes.

A ordem irá prevalecer durante nove horas.

Outro aviso será emitido após consulta com a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos e a Boeing sobre as medidas de segurança tomadas.

Oito cidadãos chineses viajavam a bordo do avião que caiu no domingo, logo após a descolagem.

O avião partiu da capital etíope, Adis Abeba, e tinha destino à capital do Quénia, Nairobi.

O aparelho caiu numa zona chamada Hejeri, perto da cidade de Bishoftu, a cerca de 42 quilómetros a sudeste da capital da Etiópia e onde fica sediada a maior base da Força Aérea etíope.

As causas do acidente ainda não são conhecidas.

12 Mar 2019

Ciência | Aumenta investimento em investigação básica

As autoridades chinesas vão promover um maior investimento na investigação científica básica numa tentativa de aumentar a concorrência com os Estados Unidos pela liderança tecnológica mundial

[dropcap]A[/dropcap] China vai aumentar o investimento em investigação científica básica, afirmou ontem o ministro chinês da Ciência e Tecnologia, encorajando as suas empresas a juntarem-se na corrida contra os Estados Unidos pela supremacia tecnológica.

“A China vai definitivamente impulsionar a investigação científica básica, [que gera conhecimentos que não têm necessariamente aplicação imediata], e apelar às suas empresas, e outras indústrias, para que participem” neste processo, afirmou Wang Zhigang.

O ministro chinês falava durante uma conferência de imprensa à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China.

“Nos Estados Unidos, há muitos participantes a investir em investigação científica básica, mas, na China, sempre foi o Governo a prestar mais atenção à ciência básica”, afirmou.

Wang Zhigang lembrou que a China aumentou “rapidamente” o investimento em tecnologia, que é já o segundo maior do mundo, “mas que ainda está longe dos EUA”.

Pequim quer converter o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou já que a ciência e tecnologia são as “principais frentes de batalha” na economia.

Diferendo global

A política industrial de Pequim é explicitada no plano “Made in China 2025”, que este ano não foi mencionada no relatório de trabalho do Governo, entregue, na semana passada, pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, à Assembleia Popular Nacional.

Os EUA consideram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da concorrência externa.

Washington reagiu já com taxas alfandegárias sobre 250.000 milhões de dólares de produtos importados da China.

As queixas dos EUA são também partilhadas pela União Europeia e o Japão, que ficam com a maior margem de lucro na cadeia de distribuição global – a China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, por exemplo, mas continua dependente de tecnologia e componentes oriundos daqueles países.

Mas Li Keqiang reiterou que a China pretende actualizar a sua indústria manufactureira e impulsionar o desenvolvimento tecnológico.

“A ciência básica é a fonte da inovação tecnológica e devemos manter um equilíbrio entre a pesquisa científica básica e a aplicação da tecnologia”, afirmou Wang.

Os gastos da China com pesquisa e investigação científica deverão fixar-se, este ano, em 2,5 por cento do Produto Interno Bruto do país.

12 Mar 2019

UM | Escritora Wang Anyi com doutoramento Honoris Causa

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau irá atribuir o doutoramento Honoris Causa em Letras à escritora Wang Anyi como reconhecimento pelos contributos que fez ao longo da sua carreira para a literatura chinesa. Depois da cerimónia, Wang irá apresentar uma palestra intitulada “Literatura em língua chinesa no contexto global”. A prolífera escritora, com obra publicada desde 1977, fez parte da programação do festival literário Rota das Letras em 2015 e foi distinguida com vários prémios nacionais e internacionais. Wang Anyi, filha do reputado escritor chinês Ru Zhijuan, tem como principal marco da sua carreira “Song of Everlasting Sorrow”, que conta a história de vida de uma rapariga de Xangai até à sua morte depois da Revolução Cultural. A cerimónia, aberta ao público, está marcada para as 17h do dia 22 de Março, no Edifício Anthony Lau na Universidade de Macau.

DSAL | Promoção de cursos de electricidade e electrónica

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar dois cursos de formação profissional nas área da electricidade e da electrónica, destinados aos jovens. O objectivo é ajudar esta faixa da população a “enfrentar o emprego e desenvolver as suas potencialidades”. A ideia é formar os interessados nestas áreas durante um curto período de tempo, aumentando “a competitividade dos jovens” no processo de inserção no mercado de trabalho, aponta a DSAL em comunicado. Estes dois cursos de formação inicial serão diurnos com curta duração de cerca de 5 meses e as inscrições vão estar abertas durante o segundo trimestre deste ano.

12 Mar 2019

Saúde | Gripe colectiva no Jardim de Infância Santa Rosa de Lima

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem identificado um caso de infecção colectiva de gripe em 17 alunos do Jardim de Infância do Colégio de Santa Rosa de Lima (S. Chinesa), situado na Rua de Santa Clara da Praia Grande. As crianças infectadas são três meninos e 14 meninas com idades compreendidas entre três e cinco anos. Segundo comunicado emitido pelos Serviços de Saúde, os sintomas de infecção do tracto respiratório, febre e dor de garganta foram-se manifestando desde o dia 6 de Março. A maioria dos alunos foi submetida a tratamento em centros de saúde, mas não se registaram casos graves.

Crime | Homem de 71 anos tentou trocar fichas falsas

Um homem de 71 anos de Hong Kong foi detido quando tentou trocar 100 mil dólares de Hong Kong em fichas falsas. De acordo com a informação da Polícia de Segurança Pública o homem foi descoberto uma vez que o padrão das fichas apresentadas já não era utilizado desde 2015. Após ter sido detido, o homem contou às autoridades que tinha sido contactado na região vizinha para trocar as fichas. O idoso relatou ainda que desconhecia que as fichas eram velhas e que ia receber 20 mil dólares de Hong Kong.

12 Mar 2019

AL | Aceite debate pedido por Sulu Sou para discutir excesso de turistas

[dropcap]”O[/dropcap] Governo da RAEM tem a responsabilidade de adoptar todas as medidas viáveis para atenuar os efeitos negativos do número excessivo de turistas sobre a vida da população local”. É o que defende o deputado Sulu Sou na proposta de debate de interesse público submetida à apreciação dos seus pares. A moção, admitida na Assembleia Legislativa, aguarda agora pela marcação do plenário para ser votada.

“Se o aumento sem limites do número de visitantes continuar, vai afectar a vida quotidiana dos residentes, agravar os conflitos entre residentes e turistas e pôr em causa a qualidade e a segurança da experiência turística, afastando Macau do objectivo de [se transformar] num centro mundial de turismo e lazer”, como define expressamente o 12.º Plano Quinquenal da China, sustenta na nota justificativa da proposta de debate. Para o deputado, na hora definir medidas viáveis, a adoptar, “o quanto antes”, o Governo pode levar em linha de conta sugestões apresentadas ao longo dos últimos anos, como “criar um limite para o número total de turistas, reavaliar o impacto da triagem dos visitantes, reforçar a orientação do fluxo de pessoas nas zonas turísticas mais movimentadas, criar carreiras de autocarros turísticos para partilhar a pressão dos transportes públicos, combater as excursões a custo zero e as lideradas por guias ilegais, etc.”.

Do trânsito às PME

“É inegável que a expansão sem limites do turismo está a afectar o espaço de vida da população”, realça, dando como exemplos a pressão exercida sobre o trânsito e sobre as pequenas e médias empresas. “É verdade que a expansão do turismo acelera o desenvolvimento económico global, mas também está a ameaçar o espaço de sobrevivência das pequenas e médias empresas”, salienta o deputado pró-democrata. Sulu Sou aponta ainda que, “com o surgimento de lojas para servir exclusivamente os turistas, as lojas pequenas e tradicionais estão a ser substituídas, os preços e as rendas estão inflacionados”.

O tema reveste-se de “seriedade, necessidade e premência”, merecendo “muita atenção da população”, enfatiza Sulu Sou que espera que os seus pares votem a favor do debate, de modo a “inspirar mais discussões, reflexões activas e opções para o rumo de desenvolvimento”.

12 Mar 2019

Cooperação | Grande Baía na mira de empresas estatais

[dropcap]P[/dropcap]arte da estratégia de Pequim para manter a competitividade das empresas estatais passa por alargar o raio de acção das mesmas aproveitando as oportunidades surgidas com a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e o plano de cooperação da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau. A opinião é de Yan Bin, membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e co-presidente da Câmara de Comércio para a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Yan Bin, citado pelo China Daily, referiu que o desenvolvimento das grandes políticas de cooperação representa uma oportunidade para alargar os lucros das empresas estatais. As declarações foram proferidas na sequência de comentários sobre a reforma levada a cabo por Pequim na gestão das empresas públicas, com a expansão da propriedade mista entre o Estado e privados alargada a mais de 100 empresas públicas.

12 Mar 2019

Religião | Procissão do Senhor dos Passos juntou centenas

[dropcap]L[/dropcap]argas centenas de pessoas integraram ontem a procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos em Macau, entre a Sé catedral e a igreja de Santo Agostinho, numa das mais importantes tradições católicas da cidade.

Ontem à tarde, a procissão, que contou com a participação do bispo de Macau, Stephen Lee, percorreu algumas das ruas mais movimentadas do centro da cidade, para cumprir sete estações da via-sacra, representativas do percurso feito por Jesus Cristo até ser crucificado no monte Calvário, em Jerusalém.

Em cada estação, algumas dezenas de pessoas esperavam a imagem. Cânticos e orações foram entoados em português, chinês e latim, tal como nas cerimónias que antecederam e concluíram a procissão, acompanhada pela banda de música das Forças de Segurança.

Esta tradição religiosa está repartida por dois dias. No dia anterior, ao final da tarde de sábado, decorreu a procissão da Cruz, que juntou igualmente algumas centenas de fiéis. A imagem do Senhor dos Passos saiu da igreja de Santo Agostinho com destino à Sé, onde ficou durante a noite.

Esta cerimónia assinala também o primeiro domingo de Quaresma, período de oração, penintência, jejum e abstinência para os católicos.

Com uma longa história, que remonta a 1708, a procissão do Senhor Bom Jesus dos Passos realiza-se todos os anos em Macau, no primeiro sábado e domingo de Quaresma.

Em Setembro de 2017, esta procissão e a de Nossa Senhora de Fátima entraram para a lista de património intangível de Macau, publicada pelo Instituto Cultural de Macau.

11 Mar 2019

Especialista de jogo pouco optimista relativamente ao desempenho dos casinos em 2019

[dropcap]D[/dropcap]avid Green, fundador da Newpage Consulting, consultora especializada em regulação de jogos, mostrou-se pouco optimista em relação aos resultados dos casinos em 2019, devido à entrada do Japão nas apostas, do crescimento do Camboja e da guerra comercial EUA/China.

Os casinos de Macau fecharam 2018 com receitas 303 mil milhões de patacas, traduzindo um aumento de 14 por cento face a 2017. Contudo, na opinião de David Green, face a vários factores externos a Macau, a tendência de crescimento que se tem verificado nos últimos anos pode ter chegado ao fim. “O Japão será uma grande distracção para os grupos interessados em ganhar uma concessão de jogo”, afirmou, em declarações à Lusa.

Cinco das seis operadoras de jogo (MGM, Sands, Wynn, Melco e Galaxy) “manifestaram publicamente interesse” em garantir uma licença no Japão, depois de o parlamento nipónico ter aprovado a abertura de três casinos a partir de meados de 2020. Na opinião do fundador da Newpage Consulting, a entrada em força de outros países asiáticos no jogo, como o Camboja e o Vietname, pode levar os turistas chineses que visitam Macau (25 milhões dos 35,8 milhões de turistas em 2018) para essas paragens. “O Camboja tem potencial para conseguir alguns dos jogos de massa e VIP de Macau, tanto em Naga, como no aglomerado de casinos em Sihanoukville”, já o “desenvolvimento de Hoi An, no Vietname” poderá “afastar os jogadores” VIP de Macau, considerou.

Guerra comercial

Já sobre a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, apesar de estimar que “será resolvida”, David Green entende que Pequim “terá de fazer concessões que preferiria não fazer (…) e vai perder a face”. “Isso poderá prejudicar os operadores norte-americanos (MGM, Sands e Wynn) que estarão mais vulneráveis a qualquer acto de retaliação”. “A retaliação provavelmente será subtil, mas significativa”, frisou.

O ‘fraco optimismo’ de David Green é também suportado pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional que estima que a economia de Macau cresça 5,3 por cento em 2019. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,7 por cento, em termos reais, reflectindo um forte abrandamento de cinco pontos percentuais face a 2017.

11 Mar 2019

Crime | Detidas 562 pessoas por troca ilegal de moeda

[dropcap]N[/dropcap]o passado mês de Fevereiro foram detidas 562 pessoas por troca ilegal de moeda no território. As detenções foram o resultado de 208 operações levadas a cabo pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), revela um comunicado emitido pelas autoridades que adianta que todos os detidos foram expatriados, sendo que 407 foram sujeitos à medida de proibição de reentrada em Macau. Já no mês de Janeiro foram efectuadas 246 acções policiais de fiscalização, tendo sido interceptados 545 indivíduos envolvidos em “burlas de troca de dinheiro”, tendo os mesmos sido repatriados. Destes, 411 foram sujeitos à medida de proibição de reentrada. As autoridades recordam ainda que durante o ano 2018, foram repatriados 3050 indivíduos, dos quais 2269 ficaram impedidos de voltar a entrar em Macau. As autoridades recordam ainda que vão continuar a investir no combate a este crime de modo a “reduzir os riscos de segurança para a sociedade, procurando assegurar um bom ambiente para Macau”.

Habitação | Índice de preços cai 1,3% entre Novembro e Janeiro

Entre Novembro de 2018 e Janeiro de 2019 o índice global de preços da habitação diminuiu 1,3 por cento, em comparação com o período entre Outubro a Dezembro de 2018. De acordo com um comunicado emitido pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, o índice de preços de habitações construídas baixou 1,0 por cento, em relação ao período anterior, destacando-se que na Península de Macau desceram 1,1 por cento e na Taipa e Coloane 0,9 por cento. Em comparação com o período de Novembro de 2017 a Janeiro de 2018, o índice global de preços da habitação e o índice de preços de habitações construídas subiram 3,2 por cento e 6,0 por cento, respectivamente, enquanto o índice de preços de habitações em construção desceu 3,1 por cento.

11 Mar 2019

Preços | Inflação desacelera pelo 4.º mês consecutivo

[dropcap]A[/dropcap]inflação na China desacelerou pelo quarto mês consecutivo em Fevereiro ao subir 1,5 por cento em termos homólogos, face aos 1,7 por cento registados em Janeiro, de acordo com os dados oficiais divulgados sábado.

De acordo com o instituto nacional de estatística chinês, o índice de preços no consumidor (IPC) registou o seu ponto mais baixo desde Janeiro de 2018, embora esteja ainda longe de uma possível deflação.

Em Fevereiro, os preços dos alimentos subiram 0,7 por cento em termos homólogos, o que representa uma descida de 1,2 pontos percentuais face a Janeiro e que esteve ligada à queda de 4,8 por cento da carne de porco, que em Janeiro já tinha sofrido uma descida de 3,2 por cento.

Em relação aos produtos não alimentares, os preços cresceram 1,7 por cento em Fevereiro, o mesmo aumento do que o registado no mês anterior.

O aumento dos preços no sector da saúde, educação, entretenimento e arrendamento habitacional também contribuiu em 1,34 pontos percentuais para a taxa de inflação geral.

O índice de preços na produção, por sua vez, subiu 0,1 por cento em termos homólogos no mesmo mês, mantendo-se inalterado face a Janeiro, depois de ter desacelerado sete meses consecutivos.

 

 

11 Mar 2019

Protecção Civil | Simulacro de grande escala no próximo mês

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, revelou ontem estar programado, para o final do próximo mês, um simulacro integrado de protecção civil de grande escala. Um exercício para o qual os residentes interessados podem inscrever-se, a título individual, para participarem e onde as funções da plataforma de comando de emergência proposta pela Universidade Tsinghua serão também testadas. O objectivo passa por elevar a eficácia dos trabalhos de comando da estrutura de protecção civil, indicou o secretário para a Segurança, à margem da cerimónia de inauguração do Dia de Convívio entre a Polícia e o Cidadão.

Questionado sobre os planos de criação de uma estação de rádio no âmbito da protecção civil, o secretário explicou que, em breve, vai ser iniciada a segunda fase das obras de remodelação do Centro de Operações de Protecção Civil, prevendo-se a sua conclusão em Setembro, estando já reservado espaço para a sua instalação. Não obstante, como reconheceu, a emissora não deve entrar em funcionamento antes da época de tufões – com início normalmente em Maio – até porque envolve recursos humanos, equipamentos, bem como a definição de mecanismos e de modelos de funcionamento, carecendo de uma “ponderação minuciosa”. Em paralelo, os Serviços de Polícia Unitários (SPU) estão ainda a finalizar o estudo a respeito, que se espera concluído este ano, o qual irá preceder um plano preliminar, indicou Wong Sio Chak.

11 Mar 2019

Economia | Prometidas medidas para melhorar competitividade

[dropcap]O[/dropcap]ministro do Comércio da China, Zhong Shan, prometeu sábado implementar políticas para manter estável o crescimento do comércio e melhorar a competitividade, numa altura de fricções com os Estados Unidos.

Em declarações à imprensa, à margem da sessão anual do legislativo chinês, Zhong disse que o Governo vai facilitar o comércio através de seguros de crédito à exportação, financiamento, entre outras acções, para reduzir encargos e melhorar a eficiência empresarial.

“Em geral, o comércio da China é enorme em escala, mas não suficientemente competitivo”, disse, citado pela agência de notícias estatal Xinhua.

Para melhorar a competitividade do comércio externo, o gigante asiático vai incentivar as exportações de produtos de alta tecnologia, alta qualidade e alto valor agregado.

Questionado sobre o impacto, nos próximos meses, da guerra comercial com os Estados Unidos, o ministro disse apenas esperar manter um “crescimento estável” do comércio externo em 2019.

Além disso, Pequim planeia aumentar as importações, explorar os mercados emergentes e continuar a promover a cooperação internacional através da Nova Rota da Seda.

11 Mar 2019

Hong Kong | Filipina despedida por ter cancro contesta decisão junto do Governo

[dropcap]D[/dropcap]espedida após lhe ter sido diagnosticado um cancro no colo do útero, Baby Jane Allas, perdeu o acesso ao sistema de saúde e recebeu a indicação de que tinha duas semanas para deixar a RAEK

A empregada doméstica filipina, despedida por ter cancro e privada de acesso ao sistema de saúde de Hong Kong, recorreu ao Departamento de Trabalho do Governo local para contestar o despedimento.

De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), além de perder o acesso ao sistema de saúde, o despedimento de Baby Jane Allas implica a saída, no prazo de 15 dias, da antiga colónia britânica.

O departamento de Trabalho indicou que ia prestar “uma ajuda apropriada” a Baby Jane Allas, que em Janeiro passado foi diagnosticada com cancro no colo de útero, estádio III.

Na sequência deste diagnóstico, a empregada doméstica foi despedida pouco tempo depois pela família de origem paquistanesa que a empregava.

“Razões para o despedimento (se existirem): diagnóstico de cancro do colo do útero”, de acordo com a carta recebida, a que a AFP teve acesso, sem ter conseguido entrar em contacto com a família empregadora.

Allas recorreu também à Comissão para Igualdade de Oportunidades. Este organismo governamental escusou-se a comentar o caso, mas sublinhou ser ilegal despedir um funcionário devido a uma situação considerada de desvantagem, seja ela qual for.

A comissão reconheceu ainda que este tipo de “discriminação continua a existir” na antiga colónia britânica, cuja transferência de soberania para a China ocorreu em 1997.

A filipina afirmou que pretende terminar o contrato. “Tenho cinco filhos e só eu os sustento, sou mãe solteira”, contou Allas, que foi acolhida pela família norte-americana para a qual trabalha a irmã.

Esta família está a ajudar a Allas a contestar o despedimento, tendo organizado uma campanha de recolha de fundos ‘online’ para pagar as despesas médicas. Até agora, juntaram o equivalente a 30 mil euros.

Base do sistema

As empregadas domésticas são consideradas um pilar da economia deste centro financeiro mundial, por permitirem aos pais trabalharem enquanto elas se ocupam das crianças e da casa.

Mais de 340 mil empregadas domésticas, denominadas publicamente como “helpers” ou assistentes, na maioria indonésias e filipinas imigrantes, trabalham em Hong Kong. A maior parte recebe uma pequena remuneração pela realização de algumas tarefas classificadas como ingratas e em condições difíceis.

As autoridades de Hong Kong afirmam que o sistema é justo e os abusos raros.

Para defensores dos direitos humanos locais, uma em cada seis empregadas domésticas é frequentemente vítima de exploração e a lei oferece uma protecção sumária.

No ano passado, o departamento de Estado norte-americano colocou Hong Kong ao mesmo nível da Tailândia e do Afeganistão em relação ao tráfico de seres humanos, em parte devido à protecção insuficiente para as empregadas domésticas.

Os elevados custos cobrados por agências de recrutamento, a obrigação de viver na casa do empregador, um salário mínimo de 4.520 dólares de Hong Kong e a saída, em poucos dias, do território caso percam o emprego, explicam porque dificilmente se conseguem defender de patrões pouco honestos ou agressores.

 

11 Mar 2019

SJM | Filha de Stanley Ho está grávida e quer casar em Portugal

[dropcap]A[/dropcap] filha mais velha da relação de Stanley Ho com a deputada Angela Leong está grávida e quer casar em Portugal, onde pretende arrendar um castelo para o efeito. A notícia foi avançada, na sexta-feira, pelo jornal Apple Daily. Sabrina Ho, que nos últimos tempos se tem dedicado ao negócio dos leilões de arte, está noiva do namorado Thomas Xin desde Setembro e grávida de três meses. O casamento deverá acontecer já em 2020, não sendo ainda certo que o pai, Stanley, actualmente com 97 anos, possa viajar devido aos problemas de saúde que tem enfrentado. Quando o bebé nascer, Angela Leong, que tem quatro filhos de Stanley Ho, vai tornar-se avó pela primeira vez.

11 Mar 2019

Moeda | Acordo com EUA para não usar depreciação com objectivos concorrenciais

[dropcap]O[/dropcap]governador do Banco Popular da China, Yi Gang, assegurou ontem que Pequim e Washington comprometeram-se a não utilizar a depreciação da moeda com objectivos concorrenciais, deixando que seja o mercado a determinar as taxas de juro.

Numa conferência de imprensa realizada em Pequim durante a Assembleia Popular Nacional (APN), Yi Gang explicou que, na última ronda de negociações comerciais, as duas partes abordaram o tema das taxas de juro, a autonomia das autoridades monetárias e a necessidade de manter uma comunicação estreita sobre o mercado de divisas.

A este respeito, adiantou que ambas as partes conseguiram acordos sobre “muitas questões-chaves importantes”, mas escusou-se a divulgar mais detalhes, noticia a agência Efe.

Também mostrou o compromisso da China de não utilizar o câmbio monetário como ferramenta para aumentar a produção ou resolver questões comerciais, depois do Presidente dos EUA, Donald Trump, ter acusado no ano passado Pequim e Moscovo de jogar “o jogo da depreciação monetária”.

Sobre as negociações para encontrar una saída para a guerra comercial, o vice-ministro do comércio chinês, Wang Shouwen, também assegurou no sábado que as negociações estão a decorrer e mostrou-se “optimista” perante um possível pacto para pôr fim à imposição mútua de tarifas.

Perante os riscos e desafios actuais que enfrenta o gigante asiático, o Banco Popular da China também assegurou que manterá uma política “prudente” para guiar o crescimento razoável de crédito e financiamento em 2019, que incluirá um maior apoio para as pequenas empresas e para as privadas.

A política monetária da China, desenhada principalmente para adaptar-se à situação económica interna, também irá considerar os factores globais e os sectores orientados para a exportação, acrescentou.

11 Mar 2019

Visita | Bolsonaro na China no segundo semestre deste ano

O Presidente brasileiro, que tem agendadas a curto-prazo visitas aos Estados Unidos, Chile e Israel, anunciou agora uma deslocação à China, na segunda metade do ano

[dropcap]O[/dropcap]Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou sexta-feira que vai visitar a China, maior parceira comercial do país, durante o segundo semestre deste ano.

Bolsonaro referiu-se à realização dessa viagem durante uma cerimónia em que recebeu as credenciais do novo embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, e reiterou que a intenção do seu Governo, em termos de política externa, é ampliar as relações comerciais com “todo” o mundo.

“Vamos melhorar a relação. Queremos aproximar-nos (…) expandir os nossos negócios, abrir novas fronteiras”, declarou o chefe de Estado, acrescentando que essa é a “directriz” que passou a todos os seus ministros.

Embora não tenha indicado quando realizará essa visita, o Presidente disse aos jornalistas que a viagem à China será “durante o segundo semestre”, já que a sua agenda externa estará “muito carregada” nos próximos meses.

A China tem sido o principal parceiro comercial do Brasil no mundo nos últimos cinco anos e o destino da maioria das exportações brasileiras de matérias-primas, além de manter investimentos substanciais no país sul-americano, especialmente em matéria de energia.

Após vencer as eleições, o chefe de Estado brasileiro mostrou-se comprometido em manter os laços com a China, independentemente das diferenças ideológicas, declarações que agradaram ao Presidente chinês, Xi Jinping.

No entanto, durante a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro lançou ataques ao investimento chinês: “A China não está a comprar no Brasil, ela está a comprar o Brasil”, afirmou.

Bolsonaro acusou o país asiático de ter uma atitude predatória nos investimentos realizados no Brasil e tornou-se, em Fevereiro do ano passado, o primeiro candidato presidencial brasileiro a visitar Taiwan, desde que o Brasil reconheceu Pequim como o único Governo chinês, em 1979.

Em Novembro de 2018, logo após a vitória de Bolsonaro nas presidenciais, o jornal China Daily lembrou, no seu editorial, Jair Bolsonaro “não tem motivos” para perturbar as relações com a China, lembrando o peso do país asiático para a economia brasileira.

O jornal oficial em língua inglesa China Daily afirmou que “virar as costas à China talvez sirva algum propósito político”, mas que os “custos para a economia brasileira podem ser duríssimos”.

“Temos a sincera esperança de que, após assumir a liderança da oitava maior economia do mundo, Bolsonaro vai olhar de forma objectiva e racional para o estado das relações China-Brasil”, escreveu o jornal, referindo-se a Bolsonaro como o “Trump Tropical”.

Encontro de irmãos

Bolsonaro assumiu que, no comércio exterior, investirá esforços numa relação com os Estados Unidos, país que visitará no final da próxima semana, naquele que será o seu primeiro encontro com o Presidente norte-americano, Donald Trump, de quem Bolsonaro é um confesso admirador.

Este mês, o chefe de Estado brasileiro também pretende fazer uma visita oficial ao Chile, no âmbito da sua participação numa cimeira convocada pelo Presidente chileno, Sebastián Piñera, para discutir a constituição do Prosul, um novo mecanismo de integração que poderá substituir a União de Nações da América do Sul (Unasul).

Além disso, Bolsonaro anunciou uma visita a Israel até ao final de Março, um país que também está entre as prioridades da sua política externa.

Embora ainda não tenha confirmado oficialmente desde que tomou posse, no dia 1 de Janeiro, Bolsonaro expressou, durante a campanha para as eleições de 2018, a sua intenção de mudar a embaixada brasileira em Israel, transferindo-a da sua actual sede em Telavive para Jerusalém.

Esta possível mudança gerou mal-estar em muitos países árabes, que estão entre os principais importadores de frango do Brasil, um dos maiores produtores de aves do mundo.

11 Mar 2019

Universidade de Lisboa | Alexis Tam recebe hoje Honoris Causa pela dedicação à língua portuguesa

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, é distinguido hoje com o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa, reconhecendo o seu “empenho” no desenvolvimento do ensino e da língua portuguesa em Macau. “É uma escolha que se deve à excepcionalidade do seu percurso e forte perfil cívico e político na área da educação”, disse à Lusa o director do Instituto da Educação da Universidade de Lisboa, Luís Miguel Carvalho, a propósito da atribuição desta distinção.

A proposta de atribuição das insígnias Honoris Causa partiu do Instituto de Educação, da Faculdade de Letras e do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, unidades orgânicas da Universidade de Lisboa. António Sampaio da Nóvoa, embaixador de Portugal na UNESCO e antigo reitor da Universidade de Lisboa, será o padrinho. Luís Miguel Carvalho sublinhou que Alexis Tam “tem sido uma pessoa particularmente empenhada no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem da língua portuguesa em Macau” e destacou o seu envolvimento na causa da educação, em especial na reforma das políticas educativas, com incidência no ensino superior em Macau.

Entre as contribuições que considerou mais “relevantes”, apontou a criação de um curso de licenciatura em Português no Instituto Politécnico de Macau, onde se faz formação de professores de português a nativos da língua chinesa, acções de apoio à criação e desenvolvimento de cursos de graduação e pós-graduação que envolvem a Universidade de Lisboa e instituições de ensino superior de Macau e da China e um laboratório de tradução automática chinês-português.

11 Mar 2019

PJ e SPU dão instruções a moradores de zonas baixas sobre tempestades

[dropcap]C[/dropcap]om a aproximação da época de tempestades tropicais, a Polícia Judiciária (PJ) e os Serviços de Polícia Unitários (SPU) realizaram uma campanha de divulgação sobre os planos de evacuação dirigido a lojistas e moradores das zonas baixas da cidade.

Como tal, foram distribuídos panfletos com “Instruções para prevenção de desastre de Storm Surge” e as autoridades alertaram “para a eventualidade da ocorrência de graves inundações nas zonas baixas durante a passagem de um tufão”. Nestas circunstâncias, as autoridades alertaram para a evacuação imediata de caves e parques de estacionamento subterrâneos e para o encaminhamento para “o centro de abrigo mais próximo ou um lugar seguro conforme o percurso de evacuação definido pelas entidades da protecção civil”, aponta um comunicado.

Durante a iniciativa foi também feito o apelo aos moradores para que armazenem bens de primeira necessidade e que se mantenham atentos a prazos de validade destes bens para que possam ser utilizados em situações de emergência.

8 Mar 2019

Rota das Letras traz “Ode Marítima” ao Teatro D. Pedro V no próximo dia 23

A “Ode Marítima”, central na obra de Álvaro de Campos, vai ser declamada integralmente, pela primeira vez, num palco de Macau no âmbito do Festival Literário – Rota das Letras. O espectáculo de Pedro Lamares, baseado no extenso poema de um dos heterónimos de Fernando Pessoa, tem lugar no Teatro D. Pedro V, às 21h do próximo dia 23, véspera do encerramento do Festival Literário, anunciou ontem a organização, num comunicado enviado às redacções.

Nas palavras do filósofo José Gil, em “Ode Marítima” – considerado uma das obras-primas da poesia portuguesa – “exterior e interior são separados pela mesma ‘distância’ que vai do poeta no cais deserto ao navio que ele vê ao longe. É a distância entre a sensação e a coisa, entre a sensação como realidade interior e o paquete como realidade exterior. Ora, esta distância liga-se a uma sensação ‘primitiva’, como diz Pessoa, sensação que desempenha um papel essencial em toda a sua poesia: a sensação de mistério. Na ‘Ode Marítima’, o mistério é significado por toda a distância, tudo o que se separa, todo o movimento que cria uma separação”, realça a mesma nota.

Pedro Lamares desempenhou o papel de Fernando Pessoa em “O Filme do Desassossego”, de João Botelho e participou em filmes dos realizadores como Jorge Paixão da Costa, Vítor Goncalves, Joaquim Leitão e António Pedro Vasconcelos. Na televisão apresenta o programa “Literatura Aqui” (RTP2) com Filipa Leal, em que faz selecção e gravação de textos. Além disso, dirige espectáculos, lecciona em escolas de teatro e comunicação e é ainda director artístico da cooperativa “Casca de Noz”, ainda de acordo com a organização.

A oitava edição do Festival Literário – Rota das Letras vai decorrer entre os próximos dias 15 e 24. No próximo domingo, pelas 15h, a Livraria Portuguesa acolhe uma conferência de imprensa de apresentação do programa.

8 Mar 2019