Crianças dos PALOP com problemas cardíacos acolhidas por instituição portuguesa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número 33, no Catujal, concelho de Loures, foi o espaço escolhido para acolher, tratar e acompanhar crianças dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com problemas cardíacos, cujos tratamentos nos seus países de origem são limitados.

Em declarações à agência Lusa, Igor Rodrigues, responsável pela Casa Damião, explicou que a instituição surgiu através de “um colectivo de religiosos – a Congregação dos Sagrados Corações – que fundaram a Casa Damião” para dar “mais dignidade, segurança e conforto no acompanhamento destas crianças”.

O responsável pela Casa Damião assistiu ao surgimento, em abril de 2013, da instituição que realiza um acolhimento temporário, pré e pós-hospitalar, para crianças e jovens, com especial atenção para as crianças da Guiné-Bissau.

“No âmbito dos protocolos de colaboração na saúde entre o Estado português e os países africanos de língua oficial portuguesa, Guiné-Bissau é o país que apresenta maiores debilidades e fragilidades na saúde, daí o nosso foco ser estas crianças da Guiné-Bissau”, salientou.

Durante a visita pela casa, que tem capacidade para receber até sete crianças, Igor Rodrigues referiu que esta instituição acompanha as crianças desde que chegam, até ao regresso do seu país de origem, assegurando alojamento, alimentação, vestuário e educação durante o período em que estão em Portugal.

“O que nós fazemos aqui é dar o acompanhamento pré e pós hospitalar, e também damos a continuidade, ou seja, acompanhamos as crianças também em contexto hospitalar”, referiu.

A Casa Damião conta com o apoio de uma equipa composta por duas enfermeiras e um médico pediatra que permitem dar continuidade ao tratamento pré e pós hospitalar.

Lígia Sousa é enfermeira e divide o seu tempo entre o Centro de Saúde onde trabalha e a instituição e considera que é fundamental que as crianças saiam da Casa Damião com o conhecimento necessário para uma toma correta da medicação.

“Após recuperadas [as crianças], fazemos a preparação para o regresso ao país de origem. E, nesta fase é muito importante capacitar a criança para a autogestão das questões de saúde e da terapêutica, para que a continuidade dos cuidados seja feita no seu país”, sublinhou.

De forma a garantir que todo o processo seja cumprido, esta instituição tem o apoio de uma organização não-governamental (ONG) espanhola.

“Nós temos um parceiro que colabora connosco e está no terreno que é uma ONG, a AIDA [Ajuda Intercâmbio e Desenvolvimento], que garante que todos estes cuidados serão dados no país de origem das crianças. E, isto é uma mais-valia, porque garante que a criança, não só vai cumprir a terapêutica, vai fazer todos os cuidados que são necessários, as consultas de rotina, como também uma participação junto da família para garantir que todos os processos e cuidados são prestados da melhor maneira”, indicou.

Ao longo de seis anos de trabalho, a Casa Damião já apoiou 24 crianças, grande parte com patologias cardíacas, e pretende no próximo ano receber mais 12. Um objetivo traçado por Igor Rodrigues, que apela ao apoio de novos investidores sociais para dar continuidade ao projeto.

“A Congregação [dos Sagrados Corações] tem financiado a Casa Damião. Neste momento, neste último semestre, foi-nos comunicado que vão sair de Portugal e só temos financiamento até dezembro. E, portanto, estamos à procura para o ano de 2019 de novos investidores sociais, que nos permitam continuar a salvar a vida destas crianças”, alertou.

Numa casa onde neste momento estão quatro crianças o trabalho dos voluntários também é valorizado.

Camilo Pimental é voluntário desde o primeiro dia em que a Casa Damião surgiu e é com um sorriso que afirma que observar a recuperação das crianças e proporcionar uma perspectiva de vida “tem sido de facto uma coisa muito boa”.

Este voluntário recordou a história de um jovem que, apesar do seu estado frágil, “estava sempre bem disposto e conseguia sempre dar a volta às situações”.

Também Igor Rodrigues lembrou um episódio de um jovem que chegou à instituição em 2015 “numa fase muito debilitada”.

“Ele basicamente chegou cá entre a vida e a morte e conseguimos garantir a recuperação e a reabilitação dele para poder regressar ao seu pais de origem”, referiu.

Para a enfermeira Lígia Sousa, o trabalho na instituição “dá imenso estímulo”, pois conseguem “ver a evolução e a diferença” que fazem na vida destas crianças.

14 Out 2018

Golfista português Pedro Figueiredo cai para 22.º no Hainan Open

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] golfista português Pedro Figueiredo para o 22.º lugar do Hainan Open, torneio do ‘Challenge Tour’ que se disputa na China, ao marcar 74 pancadas, duas acima do par, na terceira volta.

Depois de concluir a primeira volta no sexto lugar e a segundo no 15.º, com 68 e 71 pancadas, respetivamente, Pedro Figueiredo baixou mais sete posições, ao entregar um cartão com um ‘birdie’ (uma pancada abaixo do par) e três ‘bogeys’ (uma acima).

No total, o golfista luso soma 213 pancadas, três abaixo do par, estando igualado com mais nove jogadores.

O olímpico português José-Filipe Lima também participou na prova, mas não passou o ‘cut’, ao fechar a segunda volta com 149 pancadas (76+73), cinco acima do par.

A prova é liderada pelo finlandês Kalle Samooja, com 202 pancadas, 14 abaixo do par.

14 Out 2018

Vencedor do Prémio LeYa de Literatura é conhecido na próxima semana com júri renovado

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] vencedor do Prémio LeYa de Literatura, o maior galardão para uma obra inédita escrita em língua portuguesa, no valor monetário de 100 mil euros, com a edição pelo grupo editorial, é anunciado no próxima quarta-feira.

O júri da edição deste ano do prémio, a 10.ª, revela alterações, com as saídas do escritor angolano Pepetela e dos professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves, que são rendidos pela escritora angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck, segundo comunicado do grupo LeYa, enviado à agência Lusa.

“No seu décimo aniversário, o Prémio LeYa apresenta este ano novidades no seu júri. Perante a saída do escritor angolano Pepetela e dos professores e críticos brasileiros José Castelo e Rita Chaves – os quais, desde já, homenageamos pela excelente colaboração de muitos anos com o prémio -, passam este ano a fazer parte do júri do Prémio LeYa a escritora e poeta angolana Ana Paula Tavares, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck”.

O escritor Manuel Alegre mantém a presidência do júri, do qual continuam a fazer parte Lourenço do Rosário, professor de Letras e ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo, José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Coimbra, e o escritor e poeta Nuno Júdice.

Segundo a mesma fonte, o júri “vai reunir-se na sede da LeYa, em Alfragide, no concelho da Amadora, nos arredores de Lisboa, nas próximas terça e quarta-feira, “estando o anúncio da decisão quanto ao romance vencedor agendado para as 12:00 da próxima quarta-feira, no mesmo local”.

Ao galardão candidataram-se este ano, 348 originais provenientes de 13 países, segundo a mesma fonte, adiantando que a maioria provém de Portugal e Brasil, porém realçou que chegaram “obras de países tão diversos como Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, China ou até mesmo da Islândia”.

No ano passado, o vencedor foi o romance “Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho.

O galardão foi atribuído pela primeira vez em 2008, ao brasileiro Murilo Carvalho, pelo romance “O Rastro do Jaguar”, e por duas vezes não foi atribuído – em 2010 e em 2016 -, dada a qualidade dos originais a concurso, segundo justificou então o júri.

“O Olho de Hertzog”, de João Paulo Borges Coelho, venceu o prémio em 2009, “O Teu Rosto Será o Ultimo”, de João Ricardo Pedro, em 2011, “Debaixo de Algum Céu”, de Nuno Camarneiro, foi o vencedor em 2012, ao qual se sucedeu “Uma Outra Voz”, de Gabriela Ruivo Trindade, em 2013. Em 2014 venceu o romance “O Meu Irmão”, de Afonso Reis Cabral, e, em 2015, “O Coro dos Defuntos”, de António Tavares.

14 Out 2018

Brasil/Eleições | Bolsonaro diz que limitará privatizações na energia e ações da Eletrobras caem

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato às presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro disse, na noite de terça-feira, que não irá privatizar os ativos na área da energia elétrica, declarações que causaram uma queda acentuada nas ações da empresa Eletrobras.

Jair Bolsonaro disse que “de jeito nenhum” era capaz de vender os ativos de produção de energia elétrica, uma posição contrária aos planos do governo atual de Michel Temer, com a emissão de ações e diminuição da participação na Eletrobras – empresa dona de subsidiárias do setor como a Furnas e a Chesf.

Como consequência das declarações do candidato, as ações da Eletrobras recuaram cerca de 14%, enquanto que as da empresa petrolifera Petrobras caíram 3,7%. Segundo o candidato da extrema-direita, é possível “conversar” sobre privatização do setor de distribuição de eletricidade, mas não dos de geração.

No caso das distribuidoras de energia elétrica, o atual governo já privatizou quase todas as companhias da Eletrobras, à exceção da unidade no Amazonas, cujo leilão está previsto para 25 de outubro, e a de Alagoas, uma operação suspensa provisoriamente por decisão do Supremo Tribunal Federal.

Em entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro mostrou-se ainda preocupado com a venda de ativos de energia elétrica para empresas chinesas, que têm realizado aquisições de diversas companhias privadas, como a CPFL Energia, hoje controlada pela State Grid, uma empresa estatal chinesa de eletricidade.

“Quando se vai privatizar, privatiza-se para qualquer capital do mundo? A China não está a comprar no Brasil, ela está a comprar o Brasil. Vamos deixar o Brasil nas mãos dos chineses?” – questionou Bolsonaro.

“Suponha que você tem um galinheiro no fundo da sua casa e vive dele. Quando privatiza, você não tem a garantia de comer um ovo cozido” comparou Bolsonaro. “Nós vamos deixar a energia nas mãos de terceiros?” – questionou ainda, segundo o jornal Folha de São Paulo.

Bolsonaro afirmou que o Brasil tem cerca de 150 empresas estatais, e prometeu que, caso seja, eleito, as que “dão prejuízo” serão vendidas imediatamente, ou até extintas. “Para mim, na energia elétrica não vamos mexer”, disse o candidato do Partido Social Liberal (PSL) à segunda volta das presidenciais.

No caso da petrolífera estatal, a Petrobras, Bolsonaro afirmou que o “miolo tem que ser conservado”, mas lembrou que a companhia não tem recursos para explorar o “pré-sal”, uma área de reservas petrolíferas a grande profundidade, que fica debaixo de uma profunda camada de sal.

“Rebentaram com a Petrobras. E daqui, 20, 25, 30 anos, a energia será outra. Nós temos tecnologia, mas não temos recursos para explorar”, afirmou Jair Bolsonaro. O candidato do PSL disse ainda ser favorável à redução de impostos de combustível: “O país não pode ter uma política predadora no preço do combustível para salvar a Petrobras e matar a economia brasileira”.

Haddad diz-se disposto até a ir a uma enfermaria para debater com Bolsonaro

O candidato presidencial do Partido dos Trabalhadores (PT, esquerda), Fernando Haddad, disse que está disposto a ir até a uma enfermaria para debater com o seu opositor, Jair Bolsonaro, que tem evitado ações públicas por indicação dos médicos.

“Nós temos que passar a limpo muita coisa” e, para isso, “vou à enfermaria de sua escolha, não tem problema, os brasileiros precisam saber a verdade, se houver informações falsas, vamos cuidar disso como adultos e não fazendo criancices na internet contando com a boa-fé das pessoas que são crédulas””, afirmou Haddad, numa conferência de imprensa com a imprensa internacional.

“Muita gente acredita no que recebe no WhatsApp. Você não tem o contraditório, no debate você tem. Vou em qualquer ambiente que ele quiser, no mais cómodo, eu prometo inclusive moderar o tom, não vou stressar [com] ele, vou falar da forma mais calma possível, docemente”, disse Fernando Haddad, reagindo à notícia de hoje que indica que o Bolsonaro não irá participar no debate agendado para quinta-feira.

Bolsonaro foi vítima de um atentado em setembro durante um comício na cidade brasileira de Juiz de Fora e, desde então, permanece afastado de compromissos públicos seguindo recomendações médicas. Uma equipa médica avaliou o estado de saúde do candidato e recomendou que falte ao primeiro debate da segunda volta das presidenciais, marcado para a próxima quinta-feira.

Em resposta, Haddad disse estar disponível para qualquer solução que permita a discussão das propostas políticas para o país. “Faço o que ele quiser para ele falar o que pensa e debater pelo país”, acrescentou.

Sobre a polarização que divide Brasil, palco de confrontos entre apoiantes de esquerda e direita nas redes sociais e em ações de rua, Haddad admitiu que o país enfrenta um problema. “Estamos enfrentando um enorme desafio, porque todo ‘establishment’ brasileiro [empresários, agentes do mercado e forças conservadores] apoiam a candidatura da extrema-direita”, disse.

Contudo, “se conseguirmos unir os partidos progressistas, enviaremos uma mensagem importante para o país, que enfrenta muitos riscos hoje, e não podemos perder a oportunidade de dizer um ‘basta’ para a escalada da violência”, acrescentou.

Na entrevista, o candidato de esquerda também falou sobre a crise na Venezuela, defendendo uma maior liderança diplomática do Brasil para mediar a resolução dos conflitos naquele país.

12 Out 2018

Capital Airlines quer voos directos entre Xi’an e Lisboa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] companhia aérea chinesa Capital Airlines pediu autorização às autoridades chinesas para iniciar um voo directo entre Xi’an, noroeste da China, e Lisboa, depois de ter suspendido, este mês, a ligação a partir de Pequim.

Segundo um comunicado da Administração da Aviação Civil da China, a que a agência Lusa teve acesso, a empresa quer arrancar com o novo voo em Dezembro deste ano.

A informação detalha que o voo terá duas frequências por semana e ficará a cargo dos aviões Airbus A330, com capacidade máxima para 440 passageiros.

Com cerca de 12 milhões de habitantes, Xi’an é a capital da província de Shaanxi, a cerca de mil quilómetros de Pequim.

Trata-se de uma das mais importantes cidades da China Antiga, servindo de capital ao longo de dez dinastias, incluindo os Qin (255 a 206 a.C.), Han (206 a.C. a 220 d.C.) e Tang (618 d.C. a 907 d.C.), e acolhe o ‘Exército de Terracota’, uma das principais atracções turísticas do país.

O pedido da Capital Airlines surge no mesmo mês em que suspendeu o voo direto, entre Hangzhou, na costa leste da China, e Lisboa, com paragem em Pequim, lançado a 26 de julho de 2017, com três frequências por semana.

Contactada pela Lusa na altura em que anunciou a suspensão do voo, a empresa recusou detalhar os motivos, referindo apenas “razões operacionais”.

No primeiro ano que voou para Portugal, a Capital Airlines transportou mais de 80 mil passageiros, segundo dados divulgados por altura do aniversário. A taxa média de ocupação do voo fixou-se nos 80%, nos meses mais fracos, enquanto na época alta superou os 95%.

Em dívida

A Capital Airlines é uma das subsidiárias do grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado o ano passado com uma dívida de 598 mil milhões de yuan, de acordo com os dados divulgados na apresentação dos resultados anuais da empresa.

A escalada nos custos de financiamento desencadeou uma onda de venda de activos do grupo, que tem sido um dos principais visados das advertências das autoridades chinesas sobre “investimentos irracionais” no estrangeiro, que podem “acarretar riscos” para o sistema financeiro chinês.

No lançamento da ligação aérea, o primeiro-ministro português, António Costa, disse esperar que os voos directos Lisboa-Pequim fossem um reforço de Portugal como “grande ‘hub’ intercontinental” (centro de operações).

A afirmação de António Costa foi feita a 11 de julho de 2017 durante a cerimónia de inauguração dos voos directos Lisboa-Pequim, com a presença do presidente do parlamento da China, Zhang Dejiang, em visita a Portugal. Para António Costa, a abertura da rota Lisboa-Pequim tem um “enorme simbolismo” e “é a nova rota da seda do século XXI”.

12 Out 2018

Economia | Pequim pede ao Canadá que proteja livre comércio

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pediu ontem ao Canadá que proteja o comércio livre e rejeite medidas proteccionistas, numa aparente referência ao novo acordo comercial com Washington, que permite aos EUA travarem um acordo comercial entre Otava e Pequim.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, pediu a Otava que trabalhe em conjunto com a China para avançar com o acordo de livre comércio China-Canadá, durante uma conversa por telefone com a homóloga canadiana, Chrystia Freeland.

O apelo de Pequim surgiu dias após a conclusão das negociações para o acordo EUA-México-Canadá [USMCA, na sigla em inglês], que dá a Washington o direito de vetar um acordo entre os países vizinhos e uma “economia que não seja de mercado”, numa referência à China.

“A China espera que o Canadá adopte medidas concretas para proteger o comércio livre com a China, e que avance com a zona de comércio livre China-Canadá”, afirmou Wang Yi, segundo um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“[Pequim] opõe-se a qualquer tipo de proteccionismo e comportamento que revele critérios duplos”, acrescentou. “Nenhuma tentativa que vise travar a modernização da China será bem sucedida”, sublinhou.

De acordo com o comunicado do Ministério chinês, Chrystia Freeland afirmou que o USMCA “não deve prejudicar os interesses legítimos” de outros países, e que o Canadá vai continuar a negociar acordos de livre comércio.

Esta semana, o secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, afirmou que Washington vai tentar incluir a mesma cláusula em outros acordos, nomeadamente com a UE, o Japão e o Reino Unido.

Criticas e protestos

A embaixada chinesa em Otava condenou já o artigo 32.10 do USMCA, afirmando que “fabrica noções do que é, ou não, uma economia de mercado fora do quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e serve de “desculpa para alguns países fugirem às suas obrigações e recusarem cumprir os seus compromissos internacionais”.

Na mesma nota, a embaixada chinesa protestou contra a “atitude hegemónica” dos EUA e disse “sentir pena” pelo Canadá, por ter renunciado à soberania económica.

A postura norte-americana ilustra a crescente bipolarização em torno das disputas comerciais entre Pequim e Washington, à medida que os EUA tentam isolar a China, visando contrariar as ambições chinesas no sector tecnológico.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático.

“O risco de a China e os EUA entrarem numa nova guerra fria está a aumentar”, admitiu recentemente Tu Xinquan, professor na Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Pequim.

Os EUA, a UE e o Japão recusam reconhecer a China como “economia de mercado”, por considerarem que a intervenção do Estado chinês a nível económico continua a ser forte.

12 Out 2018

Pensões ilegais | PSP deteve 21 pessoas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve 21 pessoas oriundas do Interior da China em dois apartamentos situados no ZAPE. No seguimento da ocorrência, uma mulher, também detida, foi acusada de gerir uma pensão ilegal.

A notícia foi avançada pelo jornal Ou Mun, que escreveu que a PSP iniciou investigações, no passado sábado, num T3 no ZAPE, onde descobriu cinco pessoas oriundas do continente. Estes declararam que arrendaram o apartamento a uma mulher com mais de 40 anos de idade, cujo nome não sabiam. Mais tarde, a PSP encontrou o responsável pelo apartamento e chegou à conclusão que se tratava de uma pensão ilegal.

Na passada quarta-feira a PSP dirigiu-se a um outro apartamento T3, localizado no NAPE, na Rua de Pequim, tendo sido detidas 16 pessoas do continente, incluindo uma mulher que arrendava a fracção e que recusou dizer às autoridades o nome da pessoa que a tinha contratado para gerir o espaço.

12 Out 2018

Aeroporto | Mais de dois milhões de passageiros no terceiro trimestre

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Aeroporto Internacional de Macau (MIA) registou mais de dois milhões de passageiros no terceiro trimestre, um crescimento de 13 por cento em relação a igual período do ano passado, foi ontem anunciado. Entre Julho e Setembro, foram registados 2,150 milhões de passageiros e 16 mil movimentos aéreos.

Só em Julho, o mês “mais movimentado de sempre”, descolaram ou aterraram em Macau mais de 5.700 aviões com 740 mil passageiros, indicou na altura a sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM).

Depois de conhecidos os resultados do primeiro semestre, a CAM disse esperar receber mais de oito milhões de passageiros em 2018, mais de meio milhão do que o previsto no início do ano, estimativa revista em alta devido ao crescimento registado até finais de Junho. Nos primeiros seis meses do ano, o aeroporto registou mais de quatro milhões de passageiros, um aumento de 20 por cento em comparação com o período homólogo de 2017.

Até finais de Setembro, 31 companhias aéreas operavam naquele aeroporto, fazendo a ligação entre Macau e 50 destinos no interior da China, Taiwan, Sudeste asiático e nordeste da Ásia. Para os últimos três meses de 2018, o aeroporto anunciou seis novas rotas: Daegu (Coreia do Sul) Xian (China), Kunming (China), Koh Samui (Tailândia), Krabi (Tailândia) e Cebu (Filipinas).

12 Out 2018

Segurança do Estado | Directivas traçadas na primeira reunião

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]eve lugar no passado dia 5 deste mês a primeira reunião da recém-criada Comissão de Defesa da Segurança do Estado, que teve na agenda, de acordo com um comunicado, “a elaboração do sistema e organização da defesa da segurança nacional que irá servir de orientação para os trabalhos inerentes a esta matéria”.

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, esteve presente no encontro que contou com a presença dos secretários para a Segurança, Wong Sio Chak, e para a Administração e Justiça, Sónia Chan. Para o Chefe do Executivo, é prioritário que a comissão “coordene e reforce a construção do sistema, mecanismo e regime legal de Macau para a defesa da segurança nacional e melhore de forma continuada os trabalhos inerentes a esta matéria”.

Chui Sai On também defende a criação de um “sistema de gestão para salvaguardar a segurança nacional sob uma liderança unificada do Governo”, além de que é “necessário criar e aperfeiçoar o regime legal da segurança nacional, combinando as características de Macau e cumprindo as responsabilidades da lei”.

O governante máximo da RAEM também quer que os serviços públicos se esforcem “para elevar o profissionalismo, desenvolver bem as suas competências funcionais e tomar a iniciativa de trabalho”. Tudo para “prevenir e combater as actividades ilegais e criminosas que ponham em causa a segurança nacional e a estabilidade política e social”. Deve também “elevar-se a compreensão ideológica”, bem como “estar firme na posição política”. É também necessário, de acordo com Chui Sai On, “intensificar a educação sobre a segurança nacional no seio de toda a sociedade”.

12 Out 2018

Brasil/Eleições | Congresso de José Saramago fez apelo à defesa da democracia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pelos para salvar a democracia no Brasil marcaram esta quarta-feira, em Coimbra, o encerramento do congresso internacional sobre José Saramago, em que a viúva do escritor assinou um documento contra a ascensão da extrema-direita no maior país lusófono.

“Há que salvar a democracia no Brasil. Não se pode chegar a uma ditadura fascista votando”, na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, no dia 28, entre Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal, extrema-direita) e Fernando Haddad (Partido dos Trabalhadores, esquerda), disse Pilar del Río à agência Lusa, no final dos trabalhos.

A presidente da Fundação José Saramago assinou um texto que circulou entre os congressistas, muitos deles oriundos do Brasil, intitulado “Em defesa da democracia”, após ter proferido um discurso de encerramento em que questionou a atual situação política na pátria do escritor Jorge Amado e do cantor Chico Buarque, com uma referência política que mereceu o aplauso dos presentes.

“Temos uma experiência terrível com Hitler”, que nos anos 30 do século XX chegou ao poder na Alemanha através de eleições, alertou depois, em declarações à Lusa.

Para Pilar del Río, “não se trata de votar em A ou B”, mas antes de prevenir as consequências futuras de um eventual sufrágio popular, nas urnas, de políticas de intolerância que negam a democracia e discriminam as minorias.

“Antes de nos arrependermos no futuro, sejamos ativos agora, não o permitamos”, preconizou a viúva do autor de “Levantado do Chão”, que há 20 anos foi distinguido pela Academia Sueca com o Prémio Nobel da Literatura.

No documento sobre as eleições no Brasil, os congressistas manifestam-se “profundamente preocupados com o que está acontecendo no Brasil” em torno do processo eleitoral.

“Estão em jogo valores e conquistas de uma civilização ocidental que o Brasil abraçou ao longo de séculos. Democracia, tolerância, direitos humanos, cultura da paz, sempre!”, proclamam.

José Saramago, recordou Pilar del Río, “tinha raiva de que neste momento há meios para evitar a desgraça, as agruras, a pobreza e não estamos a usar os mecanismos que temos para o bem comum” – um pouco por todo o mundo – “e isso indignava-o profundamente”.

“Trata-se de levantar a cabeça, dizer que somos humanos, que não somos seres descartáveis, e eleger o nosso futuro democraticamente”, defendeu.

Na segunda volta das eleições no Brasil, no dia 28, “há que votar bem, há que votar contra isso”, tendo em conta que na sociedade “há pobres, mulheres, diferentes e emigrantes” que precisam de solidariedade e da proteção dos poderes públicos.

Pilar del Río destacou, por outro lado, a presença das personagens femininas na obra literária de Saramago.

As mulheres “são as personagens fundamentais e fortes da obra saramaguiana”, as quais “não se acomodam às circunstâncias”, acrescentou.

Elas “têm valores e com esses valores vão para a vida, independentemente do que está na moda”, afirmou a antiga jornalista.

A primeira volta das eleições no Brasil foi vencida por Jair Bolsonaro, com 46% dos votos, enquanto o seu opositor Fernando Haddad ficou em segundo lugar, com 29,3%.

Organizado pela Universidade de Coimbra, em colaboração com a Fundação José Saramago e outras entidades, o congresso “José Saramago: 20 anos com o Prémio Nobel” decorreu em Coimbra, entre segunda-feira e hoje, tendo a abertura dos trabalhos contado com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes.

12 Out 2018

Brasil/Eleições | Sondagem dá maioria a Bolsonaro na segunda volta

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato às eleições presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), recolhe 58% das intenções de voto, enquanto Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), tem 42%, segundo uma sondagem ontem divulgada.

Este é o resultado da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, a primeira relativa à segunda volta das eleições presidenciais, que utiliza o critério dos votos válidos, ou seja, exclui votos brancos nulos e indecisos.

Na primeira volta das presidenciais brasileiras, Bolsonaro obteve 46% dos votos válidos e Haddad 29%. Quando se leva em conta a intenção de voto total, contando votos brancos e nulos e indecisos, Bolsonaro conquista 49% das intenções de voto e Haddad regista 36%, nesta sondagem hoje realizada.

Brancos e nulos somam agora, segundo o Datafolha, 8%. Outros 6% dos entrevistados declaram-se indecisos. A sondagem auscultou 3.235 pessoas em 227 municípios do Brasil. A margem de erro é de dois pontos.

Cinco partidos declaram-se neutros

Mais cinco partidos políticos anunciaram ontem que permanecerão neutros na segunda volta das presidenciais brasileiras de 28 de outubro, numa disputa entre o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro e o socialista Fernando Haddad.

As formações políticas que anunciaram a decisão de não apoiar qualquer um dos dois candidatos foram o Partido da República (PR), o Democratas, o Partido Republicano Brasileiro (PRB), o Partido Popular Socialista (PPS) e o Podemos.

A maioria destes partidos fazia parte da coligação de apoio ao candidato presidencial Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que, na primeira volta do sufrágio, no passado domingo, ficou em quarto lugar, com 4,6% dos votos, apesar de ter contado com o apoio de vários partidos de centro.

O próprio PSDB, um dos partidos mais tradicionais do Brasil e que governou o país entre 1995 e 2002, com Fernando Henrique Cardoso, anunciou nesta terça-feira a sua decisão de permanecer neutro na segunda volta, por não ter intenções de apoiar nenhum dos candidatos na corrida presidencial.

No mesmo dia, o Partido Novo, do candidato presidencial João Amoêdo, anunciou a sua neutralidade na segunda volta das eleições, tendo declarado que não apoiará Jair Bolsonaro(PSL) e ser “absolutamente contra o PT”, cujo candidato é Fernando Haddad.

De acordo com um comunicado, o Novo manifestou-se descontente com o cenário presidencial na segunda volta. “Não é aquele que desejávamos”, informou o partido.

O comunicado justificou os motivos do posicionamento contra o Partido dos Trabalhadores (PT), sendo as “ideias e práticas opostas”, mas não explicou os motivos contra o apoio a Bolsonaro.

A maioria dos partidos que se declarou neutro esclareceu que não apoia as propostas do candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro, polémico por ser um defensor da ditadura militar que vigorou no país entre 1964 e 1985 e pelas suas declarações de teor machista, racista e homofóbico.

No entanto, também não expressam apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, o sucessor do ex-Presidente brasileiro que se encontra preso por corrupção, Luiz Inácio Lula da Silva.

11 Out 2018

Associação guineense alerta para ameaça à pesca ilegal no país da China, entre outros 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] associação guineense que participa no Festival da Lusofonia de Macau escolheu como tema a pesca tradicional daquele país, ameaçada por actores internacionais, entre eles a China, disse à Lusa a presidente daquela entidade.

“Hoje em dia tem havido fluxos de barcos da China que acabam por pôr em causa esse modo de vida”, afirmou a presidente da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau em Macau.

Grazia Lopes criticou a pesca indiscriminada na zona económica exclusiva no país feito pela China, mas também pelos vizinhos da costa de África, como o Senegal, que na sua opinião estão a afectar “o modo de viver” dos guineenses, principalmente nas ilhas.

“A nós cabe-nos chamar a atenção às autoridades e às pessoas que têm alguma influência nesta área”, referiu a presidente, constatando que a associação não tem poderes para intervir, mas sim para mudar mentalidades e avisar para o problema.

Nesse sentido, a associação decidiu usar ‘palco’ do Festival da Lusofonia, que todos os anos acolhe em Macau milhares de pessoas dos países de língua portuguesa e também residentes locais, para mostrar “a importância da pesca tradicional na cultura guineense”, apontou a presidente.

“Dá-nos a oportunidade de mostrámos a nossa cultura e a forma como as famílias vivem”, disse.

O Festival da Lusofonia de Macau regressa às Casas-Museu da Taipa, entre 19 e 21 de Outubro, para recriar o ambiente das festas populares portuguesas, com música, artesanato e gastronomia dos países de língua portuguesa.

Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau vão ter expositores com artesanato e “petiscos e bebidas típicas” junto às Casas-Museu da Taipa.

11 Out 2018

Governo australiano trata “com cuidado” relacionamento com a China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro australiano disse hoje que o relacionamento de Camberra com a China é importante e tratado “com cuidado”, embora tenha admitido que as duas nações se mantêm distantes.

“A realidade é que temos relações comerciais muito construtivas com a China, [mas] não partilhamos os mesmos valores e princípios”, afirmou Scott Morrison à estação de rádio australiana 3AW.

A China é o principal parceiro comercial da Austrália, mas as relações bilaterais têm estado tensas nos últimos meses devido às suspeitas de que Pequim interferiu na política interna de Camberra.

Em relação às diferenças comerciais e à crescente tensão entre os Estados Unidos e a China, Morrison destacou o papel da Austrália na aproximação entre as duas nações.

“O nosso papel é fechar a lacuna” entre essas duas potências, argumentou Morrison. “Nós partilhamos valores e mantemos uma aliança profunda com os Estados Unidos e temos uma aliança estratégica com a China”, afirmou.

11 Out 2018

Timor-Leste está “viciado pelo petróleo” e sem alternativas económicas, diz presidente

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]imor-Leste é um país “viciado pelo petróleo”, cujo potencial “não está a ser estimulado, desenvolvido, trabalhado”, importando quase tudo o que consome e sem políticas públicas geradoras de emprego, disse hoje o Presidente timorense.

“Estamos a importar quase tudo. Temos um desemprego considerável e até agora uma teimosa incapacidade de políticas públicas geradoras de emprego”, afirmou, em Díli, Francisco Guterres Lu-Olo.

Na análise da situação atual, o Presidente timorense repetiu uma mensagem antiga, de que “a economia está excessivamente dependente das receitas petrolíferas”.

“O êxodo rural é um problema sério que desde já tem implicações negativas no nosso país. O reforço do setor privado, um verdadeiro imperativo na esfera económica”, afirmou num discurso perante os principais empresários do país.

Francisco Guterres Lu-Olo falava na abertura do 3.º Congresso Nacional da Câmara de Comércio e Indústria de Timor-Leste (CCI-TL), numa altura em que o país atravessa uma grave crise económica, provocada por mais de um ano de tensão política, ainda não totalmente resolvida.

O encontro conta com a presença de vários dos principais empresários timorenses e representantes de associações, cooperativas e entidades dos 12 munícipios e da Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).

Sob o tema “Por um Setor Privado Mais Criativo, Produtivo e Sustentável”, esta reunião marca uma vontade de reforço da capacidade organizativa e de capacitação empresarial nacional para responder aos desafios nacionais, considerou.

“O setor privado tem um papel importante no desenvolvimento de qualquer economia. O Estado não pode deter o monopólio de potenciar a atividade económica do país, ou seja, não pode dinamizar a economia do país, detendo competência exclusiva”, disse Lu-Olo.

O chefe de Estado lembrou que quase 90% do orçamento é financiado através do Fundo Petrolífero de onde, desde a sua criação em 2005 e até 2017, “foram levantados mais de 9,6 mil milhões de dólares” (8,3 mil milhões de euros), com as receitas domésticas não petrolíferas a representarem pouco mais de 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Um dos principais desafios da economia de Timor-Leste é o enorme desequilíbrio da sua balança comercial devido a importações muito grandes que não são compensadas por exportações significativas”, afirmou.

No ano passado, as importações de bens e serviços corresponderam a 58% do produto interno bruto não-petrolífero, com um défice comercial anual de mais de 900 milhões de dólares, referiu.

Lu-Olo insistiu que é urgente fortalecer outros setores da economia, com destaque para agricultura e pescas, o que ajudaria igualmente a combater a subnutrição no país e a fortalecer o emprego.

“O desemprego é um dos problemas mais graves da nossa sociedade atual. Apesar do setor privado timorense contribuir com mais de 60 mil empregos, ainda não é suficiente para acomodar os mais de 15 mil jovens que anualmente entram no mercado de trabalho”, alertou.

Aos empresários, o chefe de Estado sublinhou que “o setor privado nacional ainda é muito fraco” e exige esforços de capacitação, comprometendo-se a articular com o Governo para ajudar “a dotar de meios e de recursos o setor privado nacional” na fase atual de arranque.

11 Out 2018

Organização do Festival da Lusofonia de Macau espera cerca 25 mil participantes

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] organização do Festival da Lusofonia de Macau espera acolher cerca 25 mil participantes, entre 19 e 21 de outubro, informou o Instituto Cultural (IC).

“O evento o ano passado durou 4 dias e teve cerca de 25.000 participantes. Este ano, o evento terá a duração de 3 dias e são esperadas 25.000 pessoas”, apontou o IC, numa nota enviada à lusa.

As autoridades de Macau destacaram a longevidade e o sucesso deste festival: “a primeira edição do Festival da Lusofonia realizou-se em 1998, integrada no programa de atividades que celebra o Dia Nacional de Portugal, a 10 de Junho, em homenagem aos residentes da comunidade de língua portuguesa residentes em Macau pela sua contribuição para o desenvolvimento do território”.

Para o IC este festival “ganhou uma tal popularidade” que já é um dos maiores eventos culturais no território que “contribuiu para a promoção do turismo local e internacional”, devido ao “programa diversificado de atividades, nomeadamente a cultura de cada comunidade residente em Macau, como a gastronomia, música e dança e jogos para todas as idades”.

A partir do dia 19 de outubro, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Damão e Diu, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau vão ter expositores com artesanato e petiscos e bebidas típicas junto às Casas-Museu da Taipa.

Em resposta à Lusa, a Casa de Portugal destacou que este ano o espaço luso “vai contar com a presença do artesão Arlindo Moura, da Rota da Filigrana, que concilia esta arte com a cortiça”, enfatizando para a importância desta festa no território “para todos os membros das diversas comunidades lusófonas”.

Já a Casa do Brasil em Macau aposta no artista brasileiro Fábio Panone Lopes, que trabalha com grafite, para transformar o espaço canarinho numa favela.

“Ele vai pintar uma mini favela, que é uma realidade brasileira, para nós mostrarmos que não há só coisas más nas favelas, também há muita coisa boa”, explicou à Lusa a presidente da Casa do Brasil, Jade Martins.

A associação guineense escolheu como tema a pesca tradicional daquele país. “Dá-nos a oportunidade de mostrámos a nossa cultura e a forma como as famílias vivem”, apontou a presidente da Associação dos Guineenses, Naturais e Amigos da Guiné-Bissau em Macau, Grazia Lopes.

Por outro lado, a associação de Timor-Leste vai apostar na promoção turística do país, especialmente “as praias paradisíacas do ilhéu de Jaco”, porque Timor-Leste, “não é só Díli”, disse a vice-presidente da Associação de Amizade Macau-Timor.

A presidente da Associação Amizade Macau-Cabo Verde, Ada Sousa, apontou que este ano o país irá dar ênfase às danças tradicionais do país.

Por fim, o presidente Associação Angola-Macau, Alexandre Correia da Silva, preferiu destacar o facto do evento “ser muito importante para a comunidade de Macau” e que no ‘stand’ do país vão estar algumas informações sobre Angola.

O Festival da Lusofonia articula-se com a semana cultural da China e países lusófonos, que está a decorrer desde segunda-feira, com a participação de mais de 130 artistas com concertos no Largo do Senado, no coração de Macau, e na Doca dos Pescadores de grupos de Portugal (D.A.M.A), Cabo Verde (Grace Évora e Banda), Angola (Paulo Flores), Timor-Leste (Black Jesuz), Moçambique (Moza Band), Brasil (Banda Circulô), Guiné-Bissau (Rui Sangara), São Tomé e Príncipe (Alex Dinho) e China (Grupo Artístico Folclórico de Songjiang).

11 Out 2018

Trump diz que a Fed enlouqueceu em reação à forte queda de Wall Street

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que “a Reserva Federal (Fed) enlouqueceu”, em reação à acentuada queda bolsista ocorrida na quarta-feira em Wall Street.

Questionado se está preocupado pelo resultado da sessão bolsista na praça nova-iorquina, Donald Trump respondeu que se trata de uma “correção que já era esperada há muito tempo”, continuando as suas críticas à Fed, o banco central norte-americano.

“A Fed está a cometer um erro. Creio que a Fed enlouqueceu”, respondeu aos jornalistas em Erie, no estado da Pensilvânia, antes de realizar um comício.

“Há quem diga que [a subida das taxas de juro] dá muita segurança, e sim, dá muita segurança e muita margem, mas creio que a Fed enlouqueceu”, acrescentou.

Wall Street encerrou hoje com fortes e generalizadas baixas, na sua pior sessão em oito meses, com os índices de referência a perderem mais de 3%: o seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 3,15%, o alargado S&P 500 recuou 3,29% e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 4,08%.

11 Out 2018

Taylor Swift é a grande vencedora dos American Music Awards e apela ao voto nos EUA

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aylor Swift foi a grande vencedora dos American Music Awards (AMA), na noite de terça-feira, no Microsoft Theater, em Los Angeles, com quatro galardões, incluindo artista do ano, assim como a latina Camila Cabello, que arrecadou outras quatro distinções.

No discurso de agradecimento dos prémios, a cantora norte-americana – que, além de artista do ano, recebeu ainda o de digressão do ano, melhor álbum Pop/Rock e melhor artista feminina Pop/Rock – reforçou o apelo aos americanos para que votassem nas eleições intercalares de novembro, dois dias depois de, na rede social Instagram, ter declarado que vai votar pelo Partido Democrata.

“Só quero mencionar que este prémio [artista do ano] e todos e cada um dos prémios entregues esta noite foram votados pelo povo. E sabem que mais é que o povo vai votar? (…). As eleições intercalares de 06 de novembro. Saiam e votem”, disse Taylor Swift, em Los Angeles.

A estrela pop fez referência às próximas eleições nos EUA, nas quais os democratas esperam recuperar o terreno perdido contra os republicanos e o atual presidente, Donald Trump.

Swift tem chamado a atenção da comunicação social nos últimos dias, depois de ter quebrado o seu silêncio político e escrito uma longa mensagem na rede social Instagram, na qual tem 112 milhões de seguidores, em que garante que votará em candidatos democratas.

Desde segunda-feira, de acordo com a plataforma vote.org, os centros de recenseamento têm registado números recorde de inscrições, sobretudo em eleitores entre os 18 e os 29 anos. Dos 240 mil novos registos de outubro, em vésperas de fecho do recenseamento, 102 mil são posteriores ao apelo de Taylor Swift, segundo esta associação.

A outra grande vencedora da noite dos American Music Awards foi a cubano-americana Camila Cabello, que venceu nas categorias de nova artista do ano, melhor colaboração, melhor vídeo e melhor canção Pop/Rock (estas últimas três categorias para o tema “Havana”).

“Não posso acreditar que ganhei este”, disse a jovem cantora ao receber o prémio de nova artista do ano.

Cabello, que afirmou estar “sem palavras”, agradeceu aos seus pais, presentes na cerimónia, e aos seus seguidores.

Por seu turno, a também latina Cardi B, uma das favoritas aos AMA com oito nomeações, ganhou três prémios: melhor artista de rap/Hip-Hop, melhor rap, por “Bodak Yellow” e melhor música de soul/R&B, por “Finesse” com Bruno Mars.

A rapper foi, além disso, uma das estrelas da noite com uma interpretação muito latina e espetacular de sua música “I Like It”, com o colombiano J Balvin e o porto-riquenho Bad Bunny.

Pior sorte teve o canadiano Drake, que também tinha oito nomeações, mas acabou por sair da gala de mãos vazias.

A 46ª edição da AMAs, que teve Tracee Ellis Ross como mestre de cerimónias, começou com Taylor Swift interpretando ao vivo “I Did Something Bad”.

Frente ao microfone, também desfilaram, além de Cardi B e Camila Cabello, outros artistas como Mariah Carey, Jennifer Lopez, Shawn Mendes, Twenty One Pilots, Dua Lipa, Ciara ou Carrie Underwood.

O grupo norte-americano Panic! At the Disco prestou homenagem à banda inglesa Queen, com a famosa música “Bohemian Rhapsody”.

No entanto, o momento mais emocionante dos AMA foi o tributo à estrela da ‘soul’ Aretha Franklin, que morreu em agosto, aos 76 anos, no qual se juntaram as vozes de cantoras como Gladys Knight, Ledisi e CeCe Winans.

As nomeações para os American Music Awards baseiam-se nas vendas recordes de álbuns e músicas digitais, transmissões de rádio e ‘streaming’ (transmissão ‘online’) medidos pela Billboard e os seus parceiros Nielsen Music e Next Big Sound. Em contrapartida, os vencedores são escolhidos pelos fãs, com os seus votos.

11 Out 2018