Cimeira | Macau junta peritos para debater cidade inteligente

[dropcap]M[/dropcap]acau organiza a 25 e 26 de Abril a “Cimeira Internet + Cidade Inteligente 2019” para reforçar a aposta na tecnologia e na indústria de exposições e convenções, com a presença de especialistas e académicos, anunciou ontem a organização.

O objectivo é impulsionar o desenvolvimento da indústria e da tecnologia na área de aplicações, explicou o presidente da comissão administrativa do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, que coordena a iniciativa, em conferência de imprensa.

Ma Chi Ngai sublinhou a presença de 30 especialistas e académicos, entre os quais peritos em comunicação 5G de Espanha e em segurança de rede de Israel.

A iniciativa garantiu também a participação de especialistas de empresas chinesas de dimensão mundial, casos do vice-presidente sénior da Xiaomi Tecnologia, do director de tecnologia da Huawei Tecnologias e do cientista-chefe do Departamento IoT (Internet of Things) da Alibaba.

A cimeira integra duas palestras temáticas, “Cidade inteligente orientada para as pessoas” e “Índices de Avaliação da Cidade Inteligente na Grande Baía”.

O evento, que terá ainda seis sessões distribuídas pelos dois dias, responde “à exigência de diversificação moderada da indústria levantada pelo Governo Central [China]” e pretende “colaborar com o Plano Quinquenal de Desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Macau (2016-2020), de acordo com a organização.

A cimeira é promovida pelo Conselho de Ciência e Tecnologia e tem ainda o apoio da Fundação para o Desenvolvimento da Internet da China.

17 Abr 2019

USJ | Incubadora de empresas e investigação essenciais para ‘nova’ economia

[dropcap]O[/dropcap] director da Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José disse ontem que é essencial criar uma incubadora de empresas e um centro de investigação para diversificar a economia de Macau, muito dependente do jogo. “Do ponto de vista da universidade essas duas medidas podiam ser muito atractivas e dar um apoio muito grande à comunidade de Macau”, na área das indústrias criativas, defendeu Carlos Sena Caires, em declarações à agência Lusa.

“Abrir uma incubadora de empresas, seria muito importante, ligada às indústrias criativas”, assim como “abrir um centro de investigação”, frisou, à margem do seminário “Indústrias Criativas e Desenvolvimento Social e Económico”, promovido pela delegação de Macau da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

“Seria fundamental” para impulsionar as indústrias criativas, sustentou, e, assim, contribuir para a diversificação da economia de Macau, a capital mundial do jogo, onde em 2018 as receitas dos casinos cresceram 14 por cento, para 302.846 milhões de patacas.

O director sublinhou que “ainda há muito trabalho a fazer no índice de criatividade” num território que tem mais de 1.050 associações e deu conta que a instituição está a tentar lançar um projecto-piloto em Zhuhai com um centro de inovação (Inno Valley) no qual se estão a juntar várias ‘startups’.

17 Abr 2019

Paris | Mundo em choque perante o incêndio na catedral de Notre-Dame

A icónica Catedral de Notre-Dame, em Paris, ardeu parcialmente na madrugada de segunda para terça-feira, comprometendo a estrutura do edifício. A extensão total dos danos ainda não é conhecida, mas Emmanuel Macron prometeu reconstruir a catedral. As mensagens de solidariedade têm surgido de todo o mundo e o fogo foi extinto depois de 12 horas de incêndio

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da França, Emmanuel Macron, fez uma declaração em frente à Catedral de Notre-Dame enquanto os bombeiros ainda se esforçavam para controlar o incêndio que deflagrava no histórico monumento, pedindo aos franceses união e anunciando a abertura de uma subscrição nacional para recolher fundos.

Aos franceses, Macron disse que “o que aconteceu nesta catedral é uma terrível tragédia”, agradecendo a “extrema coragem, profissionalismo e determinação” de “quase 500 bombeiros” mobilizados para combater o fogo que começou por volta das 18h50 locais (1h50 de ontem em Macau) e atingiu toda a estrutura da Catedral de Notre-Dame de Paris. Pelo seu trabalho, o Presidente quis agradecer “em nome de toda a nação”.

O Presidente francês mencionou que “o pior foi evitado, ainda que a batalha não tenha sido vencida”, referindo-se à confirmação dos bombeiros do salvamento da estrutura principal, incluindo o campanário norte, que esteve em risco de colapsar.

“A Notre-Dame de Paris é a nossa história, a nossa literatura. É o epicentro da nossa vida”, caracterizou Macron, dizendo-a “de todos os franceses, mesmo daqueles que nunca aqui vieram”. Querendo deixar uma “nota de esperança”, o Presidente lembrou que o edifício foi construído há 800 anos e que o povo francês “soube como construí-la e, ao longo dos séculos, como fazê-la crescer e melhorá-la”.

“Vamos apelar aos maiores talentos e vamos reconstruir Notre-Dame, porque é aquilo que os franceses esperam, porque é o que a nossa história merece, porque é o nosso profundo destino”, disse, antes de anunciar a abertura de uma subscrição nacional para recolher fundos para a recuperação, deixando o apelo: “Juntos vamos reconstruir Notre-Dame”.

Este incêndio levou o líder francês a adiar a comunicação que faria sobre um pacote de medidas em relação às reivindicações dos ‘coletes amarelos’, devido ao “terrível incêndio que devasta a Catedral de Notre-Dame de Paris”, anunciou a presidência francesa.

Num momento anterior, Macron publicou na sua conta oficial do Twitter uma mensagem de pesar pelos acontecimentos: “Emoção de toda uma nação. Os meus pensamentos estão com todos os católicos e todos os franceses. Como todos os nossos compatriotas, estou triste por ver arder esta parte de nós”.

Os apelos de subscrições nacionais de fundos têm-se somado ao longo da tarde. Segundo o Le Figaro, a “La Fondation du patrimoine”, uma organização privada dedicada à salvaguarda e preservação do património francês, lançou ontem uma “coleta nacional”, tendo um dos websites onde se podem fazer doações sofrido uma enchente de visitas.

De Lisboa ao Vaticano

Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris para os Assuntos Europeus, disse à Lusa que todos os processos foram “respeitados” e, por isso, não há feridos a lamentar. “Há muitas coisas que vão ser ditas, mas há processos que estão estabelecidos em relação à Notre-Dame. A primeira preocupação são as pessoas. Não temos indicação de nenhum desrespeito pelos processos, os processos foram respeitados e não ficou nenhuma pessoa ferida”, afirmou o eleito lusodescendente local, em declarações à agência Lusa, relembrando que o monumento é o mais visitado de Paris e começou a arder quando ainda decorriam visitas.

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou ontem um “abraço sentido” numa mensagem ao Presidente francês, Emmanuel Macron, em que lamenta o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris.

“Caro Presidente Macron, meu Amigo: Uma dor que nos trespassa o olhar e logo nos marca a alma, Paris sempre Paris ferida na sua Catedral em chamas, um símbolo maior do imaginário colectivo a arder, uma tragédia francesa, europeia e mundial”, lê-se na mensagem, divulgada no portal da Presidência da República na Internet. Marcelo Rebelo de Sousa despede-se de Macron enviando-lhe “de Lisboa um abraço sentido”.

Também a directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) manifestou solidariedade com França na salvaguarda e restauro do património histórico, na sequência do incêndio. Numa mensagem publicada no ‘Twitter’, Audrey Azoulay diz que a agência das Nações Unidas está “ao lado de França para salvaguardar e reabilitar esse património inestimável”.

O Vaticano também exprimiu a sua “incredulidade” e “tristeza” quando um incêndio continuava a devastar a catedral Notre-Dame de Paris, “símbolo da cristandade, na França e no mundo”. “Exprimimos a nossa proximidade com os católicos franceses e com a população parisiense. Rezamos pelos bombeiros e por todos os que fazem o possível para enfrentar esta situação dramática”, acrescentou em comunicado o porta-voz do Vaticano.

Em Jerusalém, a Igreja católica da Terra Santa também exprimiu a sua solidariedade com a Igreja de França. “Exprimimos a nossa solidariedade com a Igreja de França neste período da semana santa e desejamos o melhor para essa igreja e para os seus fiéis”, indicou a Igreja católica da Terra Santa através de um comunicado divulgado em Jerusalém.

Donald Trump, muito ao seu jeito e através do Twitter, reagiu a pronto com uma sugestão que se tornou alvo de algum gozo nas redes sociais. O Presidente norte-americano sugeriu o uso de meios aéreos para combater as chamas que deflagravam na catedral. “É preciso agir rapidamente”, acrescentou.

Uma hora depois, a Protecção Civil francesa respondeu referindo que a “descarga de água por um avião neste tipo de edifício poderia levar ao colapso de toda a estrutura”, que poderia desabar em cima dos bombeiros que se encontravam a combater as chamas.

Força no esqueleto

O secretário de Estado do interior francês declarou ontem que, uma vez afastado o “perigo do fogo” na catedral de Notre-Dame de Paris, a questão fundamental é, a partir de agora, saber “como vai resistir a estrutura”.

“O perigo do fogo já foi afastado, a questão agora é o edifício: como é que a estrutura vai resistir ao incêndio da noite passada”, afirmou Laurent Nuñez, em declarações à imprensa ao início da manhã de ontem.

“Haverá, portanto, uma reunião às 08h (15h em Macau) com especialistas e arquitectos para tentar determinar se a estrutura é estável, e se os bombeiros podem permanecer dentro do edifício para continuar a missão”, acrescentou.

Cerca de 400 bombeiros lutaram durante quase 12 horas contra as chamas que destruíram um dos edifícios icónicos de Paris e da arte gótica, apesar do fogo ter sido dado como “parcialmente extinto” e “completamente contido” pelas autoridades. Neste momento, cerca de uma centena de bombeiros continua no local.

“O telhado inteiro está danificado, toda a estrutura ficou destruída, parte da abóboda caiu”, disse Gabriel Plus, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Paris, ao início da manhã de ontem. No entanto, “os dois campanários foram salvos”, bem como “todas as obras de arte” pertencentes ao ‘tesouro’ da catedral, incluindo a coroa de espinhos e a túnica de São Luís, indicou.

A Procuradoria de Paris tinha já afirmado que os investigadores estavam a considerar o incêndio como um acidente, referindo que a polícia vai avançar com uma investigação por “destruição involuntária causada pelo fogo”.

“Majestoso e sublime edifício”, como escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo no seu romance “Notre-Dame de Paris”, a catedral foi construída em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182.

17 Abr 2019

Habitação | Criada empresa Macau Renovação Urbana SA

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho que dá conta da criação da empresa com capitais públicos Macau Renovação Urbana SA, estabelecida mediante o Governo e o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.

O objectivo da empresa, criada como uma sociedade anónima, visa “melhorar a qualidade e o ambiente habitacional” do território, além de “promover o desenvolvimento económico, social e turístico da RAEM”. Além disso, a empresa tem como fim “coordenar e promover todas as acções associadas à renovação urbana, designadamente a realização de operações de reabilitação e requalificação do espaço público, das infra-estruturas, dos equipamentos colectivos e dos edifícios, nas áreas de intervenção delimitadas”.

A Macau Renovação Urbana visa também a promoção da prevenção de edifícios degradados, podendo ainda “prosseguir quaisquer outras actividades industriais, comerciais ou de prestação de serviços, relacionadas com a renovação urbana, desde que tal seja deliberado e expressamente autorizado em Assembleia Geral convocada para o efeito”.

O capital social inicial da empresa é de 100 mil patacas, dos quais 96 por cento são detidos pelo Governo, três por cento pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização e apenas um por cento pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.


Transportes | Nasceu a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau SA

Foi ontem oficialmente criada a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau SA, dada a publicação de uma ordem executiva em Boletim Oficial (BO) assinada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Esta empresa vai ser responsável pela construção e manutenção de todas as infra-estruturas relacionadas com o Metro Ligeiro e inicia as suas operações a meses do segmento da Taipa entrar em funcionamento, algo que está previsto para este ano. A empresa conta com um capital social inicial de 1,4 mil milhões de patacas.

17 Abr 2019

Contrabando| Alfândegas interceptam 7,48 toneladas de presas de elefante

A luta contra o contrabando de produtos de espécies protegidas não parece ter fim à vista, apesar das várias campanhas de sensibilização. Só em Hong Kong, no passado mês de Fevereiro, foram interceptadas 2,1 toneladas de presas de elefante e 8,3 toneladas de escamas de pangolim

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem terem interceptado 7,48 toneladas de presas de marfim contrabandeado, na maior apreensão dos “últimos anos” no país, que baniu todo o comércio e transformação de presas de elefante em 2018.

O vice-director da Administração Geral das Alfândegas, Hu Wei, anunciou, em conferência de imprensa, que a operação, em grande escala, decorreu em 30 de Março e terminou com o desmantelamento de um “grupo criminoso internacional que há muito tempo traficava marfim”.

A investigação, de dois meses, resultou na prisão de mais de 20 suspeitos e no confisco de 2.748 peças de marfim.

A operação decorreu de forma coordenada entre várias cidades, incluindo Pequim e Qingdao, e envolveu um total de 238 agentes da polícia, detalhou o director da agência chinesa de combate ao contrabando, Sun Zhijie.

Segundo os dados oficiais, este ano já foram apreendidas 8,48 toneladas de produtos de marfim ou marfim em bruto, além de 500 toneladas de animais e plantas em risco de extinção.

Durante os primeiros três meses do ano, as autoridades chinesas investigaram 182 casos de contrabando de espécies protegidas, envolvendo 171 suspeitos.

Estes dados não incluem as alfândegas de Hong Kong, onde em Fevereiro passado foram interceptadas 2,1 toneladas de presas de elefante e 8,3 toneladas de escamas de pangolim, que, segundo as autoridades, se destinavam ao continente chinês.

Duas semanas depois, as alfândegas de Hong Kong apreenderam 24 chifres de rinoceronte, com um peso total de 40 quilos, um número recorde, que durou apenas até 7 de Março, quando foi apreendido um carregamento de 82,5 quilos.

Passos curtos

Pequim baniu todo o comércio e transformação das presas de elefante no início do ano passado.

Porém, a China é, tradicionalmente, o maior consumidor mundial de marfim, símbolo de estatuto e parte importante da cultura e arte tradicionais chinesas.

Antes da entrada em vigor da nova lei, Pequim lançou várias campanhas de sensibilização e o preço de presas de elefante caiu 65 por cento, enquanto todas as lojas e oficinas envolvidas no comércio foram encerradas até ao final de 2017, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

A actuação das autoridades chinesas pode ter um impacto significativo em Angola e Moçambique, que nos últimos anos se tornaram destinos de referência na caça ao elefante.

Em Moçambique, entre 2011 e 2015, a caça furtiva custou à reserva do Niassa sete mil elefantes. Em Angola, as autoridades queimaram cerca de 1,5 toneladas de marfim, bruto e trabalhado, em Julho de 2017, que tinham como destino a Ásia.

Existem actualmente cerca de 450.000 elefantes no continente africano, calculando-se em mais de 35.000 os que são mortos anualmente.

17 Abr 2019

Shandong | Acidente em empresa farmacêutica faz dez mortos

[dropcap]P[/dropcap]elo menos dez pessoas morreram ontem asfixiadas pela inalação de fumo, enquanto outras 12 ficaram feridas, após um acidente numa empresa farmacêutica, na província de Shandong, leste da China. A televisão estatal CGTN informou que o acidente ocorreu às 15:37 e que foi aberta uma investigação para apurar as causas, mas não avançou mais detalhes. Em Março passado, uma explosão num parque industrial químico na província de Jiangsu, leste do país, causou 78 mortos e várias centenas de feridos. Acidentes industriais são frequentes na China, onde, em média, morrem 70.000 trabalhadores por ano, segundo a Organização Mundial do Trabalho. Em 2015, duas explosões nas instalações químicas da zona portuária da cidade de Tianjin, nordeste da China, provocaram pelo menos 165 mortos, e causaram prejuízos de mais de mil milhões de dólares.

17 Abr 2019

Empresa chinesa vai construir e gerir futura ligação ferroviária na Malásia

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro da Malásia anunciou ontem que a empresa chinesa responsável pela construção da ligação ferroviária no leste do país também vai ajudar a gerir e a operar a infraestrutura, para reduzir a carga financeira do país.

As declarações de Mahathir Mohamad surgem três dias depois do Governo malaio ter anunciado que vai retomar este projecto de ligação financiado pela China, depois de o construtor chinês ter baixado os custos.

O acordo pôs fim a meses de impasse sobre a linha férrea da costa leste, de 668 quilómetros de comprimento, que liga a costa ocidental da Malásia aos estados rurais orientais, numa ligação essencial à iniciativa chinesa de construção de infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”.

O orçamento para a construção das primeiras duas fases da ligação ferroviária é agora de 44 mil milhões de ringgits (9,5 mil milhões de euros), uma descida de um terço em relação ao custo inicial de 65,5 mil milhões de ringgits.

Sob o novo acordo, a China Communications Construction Company (CCCC) formará uma empresa conjunta com a Malaysia Rail Link para operar e manter a rede, afirmou Mahathir Mohamad.

Rota em movimento

Esta ligação ferroviária é parte fundamental da iniciativa chinesa, lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao período do Império Romano, e então percorridas por caravanas.

Construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, os projectos no âmbito daquela iniciativa estendem-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

No entanto, o crescente endividamento dos países envolvidos relativamente a Pequim acarreta riscos. Exemplo disso, é o Sri Lanka, onde um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa acabou por ser uma despesa incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura, e dos terrenos próximos, à China por um período de 99 anos.

17 Abr 2019

Venezuela| Pequim acusa Washington de ver América Latina como “o seu quintal”

Mike Pompeo acusou a China de perpetuar o Governo de Nicolas Maduro através de financiamentos que serviram para esmagar os opositores do regime venezuelano. Pequim responde no mesmo tom e diz que os Estados Unidos têm por hábito subverter o poder naquela região do globo

 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês respondeu ontem aos comentários do secretário de Estado norte-americano, que atribuiu à China responsabilidade no prolongamento da crise na Venezuela, considerando as acusações “infundadas” e acusando Washington de ver a América Latina como “o seu quintal”.

As acusações de Mike Pompeo são “infundadas” e realizadas de forma “deliberada para provocar um corte” entre a China e a América Latina, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, numa conferência de imprensa regular.

“Por muito tempo, os Estados Unidos têm visto a América Latina como o seu próprio quintal, para pressionar, ameaçar e até mesmo subverter o poder político em outros países em determinados momentos”, disse Lu Kang, acrescentando que “alguns políticos norte-americanos tem insistido numa linha” determinada com o objectivo de “manchar a China em todo o mundo”.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, considerou que o financiamento de Pequim ao Governo da Venezuela, do Presidente Nicolas Maduro, está a fazer prolongar a crise no país sul-americano.

“O financiamento do regime de [Nicolás] Maduro pela China ajudou a precipitar e prolongar a crise naquele país”, disse Pompeo na sexta-feira, no Chile, no início da sua visita oficial a quatro países da América Latina, acrescentando que a China investiu mais de 60 mil milhões de dólares, “sem contar com armas”.

“Não é surpresa que Maduro utilizou o dinheiro para fazer pagamentos a amiguinhos, para esmagar activistas pró-democracia e financiar programas sociais ineficazes”, acusou.

 

Crise aguda

De acordo com as estimativas da ONU, cerca de sete milhões de pessoas – cerca de 25% da população do país – precisam de ajuda humanitária, com grupos como os doentes crónicos, as grávidas e as crianças numa situação especialmente vulnerável.

“Acho que há uma lição, uma lição a ser aprendida para todos nós: a China e outros países estão a ser hipócritas quando pedem uma não-intervenção nos assuntos da Venezuela”, enquanto as “suas próprias intervenções financeiras ajudaram a destruir o país”, sublinhou Pompeu.

O secretário de Estado norte-americano criticou ainda os laços da Rússia com os líderes em Cuba, Nicarágua e Venezuela.

“Abrir um centro de treinos na Venezuela é uma provocação óbvia”, disse.

A Rússia enviou no mês passado para a Venezuela, de acordo com relatos da imprensa venezuelana, dois aviões que transportavam 99 militares e 35 toneladas de material bélico.

Moscovo também abriu, no final de Março, um centro de treino militar para pilotos de helicóptero na Venezuela, país que há dois meses atravessa uma grave crise política, que se soma a uma crise económica e social que se vem agudizando.

17 Abr 2019

Televisão | Nam Kwong lança série sobre Macau

[dropcap]O[/dropcap] grupo económico Nam Kwong está a trabalhar numa série televisiva para enaltecer o 20.º aniversário da transferência da administração de Macau e o 70.º aniversário da criação da República Popular da China. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a produção vai estrear no canal estatal CCTV no dia da transição e vai ter como objectivo mostrar os feitos alcançados após o regresso de Macau à Pátria, assim como promover a Grande Baía. Além disso, está prevista uma versão disponível no idioma de Camões para ser distribuída entre os Países de Língua Portuguesa. Actualmente, na RAEM, a Nam Kwong tem o monopólio para a importação de determinados alimentos vindos do Interior da China, controla a operadora de autocarros TCM, entre outros investimentos. Durante vários anos, após a criação da República Popular da China, a Nam Kwong foi uma empresa do regime, tendo sido utilizada para estabelecer trocas comerciais e ligações políticas com outras regiões, como Macau, com que não havia relações formais.

17 Abr 2019

Grande Baía | Agnes Lam pede facilitação de comunicações

[dropcap]A[/dropcap] redução de tarifas telefónicas nos serviços de roaming e de internet entre as regiões que integram o programa de cooperação regional da Grande Baía é o apelo feito por Agnes Lam ao Executivo.

Em interpelação escrita, a deputada alerta para os desafios que o projecto implica para Macau, nomeadamente no que respeita à facilitação das comunicações inter-regionais. Agnes Lam aponta os preços dos serviços como um dos obstáculos a ser superado. “Na actual situação de Macau, as telecomunicações são dispendiosas e o serviço não é satisfatório”, aponta. “Embora as autoridades tenham solicitado repetidamente às operadoras que rectificassem e reduzissem o preço, os resultados não foram eficazes”, acrescenta.

Agnes Lam na Assembleia Legislativa

À precariedade das telecomunicações acresce o problema de comunicações inter-regionais suscitado pelas dificuldades geográficas e pela utilização de diferentes sistemas operativos. “Devido às barreiras geográficas entre Hong Kong, Macau e o Continente, e aos diferentes sistemas operativos, as tarifas de longa distância e de roaming para telemóveis continuam altas”. Dentro de um projecto comum, esta situação não é viável e não vai promover o êxito das comunicações entre as áreas envolvidas, considera.

Para resolver esta situação Agnes Lam propõe a realização de um estudo que contemple a viabilidade em acabar com qualquer tarifa que envolva as comunicações móveis entre as três regiões envolvidas.

Para a deputada está em causa a concretização do desígnio de Macau como cidade inteligente e de um plano fundamental para participação com sucesso do território no projecto inter-regional. Na óptica de Agnes Lam é fundamental que o Governo esclareça estas questões e que actue de imediato. S.M.M.


Habitação | Pedidas explicações sobre edifícios vazios

O facto de o Governo gastar muitos recursos em rendas, ao mesmo tempo que mantem alguns dos edifícios que detém desocupados foi objecto da última interpelação escrita de Ng Kuok Cheong. De acordo com o pró-democrata, existem edifícios na zona da Areia Preta e Iao Hon que se encontram desocupados, apesar de estarem em áreas que podem ser altamente lucrativas. Por outro lado, segundo o legislador, têm-se multiplicado as questões relativamente ao número de edifícios desocupados que pertencem ao Governo, mas que têm ficado consecutivamente sem resposta. Ng Kuok Cheong pede agora explicações do Governo sobre o assunto e pergunta também o que vai ser feito com terceiro andar do edifício anexo ao Mercado do Iao Hon, que se encontra desocupado há anos.

16 Abr 2019

Tenista Gonçalo Oliveira apura-se para a segunda ronda do ‘challenger’ de Anning

[dropcap]O[/dropcap] tenista português Gonçalo Oliveira apurou-se hoje para a segunda ronda do torneio ‘challenger’ de Anning, na China, ao bater o chinês Zihao Xia em dois rápidos ‘sets’.

O número quatro nacional, 295.º classificado da hierarquia da ATP, impôs-se pelos parciais de 6-2 e 6-0 frente a Xia, 357.º do mundo, num embate disputado em terra batida, que durou 58 minutos.

Depois de três derrotas em rondas inaugurais nos torneios de Saint Brieuc (França), Alicante (Espanha) e Taipé (Taiwan), Gonçalo Oliveira, de 24 anos, reencontrou-se com os triunfos e vai defrontar na segunda eliminatória outro tenista chinês, Ze Zhang, 16.º cabeça de série e 215.º do ‘ranking’ mundial.

15 Abr 2019

Coreia do Norte celebra principal feriado no país sem retórica belicista

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte comemorou hoje o 107.º aniversário do nascimento do fundador Kim Il-sung, longe da habitual retórica belicista, dias depois do líder norte-coreano ter admitido uma terceira cimeira com os Estados Unidos.

Como em anos anteriores, muitos dos 24 milhões de norte-coreanos prestaram esta manhã homenagem ao fundador do país, avô do actual líder, colocando flores e curvando-se diante da sua imagem, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

No entanto, para comemorar este aniversário, o principal feriado da Coreia do Norte, conhecido como o “Dia do Sol”, foram dispensadas as imagens e ‘slogans’ relacionados com o programa balístico de Pyongyang, comuns nos últimos anos.

Esta mudança de tom vai ao encontro do que foi dito pelo líder norte-coreano na reunião plenária do comité central do Partido dos Trabalhadores, no poder, e na abertura da nova Assembleia Popular Suprema, na semana passada.

Kim Jong-un disse então que estava disposto a reunir-se novamente com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a chegar a um acordo sobre a desnuclearização, embora tenha pedido uma mudança na atitude de Washington até ao final do ano.

Kim atribuiu o fracasso da cimeira com Trump, em Fevereiro, em Hanoi, àquilo que descreveu como exigências unilaterais dos Estados Unidos, embora acrescentando que a sua relação pessoal com o Presidente norte-americano continua boa.

15 Abr 2019

Jorge Rangel diz que população entendeu desafio político depois da Declaração Conjunta

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto Internacional de Macau e ex-governante no território disse à Lusa que a população local entendeu o desafio político da transição após a declaração conjunta luso-chinesa, que foi assinada há 32 anos.

“Não obstante as apreensões e as dúvidas, que são inevitáveis em qualquer período de mudança histórica, creio que a população de Macau soube compreender o desafio político que foi obrigado a enfrentar e fê-lo com louvável serenidade e dignidade”, disse Jorge Rangel, que foi deputado e secretário para a Administração Pública, Educação e Juventude no antigo território administrado por Portugal.

A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau, assinada em 1987, marcou o início do processo de transição de Macau para a China, pondo-se termo, 25 anos depois do 25 de Abril, ao “ciclo do Império”, segundo a expressão de numerosos historiadores, cujo princípio do fim teve início em Goa, em 1961.

Uma vez “definido o futuro de Hong Kong, todos sabiam que era chegada a nossa vez e o desejo de muitos era que os interesses da população, bem como a sua maneira de viver, fossem devidamente salvaguardados”, sublinhou o ex-governante, que tutelou ainda em Macau os aspectos relacionados com a transição.

“Felizmente o diálogo, muito intenso e interessado entre as partes envolvidas, permitiu ultrapassar dificuldades e divergências, até se conseguir um acordo que foi considerado positivo, definindo todo o enquadramento político do processo de transição, que mais tarde, como membro do governo do General Vasco Rocha Vieira, de 1991 a 1999, pude acompanhar todos os dias até por ser matéria da minha tutela”, recordou.

No dia em que se assinala o aniversário da declaração conjunta luso-chinesa, o presidente do instituto defendeu que, “quarenta anos volvidos, é justo reconhecer que a transição se processou em conformidade com os preceitos definidos” pelos dois Estados e pelo território, “respeitando e mantendo a singularidade” de Macau.

Para comemorar o aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China, o Instituto Internacional de Macau acaba de publicar o livro “Macau – um Diálogo de Sucesso”, da autoria de Fernando Lima, que acompanhou o processo negocial entre Portugal e a República Popular da China.

O prefácio é do embaixador António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

A sessão de lançamento será feita em meados de Maio em Macau, com a presença do autor e do prefaciador, seguindo-se depois a sua apresentação em Lisboa e em Pequim.

15 Abr 2019

Crime | PJ prende homem suspeito de violação

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) prendeu um residente de Macau devido a suspeitas do crime de violação. A informação foi divulgada ontem, em comunicado, e as forças de autoridade prometeram mais pormenores para a manhã de hoje.

Segundo o código penal, a violação é punida com pena de prisão que vai dos 3 aos 12 anos. No entanto, há agravantes que podem fazer com que a pena seja elevada num terço, no caso de envolverem menores ou causarem gravidez ou doença sexualmente transmissível.

15 Abr 2019

Saúde | Casos de rubéola em alta

[dropcap]O[/dropcap] número de casos de rubéola subiu para 17, desde o início do ano até sábado, de acordo com os dados dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). O caso mais recente de rubéola conhecido até ao fecho da edição do HM tinha afectado um homem filipino, de 29 anos, que trabalhava no hotel City of Dreams.

Este é o quarto caso com trabalhadores do hotel operador pela Melco Crown, que tem Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, como principal accionista. Segundo os mesmos dados disponibilizados pelos SSM, o mais recente caso de rubéola tinha inicialmente sido diagnosticado como sarampo o que colocava o número de casos em 33.

Com este novo diagnostico, há uma alteração no número de casos de sarampo, que baixou para 32.

15 Abr 2019

Kim Jong-un diz estar aberto a nova cimeira com Trump

[dropcap]O[/dropcap] líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou sábado estar aberto a realizar uma terceira cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, caso os Estados Unidos proponham condições mutuamente aceitáveis para um acordo até ao fim deste ano.

Segundo a Agência Central de Notícias Coreana (KCNA, na sigla em inglês), sediada em Pyongyang, Kim fez esta afirmação num discurso proferido durante uma sessão do parlamento norte-coreano, no qual atribuiu o fracasso da sua cimeira de Fevereiro com Trump àquilo que descreveu como exigências unilaterais dos Estados Unidos, embora acrescentando que a sua relação pessoal com o Presidente norte-americano continua boa.

Kim Jong-un repetiu afirmações anteriores de que a fragilizada economia da Coreia do Norte crescerá mesmo com as pesadas sanções internacionais impostas devido ao seu programa de armas nucleares e que não ficará “obcecado com cimeiras com os Estados Unidos por necessidade de alívio de sanções”.

Washington indicou que a cimeira não foi bem-sucedida devido às excessivas exigências de alívio de sanções por parte de Pyongyang em troca de medidas de desarmamento limitadas.

“É claro que nós damos importância à resolução de problemas através do diálogo e de negociações. Mas o estilo de diálogo dos Estados Unidos, de impor unilateralmente as suas exigências não se ajusta a nós, e não temos interesse nele”, declarou Kim no discurso.

“Esperaremos com paciência até ao fim do ano que os Estados Unidos apresentem uma decisão corajosa. Mas será claramente difícil que surja uma boa oportunidade como da última vez”, acrescentou.

Liderança reforçada

Na sexta-feira, a KCNA noticiou que Kim foi reeleito como presidente da Comissão de Assuntos de Estado, o mais importante órgão de decisão do país, durante uma sessão da Assembleia Popular Suprema que saudou a sua “excepcional sabedoria ideológica e teórica e liderança experiente”.

O parlamento norte-coreano também fez uma série de mudanças de dirigentes na quinta-feira que reforçaram a liderança diplomática de Kim.

Especialistas comentaram que as novas nomeações podem ser um sinal do desejo de Kim de prosseguir os altos e baixos da diplomacia nuclear dos últimos meses, em vez de regressar às ameaças e aos testes de armamento que caracterizaram 2017, ano em que se chegou a temer uma guerra na Península Coreana.

15 Abr 2019

Huawei | Empresas europeias rejeitam pressões dos EUA

[dropcap]A[/dropcap] Associação Europeia das Câmaras de Comércio e Indústria (Eurochambres), que representa 20 milhões de negócios na Europa, recusou ontem aceitar “pressões” dos Estados Unidos no desenvolvimento da rede móvel de quinta geração (5G), defendendo a presença da Huawei.

“Se a Europa está forte e unida, não devemos aceitar pressões de qualquer lado em qualquer momento” no que toca ao 5G, afirmou em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, o presidente da Eurochambres, Christoph Leitl.

Segundo o responsável, “os americanos estão a queixar-se dos chineses e os chineses dizem que os americanos estão a fazer o mesmo”, pelo que a União Europeia (UE) deve “ter regras claras, mas também um acesso livre marcado pelo respeito dessas mesmas regras”.

“Não devemos dizer que a Huawei tem de sair para a Cisco entrar, é esse o objectivo dos americanos”, notou Christoph Leitl.

A fabricante chinesa Huawei é acusada de espionagem industrial e outros 12 crimes pelos Estados Unidos, país que chegou a proibir a compra de produtos da marca em agências governamentais e que tem tentado pressionar outros, como Portugal, a excluírem a empresa no desenvolvimento das redes 5G. Portugal já disse que não o fará e desvalorizou a polémica.

Por seu lado, a Huawei tem rejeitado as suspeitas, insistindo que não tem ‘portas traseiras’ para aceder e controlar qualquer dispositivo sem o conhecimento do utilizador.

Nesta ‘corrida’ tecnológica do 5G, participam vários países do mundo, mas também várias ‘gigantes’ tecnológicas.

Além da Huawei, a norte-americana Cisco também concorre no desenvolvimento da rede, além de outras companhias, como as europeias Nokia (sediada na Finlândia) e a Ericsson (da Suécia).

“Devemos ter uma postura neutra em concordância com o comércio livre e justo e espero que empresas europeias como a Nokia também desempenhem lugares de topo nesse sector, ainda que com algum atraso”, argumentou Christoph Leitl.

Em avaliação

No final de Março, a Comissão Europeia fez várias recomendações aos Estados-membros sobre as redes 5G e deu-lhes permissão de excluírem dos seus mercados empresas “por razões de segurança nacional”.

Nessa recomendação, o executivo comunitário pediu também que os países da UE façam, até Junho, uma avaliação nacional das infraestruturas da rede 5G, analisando, desde logo, “os riscos técnicos e os riscos associados ao comportamento de fornecedores ou operadores, incluindo os provenientes de países terceiros”, isto é, de fora da União.

Depois, deverá ser feita uma avaliação geral dos riscos na UE, até Outubro, de forma a encontrar uma “abordagem comum” às ameaças.

Até ao final do ano, os Estados-membros devem chegar a acordo sobre medidas de mitigação, que podem passar por questões como requisitos de certificação, testes, monitorização, assim como a identificação de produtos ou fornecedores considerados potencialmente não seguros.

Para o presidente da Eurochambres, “a UE não deve tomar qualquer partido, deve definir quais são os limites”.

Criada em 1958, esta associação representa cerca de 20 milhões de negócios na Europa. Ao todo, é composta por 45 câmaras de comércio e de indústria, incluindo a portuguesa.

15 Abr 2019

Creative Macau mostra Crónicas Imaginárias

[dropcap]O[/dropcap] Centro de Indústrias Criativas – Creative Macau – inaugurou ontem a exposição “Crónicas Imaginárias”, com novos trabalhos de Tong Chong e Noah Ng Fong Chao que podem ser vistos até ao dia 18 de Abril. Os dois artistas assinam uma mostra conjunta de obras, que compõem as Blossom Series e The Pleasure, respectivamente, patente ao público entre as 14h e as 19h.

A primeira explora a definição de beleza através das nuances da vida diária da população, uma proposta de Tong Chong que questiona o impacto da informação e da tecnologia nos hábitos e nas tradições das pessoas, influenciando novas formas de entendimento do conceito de beleza, pode ler-se no comunicado de imprensa da organização.

A arte de Noah Ng Fong Chao explora as diferenças culturais e o potencial de conflito cognitivo, entre perspectivas orientais e ocidentais, como base da criação artística. Esta proposta tem como ponto de partida a “Peregrinação a Lingnan” de Ye Quan, autor de referência da Escola de Pintura de Lingnan, na província de Guangdong, que se especializou na pintura de elementos da natureza – sobretudo flores e pássaros – incorporando técnicas de pintura ocidental, acrescenta o comunicado.

Tong Chong estudou Artes Modernas no Instituto de Artes Visuais de Macau, fez o bacharelato de Artes Visuais no Instituto Politécnico de Macau e obteve um mestrado em Artes na Academia de Belas Artes de Guangzhou, contando com mais de 190 exposições colectivas e 10 individuais no currículo.

Noah Ng Fong Chao, natural da província de Zhejiang, vive em Macau desde 1984, onde estudou gravura, pintura moderna, fotografia e outros meios no Instituto de Artes Visuais de Macau.

Licenciou-se em Artes Visuais (pintura a óleo), tirou o mestrado de Artes em Investigação e Criação Artística Moderna e Contemporânea na Academia de Belas Artes de Guangzhou e é hoje programador de exposições no Museu de Artes de Macau. Participou, desde 1990, em mais de 100 exposições colectivas na China e no estrangeiro.

15 Abr 2019

Carlos Melancia defende aposta no Português e Direito até 2049

[dropcap]A[/dropcap]inda sobre Macau nos dias de hoje, Carlos Melancia adiantou à Lusa que Portugal deve insistir no ensino da língua e Direito português, procurando aproveitar o potencial da Universidade de Macau até 2049. “O ensino do português é um trunfo relativamente importante em termos formais”, afirmou.

Carlos Melancia, que foi nomeado após o acordo entre Pequim e China, referiu que “o ensino do português, não só em Macau, mas em Xangai, em Pequim e outros lugares, cresceu três ou quatro vezes mais”, do que nos anos em que esteve como Governador do território.

Apesar do trabalho do Camões, que “fez algum esforço” ainda “se pode fazer mais” pelo ensino do português. Além disso, há a questão da arquitectura legal do território, de matriz portuguesa:

“Não faz sentido deixarmos lá o nosso direito e não haver o ensino do direito”. “Não é todos os dias que aparece um campus universitário com a dimensão do de Macau e nós fazemos de conta que assobiamos para o lado”, salientou.

“Na altura em que era Governador, tomei a iniciativa de propor a criação da Universidade da Taipa. Sempre pressupus haver uma predisposição do lado chinês, não só para manter o português, mas também os direitos de raiz portuguesa até 2049”, referiu. “O que significa que, neste momento, depois de o Governo Central chinês ter decidido fazer o campus universitário na Ilha de Montanha”, obteve-se “a expansão da universidade que nós concebemos”, disse.

A nomeação civil de Soares

Na mesma entrevista, Carlos Melancia adiantou ainda que foi nomeado em 1987 porque o então Presidente português, Mário Soares, queria um civil porque pensava ser o melhor, em termos formais, para negociar soluções com a China.

“Mário Soares pensava que seria melhor um civil, em termos formais, a negociar soluções com a China, e para que houvesse um esforço de investimento para a autonomia”, afirmou. “Eu acho que teoricamente o que é menos bem é ter-se escolhido sistematicamente para Governador de Macau militares, o que não significa que eu não tenha consideração pela capacidade que os militares têm de gerir”, considerou Carlos Melancia.

O antigo Governador também defende que, naquela fase da história do território, a nomeação de alguém que não fosse militar era importante para reforçar as ligações com a China. “Nessa altura fazia sentido que nós aparecêssemos com um Governador que fosse civil porque aquilo não era nenhum campo militar”, afirmou. E a partir daí Carlos Melancia assegura que não tomava “grandes decisões” sem falar com as autoridades chinesas.

Estrangulamento do CCCM

Carlos Melancia apontou também o dedo ao actual estado de funcionamento do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), que diz estar “estrangulado” devido ao desinteresse e falta de investimento das autoridades face à história de Macau. “O CCCM está praticamente estrangulado pela falta de recursos, porque as pessoas não ligaram à importância que isto poderia vir a ter”. Em Lisboa, há arquivos sobre Macau e Goa “que ninguém estuda”, apesar do CCCM ter sido oficialmente criado em 1995, possuindo um museu e uma biblioteca, além de promover a realização de diversas conferencias.

15 Abr 2019

Carlos Melancia sobre aeroporto: “Negociei isto tudo”

[dropcap]A[/dropcap]pós a assinatura da Declaração Conjunta deu-se “o pontapé de saída” para 300 milhões de euros de investimentos no território, disse Melancia à Lusa. “O que posso dizer é que são mais de 300 milhões de euros, mas não são só do meu tempo. Estou a falar que, na altura, se deu o pontapé de saída”, referiu.

Segundo o antigo Governador, o que pretendia tanto a China como Portugal era que o território tivesse e caminhasse para a autonomia financeira. E “caminhou o suficiente”, afirmou Melancia.

Exemplos dessa aposta na autonomia foi a construção do Aeroporto Internacional de Macau para combater o estrangulamento dos transportes e a conclusão dos hospitais Chinês e de São Januário.

“Eu negociei isto tudo, mas quem acabou por os concluir [os projectos] foi o Rocha Vieira. Não fui eu que inaugurei o aeroporto, mas a negociação do aeroporto com Hong Kong e com Pequim foi comigo”, sublinhou. “Isso levanta sempre dificuldades. O projecto do aeroporto era considerado uma peça vital. E eu falei duas vezes com a TAP a propósito do aeroporto, porque este era um sinal de que a autonomia do território existia: tinha um aeroporto próprio”, relatou Melancia, que explicou ainda que o projecto original visava completar a oferta aeroportuária de Hong Kong, então com o seu aeroporto “praticamente saturado”. “Ora não havia razão para fazer o segundo aeroporto em Hong Kong, devia-se fazer em Macau, como se fez. Mas Hong Kong passado um ano de termos conseguido a autorização, agarrou nisso e construiu um segundo aeroporto”, recordou.

A grande questão foi assegurar verbas para financiar esses grandes projectos. “Na Declaração Conjunta estava previsto que nós tínhamos de tratar do problema da venda das terras [conquistadas ao mar]. Ora a terra em Macau, em termos formais, vale milhões. E na prática era uma das fontes de receita mais importantes logo a seguir ao jogo”, referiu.

“Nós vendemos as terras, mas não utilizámos um tostão dessa receita, para que houvesse a noção de que não estávamos a utilizar património chinês em benefício das coisas que estávamos a fazer”, contou.

Quanto ao seu sucessor, Melancia faz elogios: “é importante sublinhar que o general Rocha Vieira, que foi quem continuou os objectivos, seguiu rigorosamente o plano de investimentos em termos de execução”.

“Isso em termos nacionais não é muito corrente. De uma maneira geral, a atitude, quando há alterações de chefias do Estado (…) é de não continuar aquilo que vem de trás. É começar de novo e transformar”, considerou.

15 Abr 2019

Carlos Melancia sobre relações entre Macau e Lisboa: “Proximidade de Portugal está pior”

Governou Macau entre 1987 e 1990 e ficou para a história graças ao polémico caso do fax. Anos depois, e em entrevista à Lusa, Carlos Melancia entende que Lisboa está mais distante de Macau do que no passado e que a China deveria ter feito outro tipo de investimentos no país

[dropcap]A[/dropcap]fastado dos holofotes e com 92 anos de idade, Carlos Melancia, Governador de Macau entre 1987 e 1990, deu uma entrevista à Lusa sobre a celebração dos 32 anos da assinatura da Declaração Conjunta entre Portugal e a China, relativa aos destinos da futura RAEM.

Uma das críticas que apontou diz respeito à proximidade de Portugal a Macau, que “nunca foi suficiente e hoje está pior do que esteve no passado”, apesar das inúmeras visitas oficiais de governantes portugueses nos últimos anos.

Quando passam também 20 anos após a transferência da Administração, Melancia admite que Portugal mantém Macau no esquecimento político. “Portugal tem vindo a desprezar a potencialidade” que a sua ainda presença em Macau representa, num contexto em que Pequim quer transformar o território numa plataforma de ligação aos países de Língua Portuguesa, disse o antigo governador, que lembrou o papel da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP)

“Teoricamente quem lidera esse processo da CPLP, na minha perspectiva, é mais Macau e a China, por detrás de Macau, em termos formais, do que Portugal em termos objectivos. Claro que de vez em quando acabamos por fazer coisas”, afirmou. “Na prática o que quero dizer é que a sede da CPLP está em Macau”, graças ao peso que a China tem nos vários países da organização.

Para o antigo Governador, Portugal tem de afirmar a sua presença diplomática em Macau “para dar um ar de que lidera a potencialidade que a China reconhece que existe” na CPLP, defendeu.

“Pequim olha para a CPLP como um património de origem portuguesa” e Lisboa deve afirmar essa autoridade natural, disse, recordando que a “China é dos poucos países do mundo capaz de racionar a cinquenta anos”.

Por isso, “a China olha para os portugueses como os senhores que têm ‘know how’, tem a Torre do Tombo e institutos e pessoas que têm conhecimento dos recursos mineiros de Angola e outros” países, salientou.

Neste contexto, Portugal deve tirar partido disso, defendeu. “Se é a China que de facto bate palmas em relação à existência da CPLP, nós temos que fazer um esforço para mostrar que, de facto, tem razão para o fazer e que de facto nós temos conhecimentos suficientes para ajudar a essa ligação e tirar partido disso”, reafirmou.

Carlos Melancia lembrou ainda que a expansão que o português tem tido nos últimos anos na China tem a ver com a relação de Portugal com os países lusófonos.

Investimentos ao lado

O ex-Governador de Macau afirmou ainda que a China escolheu Portugal para ter “um pézinho na Comunidade Europeia”, mas o investimento que faz “não é o mais desejado”, criticando os governos portugueses por aceitarem essa decisão. “A China escolheu, entre outras coisas, Portugal para ter um pézinho na União Europeia (UE), antes que os Estados Unidos fizessem acordos com a Europa”, afirmou Carlos Melancia.

Mas na sua opinião poderia ter feito melhor no modo. “Poderia fazê-lo melhor, com investimento de raiz”, realçou, sublinhando: “as participações financeiras que a China realizou em Portugal não são aquelas que do meu ponto de vista seriam as mais desejadas”. Como exemplo, o antigo governador de Macau aponta a compra de uma participação na EDP, por parte da gigante chinesa China Three Gorges: essa opção “não cria postos de trabalho. Quando muito resolve um problema financeiro, se for caso disso”.

O Governo português, na sua opinião “o que tem feito até hoje é aceitar que as empresas chinesas tomem conta da saúde”, por exemplo, mas sem investimento directo. Enquanto que “o que seria útil era isso” para o país, defendeu. “Se isto não foi tratado [nas relações diplomáticas entre os dois países] deveria ter sido abordado”.

Em relação à visita do Presidente da China a Portugal, Xi Jinping, já no final de 2018, Carlos Melancia considerou que o líder chinês tem Lisboa como um parceiro preferencial e que o Executivo português deveria ser mais eficaz e exigente nessa gestão. “Uma visita desta natureza só reforça a minha teoria de que a China apostou que um dos parceiros que lhe interessa para ter um pé na Europa é Portugal”, disse.

15 Abr 2019

Vistos Gold | Investimento caiu 33%, mas China continua a liderar

[dropcap]O[/dropcap] investimento captado através dos vistos ‘gold’ recuou 33% no primeiro trimestre, face a igual período de 2018, para 196,8 milhões de euros, de acordo com contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do SEF.

Nos primeiros três meses do ano, o investimento proveniente de Autorização de Residência para Actividade de Investimento (ARI) totalizou 196.858.014 euros, uma redução de 33% face aos 293.894.642 euros registados no período homólogo do ano passado.

Em Março, o investimento captado atingiu 48.368.488 euros, uma queda de 53% em termos homólogos e uma redução de 23% face a Fevereiro, de acordo com contas feitas com base nas estatísticas mensais divulgadas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Do total deste investimento, a maior parte (41.402.675 milhões de euros) correspondeu à atribuição de vistos por via do critério de aquisição de bens imóveis, enquanto o requisito da transferência de capital totalizou 6.965.812 euros.

No mês passado foram concedidos 83 vistos ‘gold’, dos quais 75 por via da compra de bens imóveis e oito por transferência de capital.

Do total de vistos atribuídos por via da compra de imóveis, 17 foram concedidos no âmbito da aquisição tendo em vista a reabilitação urbana.

Em mais de seis anos – o programa ARI foi lançado em Outubro de 2012 -, o investimento acumulado até Março totalizou 4.446.656.792,63 euros, com a aquisição de imóveis a ultrapassar no mês passado os quatro mil milhões (4.023.974.400,20 euros).

Os vistos ‘dourados’ atribuídos por via da transferência de capital ascendem a 422.682.392,40 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento, foram atribuídos 7.291 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018 e 329 em 2019.

Até Março passado, em termos acumulados, foram atribuídos 6.879 vistos ‘dourados’ por via da compra de imóveis, dos quais 297 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 397 e foram atribuídos 15 por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.180), seguida do Brasil (711), Turquia (331), África do Sul (286) e Rússia (254).

Desde o início do programa foram atribuídas 12.413 autorizações de residência a familiares reagrupados.

12 Abr 2019

Tribunal japonês prorroga detenção de ex-presidente da Nissan

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Tóquio anunciou hoje ter prorrogado o prazo da detenção por mais 10 dias do ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn, detido novamente a 4 de Abril por suspeita de ter desviado 4,4 milhões de euros.

O tribunal competente aceitou o pedido do Ministério Público nipónico para estender o período de detenção de Ghosn, que terminaria este domingo, até ao dia 22 de Abril.

Na quarta-feira, a defesa de Carlos Ghosn apresentou um recurso especial ao Supremo Tribunal do Japão contra a decisão do tribunal relativa à prisão preventiva, a quarta desde 19 Novembro.

No dia 4 de Abril, Carlos Ghosn foi detido novamente por suspeita de ter desviado cinco milhões de dólares.

Os procuradores do Ministério Público japonês adiantaram que o dinheiro terá sido desviado de uma subsidiária da Nissan para uma concessionária fora do Japão.

A detenção aconteceu cerca de um mês depois de Ghosn ter sido libertado sob fiança, quando se encontrava sob custódia das autoridades, suspeito de má conduta financeira enquanto liderava o fabricante japonês.

Esta semana, o ex-presidente da Nissan acusou os executivos da empresa japonesa de conluio contra ele “por medo de que a empresa perdesse autonomia” durante o processo de integração com a fabricante francesa Renault, que detém 43% da empresa japonesa.

12 Abr 2019

Novas Rotas da Seda dominam cimeira de hoje entre China e 16 países da Europa central e do leste

[dropcap]A[/dropcap]

s novas “Rotas da Seda” são o tema central da cimeira “16+1” que hoje decorre em Dubrovnik, sul da Croácia, que reúne a China e 16 países do centro e leste europeu.

Pequim tem anunciado elevados investimentos para projectos de construção em diversos países desta região da Europa, que incluem os Balcãs, com um total de 12 mil milhões de euros disponibilizados entre 2007 e 2017.

A oitava conferência de chefes de governos dos 16 países da Europa central e de leste e a China (‘16+1’) foi inaugurada formalmente na noite de quinta-feira com um jantar em Dubrovnik, mas será hoje que terão lugar as principais reuniões, onde se inclui um fórum de negócios.

Pequim está representado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, que na quarta-feira iniciou uma visita oficial de dois dias à Croácia, Estado-membro da União desde 2013 e que também está na mira de Pequim.

O dirigente chinês visitou na quinta-feira as obras da ponte de Peljesac, uma estrutura de 2.400 metros de comprimento sobre o Mar Adriático, que está a ser construída por uma empresa chinesa com participação de fundos comunitários.

“Esta ponte é um projecto piloto, tanto da cooperação ‘16+1’ como da cooperação entre a China e a União Europeia, já que esta companhia chinesa que a constrói obteve este projecto através de um concurso público, em competição aberta”, referiu Li Keqiang na ocasião.

12 Abr 2019