Universidades de Coimbra e Pequim criam centro de estudos para estreitar relações

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Coimbra (UC) e Universidade de Estudos Internacionais de Pequim (BFSU) formalizaram ontem a criação do Centro de Estudos sobre a China e os Países de Língua Portuguesa, para reforçar a cooperação.

“Vai potenciar a capacidade de se ter uma relação mais forte com a China e de fazermos uma triangulação entre China, Portugal e países de língua portuguesa. É uma grande universidade que nos escolheu a nós como parceiro para esta estratégia da China para dialogar” com o mundo lusófono, salientou o reitor da UC, Amílcar Falcão, que falava em Coimbra, aos jornalistas, após a assinatura do acordo.

Para o responsável, as duas áreas principais de actuação deste centro de estudos serão o Direito e as Letras.

No caso do Direito, a escolha deve-se quer à relação com Macau, quer com os países Língua Portuguesa, em que “Portugal teve um papel muito relevante ao nível das suas constituições”.

Na Faculdade de Letras, a cooperação irá centrar-se “na componente da Língua”, sendo que a UC já tem cursos em mandarim “e a ideia será aumentar a oferta e diversificá-la, dependendo do tipo de oportunidades que possam surgir”, esclareceu Amílcar Falcão.

O vice-reitor da BFSU, Yan Guohua, salientou que já há uma relação “de longa data com a Universidade de Coimbra”, sendo que este centro de estudos permite reforçar a cooperação entre instituições e países, “expandido as áreas de colaboração, como estudos culturais, intercâmbios e a investigação da História dos dois países”.

Durante a sessão, o vice-reitor da UC para as relações externas, João Nuno Calvão da Silva, realçou o compromisso da República Popular da China com o direito internacional público, destacando o “respeito com o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas” ou sobre os acordos de transição de Hong Kong e Macau.

“Nos domínios da energia, financeiro, portuário ou da saúde a ligação entre ambos os países é fortíssima”, notou, acreditando que poderá ser potenciada com o projecto chinês da “nova rota da seda”.

A BFSU foi a primeira universidade chinesa a leccionar a língua portuguesa, sendo também “a escola por excelência” de formação dos diplomatas da China, salientou o vice-reitor.

12 Abr 2019

Aeroporto | Perito internacional revê normas de segurança

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) convidou um perito para uma visita ao território a fim de rever as normas de segurança e emitir recomendações sobre as bagagens que circulam no aeroporto internacional de Macau.

De acordo com um comunicado oficial, a visita aconteceu entre os dias 8 e 11 deste mês e contou com a presença de Kyal Barter, do Programa de Cooperação para a Segurança na Aviação para a zona da Ásia-Pacífico (CASP-AP, na sigla inglesa), da Autoridade Internacional para a Aviação Civil.

Kyal Barter reuniu com representantes da Companhia do Aeroporto de Macau (CAM) e de outras concessionárias que diariamente providenciam serviços de bagagem no aeroporto. De acordo com um comunicado emitido pela AACM, o perito “vai trabalhar na elaboração de um relatório e submetê-lo mais tarde à AACM, que está a prestar atenção às recomendações feitas em prol de uma melhoria”, lê-se.

Esta visita acontece depois de três mulheres terem conseguido ultrapassar o sistema de segurança do aeroporto e aceder a áreas de acesso restrito. Duas das visitantes tinham passaporte do Interior da China e foram encontradas na área de entrega de bagagem à procura de uma mala que alegadamente estaria perdida.

12 Abr 2019

Ho Ion Sang pede maior responsabilização dos governantes

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ho Ion Sang quer saber que medidas vão ser tomadas para fazer com que os governantes passem a assumir maiores responsabilidades perante crimes e infracções.

Esta é a reacção do deputado ligado à União Geral de Moradores de Macau ao relatório anual do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), em que foram divulgados vários casos de infracções e abuso de poder por funcionários públicos.

“O principal problema, que se junta à falta de transparência governativa, é o facto das pessoas não verem os governantes a serem responsabilizados pelos comportamentos incorrectos e pelos erros”, escreve Ho Ion Sang. “O Governo da RAEM precisa de melhorar o sistema administrativo de responsabilização e depois promover estas melhorias”, considerou.

Por este motivo, Ho questiona quando é que vai ser feita a reforma do sistema em vigor e implementada uma maior responsabilização dos funcionários públicos envolvidos em ilegalidades.

Por outro lado, o deputado dos Moradores quer saber que medidas vão ser tomadas para garantir que os relatórios do CCAC e do Comissariado de Auditoria são seguidos e as recomendações implementadas.

Finalmente, Ho recorda que nas LAG para este ano o Executivo afirmava ir tomar medidas para aumentar os padrões da função pública. O deputado quer saber o que já foi feito nesse sentido.

12 Abr 2019

Coreia do Sul | Tribunal declara inconstitucional lei que proíbe o aborto

Centenas de pessoas festejaram no centro de Seul a decisão do Tribunal Constitucional que veio acabar com as penas de prisão para as mulheres que praticassem a interrupção voluntária da gravidez e para os médicos envolvidos no processo. A Coreia do Sul era um dos poucos países desenvolvidos onde o aborto ainda era proibido

 

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal Constitucional da Coreia do Sul declarou inconstitucional a proibição do aborto, noticiou ontem a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Os juízes do Tribunal Constitucional concluíram que processar mulheres que fizeram abortos e os médicos responsáveis por esse procedimento é “inconstitucional”.

Uma decisão histórica celebrada pelas associações que defendem a legalização da interrupção voluntária da gravidez.

A Coreia do Sul era uma das últimas economias desenvolvidas do mundo onde o aborto continuava a ser ilegal, excepto em casos de violação, incesto ou se a gravidez pusesse em risco a saúde da mãe.

Se o aborto fosse feito sem ser por uma destas razões, as mulheres ficavam sujeitas a ser presas durante um ano e a pagar uma multa, enquanto os médicos enfrentavam dois anos de prisão.

O Tribunal Constitucional aprovou, por sete votos contra dois, que a lei adoptada em 1953 para proteger a vida e os valores tradicionais é “contrária à Constituição” e decidiu ser necessário uma “evolução legislativa” até ao final do próximo ano.

“A proibição do aborto limita o direito das mulheres a realizar o seu próprio destino e viola o seu direito à saúde ao restringir o seu acesso a procedimentos seguros e no tempo devido”, indicou o tribunal em comunicado ontem divulgado.

“Os embriões dependem completamente, para a sua sobrevivência e desenvolvimento, do corpo da mãe, o que leva a concluir que não são seres vivos separados e independentes com direito à vida”, refere o tribunal.

Festa em Seul

O anúncio da decisão foi acolhido com gritos de alegria e abraços de centenas de mulheres reunidas frente ao Tribunal Constitucional, no centro de Seul.

Os apelos à legalização do aborto multiplicaram-se nos últimos anos, mas a proibição também tem muitos apoiantes, numa sociedade muito conservadora e onde as igrejas evangélicas continuam a ter muita influência.

A última vez que o tribunal se debruçou sobre esta questão foi em 2012, mas na altura considerou que o aborto acabaria por se generalizar caso não fosse punido.

Sete anos depois, uma sondagem divulgada na quarta-feira mostrava que 58 por cento da população é favorável ao fim da proibição.

12 Abr 2019

Goa | ONG organiza concurso escolar com Macau e Moçambique

[dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental (ONG) de Goa está a organizar para 2020 um concurso escolar entre alunos do território indiano, de Macau e de Moçambique, disse ontem à agência Lusa a directora.

“A ideia é organizar no próximo ano um evento que junte alunos de Goa, de Macau e de Moçambique, para depois, todos os anos, acrescentarmos um país lusófono”, explicou Nalini Elvino de Sousa, responsável da ONG Communicare Trust.

“Já estabelecemos contacto com a Escola Portuguesa de Moçambique”, adiantou.

O objectivo é garantir um encontro intercultural entre estudantes de língua portuguesa que, para já, tem reunido estudantes goeses e macaenses, sublinhou.

A 30 de Março teve lugar em Macau a última edição deste concurso de língua portuguesa denominado de Caleidoscópio, mais uma vez apoiado pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e a Fundação Oriente de Goa.

Na IX edição do evento, que decorreu na Escola Portuguesa de Macau, a gastronomia goesa e macaense, bem como as grandes oportunidades de emprego na Índia e no território administrado pela China foram os temas em destaque.

A competição incluiu também várias perguntas de conhecimento geral, desporto e gramática.
Entre as diversas actividades da ONG, a Communicare Trust “procura, através da língua, que Goa comunique com outros países”, afirmou Nalini de Sousa.

“Em Goa, organizamos vários cursos dirigidos para crianças, sendo que, no próximo ano, com a ajuda da Fundação Oriente vamos promover um curso de português através do teatro e da música, por exemplo”, informou a responsável.

12 Abr 2019

Função Pública | Dez queixas entre trabalhadores

[dropcap]N[/dropcap]o ano passado a Comissão de Gestão do Tratamento de Queixas Apresentadas por Trabalhadores dos Serviços Públicos recebeu um total de 10 queixas, das quais oito foram registadas e confirmadas, ou seja duas acabaram por não ser analisadas. A informação foi divulgada ontem pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, depois do relatório dos trabalhos ter sido entregue à secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan.

Entre as queixas recebidas, quatro foram feitas à comissão e outras quatro aos serviços públicos onde os trabalhadores se integram. De acordo com a informação divulgada, por cada queixa foram feitos em média cerca de 20 contactos com serviços públicos e trabalhadores.

Após ter ouvido o relatório, de acordo com o comunicado, Sónia Chan declarou que o regime em vigor é eficaz e bom, permite “resolver as queixas apresentadas” e espera que crie um “bom ambiente de trabalho”, através do reforço da relação entre trabalhadores e superior hierárquicos.

Por sua vez, Lei Pui Lam, presidente da comissão, destacou a colaboração entre os serviços públicos e o facto das queixas terem sido tratadas com eficácia. Segundo Lei, os serviços públicos reconhecem que este mecanismo permite resolver os conflitos entre os trabalhadores e que as pessoas sentem que é imparcial.

12 Abr 2019

Turismo | IFT quer menos de 110 mil pessoas por dia no território

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Formação Turística (IFT) emitiu ontem um comunicado onde esclarece as suas visões para a capacidade turística do território, depois de Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, ter feito declarações sobre o número de visitantes.

“Recentemente os media noticiaram que, de acordo com a investigação levada a cabo por este instituto, a capacidade máxima de turistas do território situa-se em menos de 110 mil pessoas por dia ou menos de 40,1 milhões de pessoas por ano. Contudo, a maioria apenas prestou atenção ao número de 40 milhões, ignorando o ênfase dado pelo IFT no facto de que o limite máximo satisfatório deveria estar abaixo das 110 mil pessoas por dia”, lê-se no comunicado.

Helena de Senna Fernandes disse, citada pela Lusa, de que os números correspondentes à entrada de turistas no território varia de acordo com as épocas do ano, tal como o IFT ilustrou, citando um estudo já realizado. “Nos 104 dias de inquérito, o número de visitantes em 21 excedeu os 110 mil, enquanto que nos restantes 83 dias o número de turistas foi inferior a 110 mil”, exemplifica.

O mesmo estudo do IFT recomendou ainda que deve ser aplicada a tecnologia inteligente para que os turistas se movam para outras zonas do território, bem como criar eventos em locais menos frequentados pelos visitantes. O IFT sugeriu também o desenvolvimento de “rotas multi-destinos com cidades vizinhas para atrair turistas ligados aos negócios e à cultura, algo que pode optimizar a composição do grupo de visitantes”.

12 Abr 2019

Habitação | Empréstimos sofrem queda superior a 50 por cento

[dropcap]A[/dropcap] Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) divulgou ontem dados relativos aos empréstimos hipotecários do mês de Fevereiro. Nesse mês, os empréstimos destinados à habitação e a actividades ligadas ao imobiliário registaram um decréscimo em relação ao mês anterior. De acordo com um comunicado oficial, os novos empréstimos à habitação aprovados pelos bancos decresceram 58,8 por cento em relação ao mês transacto, até ao valor de 1,82 mil milhões de patacas.

Neste âmbito, registou-se uma quebra superior a 50 por cento dos empréstimos atribuídos aos residentes, que representaram 97,8 por cento do total.

Outra conclusão revelada pelas estatísticas da AMCM prende-se com o facto de, até finais de Fevereiro, o saldo bruto dos empréstimos à habitação “permaneceu praticamente inalterado”, tendo-se mantido nos 218 mil milhões de patacas, um crescimento de 14,9 por cento face ao período homólogo. Também aqui os residentes ficaram em maioria, ao representaram 92,8 por cento dos empréstimos concedidos pelos bancos.

Já o rácio das dívidas não pagas aos bancos, ao nível dos empréstimos à habitação, aumentou apenas 0,01 por cento em relação a Janeiro, tendo-se situado nos 0,17 por cento.

12 Abr 2019

Cooperação | Lionel Leong reuniu com MNE da China

[dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reuniu esta quarta-feira com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Le Yucheng. De acordo com um comunicado oficial, o encontro serviu para ambas as partes trocarem opiniões sobre a “concretização dos trabalhos respeitantes à construção de Macau como uma Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, função esta que se encontra preconizada nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.

Lionel Leong destacou “uma série de acções” que têm vindo a ser desenvolvidas pelo Executivo na RAEM neste âmbito, sendo que, nos próximos meses, “serão redobrados esforços, particularmente aproveitadas as três vias de cooperação económica e comercial com o exterior, nomeadamente com a América Latina através do Brasil, a União Europeia através de Portugal e a África através de Angola e Moçambique”.

Le Yucheng “admitiu que Macau deve maximizar continuamente as suas próprias vantagens, tirando pleno proveito das oportunidades encontradas e diligenciando pró-activamente no sentido de integrar-se no grande contexto de desenvolvimento nacional”, aponta o mesmo comunicado.

12 Abr 2019

AL | Coutinho ataca sobrecarga da agenda dos plenários

[dropcap]J[/dropcap]osé Pereira Coutinho enviou uma carta Ho Iat Seng a criticar o excesso de pontos na agenda da reunião plenária de 19 de Março e a pedir que haja uma consulta sobre futuros agendamentos junto dos deputados. No entanto, como resposta, o presidente da AL puxou dos galões e apontou que a definição da agenda é uma competência exclusiva do presidente e que não está prevista a consulta de deputados.

Em causa está o plenário de 19 de Março, quando foram agendados seis pontos de agenda, além das habituais intervenções dos deputados antes da ordem do dia, que normalmente demoram cerca de uma hora. “Este absurdo agendamento previsto para um só dia fez com que todos pontos, à excepção apenas do primeiro, passassem para o dia seguinte, o limite, visto que as reuniões não podem continuar para um terceiro dia”, escreveu José Pereira Coutinho, a criticar este aspecto.

O legislador que preside à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) considerou ainda que a experiência deveria ter feito com que este tipo de ocorrências fosse evitado e deixou um aviso a Ho Iat Seng: “Senhor Presidente, marcar para um dia uma agenda de trabalhos que nem em dois dias cabe afecta a qualidade dos trabalhos e ultimamente prejudica a sociedade com a futura entrada em vigor dos referidos diplomas legais”, apontou.

No dia em causa foram discutidas cinco leis, três na especialidade e duas na generalidade. No entanto, Coutinho fez as contas e diz que as leis tiveram menos de uma hora para ser debatidas pelos deputados.

Face a este cenário, Coutinho pediu a Ho Iat Seng que divulgasse a proposta de Agenda de Trabalhos para “efeitos de consulta” com o objectivo dos membros da AL contribuírem “para o melhoramento dos trabalhos do Plenário”. No entanto, numa carta assinada com a data de quarta-feira, recebeu uma resposta negativa.

12 Abr 2019

Grupo dos 22 | AL confirma ausência de eleições

[dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) confirmou ontem que não se realizou nenhuma eleição interna para escolher os 22 deputados que vão integrar a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo porque o número de candidatos era igual ao número de vagas.

“Tendo em conta que o número de Deputados que apresentaram a declaração de interesse para serem representantes dos seus pares na Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo é igual ao número de assentos para representantes dos Deputados à Assembleia Legislativa no quarto sector, os 22 deputados são automaticamente eleitos, não havendo, portanto, necessidade de votar ou de proceder ao processo eleitoral respectivo”, clarificou a AL.

Já a posição pela qual foram escalados os deputados na lista entregue aos legisladores reflecte a data de apresentação de interesse. “Relativamente à lista dos Deputados eleitos, a ordem segue a data de apresentação da declaração de interesse, e não o resultado da votação”, foi explicado.

12 Abr 2019

WikiLeaks: Juiz declara Assange culpado por violação da liberdade condicional

[dropcap]U[/dropcap]m juiz britânico considerou ontem Julian Assange, fundador do WiliLeaks, culpado por ter violado os termos da sua liberdade condicional, uma acusação que pode resultar numa pena de até 12 meses de prisão no Reino Unido.

O fundador da WikiLeaks, detido esta manhã pela polícia britânica na embaixada do Equador em Londres – onde estava refugiado desde 2012 -, enfrenta ainda um pedido de extradição por parte dos Estados Unidos da América, onde pode ser condenado até cinco anos de prisão.

Assange, de 47 anos, vai permanecer sob custódia e esperar pela sentença relativa ao crime cometido no Reino Unido, em data a ser determinada pelo Tribunal da Coroa de Southwark, em Londres.

Os acontecimentos que se referem a esta decisão do juiz britânico remontam a Junho de 2012, quando Assange deveria ter-se apresentado diante da justiça britânica para responder pelos supostos crimes sexuais de que foi acusado na Suécia.

Em vez de assistir a essa audiência, o australiano refugiu-se na embaixada equatoriana na capital inglesa, onde recebeu asilo político até ontem.

Apesar da Suécia ter retirado o pedido de extradição, a justiça britânica manteve o processo em aberto por Assange não ter comparecido quando lhe foi solicitado.

O juiz Michael Snow disse hoje que a defesa de Assange não apresentou uma “explicação razoável” para justificar a falta de comparência do australiano há sete anos.

Num outro desenvolvimento do caso, Assange deverá voltar no dia 2 de Maio ao Tribunal de Westminster, onde hoje prestou declarações, em relação ao processo de extradição para os Estados Unidos, que o acusam de “conspiração” para se infiltrar nos sistemas informáticos governamentais.

Está previsto que o ‘hacker’ e activista apareça nessa sessão por videoconferência.
O juiz afirmou ainda que os Estados Unidos têm até dia 12 de Junho para enviar ao Reino Unido a documentação necessária para o pedido de extradição.

O fundador do WikiLeaks recusou entregar-se às autoridades britânicas por recear ser extraditado para os EUA, onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com acções militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.

Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, facto que embaraçou Washington.

12 Abr 2019

Wikileaks | Julian Assange detido em Londres

[dropcap]O[/dropcap] fundador da organização Wikileaks, Julian Assange, foi hoje detido pela polícia britânica no interior da embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava há sete anos.

Num comunicado, a polícia indicou que executou um mandado de detenção emitido em 2012 após o Equador ter retirado o direito de asilo ao australiano de 47 anos.

Assange refugiou-se na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar a sua extradição para a Suécia, que solicitou que o fundador do Wikileaks se entregasse por supostos crimes sexuais, um processo que entretanto prescreveu.

Assange recusou entregar-se às autoridades britânicas por receio de ser extraditado para os Estados Unidos (EUA), onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.

Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com acções militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.

Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que embaraçou Washington.

11 Abr 2019

Crescente presença da China no sudeste europeu alarma União Europeia

[dropcap]A[/dropcap] China e 16 países do leste e sudeste europeu, incluindo cinco não-membros da União Europeia, reúnem-se sexta-feira numa cimeira em Dubrovnik (Croácia) quando aumentam as inquietações na UE sobre os crescentes investimentos de Pequim.

O primeiro-ministro chinês Li Keqiang, que na terça-feira participou em Bruxelas na cimeira União Europeia-China e iniciou de seguida uma vista oficial à Croácia, vai procurar em Dubrovnik na cimeira “16+1”, onde participam todos os países dos Balcãs não-membros da UE, estreitar as relações e aumentar a presença do seu país na Europa central e do leste.

“O volume do comércio entre a China e os ‘16+1’ chegou a 82.230 milhões de dólares (73.089 milhões de euros) em 2018, um aumento de 20,9% interanual. É notável tendo em consideração o menor crescimento económico mundial”, precisou antes desta deslocação o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Chao.

Durante a reunião está prevista a assinatura de mais de dez documentos de cooperação em infra-estruturas, comércio e finanças, entre outros, destinados a reforçar a influência de Pequim, empenhada no projecto global de fomentar as designadas novas Rotas da Seda.

“Esta cooperação não divide a Europa. Pelo contrário, facilita o processo de integração europeia. A China não tem a intenção nem a capacidade de dividir a Europa”, assegurou Wang Chao na ocasião.

No entanto, a China elegeu os Balcãs como uma nova área de investimentos, das minas à siderurgia, centrais de carvão para produção de energia eléctrica, pontes e autoestradas.

Após o ocidente ter eleito a Rússia como o seu rival nesta zona da Europa, a China tornou-se progressivamente num novo e decisivo actor, numa região ainda incapaz de assegurar de forma autónoma o desenvolvimento das suas infraestruturas e apoiar uma indústria em crise.

De momento, indica a agência noticiosa AFP, a UE ainda garante 70% dos investimentos estrangeiros directos na Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedónia do Norte, Albânia e Kosovo, em comparação com apenas 1% de investimentos chineses, segundo os dados da Comissão europeia entre 2007 e 2016.

Mas desde há seis anos que a China se mostra muito activa na região, através de empréstimos com baixas taxas de juro e com um montante que lhe permitiu por fim rivalizar com a UE.

Os exemplos sucedem-se. A grande siderurgia de Smederevo, a leste de Belgrado, foi adquirida pelos chineses que investiram 46 milhões de euros e permitiam o regresso dos bons resultados a esta empresa da Sérvia.

Este sucesso incitou o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, a convencer em 2018 os chineses a assumirem o controlo da mina de cobre de Bor, no sul do país.

Porta de entrada para a Europa do sul, os voláteis Balcãs assumiram assim uma função decisiva na nova “Rota da Seda” que a China está a erguer para incrementar as suas exportações.

Em resposta, e através do comissário para o Alargamento, Johannes Hahn, Bruxelas já exprimiu as “inquietações pelos efeitos socioeconómicos e financeiros dos investimentos chineses” nesta região pobre da Europa.

O comissário apontou o exemplo do Montenegro, onde a dívida pública atingiu 70% do PIB após o país ter contraído um empréstimo de mais de 800 milhões de euros de um banco chinês para construir uma autoestrada nas suas montanhas.

Os responsáveis europeus argumentam com o espectro de uma “diplomacia da dívida”, alertam para as “ligações” envolvidas nestes investimentos, receiam que esteja em perigo o objectivo de “melhorar a estabilidade e o desenvolvimento económico dos Balcãs”.

No entanto, a opção da UE em negligenciar esta região do sudeste europeu, de prescindir de políticas pró-activas na região dos designados Balcãs ocidentais, implicou o surgimento de novos problemas políticos e económicos, e abriu o caminho à entrada da China.

“Os países dos Balcãs não têm acesso aos mercados financeiros europeus e não estão em posição de recusar dinheiro”, considerou Matt Ferchen, especialista em China no centro de reflexão Carnegie-Tsinghua Center for Global Policy, citado pela AFP.

E sobretudo quando estes fundos são fornecidos sem obrigações em termos de combate à corrupção, um dos argumentos da UE na região.

Assim, as novas “Rotas da Seda” serão um tema central na cimeira “16+1” de sexta-feira em Dubrovnik, e após Pequim ter anunciado entre 2007 e 2017 um total de 12 mil milhões de euros para projectos de construção nesses países, com um terço do montante dirigido à Sérvia, seguida da Bósnia e Montenegro.

A Croácia, Estado-membro da União desde 2013, também está na mira de Pequim.

Na perspectiva de Zagreb, de momento não existe o risco de “desequilíbrios ou dependência financeira” nas relações bilaterais, e quando o primeiro-ministro chinês se encontra desde a noite de terça-feira em visita oficial à Croácia, com o seu homólogo croata Andrej Plenkovic a referir-se a uma “viragem histórica” nas relações com a China.

Na quinta-feira, Li Keqiang visita as obras da ponte de Peljesac, uma estrutura de 2.400 metros de comprimento sobre o Mar Adriático, que está a ser construída por uma empresa chinesa com participação de fundos comunitários.

Os dois países confiam no crescimento das trocas comerciais bilaterais, que em 2018 atingiram 1.000 milhões de euros, para além de um aumento do turismo chinês na Croácia, que no último ano foi visitada por 250.000 cidadãos chineses.

11 Abr 2019

Índia | Dalai Lama foi internado mas o seu estado é estável

[dropcap]O[/dropcap] líder espiritual tibetano Dalai Lama foi internado na terça-feira num hospital de Nova Deli, devido a uma dor no peito, mas o seu estado de saúde é considerado estável.

O monge budista, de 83 anos, deslocou-se ao Hospital de Nova Deli para fazer um exame geral, após ter sentido uma “ligeira tosse e dores no peito”, noticia a agência France-Presse.

“O médico disse que não há qualquer razão para alarme e que não é grave”, revelou Ngodup Tsering, representante do monge nos Estados Unidos da América, adiantando que Dalai Lama precisa “apenas de fazer o tratamento e de uns dias de repouso”, permanecendo no hospital Max.

11 Abr 2019

Camboja | Complexo habitacional icónico dá lugar a casino de luxo

O terceiro investimento do bilionário malaio Chen Lip Keong em Phnom Penh vai ocupar um espaço que era ocupado por cerca de 500 famílias. Está avaliado em cerca de quatro mil milhões de dólares

 

[dropcap]U[/dropcap]m conhecido complexo habitacional em Phnom Penh vai ser transformado num casino de luxo, à medida que o Camboja atrai cada vez mais turistas e apostadores chineses, foi ontem noticiado.

A empresa NagaCorp, controlada pelo bilionário malaio Chen Lip Keong e cotada na bolsa de Hong Kong, é a única operadora com licença exclusiva para explorar casinos até 2035 na capital cambojana, onde tem já os complexos Naga1 e Naga2.

O terceiro casino da operadora em Phnom Penh, o Naga3, avaliado em cerca de quatro mil milhões de dólares, vai ocupar o conhecido ‘White Building’, onde residiam centenas de famílias, de acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP).

Em declarações à imprensa, na terça-feira, o vice-presidente da NagaCorp, Philip Lee, salientou que o Naga3 é, até agora, “o maior investimento do sector privado no país” e vai ocupar mais de 16 mil metros quadrados, incluindo o ‘White Building’.

“Tem aproximadamente o mesmo tamanho que o Marina Bay Sands, em Singapura, que é o complexo de entretenimento mais caro do mundo”, afirmou.

Inquilinos revoltados

Estas notícias causaram indignação em antigos residentes do ‘White Building’, aos quais tinha sido prometido, pelas autoridades, novos alojamentos no edifício depois de uma remodelação.

“[O Governo] contou-nos uma mentira tão grande. É um sítio muito central, o Governo devia renová-lo e permitir que continuássemos a viver aqui (…), mas eles só pensam em lucro”, lamentou Nhek Chantha, citada pelo diário de Hong Kong.

A cambojana, de 67 anos, e os dois filhos foram expulsos em 2017, a par das restantes 497 famílias, depois de as autoridades municipais terem começado a emitir, dois anos antes, ordens de despejo, alegando que a estrutura não era segura.

Uma empresa japonesa, a Arakawa, foi então incumbida pelo Governo de transformar o local num condomínio residencial, com pelo menos cinco andares de apartamentos sociais para antigos moradores.

Em 2016, o ministro do Ordenamento Territorial, Planeamento Urbano e Construção cambojano, Chea Sophara, pediu paciência aos cambojanos e afirmou que o novo complexo devia ficar concluído até 2020.

Esta segunda-feira, a empresa nipónica escusou-se a comentar a situação e o porta-voz daquele ministério cambojano, Seng Lot, disse não saber como ou por que razão o terreno havia sido transferido para a NagaCorp.

Construído em 1963 como parte de um complexo cultural em frente ao rio Bassac, o ‘White Building’ foi, tal como resto da cidade, ocupado pelo regime dos Khmeres Vermelhos, em 1975.

Depois da queda do regime, em 1979, uma multidão variada, incluindo artistas e músicos, mudou-se para o edifício, transformando-o numa “unida e colorida” comunidade, descreveu o SCMP.

Aos moradores foi oferecida uma compensação de 1.400 dólares por metro quadrado, com muitos a protestar que era insuficiente para encontrarem novos alojamentos na cidade.

Concorrência asiática

O Camboja é, como o Vietname, o Japão e a Coreia do Sul, uma das principais ameaças ao monopólio do jogo em Macau, considerou o analista de jogo Grant Govertsen, em entrevista à agência Lusa, em Novembro.

Uma opinião corroborada pelo fundador da Newpage Consulting, consultora especializada em regulação de jogos em Macau, em declarações à Lusa há um mês.

Para David Green, a entrada em força de outros países asiáticos no jogo, como o Camboja e o Vietname, pode levar os turistas chineses que visitam Macau para essas paragens.

Em 2018, Macau recebeu 35,8 milhões de turistas, dos quais 25 milhões são oriundos da China. No mesmo ano, o número de turistas chineses no Camboja cresceu cerca de dois terços, para mais de dois milhões.

O investimento chinês redefiniu a costa do Camboja, dando lugar a grandes projectos turísticos, campos de golfe, aeroportos e parques temáticos.

No final do ano passado, o Camboja tinha 150 casinos licenciados, vocacionados sobretudo para os apostadores chineses, uma vez que o jogo é proibido para a população local.
Com um lucro de 390 milhões de dólares em 2018, a NagaCorp pagou 8,8 milhões de dólares em impostos.

11 Abr 2019

Pyongyang | Partido dos Trabalhadores debate “actuais tensões”

[dropcap]O[/dropcap] dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, convocou ontem uma reunião plenária do comité central do Partido dos Trabalhadores, no poder, para debater as “actuais tensões”, noticiou a imprensa oficial norte-coreana.

Este encontro do comité central vai decorrer depois do fracasso da segunda cimeira, no final de Fevereiro passado, em Hanoi, entre Kim e o Presidente dos Estados Unidos.

A agência de notícias oficial norte-coreana KCNA deixou entender que a reunião se ia focar no desenvolvimento económico.

O objectivo da reunião plenária vai ser “discutir e decidir a nova orientação e os modos de luta de acordo com as necessidades permanentes da realidade revolucionária”, indicou.

“O líder supremo sublinhou a necessidade de altos funcionários mostrarem um alto sentido de responsabilidade e criatividade, bem como espírito revolucionário de auto-suficiência e força”, acrescentou, numa referência a um encontro de Kim com quadros do regime, na terça-feira.

A “nova linha estratégica” foi definida, há cerca de um ano, por Kim como “a construção económica socialista”, acrescentando que o desenvolvimento dos programas nucleares do país estava concluído.

O parlamento norte-coreano deverá reunir-se esta quinta-feira. Trump e Kim reuniram-se pela primeira vez em Junho de 2018, em Singapura, onde assinaram uma declaração vaga sobre a “desnuclearização da península coreana”.

Em Hanoi, Kim Jong-un reclamou o fim das sanções económicas aplicadas a Pyongyang pela ONU, na sequência de vários testes nucleares e de mísseis. O encontro terminou sem um acordo sobre a desnuclearização, necessária para diminuir as sanções contra o regime.

Apesar do fracasso, os dois lados manifestaram vontade em continuar as negociações e Trump destacou repetidamente as boas relações com o líder norte-coreano.

11 Abr 2019

China | Vendas de automóveis recuaram em Março pelo 10.º mês consecutivo

Apesar da resistência da economia chinesa às adversidades provocadas pela guerra comercial com os Estados Unidos, as vendas de veículos mantêm a tendência de queda. Por outro lado, as transacções de carros eléctricos dispararam, com as vendas a registarem um aumento de 100,9 por cento, face a igual período do ano passado

 

[dropcap]A[/dropcap]s vendas de automóveis na China caíram em Março, pelo décimo mês consecutivo, em termos homólogos, informou ontem a imprensa oficial, reflectindo o abrandamento na economia chinesa, numa altura de fricções comerciais com Washington.

Segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily, venderam-se, no total, 1,78 milhões de veículos utilitários desportivos, ‘minivans’ e ‘sedans’, uma queda de 12 por cento, face a Março de 2018.

Apenas os carros eléctricos registaram um aumento das vendas, na sequência da atribuição de subsídios pelo Governo, com 111 mil unidades vendidas, em Março, mais 100,9 por cento do que no mesmo mês do ano anterior.

Em 2018 a venda de automóveis na China caiu 5,8 por cento, para 22,35 milhões de veículos, no primeiro declínio anual desde 1990, coincidindo com outros indicadores negativos da economia chinesa.

Trata-se de um retrocesso para as principais construtoras do sector, que anunciaram planos de milhares de milhões de euros, visando cumprir as metas do Governo chinês para o desenvolvimento de veículos eléctricos.

A segunda maior economia do mundo cresceu 6,6 por cento, no ano passado, o ritmo mais lento em quase três décadas.

A actividade económica permaneceu robusta durante a maior parte do ano, apesar da guerra comercial que despoletou, no Verão passado, com Washington, suscitada pelas ambições chinesas para o sector tecnológico.

No entanto, as exportações caíram em Dezembro, reflectindo os efeitos da entrada em vigor de uma segunda ronda de taxas alfandegárias nos Estados Unidos, sobre cerca de 200.000 milhões de dólares de bens oriundos da China.

A queda nas vendas faz prever que Pequim deverá reduzir os impostos ou oferecer outros incentivos à compra de automóveis.

11 Abr 2019

GIF | Jogo lidera em transacções suspeitas no primeiro trimestre

[dropcap]A[/dropcap]s transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou de financiamento do terrorismo (STRs na sigla em inglês) relacionadas com o sector do jogo somaram 72,5 por cento do total das participações durante o primeiro trimestre de 2019, de acordo com o Gabinete de Informação Financeira (GIF).

“O número total de STRs recebidos pelo GIF durante o primeiro trimestre de 2019 foi de 699, o que significa uma diminuição de 23,1 por cento em relação ao mesmo período de 2018”, quando se registaram 909 participações. “A mudança deveu-se principalmente à diminuição significativa do número de STRs reportados pelo sector financeiro e por outras instituições”, pode ler-se na nota do organismo público.

Os sectores financeiro e do jogo acumularam a larga maioria das participações de transacções suspeitas, com 24,2 por cento e 72,5 por cento, respectivamente. As participações quanto à actividade de outro tipo de instituições ficaram-se pelos 3,3 por cento.

Durante o primeiro trimestre de 2019, o GIF recebeu 507 participações relativas à indústria do jogo, o que representou uma ligeira descida de quase 6,3 por cento.

Contextualizando, no ano passado o GIF recebeu 3.716 participações de transacções suspeitas de branqueamento de capitais e/ou de financiamento do terrorismo, mais 20,45 por cento do que em relação a 2017.

11 Abr 2019

Wynn rompe negociações para comprar operadora de casinos australiana Crown

[dropcap]A[/dropcap] Wynn Resorts, com casinos nos Estados Unidos e Macau, pôs fim às negociações para comprar a maior operadora de casinos da Austrália, a Crown Resorts, divulgadas na terça-feira.

Num breve comunicado, a Wynn anunciou ter colocado um ponto final em “todas as discussões” com a empresa australiana, que opera casinos em Melbourne, Perth, Londres e, em breve, Sydney (Austrália).

“Na sequência da divulgação prematura de discussões preliminares, a Wynn encerrou todas as discussões com a Crowns Resorts Limited relativamente a qualquer transacção”, de acordo com a nota, na íntegra, do grupo com sede em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Na terça-feira, a Crown avançou estar em discussões confidenciais sobre uma oferta da Wynn, embora tenha sublinhado que a proposta estava sujeita a condições: “Não há certeza de que estas discussões resultem numa transacção”, apontou.

As notícias da possível compra da Crown pela Wynn levaram de imediato a um aumento de 20,5% no preço das acções na bolsa de valores de Sydney para 10,07 dólares australianos.

O valor da Crown caiu 20% desde meados de 2018, devido a resultados inferiores ao esperado. Para os executivos da empresa, a quebra nos lucros deveu-se a uma diminuição dos gastos dos apostadores asiáticos.

Em 2016, 19 funcionários do grupo australiano foram presos na China sob a acusação de promoverem ilegalmente jogos de fortuna e azar.

Um tribunal chinês sentenciou 16 dos réus, incluindo três cidadãos australianos, a penas de nove a dez meses de prisão, e os três restantes foram libertados após perto de um mês de detenção.

Na sequência deste caso, a Crown abandonou os planos de investimento em Macau e em Las Vegas, e chegou mesmo a vender terrenos na capital do jogo norte-americana ao Wynn por 373 milhões de dólares.

As receitas operacionais da Wynn Resorts no último trimestre de 2018 subiram 4%, para 1,70 mil milhões de dólares, com o Palace, na faixa de casinos do Cotai, entre as ilhas da Taipa e de Coloane, a render mais 84 milhões, enquanto o Wynn Macau perdeu 30,3 milhões.

10 Abr 2019

Nove líderes do movimento dos guarda-chuvas em Hong Kong aguardam sentença em liberdade

[dropcap]N[/dropcap]ove líderes do maior movimento de desobediência civil de Hong Kong, condenados na terça-feira por perturbarem a ordem pública durante os protestos de 2014, vão conhecer a sentença em 24 de Abril, anunciou hoje o tribunal. Os condenados vão esperar a leitura da sentença em liberdade, sob fiança, indicou.

Os nove, que enfrentam penas de até sete anos de prisão por cada acusação, são os últimos activistas condenados pelos protestos, que se prolongaram por 79 dias em 2014, em Hong Kong.

Entre os condenados, estão os também fundadores do movimento “Occupy Central”, em 2013: Chan Kin-man, de 59 anos, professor de sociologia, Benny Tai, de 54, professor de direito, e Chu Yiu-ming, de 74 anos, ministro da Igreja Baptista de Chai Wan em Hong Kong.

Os três foram considerados culpados de conspiração para perturbar a ordem pública, de incitarem ao motim através da obstrução ilegal de lugares públicos, bem como de incitar e mobilizar manifestantes “para alterar a ordem pública”.

De acordo com o tribunal, o objectivo dos activistas era “forçar as autoridades a responder às suas reclamações políticas”. Os deputados Tanya Chan e Shiu Ka-chun, os ex-líderes estudantis Tommy Cheung Sau-yin e Eason Chung Yiu-wa e o vice-presidente da Liga dos Sociais-Democratas, Raphael Wong Ho-ming, foram considerados culpados de incitação para cometer distúrbios públicos. Também o ex-deputado democrata Lee Wing-tat, de 63 anos, foi considerado culpado de uma acusação de incitamento.

Vários activistas foram já julgados pelo Ministério da Justiça, estando a cumprir penas de prisão. Alguns foram proibidos de concorrer às eleições e outros foram desqualificados do Conselho Legislativo da região administrativa especial chinesa.

Entre 28 de Setembro e 15 de Dezembro de 2014, centenas de milhares de pessoas paralisaram quarteirões inteiros da antiga colónia britânica para exigir o sufrágio universal na escolha do chefe do Executivo de Hong Kong, nomeado por uma comissão pró-Pequim. Mas as autoridades chinesas não recuaram.

Em 28 de Setembro, o movimento “Occupy Central” decretou o início da sua campanha de desobediência civil, juntando-se a outros protestos em curso há dois dias junto à sede do Governo de Hong Kong.

A acção da polícia desencadeou manifestações mais importantes, levando ao movimento pró-democracia, também conhecido como a revolta dos guarda-chuvas amarelos, usados pela multidão para se proteger das granadas de gás lacrimogéneo. Chan, Tai e Chu renderam-se à polícia em Dezembro de 2014, pondo fim ao movimento “Occupy Central”.

10 Abr 2019

Casino Lisboa soma 13 anos e “mais de 22 milhões de visitantes”

[dropcap]O[/dropcap] Casino Lisboa, que celebra 13 anos no próximo dia 19, recebeu “mais de 22 milhões de visitantes” ao longo deste período, o que corresponde a cerca de dois milhões por ano, divulgou ontem a Estoril Sol, cujo presidente do conselho de administração é Stanley Ho. Os empresários Ambrose So e Pansy Ho, ligados às concessionárias de jogo Sociedade de Jogos de Macau e MGM China, respectivamente, também fazem parte do conselho de administração.

“A elevada afluência de público – uma média diária de cerca de 5.000 entradas – reflecte, de forma inequívoca, o êxito do Casino Lisboa”, que surgiu da reconversão do Pavilhão do Futuro da Expo’98.

As celebrações deste ano são protagonizadas, no dia 19, pelos Orelha Negra, que actuam, com entrada livre, a partir das 22:00, no palco central do Arena Lounge, seguindo-se o DJ João Afonso.
Samuel Mira a.k.a. Sam the Kid, Dj Cruzfader, Francisco Rebelo, João Gomes e Fred, formam a banda Orelha Negra, banda que se deu a conhecer em 2010.

O Auditório dos Oceanos, uma das valências do casino no Parque das Nações, teve em cartaz, ao longo destes 13 anos, 147 espectáculos diferentes, num total de 2.561 sessões, aos quais assistiram “mais de 1,25 milhões de espectadores”.

“STOMP”, “Momix”, “Crazy Horse”, “Os Melhores Sketches dos Monty Python”, “A Verdadeira Treta”, “Apanhados na Rede”, “Slava Snow Show”, “40 e Então?”, “Nome Próprio”, “God”, “Filho da Treta”, “Mais Respeito que Sou Tua Mãe” e “Raul” foram alguns dos espectáculos deste palco, inaugurado em 2006 pela cantora lírica Natalie Choquette.

No ano passado, este palco recebeu sete produções. A peça protagonizada por Maria Rueff, “Zé Manel Taxista”, foi a que mais sessões registou (42). Este ano já subiram ao palco quatro produções, entre as quais “Lusitânia Comedy Club – O Porquê da Coisa”, que lidera o numero de sessões deste ano (11).

O Arena Lounge, o espaço central do Casino Lisboa, foi palco de espectáculos musicais e actuações de novo circo. Acolheu “mais de 650 bandas, além da música ambiente, da rubrica Juke Box” e 180 artistas circenses, de vários países.

A Orquestra Bamba Social & Tiago Nacarato foi a única que este ano esteve em cartaz, no Arena Lounge que, no ano passado, somou dez espectáculos, entre os quais concertos de Sérgio Godinho & Capicua e dos The Gift, que protagonizaram a passagem do ano.

A Galeria de Arte do Casino Lisboa recebeu 125 exposições de arte contemporânea, desde 2006. Foi inaugurada com uma mostra do colombiano Fernando Botero.

No ano passado foram apresentadas sete exposições, entre as quais “Raul”, dedicada ao actor Raul Solnado (1929-2009), concebida por Patrícia Reis, do ateliê 004, e por José Poeira, da produtora de espectáculos UAU.

Este ano já se realizaram as exposições de pintura “Percursos II – Variações”, de José Cardoso, e “Otros Mundos II”, de Sílvia Zang.

10 Abr 2019

Obra de José Saramago ganha nova urgência com o regresso dos populismos, diz João Botelho

[dropcap]A[/dropcap] obra de José Saramago “O Ano da Morte de Ricardo Reis” ganha uma nova urgência com o regresso dos populismos, afirma o realizador João Botelho, que decidiu adaptar o romance para o cinema face à sua actualidade.

Depois de pegar noutros autores importantes da literatura portuguesa, como Agustina Bessa-Luís, Fernando Pessoa ou Eça de Queirós, o realizador João Botelho queria adaptar José Saramago, acabando a actualidade por o ‘empurrar’ para “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, que tem como pano de fundo a afirmação do Estado Novo e o surgimento da extrema direita na Europa.

Na obra de José Saramago, Ricardo Reis regressa do Brasil, um mês depois de o seu ‘criador’ Fernando Pessoa morrer. A Lisboa que encontra, em 1935/1936, é cinzenta e triste, onde quase sempre chove.

Os mais pobres juntam-se para o bodo, assiste-se à escolha das cores do fascismo português num comício no Campo Pequeno, um gerente de hotel sempre à procura de saber tudo simboliza os bufos, ao mesmo tempo que o heterónimo de Pessoa lê notícias que vêm do resto da Europa, de Mussolini, de Hitler, do arranque da Guerra Civil espanhola.

“Eu acho que, nos tempos que correm, estamos a viver umas épocas muito parecidas, muito estranhas, com o regresso dos populismos, nacionalismos, guerras religiosas em que parece que estamos na Idade Média e este texto é actual”, disse João Botelho, que falava à agência Lusa durante as rodagens do filme, em Coimbra.

Luís Lima Barreto, que interpreta Fernando Pessoa na longa-metragem de Botelho, também salienta “uma maior urgência” em adaptar esta obra.

“Este filme há dez anos ainda se podia perguntar o porquê de se o fazer. Neste momento, as pequenas referências que há no filme são tão parecidas com o que se está a passar no mundo que até faz impressão”, diz.

O actor conta que, a estudar o texto, prendeu-se com uma frase de Pessoa a Ricardo Reis: “O mundo ainda está pior do que quando o deixei”. “Neste momento, as coisas estão absurdamente perigosas”, constata.

Também o actor brasileiro Chico Diaz, que interpreta Ricardo Reis, considera “extremamente oportuno” o momento de adaptação da obra.

“Vem com muita força para tornar clara a discussão que estamos a viver no mundo inteiro. O filme veio para tornar essa discussão bem fértil”, acrescenta, apontando para o seu próprio país que está a viver “um momento ímpar, que chega a ser surreal”, onde “a razão se perdeu”.

Nesse sentido, acredita que também é oportuno que a discussão se faça “através da poesia”, porque “eles não suportam poesia, não suportam a arte”.

Pilar del Río, que preside à Fundação José Saramago e que esteve presente em Coimbra, durante as rodagens, evoca o “Ensaio sobre a Lucidez” e a sua epígrafe – “Uivemos, disse o cão” -, para salientar que se está num momento em que “qualquer ser humano com consciência tem de uivar”.

Quando soube que João Botelho ia adaptar o filme, a tradutora, jornalista e companheira de Saramago desejou “ser um Estado com capacidade de condecorá-lo”, notando o risco de se atrever “com uma obra tão grande”, depois de Saramago também ter tido a coragem de enfrentar um símbolo de Portugal, com uma carga “de sabedoria, de humor de ironia, com uma perspectiva contemporânea, que destroça toda essa mitologia dos anos 30”.

“A História é importante neste momento, porque estamos a incorrer, novamente, alegremente, cantando e dançando – como dizia o outro – nas mesmas atrocidades, a cair na perversão, no desprezo do outro e no elogio da ditadura”, afirma.

Nesse sentido, Pilar del Río defende que é preciso ler, não precisa de ser Saramago ou sequer literatura, mas “ler pensamento, filosofia, história”.

“Ao ler, somos mais fortes. Se somos mais fortes, não seremos tão facilmente empurrados pelos ventos”, realça.

Além de um filme, a adaptação de João Botelho vai originar uma série de cinco episódios a ser emitida na RTP, informou o produtor Alexandre Oliveira, acrescentando que o orçamento é de cerca de dois milhões de euros e que a estreia comercial está prevista para 2020. As filmagens vão decorrer até final de maio, sendo grande parte do filme rodado em Lisboa.

10 Abr 2019

Escritora Olga Tokarczuk venceu Booker Internacional há um ano e regressa aos finalistas

[dropcap]A[/dropcap] escritora polaca Olga Tokarczuk, vencedora no ano passado do Prémio Man Booker Internacional de literatura, regressa este ano aos seis finalistas, ontem anunciados pela organização, dos quais será conhecido o vencedor no dia 21 de Maio.

Numa lista dominada por mulheres, o escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez é o único homem nomeado, com “A Forma das Ruínas”, também o único romance, entre os finalistas deste ano, até agora editado em Portugal, distinguido no Correntes d’Escritas, no ano passado.

A francesa Annie Ernaux, a alemã Marion Poschmann, a chilena Alia Trabucco Zeran e a omanita Jokha Alharthi são as outras quatro autoras candidatas ao prémio Man Booker Internacional, com os seus respectivos tradutores. O prémio tem o valor de 50 mil libras e é repartido igualmente por escritor e tradutor.

Os seis finalistas foram seleccionados da “lista longa” conhecida há cerca de um mês, apurada entre os 108 títulos em 25 idiomas, apresentados a concurso este ano. Os seis livros finalistas deste ano foram escritos originalmente em cinco idiomas: árabe, francês, espanhol, alemão e polaco.

O livro “Drive your plow over the bones of the dead”, de Olga Tokarczuk, com tradução de Antónia Lloyd-Jones, colocou novamente a autora na corrida ao prémio Man Booker Internacional, depois de há um ano ter vencido com “Flights”/”Viagens”, obra editada em Portugal pela Cavalo de Ferro.

Da mesma lista de finalistas consta o colombiano Juan Gabriel Vásquez, com “The Shape of the ruins”, traduzido por Anne McLean, e que se encontra publicado em Portugal desde 2017, pela Alfaguara, como “A Forma das Ruínas”, romance vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, em 2018, no festival Correntes d’Escritas da Póvoa de Varzim.

Também traduzido para inglês, do espanhol, outro finalista é o romance “The Remainder”, da chilena Alia Trabucco Zerán. A tradução é assinada por Sophie Hughes.

Outros finalistas são “The Pine Island”, da alemã Marion Poschmann, com tradução de Jen Caleja, “The Years”, da francesa Annie Ernaux, traduzido para o inglês por Alison L. Strayer, e “Celestial Bodies”, de Jokha Alharthi, de Omã, traduzido por Marilyn Booth.

A lista foi seleccionada por um painel de cinco jurados: a autora e premiada historiadora Bettany Hughes (Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural 2018), a tradutora e presidente do grupo PEN do Reino Unido, Maureen Freely, a filósofa Angie Hobbs, o escritor e comediante Elnathan John e o ensaísta e romancista Pankaj Mishra.

Bettany Hughes, que preside o júri do Man Booker Internacional 2019 afirmou: “Aqui está a sabedoria em todas as suas formas. Obras inesperadas e imprevisíveis levaram-nos a escolher esta vigorosa lista [de finalistas]. Subversivos e intelectualmente ambiciosos, com ‘golpes’ bem-vindos de inteligência, cada um destes livros sustenta um diálogo criativo. Fomos apanhados pela lucidez e a força subtil de todas as traduções”, lê-se no comunicado divulgado esta noite pelo prémio Man Booker Internacional.

O jornal The Guardian destaca o facto de os finalistas apresentarem este ano o maior número de sempre de mulheres escritoras – cinco, em seis.

Tendo em conta a lista de vencedores do prémio, desde a sua criação, se Olga Tokarczuk repetir a vitória, verificar-se-á então, pela primeira vez, a entrega do prémio a um mesmo autor, e em dois anos sucessivos.

O escritor albanês Ismail Kadare, o húngaro László Krasznahorkai, o coreano Han Kang e o israelita David Grossman foram outros autores distinguidos com o Man Booker Internacional, incluindo os de língua inglesa Chinua Achebe, da Nigéria, Alice Munro, do Canadá, e os norte-americanos Philip Roth e Lydia Davis.

O prémio é atribuído todos os anos a um único livro, traduzido para inglês e publicado no Reino Unido, sendo elegíveis tanto romances, como antologias de contos.

Este é o último prémio atribuído sob o patrocínio do Man Group, multinacional que, desde 2002, manteve uma parceria com a Fundação Booker Prize.

No dia 1 de Junho, dez dias após o anúncio do vencedor do Prémio Man Booker Internacional de 2019, passa a vigorar um novo acordo de financiamento dos prémios, com a Fundação Crankstart, pondo fim a 18 anos daquele patrocínio.

Posteriormente, o prémio original será novamente conhecido como Prémio Booker e o prémio que distingue os melhores trabalhos de ficção traduzidas para língua inglesa passará a chamar-se Prémio Booker Internacional.

10 Abr 2019