Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Novos protestos junto ao banco do qual o rei é o maior accionista [dropcap]A[/dropcap] sede do Banco Comercial do Sião (SCB), cujo maior accionista é o rei da Tailândia, vai ser hoje o centro de um novo protesto do movimento estudantil que exige reformas democráticas na política e na Casa Real. O protesto centra-se nas finanças do rei Vajiralongkorn, a quem foi concedido o poder de controlar pessoalmente uma fortuna real de pelo menos 35 mil milhões de dólares quando subiu ao trono. Inicialmente convocada para junto do gabinete das propriedades da coroa (Crown Property Office), a manifestação mudou de local, de acordo com um anúncio dos organizadores na terça-feira à noite, depois da instalação de cerca de seis mil barricadas de polícia e de arame farpado no local, e também para evitar protestos dos apoiantes do rei. Apesar de as manifestações pró-democracia lideradas por estudantes, que começaram regularmente em julho, serem pacíficas, as autoridades tailandesas utilizaram já canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo para reprimir os manifestantes. “O recurso à violência, ou a medidas duras, para tentar pôr fim aos protestos só irá reforçar ainda mais a opinião de que o actual Governo não representa os ideais do povo”, disse Mu Sochua, representante do grupo parlamentar da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático] para os direitos humanos, numa declaração, apelando às autoridades para que adoptem um “tom conciliatório”. O protesto de hoje tem lugar na sede do banco SCB onde o rei Vajiralongkorn é o maior accionista com 23,38% das acções, de acordo com os últimos dados publicados no mercado de ações tailandês. Lideradas por grupos de estudantes, as manifestações tem sido realizadas quase diariamente, algumas delas em grande número, e desafiam publicamente o estatuto do rei e da Casa Real, protegidos por lei de insultos ou críticas, um crime punido com duras penas de prisão. Nos últimos dias, a polícia acusou vários ativistas pró-democracia de crimes de lesa-majestade, puníveis com 15 anos de prisão, e estão a considerar alargar a acusação a mais líderes dos protestos. O rei Vajiralongkorn, de 68 anos, ascendeu ao trono em 2016, sendo menos respeitado do que o falecido pai, o venerado Bhumibol Adulyadej. Uma das críticas do movimento pró-democracia são as longas estadas do monarca na Alemanha, onde vive habitualmente. Na sequência dos protestos, o monarca está na Tailândia desde meados de outubro. Vajiralongkorn aumentou o poder, depois de em 2017 ter assumido o controlo de várias unidades militares em Banguecoque e da fortuna real. A pedido do monarca, o parlamento tailandês eleito pela antiga junta militar (2014-2019) aprovou uma emenda à lei, em julho de 2017, para colocar o Crown Property Office, que gere a fortuna da família real, sob a autoridade única de Vajiralongkorn. A Casa Real da Tailândia é a mais rica do mundo, de acordo com um estudo publicado em 2011 pela revista Forbes, e tem uma grande carteira de investimentos em propriedades e empresas.
Hoje Macau SociedadeDocomomo alerta para descaracterização da Escola Portuguesa de Macau [dropcap]A[/dropcap] Docomomo, organização internacional de defesa do património arquitetónico moderno, defendeu que o projecto de expansão da Escola Portuguesa de Macau (EPM), aprovado em Junho, vai descaracterizar o conjunto de autoria de Raúl Chorão Ramalho. O relatório da Docomomo Internacional, divulgado esta terça-feira na sessão de abertura do quinto seminário da Docomomo Macau, com o tema “Como prolongar a vida dos edifícios?”, considerou que a EPM, “uma das obras-primas do modernismo em Macau” está sob uma “ameaça séria e imediata” devido aos futuros trabalhos previstos na Planta de Condições Urbanísticas (PCU), aprovada pelo Conselho de Planeamento Urbanístico do território. Entre vários aspectos, a Docomomo alertou que a EPM integra pavilhões isolados, característica que será perdida pela construção prevista na PCU de uma torre de 50 metros, que reduz os espaços exteriores e descaracteriza o espaço. A utilização de “um modelo 3D” deixou claro que “não construir em todo o lado” permite respeitar o conceito e deixar espaço para alguns pátios, disse o arquiteto e presidente da Docomomo Macau, Rui Leão. A EPM, na altura denominada Escola Comercial, foi construída entre 1963 e 1965 pelo português Chorão Ramalho (1914-2002), uma referência na história da arquitectura moderna mundial, tendo deixado obra construída no Brasil, Macau e Portugal. Rui Leão apresentou ainda o relatório da Docomomo sobre o edifício rainha D. Leonor, que considerou merecer ser preservado por ser também um exemplo da arquitetura modernista no território. Em 2018, o Conselho de Planeamento Urbanístico autorizou a demolição do edifício. Para a Docomomo, o edifício, construído nos anos de 1950, é testemunho de vivências e da história, tem valor estético, artístico e técnico, destaca-se pelo conceito de arquitetura da estrutura e de integração urbana, além de se constituir como um testemunho simbólico e como fonte de conhecimento. Leão destacou ainda o percurso de José Lei, arquitecto responsável pelo edifício rainha D. Leonor, nascido em Macau em 1930. No início dos anos de 1950, Lei começou a trabalhar com o pai, António Lei, funcionário das Obras Públicas de Macau e responsável por vários edifícios públicos e privados na cidade. Mais tarde, estabeleceu atelier próprio em Hong Kong, o Lei’s Architects, onde desenvolveu o edifício rainha D. Leonor. Mais tarde, ao serviço do Governo da antiga colónia britânica, José Lei foi responsável pela construção do Museu do Espaço, entre 1977 e 1980, pelo Centro Cultural (1989) e pelo Museu de Arte (1991).
Hoje Macau InternacionalEUA | Biden anuncia membros do Governo depois de Trump permitir transição Joe Biden anunciou as primeiras escolhas do futuro Governo norte-americano, incluindo o nome de Antony Blinken como secretário de Estado e John Kerry para a pasta do combate às mudanças climáticas. A antiga dirigente da Reserva Federal (Fed) Janet Yellen será a primeira mulher à frente da pasta do Tesouro. Alejandro Mayorkas será o novo secretário de Segurança Interna, numa Administração que vai retomar o papel fundamental da NATO [dropcap]A[/dropcap]s escolhas do Presidente eleito norte-americano para posições-chave no novo Governo revelam uma preocupação de mudança fundamental em relação às políticas de Donald Trump, de encontrar figuras muito próximas do ex-Presidente Barack Obama e de aposta na diversidade. Entre as escolhas que deverão ser anunciadas esperam-se nomes como Michele Flournoy, uma veterana do Pentágono, que deverá ser indicada para o cargo de secretária de Defesa, sendo a primeira mulher neste cargo, Jake Sullivan, um conselheiro de longa data de Biden e Hillary Clinton, para conselheiro de segurança nacional da Casa Branca e Avril Haines, que deverá ser indicada para directora dos serviços de inteligência nacional. O Presidente eleito deverá ainda anunciar a veterana diplomata Linda Thomas-Greenfield como futura embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. “Preciso de uma equipa pronta desde o primeiro dia”, escreveu Joe Biden num comunicado divulgado na segunda-feira, explicando que as suas escolhas recaíram sobre “pessoas tão experientes e testadas como inovadoras e criativas”. Além disso, Biden prometeu construir o Governo mais diversificado da história moderna de forma muito célere. Apesar das birras O Colégio Eleitoral de Michigan, um dos estados decisivos nas eleições presidenciais norte-americanas de 3 de Novembro, certificou ontem a vitória do democrata Joe Biden naquele Estado, apesar das pressões de Donald Trump para atrasar o processo. Após a análise do relatório executado por uma comissão, que demonstrou a vitória de Joe Biden naquele Estado por 154 mil votos, o Colégio Eleitoral, composto por dois democratas e dois republicanos, confirmou a vitória de Biden com três votos a favor e uma abstenção. Na sexta-feira, Donald Trump tinha recebido juízes estaduais e líderes do Senado e da Câmara dos Representantes do Michigan na Casa Branca, pressionando-os para que não certificassem a vitória de Joe Biden naquele Estado, segundo a agência AFP. A decisão constituiu mais um revés nos esforços de Trump para utilizar meios não convencionais para mudar o rumo das eleições presidenciais. Segundo a lei de Michigan, Biden reivindica todos os 16 votos eleitorais, após vencer por 2,8 pontos percentuais, uma margem maior do que em outros Estados onde Donald Trump também contesta os resultados, como Geórgia, Arizona, Wisconsin e Pensilvânia, noticia a agência AP. Os esforços do republicano para evitar o reconhecimento da derrota eleitoral têm encontrado cada vez mais resistência nos tribunais e de outros republicanos, a apenas três semanas do Colégio Eleitoral se reunir para certificar a vitória de Biden. Além da boa notícia para os democratas vinda do Michigan, a Administração dos Serviços Gerais, uma agência federal dos EUA, comunicou oficialmente ao Presidente eleito Joe Biden que a Administração do Presidente em funções, Donald Trump, está preparada para fazer a transição formal de poder. O Presidente ainda em funções confirmou esta informação através do Twitter. Segundo um documento obtido pela CNN, a Administração dos Serviços Gerais informou a equipa de Joe Biden de que é o “vencedor aparente” das eleições presidenciais, notícia que também é avançada pela agência Associated Press (AP). Desastre judicial A decisão terá sido tomada depois dos “mais recentes desenvolvimentos envolvendo disputas legais e certificações de resultados eleitorais” disse a administradora Emily Murphy, citada pela AP, apesar de Donald Trump ainda estar a tentar reverter os resultados das eleições nos estados considerados de ‘maior peso’ no colégio eleitoral. Apesar de não serem mencionados, esses desenvolvimentos estarão relacionados com a certificação da vitória de Biden no Michigan, assim como a rejeição de um processo judicial no Pensilvânia por parte da campanha de Donald Trump para impedir a ratificação dos resultados. Esta decisão ‘abre o caminho’ para o democrata Joe Biden aceder às agências e fundos federais, de modo a começar a constituir formalmente a Administração que vai governar o país durante os próximos quatro anos e cuja tomada de posse está agendada para 20 de Janeiro. A AP também explicita que Donald Trump deu instruções à sua equipa para cooperar na transição de administrações, mas o ainda Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) promete continuar a lutar para reverter os resultados, que considera fraudulentos desde que foram conhecidas as primeiras projecções que apontavam para a vitória de Biden. Trump, entretanto, utilizou a rede social Twitter para confirmar esta informação. “No melhor interesse do nosso país, recomendei a Emily [Murphy, responsável da Administração dos Serviços Gerais dos EUA] e à sua equipa para fazerem o que tem de ser feito em relação aos protocolos iniciais [de transição de administrações], e disse à minha equipa para fazer o mesmo”, escreveu. Ainda assim, o ainda Presidente dos EUA fez questão de realçar que vai manter a luta judicial para invalidar os resultados das eleições e que vai ser bem-sucedido. Trump diz também que Murphy foi “assediada, ameaçada e abusada” e que não quer ver tal coisa a acontecer “a ela, à sua família ou aos funcionários da Administração dos Serviços Gerais”. Contudo, o ainda chefe de Estado norte-americano não admitiu a derrota nas presidenciais e considerou, no mesmo ‘tweet’ que ainda há hipóteses de reverter os resultados eleitorais. “O nosso caso continua fortemente, vamos manter a boa luta e acredito que vamos prevalecer”, explicitou Donald Trump. A senhora do Tesouro A antiga dirigente da Reserva Federal (Fed) Janet Yellen foi a escolhida por Joe Biden para Secretária do Tesouro, e vai ser a primeira mulher a desempenhar este cargo. A notícia é avançada pela Associated Press (AP), que confirmou a informação junto de uma fonte, que pediu o anonimato, familiarizada com o processo de escolha dos elementos da equipa de Biden para os próximos quatro anos. Enquanto Secretária do Tesouro, Yellen vai iniciar o primeiro de quatro anos de mandato da Administração Biden com a economia norte-americana fragilizada, por causa da pandemia. O desemprego que subiu em ‘flecha’, a reposição de medidas de confinamento obrigatório em várias cidades dos EUA para mitigar a propagação do SARS-CoV-2 e a incerteza que está a dominar os mercados são obstáculos com os quais Yellen se vai deparar a partir do final de Janeiro. Janet Yellen, de 74 anos e que foi também a primeira mulher a chefiar a Fed (2014-2018), era uma das conselheiras presidenciais da candidatura de Biden. Entre as funções da futura Secretária do Tesouro vai estar a negociação da política económica com o senador Mitch McConnel, republicano eleito pelo Kentucky, que vai continuar como líder da maioria republicana no Senado. Outra pasta a anunciar será ocupada por Alejandro Mayorkas enquanto próximo Secretário da Segurança Interna. Importa recordar que Mayorkas já desempenhou a função de subsecretário nesta pasta entre 2013 e 2016, no Governo de Barack Obama. Saída da toca O secretário-geral da NATO e o Presidente eleito dos Estados Unidos mantiveram ontem uma conversa telefónica sobre a importância da Aliança Atlântica como “pedra angular” da segurança colectiva na Europa e na América do Norte. Num comunicado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é referido que o secretário-geral Jens Stoltenberg manifestou o desejo de “trabalhar muito de perto” com Joe Biden para fortalecer “ainda mais” a ligação entre a América do Norte e a Europa e, ao mesmo tempo, preparar a reunião da liderança da Aliança Atlântica me 2021. Stoltenberg, lê-se no comunicado, também felicitou Biden pela vitória nas eleições presidenciais norte-americanas de dia 3 deste mês e agradeceu ao dirigente democrata por sempre ter defendido a NATO e a relação transatlântica. Entretanto, também a Europa apelou ao futuro ocupante da Casa Branca para um encontro de trabalho. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, convidou Joe Biden, para uma reunião em Bruxelas com os líderes europeus em 2021, para relançar a parceria transatlântica, anunciou o seu gabinete. Em comunicado, o porta-voz do presidente do Conselho indica que este conversou ao telefone com Biden “e felicitou-o pela sua eleição como 46.º Presidente dos Estados Unidos e Kamala Harris como futura vice-presidente”. “Durante a chamada, o presidente Michel propôs a reconstrução de uma forte aliança transatlântica, baseada nos interesses comuns e valores partilhados”, aponta o porta-voz, acrescentando que Charles Michel “saudou o forte compromisso do Presidente eleito Biden para com os aliados da América e o seu apoio à cooperação europeia”. Sublinhando que “a UE está pronta a enfrentar juntamente com os Estados Unidos os grandes desafios de hoje”, tais como “a pandemia da covid-19, a recuperação económica, as alterações climáticas, a segurança e o multilateralismo”, o comunicado dá conta então de que Charles Michel “convidou o Presidente eleito para uma reunião especial com os membros do Conselho Europeu, em Bruxelas, em 2021, para uma discussão sobre as prioridades partilhadas”. Caso Biden aceite o convite, a sua primeira deslocação à Europa como Presidente dos Estados Unidos poderá assim ocorrer durante a presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre do próximo ano. De acordo com o porta-voz, o presidente do Conselho Europeu agradeceu ainda a Biden “o seu claro apoio relativamente à implementação do Acordo de Saída que a UE concluiu com o Reino Unido no ano passado”, acordo esse que “preserva a paz e a estabilidade na Irlanda e respeita integralmente o acordo da Sexta-feira Santa. Biden recebeu outro telefonema de Bruxelas, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a própria na sua conta oficial na rede social Twitter. “Fantástico ter falado com o Presidente eleito Joe Biden. Felicitei-o pela sua vitória. É um novo começo da parceria global UE-EUA”, escreveu Von de Leyen, concluindo que, “trabalhando em conjunto, uma União Europeia forte e uma América forte podem moldar a agenda global com base na cooperação, multilateralismo, solidariedade e valores partilhados”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte já despediu cerca de 800 funcionários por corrupção [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, despediu cerca de 800 funcionários governamentais por actividades ilegais, desde que iniciou o mandato em 2016, no âmbito de uma campanha anti-corrupção. “Continuarei a perseguir todos os trabalhadores do governo envolvidos em casos de corrupção”, advertiu na segunda-feira à noite o chefe de Estado filipino, num discurso televisivo. Acusado por vozes da oposição de alegadamente esconder uma fortuna ilegal em contas estrangeiras, Duterte adiantou que, na próxima semana, vai identificar mais funcionários despedidos por terem cometido ilegalidades. Alfândegas, Imigração, Obras Públicas, Receita Federal ou Filhealth, empresa pública de Segurança Social, têm sido algumas das agências governamentais afetadas por casos de corrupção durante o mandato de Duterte. O Presidente filipino acrescentou que os funcionários despedidos foram punidos com multas administrativas e que o Provedor de Justiça é a figura encarregada de apresentar acusações criminais contra funcionários do Governo envolvidos em crimes como suborno ou corrupção. A guerra contra a corrupção, juntamente com a guerra antidroga e contra os rebeldes comunistas, é um dos pilares da política de Duterte. No mês passado, ordenou ao Departamento de Justiça, que atua como Ministério Público, que “investigasse todo o Governo por corrupção” até ao fim do mandato, em 2022. Duterte mostrou ainda uma lista da Comissão Presidencial Anticorrupção que inclui nomes de congressistas que alegadamente solicitaram comissões em troca da aprovação de projetos de lei, sem identificar os suspeitos. O chefe de Estado filipino sublinhou que o cargo não lhe confere jurisdição para acusar os congressistas suspeitos de corrupção, mas indicou que ia transmitir a lista ao Provedor de Justiça para que este tome medidas. “Segundo a lei política, não tenho o direito de investigar os congressistas, eles pertencem a um órgão governamental separado”, disse Duterte, instando o parlamento a abrir uma investigação interna.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês no Japão para negociar retoma de viagens e questões regionais [dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, chegou hoje ao Japão para abordar com o homólogo japonês formas de reavivar as economias dos dois países, atingidas pela pandemia da covid-19, e questões regionais. Durante a visita de dois dias, Wang Yi e Toshimitsu Motegi vão abordar a retomada de viagens de negócios entre a segunda e a terceira maiores economias do mundo, o que permitiria aos visitantes participarem em atividades comerciais limitadas durante os períodos de quarentena de 14 dias. O Japão lançou recentemente acordos semelhantes com alguns países asiáticos. A visita ocorre numa altura em que o Japão enfrenta nova vaga de infeções pelo novo coronavírus e o Executivo japonês tenta equilibrar medidas de prevenção contra a doença e a necessidade de reavivar a economia. Wang Yi deverá reunir-se com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, durante a visita a Tóquio. O Japão e a China não estão a considerar reagendar a visita de Estado do Presidente chinês, Xi Jinping, ao Japão, originalmente planeada para a primeira metade deste ano, mas adiada devido à pandemia. As relações entre os dois países são frequentemente abaladas por disputas territoriais e memórias da invasão japonesa da China, mas os laços melhoraram nos últimos anos. O Japão, um importante aliado de Defesa dos Estados Unidos, vê a China como um parceiro comercial crucial e enfrenta o desafio de equilibrar as relações com os dois países. A visita também ocorre numa altura de preocupações crescentes sobre a crescente influência da China na região. O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, manteve conversações na semana passada com Suga, com quem concordou intensificar a parceria militar para “promover a paz e a estabilidade na região do Indo-Pacífico”, numa reação à crescente assertividade da China. O Japão e a Austrália, junto com os EUA e a Índia, estão a tentar recrutar outros países para se juntarem a um bloco que visa conter a assertividade territorial da China, o que foi alvo de críticas de Pequim. Após visitar o Japão, Wang Yi vai-se deslocar à Coreia do Sul.
Hoje Macau SociedadeIPOR discute ensino de português à distância após pandemia [dropcap]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) organiza esta sexta-feira e sábado, dias 27 e 28, a VI edição dos “Encontros de Pontos de Rede”, este ano dedicados ao ensino à distância de português como língua estrangeira (PLE), após a pandemia. Em comunicado, o IPOR recorda que a edição de 2020 se realiza no contexto da pandemia de covid-19, que “impôs ao mundo uma nova realidade, até aqui apenas explorada como possibilidade fantástica em obras de ficção”, mas que pode servir de pista para o futuro. “Tal como em outras áreas de actividade, em Educação as dinâmicas de trabalho à distância – já anteriormente em uso e em expansão – emergiram como alternativa natural à presença física dos intervenientes”, pode ler-se na nota. Apesar das “dificuldades e limites” originados pela pandemia, o IPOR aponta também a possibilidade de “aferir potencialidades da interação à distância”, nomeadamente em relação “à racionalização e agilização de processos administrativos e à condução da acção pedagógico-didáctica”. “É, pois, altura de fazer os balanços possíveis e de repensar o futuro próximo e o futuro mais distante pós-pandemia, em tempo ainda incerto”, indica-se na nota. Organizados anualmente, os Encontros de Pontos de Rede “pretendem criar um espaço de partilha de experiências entre professores de PLE e investigadores nesta área”. A edição deste ano, que vai discutir, entre outros, “estratégias e recursos didáticos” e a “avaliação e certificação de aprendizagens”, conta com a participação de académicos de vários países, incluindo José Pascoal, da Universidade de Macau, Raquel Carinhas, da Universidade da República do Uruguai e do Camões I.P., Helena Araújo e Sá, da Universidade de Aveiro, Filomena Capucho, da Universidade Católica Portuguesa, e Ana Sofia Pinho, da Universidade de Lisboa. Estão ainda confirmadas comunicações de docentes e investigadores do Brasil, Chile, França e Tailândia, bem como do Instituto Politécnico de Macau e de várias universidades do interior da China, incluindo a Universidade de Comunicação da China e a Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, além das universidades de Nankai, Jiaotong e Hebei, segundo a mesma fonte. A sessão de abertura realiza-se no dia 27 de novembro, às 09h00, no auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau.
Hoje Macau SociedadePolícia Judiciária interroga menores devido à prática de bullying [dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária revelou ontem que investigou quatro jovens com idade entre os 14 e 15 anos, devido à prática de bullying. Segundo um comunicado, o caso começou em 14 de Outubro, quando um dos estudantes terá fotografado, sem autorização, uma jovem. A imagem terá sido partilhada em grupos de conversações e usada para fazer “piadas “sobre o aspecto da estudante. Como o gozo com a fotografia nunca mais chegava ao fim, a aluna apresentou queixa a um professor, que utilizou o mecanismo de comunicação das escolas com a polícia para instaurar um processo. Perante a queixa, a PJ interrogou os quatro alunos envolvidos e todos confessaram ter partilhado as fotografias e utilizado os materiais digitais, por se sentirem “aborrecidos”. Contudo, e ao contrário do que acusou a estudante alvo de bullying, os quatro rapazes recusaram que a fotografia tivesse sido tirada sem consentimento da aluna. Mesmo assim, a PJ entendeu que os alunos tinham cometido o crime de “devassa da vida privada”, punível com pena de prisão que pode chegar aos dois anos, e, apesar destes não terem idade para serem acusados, reencaminhou a queixa para o Ministério Público. O objectivo será agora apurar a origem das fotografias. No comunicado de ontem, a PJ apelou aos alunos para não fazerem bullying.
Hoje Macau PolíticaClasse sanduíche | Mais de 90% apoia plano do Governo [dropcap]D[/dropcap]e acordo com os resultados preliminares da consulta pública sobre o plano de habitação da classe sanduíche, mais de 90 por cento dos residentes mostraram ser a favor ou não se opuseram à sua implementação. A informação foi avançada ontem pelo director substituto dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Ung Hoi Ian no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM – Rádio Macau. Segundo o mesmo responsável, apenas 4,5 por cento dos residentes mostraram estar contra a medida. Sobre a definição dos destinatários do programa, Ung Hoi Ian avançou que 50 por cento dos residentes são da opinião de que o termo “classe sanduíche” deve ser aplicado à população que não tem, nem capacidade para adquirir habitação no mercado privado, nem se pode candidatar ao plano de habitação económica. O programa de habitação da classe sanduíche está em consulta pública até dia 11 de Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália lamenta “deterioração desnecessária” das relações com Pequim [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, denunciou hoje a crescente pressão exercida pela China sobre o seu país, acusando Pequim de estar a causar uma “deterioração desnecessária” das relações bilaterais. Numa intervenção durante um encontro ‘online’ com um ‘think tank’ do Reino Unido, Morrison destacou o desejo da Austrália de ter relações “mutuamente benéficas” com Pequim e com os Estados Unidos, enquanto persegue os seus próprios interesses de forma independente. O primeiro-ministro também negou que a Austrália esteja subjugada aos Estados Unidos, num contexto de deterioração das relações sino-americanas. Nos últimos meses, o relacionamento entre Camberra e Pequim deteriorou-se rapidamente. A Austrália excluiu o grupo chinês das telecomunicações Huawei das suas redes de quinta geração (5G) e solicitou uma investigação independente sobre a origem do novo coronavírus. A China, o maior parceiro comercial da Austrália, retaliou ao suspender as importações de um grande número de produtos australianos, incluindo carne, cevada e madeira. De acordo com Morrison, esta diplomacia coerciva é apenas uma “amostra” do que outros países poderão sofrer no futuro. Aludindo ao futuro governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro insistiu que países como a Austrália não deveriam ser forçados a escolher entre Washington e Pequim. “Será necessária mais latitude por parte das maiores potências do mundo, para satisfazer os interesses individuais dos seus parceiros e aliados. Todos nós precisamos de um pouco mais de espaço para avançar”, disse Morrison, no encontro com a unidade de investigação Policy Exchange, do Reino Unido. “Deve haver uma apreciação mais matizada dos interesses dos diferentes estados na maneira como lidam com as grandes potências. As escolhas difíceis não atendem aos melhores interesses de ninguém”, acrescentou o primeiro-ministro australiano.
Hoje Macau China / ÁsiaEx-PM japonês investigado por utilização ilegal de fundos para financiar eventos privados [dropcap]P[/dropcap]rocuradores no Japão estão a investigar o gabinete pessoal do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe pela alegada utilização ilegal de fundos para financiar eventos privados, para os quais foram convidados apoiantes do líder japonês entre 2013 e 2019. Como parte desta investigação, a acusação começou a recolher declarações de secretários que trabalharam para Abe e de funcionários de organizações políticas, para obter mais informação sobre a forma como estes eventos foram financiados, de acordo com as notícias hoje publicadas nos meios de comunicação locais. Estas festas foram realizadas todos os anos em hotéis de luxo, entre 2013 e 2019, para as quais foram convidados centenas de apoiantes da Abe, que são suspeitos de receber um financiamento de cerca de oito milhões de ienes, disseram fontes judiciais à agência local Kyodo. A lei japonesa exige que os partidos e organizações privadas simpatizantes dos políticos declarem todas as suas receitas e despesas, algo que o gabinete pessoal da Abe não teria feito neste caso, de acordo com as mesmas fontes. O antigo primeiro-ministro japonês, que renunciou ao cargo em meados de setembro, devido a problemas de saúde, disse hoje que o seu gabinete privado “está a cooperar plenamente com a investigação”. A acusação abriu a investigação na sequência de um processo instaurado em maio por um grupo de cerca de 660 advogados e académicos contra Abe e os seus assistentes, acusando-os de infringir a lei. O último destes jantares realizou-se na primavera de 2019, no Hotel New Otani, em Tóquio, na véspera de um feriado tradicional para ver as flores de cerejeira, e contou com a presença de cerca de 800 convidados, incluindo figuras proeminentes e apoiantes de Abe, muitos deles de Yamaguchi, a sua terra natal.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Preparação final para recolha de material lunar A China continua a dar passos em frente na conquista do espaço. Pela primeira vez, desde os anos 70, uma nave vai pousar na superfície lunar para recolher rochas e destroços que poderão vir a ser determinantes na compreensão do sistema solar [dropcap]T[/dropcap]écnicos chineses estiveram ontem a fazer os preparativos finais para uma missão que visa trazer de volta material da superfície lunar, no que seria um grande avanço para o programa espacial da China. A nave Chang’e 5 vai realizar a missão lunar mais ambiciosa do país asiático até à data e marca a primeira vez em quatro décadas que um país tenta trazer rochas e destroços da Lua para a Terra. Isto poderia aumentar a compreensão humana sobre a Lua e o sistema solar em geral. Os quatro módulos da Chang’e 5 devem ser enviados para o espaço esta terça-feira, a bordo do foguete Longa Marcha-5, a partir do centro de lançamento de Wenchang, na província de Hainan, extremo sul da China, de acordo com uma descrição da missão feita pela agência norte-americana NASA. A Administração Espacial da China disse apenas que o lançamento está programado para o final de Novembro. A principal tarefa da missão é perfurar dois metros abaixo da superfície da Lua e recolher cerca de dois quilogramas de rochas e outros detritos para serem trazidos de volta à Terra, de acordo com a NASA. Esta seria a primeira oportunidade que os cientistas teriam para estudar o material lunar, desde as missões norte-americana e russa das décadas de 1960 e 1970. A missão é “realmente desafiadora”, mas a China já conseguiu pousar por duas vezes na Lua com as missões Chang’e 3 e Chang’e 4 e mostrou com um teste da Chang’e 5, realizado em 2014, que pode fazer com que a cápsula volte à Terra, entrando novamente na atmosfera e aterrando na superfície terrestre, disse Jonathan McDowell, astrónomo do Centro de Astrofísica da Harvard-Smithsonian. Agora só falta mostrar que pode recolher amostras e descolar novamente da lua, disse McDowell. “Estou bastante optimista de que a China conseguirá fazê-lo”, disse. Bom exemplo O módulo da Chang’e 5 só pode permanecer na lua por um dia lunar, ou cerca de 14 dias terrestres, porque não tem as unidades de aquecimento de radioisótopos que a actual sonda lunar na China, a Chang’e 4, possui, para resistir às noites gélidas da lua. O módulo de pouso cavará em busca de materiais com uma broca e braço robótico. Os materiais serão transferidos para um elevador. Os materiais serão então movidos para a cápsula de retorno, que regressará à Terra. A complexidade técnica do Chang’e 5, com os seus quatro componentes, torna-o “notável em muitos aspectos”, disse Joan Johnson-Freese, especialista em assuntos do Espaço do Colégio de Guerra Naval dos Estados Unidos. Se for bem-sucedido, pode ser um projecto replicado para recolher amostras em Marte ou mesmo para uma missão lunar tripulada, disse Johnson-Freese. “A China está a revelar-se capaz de desenvolver e executar com sucesso programas sustentados em alta tecnologia, importantes para aumentar a sua influência regional e realizar parcerias potencialmente globais”, disse. A missão, baptizada em homenagem à deusa chinesa da lua Chang’e, está entre as mais ousadas da China desde que colocou um homem no espaço, pela primeira vez, em 2003, tornando-se a terceira nação a fazê-lo, depois dos EUA e da Rússia. Embora muitas das conquistas anteriores do programa espacial da China, incluindo a construção de uma estação espacial experimental e a realização de uma caminhada espacial, reproduzam feitos alcançados por outros países anteriormente, o país está agora a progredir para a realização de feitos únicos. Sempre a abrir A Chang’e 4 foi a primeira sonda a pousar no lado relativamente inexplorado da Lua, que não é visível a partir da Terra, e está a fornecer medições completas da exposição à radiação da superfície lunar, que são vitais para qualquer país que planeie enviar astronautas à Lua. Em Julho passado, a China tornou-se um dos três países a lançar uma missão a Marte, que vai procurar sinais de água no planeta vermelho. As autoridades chinesas dizem que a nave Tianwen 1 está em curso para chegar a Marte por volta de Fevereiro. Embora os EUA tenham seguido de perto os sucessos da China, é improvável que colaborem com o país, numa altura de crescentes tensões e desconfiança política, rivalidade militar e acusações de usurpação de tecnologia por parte da China.
Hoje Macau SociedadeIPM | Macau comemora 60 anos de ensino de português na China O Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM organiza até 3 de Dezembro o congresso “Português na China: seis décadas no Ensino Superior”. Segundo Zhang Yunfeng, responsável pelo evento, a língua portuguesa está “de boa saúde” e a procura de cursos está a crescer [dropcap]O[/dropcap] ensino universitário de português na China começou em 1960, em Pequim, e seis décadas depois está “de boa saúde”, sendo ensinado em 50 instituições, disse à agência Lusa o responsável pelo congresso “Português na China: seis décadas no Ensino Superior”, organizado para assinalar a efeméride. O congresso é organizado pelo Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa (CPCLP), do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e decorre até ao próximo dia 3 de Dezembro, incluindo uma série de quatro mesas-redondas sobre temas “de reconhecida relevância para o universo da difusão da lusofonia em território chinês”, segundo um comunicado do IPM. Para o professor Zhang Yunfeng, coordenador do CPCLP, o interesse pelo português, não só não diminuiu desde a devolução de Macau à China, em 1999, como registou mesmo um crescimento “enorme” nos últimos anos. Segundo o professor, no ano 2000 havia apenas “três instituições de ensino superior” a ensinar português na China continental, apontando que “muitos cursos foram criados em anos recentes”, desde 2010. “Há cada vez mais alunos, mais professores, mais manuais, e o português da China também está a atrair cada vez mais a atenção do mundo”, garantiu Zhang, recordando o lançamento, no ano passado, da “primeira revista académica na área do português na Ásia, ‘Orientes de Português'”, criada pelo CPCLP, em colaboração com a Universidade do Porto. “O português está de boa saúde e está mesmo a crescer em vez de descer, não apenas nas actividades pedagógicas, mas também nas actividades científicas”, sublinhou. Natural do Interior da China, o professor, que trabalha há seis anos em Macau, depois de dar aulas em Pequim, fala fluentemente português, e é ele próprio um produto do sistema de ensino universitário da língua portuguesa no país. Hoje em dia, a procura de cursos de português na China “é grande”, e a razão, garantiu, é “simples”: “Há mercado”. “Neste momento, há muitas colaborações entre a China e os países de língua portuguesa, a vários níveis: economia, comercial, educação e cultura. Por isso, muitas universidades e instituições de ensino superior na China abriram cursos de português, e os alunos também querem conhecer melhor o mundo lusófono, a língua e a cultura”, afirmou. Para estes alunos, há muitas saídas profissionais, nomeadamente “em empresas chinesas que tenham uma grande colaboração com os países de língua portuguesa”. Oportunidades e desafios O IPM tem várias licenciaturas dedicadas ao português, tanto na área da formação de professores, como na tradução e interpretação de português-chinês. Para Zhang, que adoptou o nome português Gaspar, um dos desafios actuais do ensino da língua portuguesa é a diversificação dos manuais e materiais pedagógicos. A formação de professores na China é outro dos desafios. “Já produzimos manuais de fonética, fonologia, léxico, vocabulário, gramática, história e literatura, mas há sempre áreas em que há lacunas. Muitos chineses que ensinam português na China são muito jovens, ainda estão a fazer mestrado e doutoramento, mas daqui a cinco ou dez anos o número de professores doutorados vai aumentar muito”, antecipou. O congresso, que se realiza de forma virtual, conta com 12 oradores de instituições de ensino superior da China, Portugal, Estados Unidos e Brasil e arrancou ontem com uma mesa-redonda sobre intercâmbios universitários, havendo mais três conferências agendadas.
Hoje Macau EventosEmbaixador português em Pequim elogia nova obra de Siza Vieira e Carlos Castanheira na China [dropcap]O[/dropcap] embaixador português em Pequim considerou hoje que a inauguração da nova obra dos arquitectos Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira na China dá prestígio a Portugal e abre portas aos profissionais do sector. Erguido na cidade de Ningbo, na costa leste da China, o MoAE – Museu de Arte e Educação é a quarta obra de Álvaro Siza Vieira na China, nos últimos seis anos. “É um indicador do reconhecimento e apreço deste mercado pelo trabalho do arquiteto”, apontou José Augusto Duarte. O embaixador comparou a projeção do arquitecto português, vencedor de um prémio Pritzker, ao sucesso de Cristiano Ronaldo no futebol ou de Saramago na literatura. “Entreabre portas à curiosidade por outros profissionais do mesmo ramo e da mesma nacionalidade, beneficia indubitavelmente o prestígio do próprio e do país, mas também põe o patamar de exigência mais elevado aos demais”, notou. O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no rés-do-chão e no topo do museu. O edifício é um projecto do grupo privado chinês Huamao Group, cujo presidente, Xu Wanmao, decidiu convidar Siza Vieira a liderar o projecto após visitar o Museu de Arte Contemporânea, que o arquitecto desenhou para a Fundação Serralves, no Porto. A primeira obra de Siza Vieira na China – um edifício de escritórios, desenhado também em parceria com o arquiteto Carlos Castanheira – foi inaugurado em agosto de 2014, no leste do país. Na Ásia, a dupla portuguesa tem também vindo a assinar projectos em Taiwan e na Coreia do Sul.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Activistas Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam detidos a aguardar sentença [dropcap]O[/dropcap]s activistas de Hong Kong Joshua Wong, Agnes Chow e Ivan Lam vão ficar detidos enquanto aguardam pela sentença de um tribunal por terem organizado uma manifestação não autorizada em Junho de 2019. A informação foi avançada à agência de noticias espanhola EFE por fontes do extinto partido Demosisto, ao qual pertenciam os três jovens activistas. Os três arguidos, que testemunharam perante o tribunal, estão agora detidos no centro Lai Chi Kok, à espera que os juízes pronunciem a sentença, que poderá ir até cinco anos de prisão. A leitura da sentença deverá ser feita a 2 de Dezembro, indicou Agnes Chow na rede social Facebook. Horas antes, Joshua Wong anunciou que os três activistas iam declarar-se culpados no julgamento, pela organização e participação numa manifestação não autorizada. “Não ficaria surpreendido se fosse detido ainda hoje”, disse Wong aos jornalistas ao chegar ao tribunal, esta manhã. “Continuaremos a lutar pela liberdade, e este não é o momento de nos achatarmos perante Pequim ou de nos rendermos”, disse o rosto do movimento dos ‘guarda-chuvas amarelos’ em 2014. Joshua Wong denunciou a detenção de 23 activistas, jornalistas e conselheiros, nas últimas três semanas. “Todos os dias temos activistas em julgamento, manifestantes enviados para a prisão”, de acordo com uma nota enviada aos jornalistas e a que Lusa teve acesso. “Sob as contínuas investidas contra os dissidentes da cidade, gerações de jovens vão de protestos a prisões. Para salvaguardar a liberdade do lugar onde nascemos, todos eles fizeram um sacrifício silencioso, mas sem arrependimento. Alguns deles foram torturados, forçados ao exílio”, frisou. A mobilização pró-democracia no território foi muito forte até ao final do ano passado com manifestações que chegaram a ter dois milhões de pessoas, segundo os organizadores dos protestos. Em junho, a resposta de Pequim aos protestos em Hong Kong surgiu com a imposição da lei da segurança na região administrativa especial chinesa, o que levou activistas a refugiarem-se no Reino Unido e em Taiwan.
Hoje Macau InternacionalG20| Líderes defendem acesso universal a vacinas e ajuda à OMS Vários líderes mundiais reiteraram neste fim-de-semana a defesa de um sistema que garanta o acesso universal às vacinas contra a covid-19, durante a cimeira do G20. Além disso, foi pedido a atribuição, pelas principais 20 economias mundiais, de uma ajuda de 4,5 mil milhões de dólares à Organização Mundial de Saúde, de forma a reforçar a resposta à pandemia [dropcap]R[/dropcap]ealizou-se este fim-de-semana a cimeira anual de 2020 do G20, que reuniu líderes de 19 países que representam cerca de 90 por cento do PIB mundial, a União Europeia e governadores de bancos centrais. A Arábia Saudita foi a anfitriã da cimeira deste ano, que decorreu por videoconferência, formato que se tornou norma desde a explosão global da pandemia da covid-19, que foi, como seria de esperar, o principal foco das conversações. Um dos assuntos que dominou as conversações no sábado foi o acesso global à, muito aguardada, vacina para o novo tipo de coronavírus. “Temos de garantir o acesso à escala planetária e evitar a todo o custo o cenário de um mundo a duas velocidades”, afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron, numa intervenção pré-gravada num evento paralelo da primeira reunião dos chefes de Estado e de Governo do G20. Apesar de enaltecer o COVAX, o instrumento internacional lançado para assegurar o acesso justo e equitativo às vacinas em desenvolvimento para a covid-19, Macron vincou que “são necessárias mais contribuições” e propôs a criação de um mecanismo para doações destes fármacos dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. Por sua vez, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, considerou que, “para superar a pandemia, cada país tem de ter acesso à vacina”, alertando que os fundos angariados até agora no âmbito do sistema COVAX “não são suficientes para alcançar este objectivo” e apelando ao apoio dos restantes líderes dos países presentes na cimeira. Também o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, defendeu que o acesso aos tratamentos e às vacinas deve ser um direito de todas as populações. “Para Itália, estes são bens públicos para todos e não o privilégio de uns poucos”, disse, sendo secundado pelo chefe de Governo do Reino Unido, Boris Johnson, que sublinhou o compromisso do país no acesso universal às vacinas e no apoio ao sistema COVAX. Já o Presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou que “a cooperação e a solidariedade são os dois elementos-chave na luta contra a pandemia” e que a distribuição equitativa das vacinas “é uma tarefa colectiva para a comunidade internacional que exige a assinatura de um grande pacto de solidariedade global”. De Madrid, a convite Na mesma linha, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, enviou uma mensagem gravada para o evento, na qual referiu que “a cooperação no seio do G20 é fundamental para ultrapassar a pandemia e regressar ao caminho da recuperação social e económica”. Acto contínuo, fez questão de dizer que o tempo lhe deu razão, quando afirmou que era preciso “cuidar da saúde do povo e da economia ao mesmo tempo” face à emergência do novo coronavírus. “Devemos oferecer as vacinas que estão a ser desenvolvidas como património comum da humanidade, em vez de aprofundar as injustiças existentes”, declarou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante o seu discurso na reunião virtual de líderes, em que advogou a urgência de mecanismos de garantia de “equidade e preços adequados” para as vacinas. Com estatuto de convidada permanente, Espanha fez-se representar pelo presidente do Governo, Pedro Sánchez, que lembrou aos outros chefes de Estado e de Governo que “não estaremos a salvo até que todos estejam a salvo”. Por outro lado, não foi possível ouvir o Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, uma vez que o discurso não foi aberto à comunicação social. Segundo a EFE, Trump fez uma breve aparição no início da cimeira virtual do G20 e depois foi jogar golfe, enquanto os seus homólogos de outros países discutiram medidas contra a pandemia. Abrir cordões à bolsa Foi igualmente debatida a hipótese de atribuir uma ajuda de 4,5 mil milhões de dólares à Organização Mundial de Saúde (OMS), de forma a reforçar a resposta à pandemia. O apelo consta numa carta, a que a agência France-Presse (AFP) teve acesso, assinada pela primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pelo director da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A missiva foca em particular a lacuna de 4,5 mil milhões de dólares que existe actualmente nos fundos da OMS, nomeadamente para responder às necessidades associadas à distribuição das futuras vacinas contra a doença covid-19. “Um compromisso dos líderes do G20 de financiar de forma substancial o défice actual de 4,5 mil milhões de dólares do (mecanismo) ‘ACT-Accelerator’ salvará vidas instantaneamente”, referiu a missiva. O “ACT Accelerator” é uma aliança global liderada pela OMS e parceiros para a produção de forma global e equitativa de diagnósticos, terapêuticas e vacinas. O objectivo passa por assegurar que os países mais desenvolvidos não monopolizem estas vertentes. A rede COVAX é o pilar destinado a garantir o acesso universal a uma vacina contra a covid-19. Tal compromisso do G20 “permitirá uma estratégia para sair da crise”, acrescentaram os signatários da carta dirigida ao anfitrião da cimeira do G20, o rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud. Corrida contra-relógio “Os recentes avanços nas vacinas contra a covid-19 oferecem esperança”, mas estas devem “chegar a todos”, “o que significa que as vacinas devem ser tratadas como um bem público”, “acessível a todos”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em declarações aos ‘media’ em Nova Iorque. “Esta é a única maneira de travar a pandemia” e “a solidariedade é sobrevivência”, reforçou. Durante sete meses, foram investidos 10 mil milhões de dólares no desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e terapêuticas. “Mas há um défice de 28 mil milhões de dólares, dos quais 4,2 mil milhões de dólares serão necessário antes do final do ano”, enumerou Guterres. “Estes fundos são fundamentais para a industrialização, o transporte e o fornecimento de vacinas contra a covid-19″ e os “países do G20 têm os meios” para os financiar, argumentou o secretário-geral da ONU. Na terça-feira passada foi igualmente divulgada uma carta assinada por Guterres dirigida aos líderes do G20. Na missiva, o secretário-geral da ONU apelava aos dirigentes do G20 para demonstrarem audácia e ambição nas medidas relacionadas com a pandemia. “O G20 sabe que será necessária uma nova redução da dívida. O grupo deve agora demonstrar uma maior ambição e propor medidas mais audaciosas para permitir aos países em desenvolvimento enfrentarem a crise de forma eficaz e evitar que a recessão mundial se transforme em depressão mundial”, sublinhou na missiva. Noutro planeta A participação de Donald Trump na cimeira do G20 limitou-se a um discurso gravado, antes de se retirar para mais um dia de golfe. Ao contrário de ter aproveitado a ocasião para se despedir dos seus congéneres, na sequência da derrota nas eleições presidenciais, Trump insistiu que vai manter a Casa Branca. De acordo com o Observer, que teve acesso ao áudio da intervenção, Donald Trump afirmou: “Tem sido uma grande honra trabalhar convosco, estou ansioso para continuar durante muito tempo”. De seguida, o ainda Presidente norte-americano passou a gabar a economia e o poder militar dos Estados Unidos, repetindo a teoria falsa de que a sua Administração seria responsável pelas duas primeiras vacinas contra a covid-19, quando a vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer não foi subsidiada pelo Governo. Num claro contraste com os discursos dos restantes líderes, focados na resposta global à pandemia, Donald Trump mostrou-se desinteressado da cimeira, aliás, não participou no evento “Pandemic Preparedness”, no dia em que os Estados Unidos baterem o recorde de infecções diárias, com 195.500 novos diagnósticos. Aliás, depois de gravar o discurso, marcado pela tónica unilateral, o Presidente publicou no Twitter mensagens sobre as eleições presidenciais e abandonou a Casa Branca para ir jogar golfe.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Milhares de estudantes pedem reforma escolar e mais democracia [dropcap]M[/dropcap]ilhares de estudantes do ensino secundário reuniram-se este sábado no centro de Banguecoque para exigir uma reforma do sistema escolar e apoiar os mais velhos que reclamam a demissão do primeiro-ministro e a reforma da monarquia. Encorajados pelo movimento pró-democracia que abala a Tailândia desde o verão, os jovens organizaram o seu próprio protesto, intitulado “Maus Alunos”, para pedir mudanças em todos os pilares da educação, como programas renovados, flexibilização de regras, igualdade e direito à palavra. Na escola, “dizem-nos o que devemos aprender, como nos vestir e nunca fazer perguntas”, conta Pung, de 15 anos. Na Tailândia, os livros didáticos encobrem muitas das turbulências políticas das últimas décadas, focando a vida dos monarcas, e os estabelecimentos de ensino seguem normas de vestir muito rígidas, com rabo de cavalo e fita no cabelo obrigatório para as meninas e corte militar para os meninos. Na manifestação, muitos jovens falaram da importância da igualdade de género. “A escola não é um lugar seguro” para as meninas, escreveu uma estudante do ensino secundário num cartaz, com a boca amordaçada com fita adesiva, em sinal de protesto. Eles riem-se de mim, “os professores dizem que pareço muito feminino”, revelou Tian, de 16 anos, que quer ser capaz de reivindicar livremente a sua homossexualidade. Entre os adereços dos estudantes, havia pessoas em trajes de dinossauros e bolas de praia grandes a simular asteroides para dizer que, da mesma forma que se acredita que um asteróide atingiu a Terra e levou à extinção dos dinossauros, também os membros antiquados da Tailândia que impedem a mudança enfrentarão uma colisão com o movimento pró democracia do país. Os manifestantes também exigiram, como os estudantes mais velhos, uma reforma da poderosa monarquia e a demissão do primeiro ministro, Prayut Chan-O-Cha, na sequência do golpe de Estado de 2014. Na sexta-feira, o primeiro-ministro endureceu o tom de voz ao avisar que “o governo iria fazer cumprir todas as leis”, mesmo potencialmente a de lesa majestade, que pune com até 15 anos de prisão qualquer difamação contra o rei, e que não tem sido usada desde há alguns anos. “Os limites foram ultrapassados”, acrescentou. Na quarta-feira, milhares de manifestantes reuniram-se na capital, alguns a expressar slogans muito duros contra a monarquia. No dia anterior, seis pessoas foram baleadas e feridas durante confrontos entre manifestantes, forças da ordem e ultrarrealistas, numa escalada de violência sem precedentes desde o início das contestações. O rei Maha Vajiralongkorn ascendeu ao trono em 2016 e é uma figura controversa que reside frequentemente na Alemanha.
Hoje Macau China / ÁsiaArábia Saudita | Cimeira virtual do G20 aborda pandemia, crise económica e ajudas a países pobres [dropcap]A[/dropcap] pandemia de covid-19, a crise económica daí oriunda e as ajudas económicas aos 73 países mais pobres do mundo vão centrar, no próximo fim de semana, a cimeira virtual das 20 economias mais industrializadas do planeta (G20). Organizada pela primeira vez por um país árabe, a Arábia Saudita, e no formato inédito de videoconferência, a cimeira vai abordar a questão das implicações da pandemia no contexto económico e sanitário mundial – a covid-19 já infectou quase 56 milhões de pessoas e matou mais de 1,3 milhões – e eventuais medidas para relançar a economia no mundo. Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), se, por um lado, a esperança na eficácia das vacinas está a subir, a economia, por outro, está ainda longe de ver a luz ao fundo do túnel, uma vez que as projeções apontam para que o Produto Interno Bruto (PIB) global deva diminuir 4,4% em 2020. Os países do G20 gastaram já cerca de 11.000 biliões de dólares para salvar a economia mundial e têm pela frente uma “bomba-relógio”: a dívida dos países pobres, que se confrontam com um colapso (menos 700.000 milhões de dólares, segundo a Organização para a Cooperação e desenvolvimento Económico – OCDE) do seu financiamento externo. A 13 deste mês, os ministros das Finanças do G20 acertaram um “quadro comum”, que implica pela primeira vez a China e os credores privados, para aliviar o peso da dívida, um avanço em relação à moratória de pagamento de juros implementada em abril, mas ainda insuficiente para as organizações não-governamentais (ONG). “O G20 está a manter a cabeça na areia e não responde à urgência da situação”, numa altura em que, segundo perspectivou o Banco Mundial (BM), entre 88 e 115 milhões de pessoas deverão cair na extrema pobreza”, referiu Katherine Tu, dirigente da Action Aid. Uma das soluções seria usar os Direitos Especiais de Saque (SDR, em inglês) do FMI, um instrumento de financiamento já usado durante a crise económica de 2008. Numa entrevista recente ao Financial Times, o ministro das Finanças saudita, Mohammed al-Jaddan, disse estar confiante nessa solução, apesar das reservas iniciais dos Estados Unidos, cuja participação ao mais alto nível na cimeira ainda está em dúvida, uma vez que Donald Trump, derrotado pelo democrata Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas de 03 deste mês, não confirmou a presença. “Isso diz muito do seu interesse [de Trump] na cimeira do G20. Estas grandes reuniões são, de facto, menos válidas para um programa oficial muito consensual ou para o comunicado de imprensa final, muitas vezes muito suave, do que para as separações entre pessoas poderosas, os laços forjados à mesa, nos intervalos para café, nos corredores ou salas de ginástica dos hotéis”, comentou John Kirton, diretor do Centro de Investigação do G20. No entanto, para o também professor da Universidade de Toronto, a “diplomacia digital” também tem as suas vantagens, ainda que apenas por questões de logística e segurança, numa região sob grande tensão. Por outro lado, para Camille Lons, investigadora do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IIEE), a cimeira é “uma oportunidade claramente perdida” para a Arábia Saudita, que “quis aproveitar para melhorar um pouco sua imagem”, maculada pelo assassínio, há dois anos, do jornalista Jamal Khashoggi. Menos importante a nível global, o tema dos direitos humanos na Arábia Saudita não deixa de estar em foco, uma vez que as organizações não-governamentais terão a oportunidade de interpelar a comunidade internacional sobre uma questão que gera grandes críticas à atuação das autoridades de Riad. Parentes de ativistas presos chegaram mesmo a apelar aos líderes mundiais para boicotarem a cimeira ou para, pelo menos, pressionarem os líderes sauditas a libertar os presos políticos e a garantir o respeito pelos direitos humanos. A repressão às vozes dissidentes manchou a imagem do príncipe herdeiro Mohammad bin Salmane, que está, simultaneamente, a operar reformas para aligeirar as leis muito conservadoras no reino muçulmano. Além da Arábia Saudita, o G20 é integrado pela África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, bem como pela União Europeia (UE) e pela Espanha, como país convidado permanentemente.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping rejeita que a China queira desassociar-se economicamente dos EUA [dropcap]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, rejeitou hoje sugestões de que o seu país procurará desassociar-se economicamente dos Estados Unidos e outros parceiros comerciais, numa altura de crescentes tensões em torno do comércio e tecnologia. Numa intervenção ‘online’ durante uma reunião com executivos da região Ásia Pacífico, Xi prometeu continuar a abrir o mercado chinês, mas não anunciou nenhuma iniciativa para responder às reclamações de que o Partido Comunista subsidia indevidamente as empresas chinesas, enquanto as protege da competição externa. Xi rejeitou as sugestões de que Pequim poderia responder às sanções dos EUA contra as suas empresas de tecnologia libertando-se da ligação a parceiros globais, visando a auto-suficiência. O Partido Comunista promoveu os seus próprios padrões tecnológicos, ao bloquear o acesso de firmas estrangeiras à rede doméstica. Isto gerou temores de que os mercados mundiais se possam dividir em segmentos menores, com padrões industriais incompatíveis, prejudicando a produtividade. “Nós nunca iremos recuar na História e tentar separar-nos ou formar um ‘pequeno círculo’ para manter os outros de fora”, disse Xi. O evento de hoje ocorreu na véspera da reunião entre os líderes da Organização de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) organizada pela Malásia. Os comentários de Xi seguiram-se à assinatura, no domingo, do maior acordo de livre comércio do mundo, a Parceria Económica Compreensiva Regional, que inclui a China e 14 países asiáticos. O acordo atrai outros países em desenvolvimento porque reduz as barreiras ao comércio de produtos agrícolas, bens manufaturados e componentes. O documento é, no entanto, pouco abrangente para serviços e acesso de empresas estrangeiros nas economias de cada país, um objetivo dos Estados Unidos e outras nações desenvolvidas. A administração de Donald Trump cortou o acesso do grupo chinês de tecnologia Huawei à maioria dos componentes e tecnologia dos Estados Unidos, por motivos de segurança. A Casa Branca está ainda a pressionar o proprietário chinês do serviço de vídeo TikTok a vender a sua operação nos Estados Unidos. Xi prometeu reduzir taxas alfandegárias, mas não deu detalhes. “Vamos reduzir ainda mais as taxas alfandegárias e custos burocráticos, cultivar uma série de zonas de inovação e promoção do comércio de importação, e expandir as importações de produtos e serviços de alta qualidade de vários países”, prometeu. As repetidas promessas da China de estabelecer zonas de comércio livre e aliviar as restrições às importações geraram reclamações por parte dos Estados Unidos, Europa, Japão e outros parceiros comerciais, de que Pequim está a usar essas medidas isoladas para evitar cumprir com as promessas feitas quando aderiu à Organização Mundial do Comércio, em 2001, de permitir às empresas estrangeiras competirem livremente na sua economia, nos setores bancário, financeiro e outros serviços.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Quase um milhão de pessoas foram vacinadas na China, diz farmacêutica estatal Sinopharm [dropcap]Q[/dropcap]uase um milhão de pessoas foram testadas com uma das vacinas em desenvolvimento na China para o novo coronavírus, até à data, “sem efeitos adversos significativos”, disse Liu Jingzhen, presidente da farmacêutica estatal Sinopharm. Liu apontou numa entrevista divulgada hoje pela imprensa local que “a vacina foi testada em quase um milhão de pessoas” e que “apenas um pequeno grupo teve efeitos adversos leves”. O responsável acrescentou que “diplomatas e estudantes que viajaram para mais de 150 países não apresentaram teste positivo para o coronavírus após serem vacinados”. Em 22 de julho passado, a China autorizou o uso de vacinas candidatas contra o coronavírus para certos casos excecionais, como “proteção de pessoal da saúde, funcionários de programas de prevenção, inspectores portuários e funcionários do serviço público”. Embora Liu não tenha detalhado se a vacina testada foi em todos os casos a da Sinopharm, indicou que este grupo está prestes a concluir a terceira fase de testes clínicos, realizados em dez países, com a participação de cerca de 60 mil pessoas. “Terminamos a coleta de sangue de 40 mil pessoas 14 dias depois de receber as duas injeções necessárias para vacinação. O resultado é muito bom”, afirmou. As autoridades chinesas não revelaram quando poderão comercializar as vacinas em larga escala, mas o diretor do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Comissão Nacional de Saúde, Zheng Zhongwei, indicou no final de outubro que o país asiático planeia fabricar 610 milhões de doses, antes do final deste ano, e mil milhões em 2021.
Hoje Macau EventosFilme “Listen” de Ana Rocha de Sousa exibido em festival em Singapura [dropcap]O[/dropcap] filme “Listen”, de Ana Rocha de Sousa, faz parte da programação do True Colors Film Festival 2020, festival de cinema de Singapura, que começa no dia 3 de Dezembro. Segundo informação disponível na página oficial do festival, “Listen” estará na secção “Spotlight”. Devido à pandemia de covid-19, todos os filmes do festival, que decorre até 12 de dezembro, serão transmitidos ‘online’ de forma gratuita. “Listen” estará disponível entre as 13:00 locais de 05 de dezembro e as 13:00 do dia seguinte para espectadores em vários territórios asiáticos, incluindo Macau e Timor-Leste. Já esta semana, foi anunciado que “Listen” vai ser o candidato de Portugal a uma nomeação para Melhor Filme Internacional nos Óscares do próximo ano. “Listen” é a primeira longa-metragem de ficção de Ana Rocha de Sousa, um drama familiar inspirado numa história real, sobre uma família portuguesa emigrada em Londres, a quem é retirada a guarda dos filhos, por suspeitas de maus-tratos. A narrativa acompanha os esforços da família em provar aos serviços sociais e judiciais britânicos que as suspeitas são infundadas. Com coprodução luso-britânica, o filme foi rodado nos arredores de Londres com elenco português e inglês, encabeçado por Lúcia Moniz, Ruben Garcia e Sophia Myles. O filme venceu seis prémios no Festival de Veneza, entre os quais o “Leão do Futuro”, para uma primeira obra, e o prémio especial do júri da competição Horizontes. Ainda que com uma reduzida presença de espectadores em sala, “Listen” colocou-se no topo dos filmes portugueses mais vistos este ano, com 32.162 entradas, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, contabilizados até 18 de novembro.
Hoje Macau VozesPlano Director V – Da Morfologia Urbana – O espaço Canal (Continuação de dia 13) [dropcap]A[/dropcap] afirmação das ruas como a unidade espacial mais elementar de toda a organização social e económica urbanas, já não aconteceu nas cidades que optaram pela sua expansão em vez da sua intensificação. Isso aconteceu a reboque da utilização de transporte automóvel particular ter passado a estar ao alcance de todos, e é também razão porque essas cidades dependem hoje em dia exclusivamente de centros comerciais dentre de edifícios na periferia, porque nunca fixaram populações em densidade que permitisse o aparecimento nessas periferias de uma rede de ruas verdadeiramente comerciais, onde se abastecessem localmente. A razão para a expansão das cidades em bairros/cidades periféricas fundou-se também no aval do estado da urbanização mundial no 2.º quartel do sec. XX. A intensificação descontrolada e o excesso de tráfego tornaram as ruas das cidades impróprias para a habitação, nomeadamente na modalidade em que a habitação em banda dependia exclusivamente da orientação para essas ruas. O mesmo aval recomendava que a intensificação da ocupação urbana deveria processar-se antes pela construção em altura, com edificações mais distanciadas entre si, libertando mais espaço ao nível do solo, e resguardadas da circulação rodoviária por cinturas de vegetação. Os exemples mais notáveis disso em Macau são a torre habitacional de Chorão Ramalho na Av. Sidónio Pais, recuada em relação ao plano marginal da rua, e as Torres da Barra de Manuel Vicente. Por outras palavras, o mesmo significou um modelo de ocupação com características que foram mais a tradição do norte da Europa e menos as mediterrânicas. Como a proliferação do mesmo significou o abandono do “espaço canal” de rua e a decadência do elaborado modelo económico e social que resultou do desenvolvimento e intensificação das cidades, e que se renovava em cada geração desses habitantes. Efectivamente não foram modelos de baixa densidade o que caracteriza a cidade de Macau, tanto na génese da sua morfologia como no seu crescimento. Mesmo quando o território foi excedente de solo em relação ao que fora densamente ocupado na península, e foi excedente de solo nas ilhas quando a península estava densamente ocupada na sua totalidade. Se avistarmos do ar os bairros antigos revela-se uma elevação de construção com uma altura predominante, rasgada por canais. As torres que aí esporadicamente se impõem pautaram-se pela modalidade de acréscimo de volume de reconstrução que acontece apenas recuadamente, e que assenta sobre uma base (um pódio), o qual respeita o plano marginal da rua original. Foi também esse o modelo adoptado em novas urbanizações tais como a Zona de Aterros do Porto Exterior (o ZAPE) ou o bairro do Hipódromo, em sentido de manutenção da tradição do espaço canal (a rua), com a altura e largura achadas adequadas, e com todas as valências funcionais que caracterizam essa tipologia de espaço urbano a que chamamos “rua”. Enquanto isso, nas cidades onde se seguiu o modelo de torres isoladas, rodeadas por verde ambiental, tal como preconizado pelo urbanismo moderno, o mesmo não contribui para a socialização do espaço urbano. O acréscimo desse espaço, se nuns casos significou mais espaço para todos, noutros também significou mais espaço para ninguém. A segurança que resultou desse modelo de ocupação foi menor que a do espaço de rua tradicional, nomeadamente logo que as ruas mais exaustas e degradadas foram reabilitadas e o tecido social foi recuperado. O que aconteceu, entretanto, foi também que as mesmas ruas passaram a ter os limites de ocupação regulados, as actividades passaram a ser criteriosas e a circulação ajustada e condicionada à dimensão das vias e aos usos. Por outro lado, as ruas novas adoptaram logo de início condições geométricas e funcionais melhor ajustadas. O espaço canal nos bairros antigos é ainda portador de uma capacidade intrínseca de salvaguarda de património histórico. A rede de artérias, seja consequência de uma topografia ou de um modelo racional abstracto, confere às cidades aspectos próprios e únicos que são mais persistentes do que a vida económica ou o interesse nos edifícios aí construídos. Essa salvaguarda reside no facto de que o plano marginal do espaço urbano constitui uma barreira entre domínios, o púbico e o privado, que só é possível anular por medidas excepcionais. Em verdade, ao fim de algumas décadas, uma cidade pode ter o seu parque edificado inteiramente substituído, mas continuará a manter sinais expressivos da mesma cidade, que resultam da matriz do seu espaço público, e que não dependem exclusivamente das edificações que lá existiram. É exactamente disso que Macau é um bom exemplo. Por sua vez, a rigidez dos planos marginais do espaço urbano é algo que carrega tradição e elaboração, a que correspondem modalidades diversas de espaços vestibulares ou espaços de transição que, por sua vez, variam com características e tradições locais. Por razões diversas não se passa directamente de um espaço predominantemente público para um espaço predominantemente privado, como não se passa directamente de um espaço interior para um espaço exterior. Principalmente quando, o que acontece lá fora é demasiado mundano, e onde recorrentemente faz muito calor ou muito frio, ou frequentemente chove, ou o sol é abrasador. As componentes arquitectónicas configuradas para essa finalidade têm nomes, como alpendre, vestíbulo, arcada, peristilo ou nártex. Disto resulta que os atributos de uma rua ou de uma praça possam ser muitos e diversos, tornando o espaço urbano rico em elaboração. O projecto de Plano Director para a RAEM não discorreu sobre as características tipológicas do espaço urbano a preconizar nas novas urbanizações, seja na salvaguarda de uma tradição local que se desenvolveu e se ajustou, seja na vertente do seu aperfeiçoamento ou inovação.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong detém três ex-deputados pró-democracia por desacatos no parlamento [dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve hoje três antigos deputados da oposição por perturbarem as reuniões legislativas em Maio, num momento em que crescem as preocupações com a repressão sobre o campo pró-democracia. Ted Hui, Eddie Chu e Raymond Chan deixaram mensagens na rede social Facebook a informar que tinham sido detidos devido aos incidentes no parlamento local, quando o trio tentou impedir as reuniões legislativas nas quais se procurava aprovar a lei do hino, em maio e junho. A polícia de Hong Kong indicou que tinha detido três antigos deputados sob a acusação de desacatos no Conselho Legislativo. Os três antigos legisladores perturbaram as reuniões em que se debateu a agora aprovada portaria do hino, que criminaliza qualquer insulto ou abuso sobre o mesmo. Entre maio e junho, Hui largou uma planta podre e tentou pontapeá-la na direção do presidente do Conselho Legislativo, Chu espalhou um líquido malcheiroso, algo que Chan também tentou fazer, antes de ter sido detido pelos seguranças. Os três tentaram novamente perturbar a aprovação da proposta de lei em 04 de junho, mas foram todos expulsos. A lei passou nessa sessão e o trio foi mais tarde condenado a pagar até 252 mil dólares de Hong Kong por danos causados. Os serviços de emergência chegaram a ser chamados ao local e vários deputados pró-Pequim disseram sentir-se indispostos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Estudo indica que vacina chinesa Coronavac é “segura” [dropcap]A[/dropcap] fórmula da Coronavac, potencial vacina chinesa contra a covid-19, é “segura” e induziu resposta de anticorpos em 97% dos voluntários saudáveis testados, segundo um estudo publicado na terça-feira na revista The Lancet. Os resultados preliminares são provenientes de um ensaio clínico aleatório da Coronavac, em 744 voluntários entre os 18 e 59 anos, e revelaram que as respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo. A investigação, realizada por uma equipa chinesa, identificou a dose ideal para gerar as respostas imunológicas mais altas nas fases um e dois dos testes, enquanto observou os efeitos secundários, que foram leves e desapareceram em 48 horas. Os cientistas frisaram que as descobertas da fase três serão “cruciais” para determinar se a resposta imunológica gerada pela Coronavac é suficiente para proteger contra a infeção por SARS-CoV-2. De acordo com o estudo, a persistência da resposta de anticorpos deve ser verificada em estudos futuros para determinar quanto tempo durará a proteção contra o vírus. Como apenas participaram nos testes adultos saudáveis com idades entre 18 e 59 anos, terão de realizar-se mais investigações em faixas etárias diferentes, assim como em pessoas que padeçam de uma condição médica prévia. “Os nossos resultados mostram que a Coronavac é capaz de induzir uma resposta rápida de anticorpos em cerca de quatro semanas de imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo”, disse o coautor do estudo, Fengcai Zhu, investigador do Centro Provincial de Controlo e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China. “Acreditamos que isso torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia. No entanto, são necessários mais estudos para verificar quanto tempo a resposta de anticorpos permanece após a vacinação”, sublinhou Zhu. O especialista acrescentou que “a longo prazo, quando o risco da covid-19 for menor, as descobertas sugerem que administrar duas doses com intervalo de um mês, ao invés de deixar um intervalo de duas semanas, poderá ser mais apropriado para induzir respostas imunológicas mais fortes e potencialmente mais duradouras”. A Coronavac, uma das 48 candidatas a vacinas contra o novo coronavírus atualmente em desenvolvimento, baseia-se numa cepa viral do SARS-CoV-2, originalmente isolada de um paciente chinês. Esta primeira fase dos testes foi realizada na província de Jiangsu (China), com pessoas sem histórico médico e que não haviam viajado para áreas com alta incidência da covid-19. Gang Zeng, um dos autores da investigação, do centro Sinovac Biotech de Pequim, destacou que a Coronavac “poderia ser uma opção [de vacina] atrativa porque pode ser armazenada num frigorífico padrão entre 2 e 8 graus”, algo típico em muitos imunizantes já existentes, como da gripe. “A vacina também poderia permanecer estável durante três anos, armazenada, o que ofereceria vantagens para a sua distribuição em regiões onde o acesso à refrigeração é difícil”, observou. Os autores identificaram algumas limitações no estudo, como o facto de que o ensaio da fase dois não avaliou as respostas das chamadas células T (células do sistema imunológico), que representam outra variante da resposta imunológica às infeções do vírus. A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.328.048 mortos resultantes de mais de 55 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia tailandesa dispersa manifestação com canhões de água e gás lacrimogéneo [dropcap]A[/dropcap] polícia usou ontem canhões de água e gás lacrimogéneo em Banguecoque contra manifestantes reunidos perto do Parlamento, onde deputados e senadores estão a debater uma possível reforma da Constituição exigida pelo movimento pró-democracia. Na tentativa de pressionar os parlamentares, várias centenas de manifestantes reuniram-se ao redor do prédio, protegido por blocos de cimento, arame farpado e centenas de polícias. Alguns activistas tentaram abrir caminho e a polícia usou canhões que misturavam água e produtos químicos e, pela primeira vez desde o início do protesto, gás lacrimogéneo, de acordo com jornalistas da agência de notícias AFP. Os manifestantes exigem a destituição do primeiro-ministro, Prayuth Chan-O-Cha, no poder desde o golpe de 2014, reformas para limitar os poderes da rica monarquia e uma revisão da Constituição, aprovada em 2017 e considerada também favorável ao exército. O parlamento reúne-se para decidir quais os projetos de emendas constitucionais que aceita considerar e deve votar na quarta-feira. “O seu voto é uma solução de compromisso, assim como a Tailândia é uma terra de compromisso”, disse numa mensagem publicada no Twitter Ford Tattep, um dos líderes do movimento pró-democracia, uma alusão a uma das raras reações do rei Maha Vajiralongkorn ao protesto que abala o país desde o verão. Várias propostas de alterações foram apresentadas ao parlamento por parte da oposição e por uma organização não-governamental (ONG), visando nomeadamente reformar o Senado, a Comissão Eleitoral e o Tribunal Constitucional, considerados demasiado próximos do exército. Uma das propostas também prevê que o primeiro-ministro seja nomeado a partir das fileiras do parlamento. Os 250 senadores, nomeados pela junta, não deverão concordar facilmente em reduzir as suas prerrogativas e uma possível mudança constitucional levará muito tempo de qualquer maneira, segundo a avaliação de especialistas. Os defensores da realeza também se reuniram perto do parlamento pela manhã para se opor a qualquer reforma. “A modificação da Constituição levará à abolição da monarquia”, declarou Warong Dechgitvigrom, fundador do grupo de defesa da realeza Thai Pakdee (“Tailandeses Leais”). O movimento pró-democracia garante que deseja modernizar a monarquia, mas de forma alguma quer aboli-la.