APN analisa projecto de reforma eleitoral em Hong Kong

O órgão máximo legislativo da China vai analisar um projecto de reforma eleitoral em Hong Kong, anunciou esta quinta-feira a imprensa estatal chinesa, abrindo caminho para a possível marginalização de candidatos pró-democracia.

Os deputados da Assembleia Popular Nacional (APN), que reúnem a partir de hoje na sessão plenária anual, vão estudar uma proposta que visa “melhorar o sistema eleitoral de Hong Kong”, segundo a agência noticiosa Xinhua. Zhang Yesui, porta-voz da quarta sessão anual da 13ªAPN, disse que este organismo tem “o poder e a responsabilidade de tomar uma decisão a um nível constitucional para melhorar o sistema eleitoral de Hong Kong”, segundo a Xinhua.

O porta-voz acrescentou também que o sistema eleitoral desta região administrativa especial “é uma parte importante da estrutura política”, e aquilo que “aconteceu nos anos recentes provou que é necessário que o sistema dê passos ao longo dos tempos a fim de providenciar uma garantia institucional que promova uma implementação plena de ‘um país, dois sistemas’ e do princípio ‘patriotas a governar Hong Kong'”.

Várias fontes adiantaram ao jornal South China Morning Post, na última semana, que as mudanças podem passar por transformar os cinco círculos eleitorais em 18 distritos, a eliminação dos cinco “super-assentos” escolhidos pelo voto popular e a adopção do mecanismo “um voto, dois assentos”, com mais vantagens ao campo pró-Pequim.

5 Mar 2021

Banalidades de base (1985) Stewart Home

(tradução de Emanuel Cameira)
Na imagem, da esquerda para a direita, os fundadores da IS em Cosio di Arroscia (Itália, 1957): Giuseppe Pinot-Gallizio, Piero Simondo, Elena Verrone, Michèle Bernstein, Guy Debord, Asger Jorn e Walter Olmo.

No Ocidente, o tempo sempre foi linear. Contudo, é preciso esperar até à revolução burguesa do século XVIII para que se lhe associe uma noção dinâmica de progresso. Mal a burguesia se instalou no poder, os efeitos de tal ligação fizeram sentir-se em todas as áreas da vida. Nas artes, teve isso tradução numa fetichização da “originalidade” na forma de inovação estilística. O resultado foi que o racionalismo do século XVIII tornou-se o romantismo do século XIX que, por sua vez, tornou-se o modernismo do século XX. Convém sublinhar que estas “inovações” sempre foram de estilo e nunca de conteúdo. Ou seja, foram essencialmente ocas e, sob as aparências de superfície, não houve nenhuma mudança.

Tendo olhado para as categorias num sentido lato, voltaremos a nossa atenção para as subdivisões elaboradas pelos historiadores de arte, com as quais ganham a vida. A primeira subdivisão modernista com algum relevo é o futurismo, que foi essencialmente uma fusão do cubismo com o expressionismo e com as ideias de Alfred Jarry. A obsessão futurista com o choque, a originalidade e a inovação celebra o movimento como um produto típico da sociedade burguesa. Era absolutamente natural que os futuristas desenvolvessem, a partir de tais critérios, o amor pela velocidade, pelas máquinas e pela guerra.

Devido à exigência burguesa de uma contínua, pseudo-mudança, o futurismo foi rapidamente superado pelo dadaísmo enquanto força artística. O dadá foi basicamente o futurismo com algo mais: mas onde o futurismo equilibrou os seus aspectos negativos com a crença no progresso tecnológico, o dadaísmo abraçou uma pespectiva totalmente niilista. A negação niilista atingiu o seu auge com o Clube Dadá, em Berlim – após o qual o seu niilismo foi negado pelos dadaístas parisienses, que o rebaptizaram de surrealismo.

Os surrealistas alcançaram a sua negação do niilismo dadaísta racionalizando o irracional com fragmentos mal-digeridos do marxismo-leninismo e da psicanálise freudiana. Onde o dadá havia destruído a linguagem da alienação elaborada por Sade, Lautréamont e Rimbaud – o surrealismo ergueu esses pornógrafos da alma humana como libertadores do desejo reprimido.

À medida que o surrealismo se transformou em academicismo, foi substituído por novos grupos de vanguardistas. O primeiro deles, o Movimento Letrista, foi fundado em 1946 por Isidore Isou – um romeno a viver em Paris. Os Letristas identificaram a criatividade como o impulso humano essencial e, em seguida, definiram-na apenas em termos de originalidade. Inicialmente, os seus interesses eram literários e assemelhavam-se a obras menores de poesia concreta. Isou acreditava que havia substituído todas as estruturas estéticas e ressistematizado as ciências da linguagem e do signo numa única disciplina a que chamou “hipergrafologia”.

Os Letristas de esquerda, liderados por Guy Debord, interromperam uma conferência de imprensa de Charles Chaplin no Hotel Ritz de Paris, no Verão de 1952. Isou denunciou-os nos jornais, o que resultou no corte da ala esquerda com o corpo principal do movimento, renomeando-se como Internacional Letrista e emitindo o seu próprio boletim “Potlatch”.

As principais actividades da Internacional Letrista eram a “deriva” e a “psicogeografia”. A primeira consistia em deambular pela cidade seguindo as condições impostas pela arquitectura. Foi uma tentativa de encontrar tipos de arquitectura desejados inconscientemente. A psicogeografia era o estudo e a correlação do material obtido a partir da deriva. Foi usado para traçar novos mapas emocionais de áreas existentes e planos para cidades utópicas.

Embora o Movimento Letrista fosse principalmente um fenómeno literário e a Internacional Letrista se preocupasse sobretudo com o urbanismo, existiam outros grupos cuja energia se concentrava na pintura. COBRA foi um desses movimentos, formado em 1948 pelo Grupo Experimental Holandês, o grupo dinamarquês Spiralen e o belga Bureau Internationale du Surréalisme Révolutionnaire. O trabalho do COBRA foi uma reacção europeia ao Expressionismo abstracto. O movimento durou três anos e foi parcialmente reconstituído quando Asger Jorn, um ex-membro, fundou o Movimento Internacional para uma Bauhaus Imaginista, em 1953. Jorn foi apoiado na formação da Bauhaus Imaginista – que foi criada em oposição à Nova Bauhaus, de Max Bill – por Enrico Baj que, à época, era o principal farol do Movimento de Arte Nuclear.

A Arte Nuclear foi fundada, em 1951, por Baj e Sergio D’Angelo. Os seus membros provinham de vários grupos italianos de vanguarda, incluindo o MAC, o T e o Grupo 58. Também incluiu como membros, ou colaboradores próximos, ex-futuristas, dadaístas e surrealistas (por exemplo, Raoul Hausmann). Entre 1953 e 1956, não parece haver uma distinção clara entre a filiação na Bauhaus Imaginista e na Arte Nuclear. E a adesão parece ser a única coisa que diferenciou a Arte Nuclear e os Espacialistas – um grupo milanês que, tal como o COBRA e os Artistas Nucleares, experimentava um estilo europeu de pintura abstracta.

Em Setembro de 1956, realizou-se uma conferência em Alba, Itália, para reunir membros da vanguarda europeia. Na realidade, isso significava membros da Internacional Letrista, da Arte Nuclear e do Movimento Internacional para uma Bauhaus Imaginista. Antes do início da conferência, deu-se o rompimento com o representante belga Christian Dotremont, ex-surrealista e antigo membro do COBRA. Enrico Baj foi excluído no primeiro dia e a conferência confirmou a cisão com os Nuclearistas. A reunião deu azo a um acordo que serviu de base para a unificação, em 1957, da Internacional Letrista e da Bauhaus Imaginista. Os grupos amalgamados adoptaram o nome Internacional Situacionista.

A Arte Nuclear, assim como o Movimento Letrista de Isou, continuaram a desenvolver as suas próprias teses e ignoraram a formação da Internacional Situacionista (IS). Na verdade, 1957 – o ano de fundação da IS – mostrou o momento alto das actividades dos Nuclearistas. Foi nessa altura que publicaram o seu manifesto Contra o Estilo, cujo signatários incluíam Piero Manzoni, Yves Klein e pelo menos um membro do Colégio de Patafísica. O manifesto postulou que toda a invenção se transforma em convenção: é imitada por razões puramente comerciais, razão pela qual devemos iniciar uma vigorosa acção anti-estilística em prol, permanentemente, da “outra” arte.

Concluiu que o Impressionismo ajudou a pintura a livrar-se do tema convencional; mais tarde, o cubismo e o futurismo eliminaram a necessidade de reproduções realistas dos objectos; e a abstracção, finalmente, aboliu os últimos traços da ilusão representacional. Um novo – e derradeiro – elo completa hoje esta cadeia: nós, pintores nucleares, denunciamos, a fim de a destruir, a última convenção, o ESTILO.

Em Março de 1962, a Internacional Situacionista dividiu-se em duas facções. A maioria dos Situacionistas estabelecidos na Europa do Norte – pouco mais de metade dos membros do movimento – romperam com a facção de língua francesa e formaram a Segunda Internacional Situacionista. Aqueles cujas actividades estavam centradas em Paris responderam “excluindo” do “seu” grupo os norte-europeus e tornaram-se – com efeito – uma organização periférica, à margem da extrema-esquerda francesa. Apoiando-se teoricamente em Paul Cardan, Henri Lefebvre e na Escola de Frankfurt, este agrupamento desenvolveu uma política baseada no conceito de “Espectáculo”. A ideia de que, sob o Capital, o consumidor é reduzido ao nível de um espectador passivo que observa a vida ao invés de participar nela. O Espectáculo é simultaneamente tratado como fenómeno generalizado e localizado. Ao oferecerem uma série de descrições coincidentes mas dificilmente padronizáveis, os Situacionistas Franceses foram incapazes de chegar a uma uniformização da sua construção teórica. Analisaram os vários movimentos do Espectáculo sem demonstrar qualquer relação entre eles. Felizmente, o tombo teórico daí resultante contaminou apenas uma muito pequena parte do movimento revolucionário.

Tradução de: Home, Stewart (1985), “Basic Banalities”, in Home, Stewart (ed.), What is Situationism? A Reader, 1996, Edinburgh/San Francisco, AK Press, pp. 103-106.

5 Mar 2021

China-Portugal | Zhao Bentang é o novo embaixador em Lisboa

Com a saída de Cai Run, Zhao Bentang passou a assumir funções como embaixador da China em Portugal desde o dia 27 de Fevereiro. Esta terça-feira apresentou as credenciais a Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República portuguesa

 

O recém-nomeado embaixador chinês em Portugal, Zhao Bentang, apresentou as suas credenciais ao Presidente português Marcelo Rebelo de Sousa esta terça-feira, noticiou o jornal Diário do Povo. Zhao Bentang assume funções como embaixador desde o passado dia 27 de Fevereiro em substituição de Cai Run.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu ao novo embaixador para transmitir suas sinceras saudações ao Presidente Xi Jinping, tendo lembrado que a amizade entre Portugal e a China tem uma longa história. Nos últimos anos a cooperação entre as duas nações saiu reforçada, com destaque para a visita de Xi Jinping a Portugal, em 2018, e a visita de Marcelo Rebelo de Sousa à China, em 2019.

O embaixador Zhao transmitiu as saudações cordiais e os melhores votos do Presidente Xi Jinping ao presidente Rebelo de Sousa, ao Governo e ao povo português. Zhao disse que nos últimos 40 anos, desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, que as relações entre os dois países sempre mantiveram um bom ritmo de desenvolvimento.

Boas relações

Zhao Bentang promete dar o seu melhor como embaixador, além de cumprir os seus deveres para promover um maior desenvolvimento das relações sino-portuguesas e uma maior cooperação, escreveu o Diário do Povo.

O seu antecessor, Cai Run, assumiu funções em Agosto de 2015. No passado dia 28 de Novembro, o ex-embaixador publicou um artigo de opinião no jornal português Público onde fez as suas despedidas. “Desde que assumi a missão como embaixador da China em Portugal já passaram mais de cinco anos. Nestes anos de trabalho e de vida em Portugal tive o prazer de fazer uma amizade genuína e profunda com amigos portugueses dos mais diversos círculos”, apontou.

Cai Run destacou também que, nos últimos “sob a condução e promoção dos líderes dos dois países, devido aos esforços conjuntos das partes chinesa e portuguesa, e com a participação activa dos amigos dos mais diversos âmbitos dos dois países, a Parceria Estratégica Global China-Portugal vem apresentando grande vigor e vitalidade”.

Além disso, “a cooperação pragmática nos mais amplos domínios entre os dois países ao abrigo de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ tem registado resultados frutíferos”, acrescentou no artigo.

Na cerimónia de terça-feira Marcelo Rebelo de Sousa recebeu também as credenciais do Embaixador da Índia, Manish Chauhan e do Embaixador da Bulgária, Ivan Anguelov Naydenov.

5 Mar 2021

China | Membros do CPPCC querem flexibilizar entrada de estrangeiros

Seis membros de Macau que participaram na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CPPCC) apresentaram ontem uma proposta conjunta onde defendem que os estrangeiros, quer sejam portadores de BIR ou bluecard, possam entrar no Interior da China, depois de permanecerem mais de 28 dias consecutivos em Macau e mediante a apresentação de um resultado negativo à covid-19, válido por sete dias.

De acordo com informações avançadas ontem pelo canal chinês da TDM-Rádio Macau, entre os membros responsáveis pela proposta estão Leonel Alves, Wan Nang Hon, Tina Ho, Wong Yue Kai, Chong Sio Kin e Ung Pui Kun. Adicionalmente, O Lam, também ela membro da CPPCC, defendeu a criação de um comité conjunto de inspecção sanitária entre as autoridades de Guangdong, Hong Kong e Macau com o objectivo de criar um ambiente empresarial mais atractivo para a realização de negócios.

5 Mar 2021

Táxis | Governo exige fiscalização constante do sistema

Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, os Serviços de Administração e Função pública (SAFP) garantem que vão melhorar a gestão e medidas de contingência para responderem “de forma mais eficaz” a avarias em equipamentos informáticos no futuro. “O Governo da RAEM tem prestado grande atenção e acompanhado a avaria recentemente ocorrida nos equipamentos informáticos que afectou o funcionamento dos serviços”, afirmou o director dos SAFP, Kou Peng Kuan.

Em relação às falhas do sistema de terminal inteligente de táxi, Kou Peng Kuan afirma que a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego exigiu à empresa de gestão fiscalização do sistema por técnicos durante 24 horas. A DSAT apelou também à adopção de medidas para evitar avarias semelhantes, nomeadamente para “elevar a estabilidade e segurança na transmissão de dados”.

Além disso, o director explicou que em caso de avaria grave do serviço de sistema inteligente do táxi, o terminal do veículo tem capacidade para funcionar de modo independente sem que o cálculo da tarifa seja afectado, podendo armazenar os dados de GPS durante três dias.

5 Mar 2021

Quadro pintado por Churchill vendido por 7 milhões de libras

O quadro mais célebre pintado pelo antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) foi vendido na segunda-feira, num leilão da Christie’s, em Londres, por sete milhões de libras.

“A torre da mesquita de Koutoubia”, quadro pintado em 1943 por ocasião de uma visita oficial de Churchill durante a Segunda Guerra Mundial, e que se encontrava na posse da família da atriz Angelina Jolie, foi à praça com estimativas entre 1,7 e 2,8 milhões de euros, mas acabou por ultrapassar esse valor. Com impostos, o quadro acabou por alcançar 8,285 milhões de libras, segundo a leiloeira internacional Christie’s.

O óleo sobre tela do líder britânico conservador tinha sido colocado à venda pela atriz americana Angelina Jolie, sendo considerado “a pintura mais importante de Sir Winston Churchill” por causa de seu “entrelaçamento na história do século XX”, segundo o historiador da arte britânica Barry Phipps no catálogo do leilão.

Churchill começou a pintar tarde, aos 40 anos, e gostava de fugir de Londres para a cidade de Marraquexe nos anos 1930, na época do protetorado francês, onde fez um total de seis viagens, em 23 anos.

“Aqui, nestes vastos palmeirais que emergem do deserto, o viajante pode ter a certeza do sol eterno” e “contemplar com satisfação incessante o panorama majestoso e coberto de neve das montanhas do Atlas”, escreveu Churchill em 1936.

O político gostava de se perder no labirinto de ruas da cidade velha, fazer um piquenique no vale de Ourika, nas alturas de Marraquexe, e armar o seu cavalete nas varandas do hotel La Mamounia, ou Villa Taylor – que se tornaria um marco do ´jet set` europeu na década de 1970.

Foi desta vila que pintou a mesquita Koutoubia, após a histórica conferência de Anfa, organizada em janeiro de 1943, em Casablanca, com o presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt e o líder das Forças Francesas Livres, Charles de Gaulle, na presença do sultão Maomé V, para preparar a estratégia dos Aliados.

Churchill ofereceu o quadro a Roosevelt, na época, depois vendido por um dos filhos nos anos 1950, e mudou de mãos várias vezes, antes de, em 2011, ir parar à coleção do casal Angelina Jolie e Brad Pitt, muito antes da separação de ambos.

Durante as suas sucessivas renovações, o luxuoso hotel perdeu todos os vestígios desta passagem, ainda que uma ´suite´ e um bar ainda mantenham o nome do político britânico. Uma fotografia de imprensa da época mostra Roosevelt e Churchill juntos, a admirarem o pôr do sol sobre o panorama que inspiraria a pintura.

Esta paisagem simples e sem adornos representa o minarete, símbolo do poder da dinastia Almóada, do século XII, entrelaçado pelas muralhas da cidade antiga e encostado nas montanhas cobertas de neve.

4 Mar 2021

Blinken classifica China como “maior desafio geopolítico” dos EUA no século XXI

O novo chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, classificou a China como “o maior desafio geopolítico do século XXI” para os Estados Unidos e para os seus aliados.

“Vários países representam desafios significativos para nós, incluindo Rússia, Irão ou Coreia do Norte”, disse Blinken, no seu primeiro grande discurso sobre política externa desde que chegou ao Departamento de Estado, há um mês.

“O desafio da China é diferente. A China é o único país com poder económico, diplomático, militar e tecnológico que pode minar seriamente um sistema internacional estável e aberto. Pode minar todas as regras, valores e relações”, acrescentou Blinken.

O secretário de Estado norte-americano prometeu que as relações com Pequim seriam um misto de “competição, quando for saudável”, “colaboração, quando for possível” e “antagonismo, quando for necessário”.

O confronto entre as duas principais potências económicas mundiais subiu de tom sob a Presidência de Donald Trump.

Inicialmente delimitado a uma guerra comercial, o conflito entre os dois países tornou-se um braço de ferro em todas as frentes: dos direitos humanos à competição tecnológica, passando pela responsabilização mútua na disseminação da pandemia de covid-19, até ao expansionismo militar no mar do Sul da China.

Sob a liderança do ex-secretário de Estado Mike Pompeo, as relações atingiram o seu ponto mais baixo desde seu estabelecimento oficial na década de 1970, culminando numa crise sem precedentes, semelhante a uma nova Guerra Fria.

Antony Blinken prometeu agora “dialogar com a China numa posição de força”, acusando o Governo de Trump de nunca ter sido capaz de se afirmar frente a Pequim, apesar das ameaças que fazia.

“A verdadeira força não é ostentação e golpes no queixo. Não se baseia apenas no poderio militar”, disse Antony Blinken, numa referência à diplomacia trumpista. “A força real é liderar com os nossos valores (…) mas também trabalhar com os nossos aliados e parceiros sem denegri-los. Porque nosso peso combinado torna muito mais difícil para a China”, concluiu Blinken.

4 Mar 2021

Governo português defende “relação madura” com a China, apesar de “rivalidade sistémica”

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defendeu ontem a necessidade de manter uma “relação madura” com a China, um país “parceiro” em vários domínios, embora seja um “rival sistémico” da UE ao nível institucional.

Augusto Santos Silva respondeu assim à deputada do PSD Isabel Meireles, que o questionava, em sessão plenária na Assembleia da República, sobre a conclusão das negociações da União Europeia (UE) com a China no final do ano passado. Para a deputada social-democrata, “a Europa não pode fazer vista grossa ao que se passa na China”, pois “foi na Europa que emergiu a ideia da tolerância e dos valores civilizacionais”, apontou.

“É certo que temos de respeitar a China, mas respeito não significa que a UE e esta presidência portuguesa do Conselho da UE tenham de ser indiferentes a assuntos incómodos”, defendeu Isabel Meireles, enumerando a título de exemplo a situação de Taiwan, a deterioração das liberdades políticas em Hong Kong, a repressão contra as minorias, o respeito pelo Tibete e expansionismo pacífico, “questões que são muito relevantes para Portugal”, frisou.

Augusto Santos Silva, por seu lado, reconheceu que “é verdade que empresas chinesas participaram com sucesso em processos de privatização conduzidos, não por este Governo, não pelo Governo anterior, nem por nenhum Governo” em que tenha participado.

Mas estas empresas, defendeu, “cumprem as responsabilidades que então assumiram e têm um contributo para a formação da riqueza portuguesa no emprego português que o Governo respeita como qualquer outro Governo respeitaria”.

Sobre a relação de Portugal com a China, o ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que “Portugal não tem uma política em relação à China nas costas da política da UE ou diferente da política da UE”.

Santos Silva lembrou, aliás, que há dois anos visitou a República Popular da China, onde se pronunciou publicamente sobre o processo relativo aos direitos humanos no país. Na altura, o ministro registou “positivamente o avanço da China em matéria de direitos económicos e sociais, designadamente no combate à pobreza” e, em contrapartida, lamentou os “retrocessos evidentes dos direitos individuais e das liberdades cívicas”.

“É assim que nós devemos ter uma relação madura e adulta com um país que é nosso parceiro em várias organizações multilaterais, que é nosso parceiro em agendas especificas, que é nosso competidor em varias áreas do mundo, mas que, do ponto de vista institucional, não é nada menos do que nosso rival sistémico”, concluiu o responsável.

4 Mar 2021

China | Regulador bancário alerta para “bolhas” especulativas

O principal regulador bancário da China alertou ontem para o risco de bolhas especulativas no mercado de capitais internacionais e no sector imobiliário do país, face ao rápido aumento dos preços dos activos globais. Os mercados financeiros na Europa e nos Estados Unidos estão “dessincronizados” com as respectivas economias e insuflados pela política monetária e fiscal, disse Guo Shuqing, presidente da comissão reguladora dos bancos e seguros do país.

“Estou preocupado com a possibilidade da ‘bolha’ nos mercados financeiros internacionais um dia estourar”, disse. “O mercado da China está agora altamente ligado aos mercados estrangeiros e o capital estrangeiro continua a entrar” no país, lembrou.

O aviso ocorre após a China registar grandes influxos de capital estrangeiro, devido à rápida recuperação económica do país. Em 2020, a China foi o principal destino de Investimento Direto Estrangeiro, que ascendeu aos 163 mil milhões de dólares.

Guo disse que a “escala e velocidade” do fluxo de capital é administrável e acrescentou que os fluxos transfronteiriços devem ser estimulados, mas sem destabilizar o mercado interno. O índice CSI 300, que reúne as empresas com maior capitalização de mercado listadas em Xangai e Shenzhen, atingiu valor recorde em fevereiro, ultrapassando o pico registado no verão de 2007, nos estágios iniciais da crise financeira global.

Os bancos centrais em todo o mundo aprovaram pacotes de estímulos que resultaram num rápido aumento do preço dos activos a nível global. As praças financeiras nos EUA atingiram máximos históricos, enquanto as cotações na Europa e Japão recuperaram rapidamente para o nível anterior à pandemia.

Na China, as autoridades actuaram para controlar o rápido aumento dos preços no sector imobiliário, introduzindo medidas que visam restringir o aumento da dívida das maiores firmas de construção. “O principal problema do sector imobiliário ainda são as bolhas relativamente grandes”, disse Guo, acrescentando que muitas pessoas estão a investir em imóveis, não para morar, mas como ativos especulativos.

4 Mar 2021

Covid-19 | Epidemiologistas da China e EUA pedem cooperação global

O principal especialista chinês em doenças respiratórias, Zhong Nanshan, e o especialista em doenças infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, pediram solidariedade e cooperação globais na luta contra a COVID-19, numa conversa online organizada pela Universidade de Edimburgo na terça-feira. Os dois acreditam que a cooperação global é fundamental no controle da epidemia.

“O novo coronavírus é um inimigo de toda a humanidade”, disse Zhong. “Se o coronavírus ainda se espalha em alguns países individuais, não se pode dizer que a COVID-19 está totalmente controlada em todo o mundo. Se quisermos acabar com esta epidemia, precisamos de adequadas decisões científicas e com base em evidências pelos políticos de cada país. Todos devem fazer o seu melhor. Portanto, precisamos de solidariedade global”, disse Zhong.

“Com o desenvolvimento e comercialização de vacinas, levará pelo menos dois a três anos para atingir a imunidade coletiva em todo o mundo”, previu.

Os dois concordaram que equilibrar o desenvolvimento económico e a prevenção e controlo da epidemia é um desafio global, e o retorno indevidamente apressado à “vida normal” pode levar a uma reacção da epidemia.

“Tivemos sucesso no passado por meio da cooperação global com varíola, poliomielite e sarampo. Não há razão no mundo para que não possamos fazer o mesmo com a COVID-19 por meio de uma combinação de medidas cooperativas de saúde pública e a aplicação da ciência para obter intervenções na forma de vacinas e terapias e outros tipos de intervenções”, assinalou Fauci.

“Uma notícia muito boa é que a ciência básica e clínica gerou uma potencial e real solução para o problema”, afirmou. “E isso é no desenvolvimento de vacinas altamente eficazes, não só pelos Estados Unidos, mas também pela China, Rússia, Índia e outros países. Neste momento temos nos Estados Unidos e em outros países vacinas que têm uma alta eficácia e boa segurança.”

“Eu sei que não podemos tornar o mundo vacinado num ano, mas espero que suprimamos a dinâmica desse surto a ponto de estar sob um controlo extraordinariamente bom, para darmos alguns passos em direção à normalidade”, disse Fauci.

4 Mar 2021

Casinos | Sands vende negócios em Las Vegas

A Las Vegas Sands, empresa mãe da Sands China, vai vender os dois edifícios que possui na cidade americana por 6,25 mil milhões de dólares norte-americanos, o equivalente a 50 mil milhões de patacas. Os edifícios em causa são o casino Venetian, que serviu como modelo para copiar pelo projecto com o mesmo nome em Macau, e o Centro de Convenções e Exposições da Sands, que vão ser comprados pelos fundos de investimento Apollo Global Management (proprietário da seguradora portuguesa Tranquilidade) e ainda pelo Vici Properties, que vão pagar 2,25 mil milhões e 4 mil milhões, respectivamente.

No comunicado em que anunciou a venda, a empresa fundada por Sheldon Adelson justificou a decisão “agridoce” com a necessidade de a companhia virar as atenções para os mercados asiáticos em desenvolvimento. O nome da empresa deixa também de ser Las Vegas Sands para passar a ser Sands. Além de casinos em Macau, a Sands está presente em Singapura.

4 Mar 2021

Economia | Janeiro com saldo positivo para os cofres da RAEM

Em tempo de crise, os cofres da RAEM registaram um saldo orçamental positivo de 287 milhões de patacas em Janeiro, mesmo sem recorrer à reserva financeira. Os números da execução orçamental do primeiro mês do ano foram publicados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

No período em causa as receitas foram de aproximadamente de 10,99 mil milhões de patacas e as despesas de 4,05 mil milhões de patacas, o que significa um saldo orçamental positivo de 6,94 mil milhões de patacas.

Neste saldo foi contabilizado o valor de aproximadamente de 6,65 mil milhões de patacas em “outras receitas de capital”, ou seja, na parte do orçamento em que é contabilizada a utilização da reserva financeira dos anos anteriores. Sem esta injecção, o resultado continuaria a ser positivo em 287 milhões de patacas.

Estes resultados orçamentais são conseguidos, apesar das receitas terem caído de 10,15 mil milhões de patacas para 4,34 mil milhões patacas, quando não é considerada qualquer injecção da reserva financeira. No sentido oposto, também a pressionar um eventual resultado positivo, os gastos subiram de 3,08 mil milhões para 4,05 mil milhões de patacas, mas o valor não foi suficiente para que fosse registado um défice.

No que diz respeito às receitas, a maior quebra está relacionada com o jogo, cujo dinheiro que entrou nos cofres da RAEM vindo das mesas dos casinos teve uma quebra de 8,84 mil milhões patacas para 3,21 mil milhões. Até ao final do ano o Governo espera cobrar em impostos 50,01 mil milhões de patacas, um montante que fica abaixo da média para os 12 meses do ano.

Já na despesa, o maior aumento deu-se a nível da secção com o nome “transferência, apoios e abonos”, que aumentou de 1,97 mil milhões de patacas para 2,75 mil milhões de patacas.

4 Mar 2021

PCC | Xi pede aos jovens continuação de tradição gloriosa e boa conduta

O presidente chinês, Xi Jinping, pediu nesta segunda-feira aos jovens funcionários que continuem as “tradições gloriosas e boa conduta do Partido Comunista Chinês” (PCC) e façam “contribuições para a construção plena de um país socialista moderno”, na abertura de uma sessão de cursos para funcionários jovens e de meia idade na Escola do Partido do Comité Central do PCC (Academia Nacional de Governação).

“Seja no passado, presente ou futuro, as tradições gloriosas e a boa conduta do PCC são sempre um tesouro espiritual precioso, inspirando-nos a enfrentar adversidades e seguir em frente”, disse Xi.

De acordo com o presidente, a China está num momento de realização da revitalização nacional, e ainda existem muitas dificuldades e desafios que o Partido enfrenta no caminho à frente, enfatizando que a conduta deve ser ainda melhorada.

Por outro lado, Xi ressaltou a “lealdade ao Partido como o principal caráter político de um membro”, instando os jovens funcionários a aprenderem com as gerações mais velhas, reforçarem continuamente a sua fé e demonstrarem sua lealdade através de ações práticas.

Para isso, considera fundamental um estudo assíduo dos princípios básicos do marxismo e das teorias desenvolvidas pelo Partido na nova era, o que “ajudará os jovens funcionários a superarem a confusão e adaptarem melhor a sua forma de pensar e o seu comportamento” às necessidades da causa do Partido.

“Os jovens funcionários devem sempre procurar a verdade nos factos, serem realistas e permanecer honestos”, observou Xi. “Devem entender, desde o início e sempre ter em mente, que o povo vem antes de tudo”. Xi sublinhou ainda que “precisam detectar as suas próprias fraquezas e deficiências e ter a coragem de rectificá-las, e também devem ajudar seus companheiros nesse aspecto”.

Segundo Xi, os jovens funcionários devem herdar o espírito de “trabalhar duro e conduzir uma vida simples, evitando o hedonismo e a extravagância com determinação firme”.

4 Mar 2021

CEM | Apoio a obras com instalações perigosas

A Companhia Eléctrica de Macau lançou ontem um programa para subsidiar obras nas instalações eléctricas comuns mais perigosas dos edifícios antigos. O programa de apoio conta com 30 milhões de patacas disponibilizados pelos accionistas e vão subsidiar até 80 por cento do valor dos trabalhos necessários.

O plano tem como alvo os edifícios com mais de 30 anos que apresentem “potenciais riscos à segurança” por falta de manutenção, principalmente nos casos em que não existe uma entidade de gestão para os espaços comuns, e nos prédios com menos de sete andares e sem elevador. Além disso, os edifícios não podem estar a receber apoios de instituições do Governo, como do Instituto de Habitação. Estes critérios foram explicados pelo facto dos edifícios que preenchem os requisitos terem mais dificuldades para “angariar fundos dos proprietários para a respectiva manutenção”.

Os prédios que se candidatem ao chamado “Programa de Subsídio para Melhoria da segurança de Instalações Eléctricas em Áreas Comuns de Edifícios Antigos Baixos” são avaliados pela CEM, que toma a decisão sobre a atribuição dos apoios, com base nos riscos existentes.
É também a empresa eléctrica que contrata a companhia para realizar as obras e que assume o pagamento de até 80 por cento do custo. Os restantes 20 por cento têm de ser assumidos pelos proprietários.

4 Mar 2021

Medicina | Lei Chin Ion nomeado especialista em órgão consultivo

De saída do cargo de director dos Serviços de Saúde (SSM), Lei Chin Ion foi nomeado membro do Conselho de Especialidades da Academia Médica de Macau, como especialista na área da medicina. O anúncio foi publicado ontem no Boletim Oficial e entra em vigor a partir de 7 de Março, durante dois anos.

Ainda de acordo com o mesmo despacho, o lugar de Lei Chin Ion como representante dos SSM no órgão consultivo vai passar a ser ocupado por Lam Chong, director do Centro de Prevenção e Controlo da Doença. Segundo os SSM, o “Conselho de Especialidades é composto por médicos especialistas do hospital público e do sector privado e profissionais do exterior” e tem como competências “realizar a formação de especialidade, pós-graduação, promover a educação médica contínua e de desenvolvimento profissional após um médico se tonar especialista”.

4 Mar 2021

Número de bilionários cresce na China apesar da pandemia

A China nunca teve tantos bilionários, apesar da pandemia que abalou a economia mundial, com o país a superar os Estados Unidos e a Índia no número de super-ricos, segundo um relatório divulgado ontem. O país asiático foi o primeiro a sofrer o impacto do novo coronavírus, no primeiro trimestre de 2020, mas também o primeiro a recuperar e a voltar a atingir o crescimento económico.

Apesar das medidas de contenção e prevenção da doença sem precedentes que afetaram a atividade no início de 2020, o número de bilionários em dólares aumentou na China, no ano passado, segundo o ‘ranking’ da unidade de investigação Hurun Report Inc, que publica anualmente uma lista dos mais ricos da China. O país asiático somou mais 253 bilionários e domina amplamente o ‘ranking’ mundial, com um total de 992 bilionários.

Os Estados Unidos estão em segundo lugar, com 696 bilionários, mas as três maiores fortunas do mundo continuam ser norte-americanas e francesas: Elon Musk (chefe da Tesla), seguido por Jeff Bezos (Amazon) e Bernard Arnault (LVMH). A Índia é o terceiro país do mundo com mais bilionários (177).

O homem mais rico da China agora é o chefe da empresa de água engarrafada Zhong Shanshan. A sua fortuna é estimada em 85 mil milhões de dólares. Pela primeira vez na história do ‘ranking’ da Hurun, as maiores fortunas da China não estão ligadas ao mercado imobiliário, um setor do qual o crescimento do país depende há muito tempo.

Os proprietários das empresas do sector da Internet Tencent e ByteDance são, respectivamente, o segundo e o terceiro mais ricos. Jack Ma, que há muito tempo ocupa o primeiro lugar do pódio das personalidades mais ricas da China, caiu para o quarto lugar, com uma fortuna estimada em 55 mil milhões de dólares.

3 Mar 2021

Casinos deixam de exigir apresentação de teste à covid-19

Desde a meia-noite de hoje, quarta-feira, que deixará de ser necessária a apresentação de um resultado negativo do teste à covid-19 para entrar nos casinos.

A medida justifica-se com o facto de os visitantes provenientes da China continental, ao entrarem em Macau terem já de apresentar “um relatório de teste de ácido nucleico negativo válido por 7 dias”, mas também com as rigorosas medidas sanitárias impostas pelos operadores de jogo, e ainda por a pandemia na China estar, aparentemente, controlada.

“Tendo em conta o cumprimento rigoroso de implementação das várias medidas nos casinos, como a verificação do Código de Saúde, uso de máscaras, barreiras separadoras entre jogadores, distância social e o facto do risco epidémico, desde meados de Fevereiro, no interior da China, estar a reduzir significativamente e, actualmente não existirem zonas de média ou elevada incidência há pelo menos 10 dias consecutivos, nem transmissão local por 24 dias consecutivos, bem como a epidemia será relativamente mais estável à medida que o clima se torne mais quente”, justificaram as autoridades de Macau em comunicado.

“Contudo todos os casinos ainda devem continuar a implementar estritamente outras medidas antiepidémicas”, acrescenta-se.

3 Mar 2021

China | MNE acusa relatório do CCEC de “enganar o público”

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China respondeu ontem às críticas do Clube de Correspondentes Estrangeiros na China (CCEC), que elaborou um relatório segundo o qual tem existido um “declínio da liberdade de imprensa dos jornalistas internacionais” e a expulsão de profissionais norte-americanos.
Segundo o porta-voz Wang Wenbin, o governo chinês nunca reconheceu o CCEC.

“Este suposto relatório, repleto de preconceitos ideológicos e calúnias contra a China, foi criado para fins de detecção de falhas. Um autodenominado ‘clube de correspondentes estrangeiros na China’ não pode de forma alguma falar em nome dos quase 500 jornalistas estrangeiros, mas apenas transmitir as ideias paranóicas de um punhado de jornalistas ocidentais. É um exemplo típico de reportagens injustas e tendenciosas. O relatório confunde preto e branco na tentativa de enganar o público”, afirmou.

Wang Wenbin entende que “a China dá sempre as boas-vindas às agências e jornalistas de outros países para fazerem reportagens e oferece conveniência e assistência para trabalharem e morarem aqui”. Como exemplo, Wang referiu a ajuda prestada durante o surto de COVID-19. “O governo ajudou mais de 100 jornalistas estrangeiros e as suas famílias, retidas no exterior, a regressarem, facilitou o seu acesso ao mercado de Xinfadi e locais de vacinação em Pequim para entrevistas, coordenou e auxiliou entrevistas da media estrangeira sobre P&D de vacinas e com pessoal do Instituto de Virologia de Wuhan”, entre outros aspectos. “Há uma única palavra neste suposto relatório sobre toda essa facilitação e assistência, concretas e bem documentadas, que a China forneceu aos media estrangeiros?”, atirou o porta-voz.

Wang insurgiu-se ainda contra as pretensões dos jornalistas expressas no relatório da CCE. “Todos os chineses e estrangeiros na China devem cumprir os regulamentos de quarentena. Até mesmo os especialistas da OMS em visita à China foram sujeitos a uma quarentena de 14 dias. Por que razão alguém pensaria que os jornalistas não precisavam obedecer a esses regulamentos de controlo epidémico? O relatório denegriu as medidas anti-epidémicas da China como restrições aos jornalistas e fez especulações maliciosas sobre a boa vontade da China. Não passam de manchas inescrupulosas para confundir o certo com o errado.”

Quanto à expulsão de jornalistas americanos, o porta-voz passou o ónus da culpa para os EUA. “Culpar a China pela expulsão de jornalistas é uma acusação completamente falsa. Foram os EUA que suprimiram, primeiro e desenfreadamente, os media chineses. A China tem sido forçada responder de forma legítima. Desde 2018, os EUA têm pedido aos media chineses nos Estados Unidos que se registem como ‘agentes estrangeiros’ e se listem como ‘missões estrangeiras’. No ano passado, atrasaram sem justa causa ou negaram visto a mais de 20 jornalistas chineses e limitaram drasticamente o visto para jornalistas chineses a uma estadia máxima de 90 dias. Diante de tal repressão, o lado chinês exerceu grande moderação”, explicou.

E Wang foi mesmo mais longe, afirmando que a China ainda não retaliou realmente. “Ainda não retaliámos a medida dos EUA de limitar o visto a todos os jornalistas chineses a um máximo de 90 dias. Por que razão o relatório falha em apresentar toda a história fielmente e apenas ataca a China?”

Finalmente, Wang Wenbin acusou, por seu lado, o CCEC, referindo que não é apenas na China que enfrenta problemas. “Essa suposta organização tem sido tendenciosa e distorce os factos há muito tempo. Também ouvimos falar do seu mau comportamento em outras partes do mundo. O que nos opomos é ao preconceito ideológico contra a China, notícias falsas sob a capa da liberdade de imprensa e violação da ética profissional”.

3 Mar 2021

IIM | Inscrições abertas para concurso de fotografia

As inscrições estão abertas para mais uma edição do concurso de fotografia do Instituto Internacional de Macau (IIM) focado no território: “A Macau que eu mais amo”. Além do retrato de aspectos de Macau como monumentos históricos e edifícios classificados, os participantes podem submeter imagens relativas a manifestações de natureza cultural ligadas ao património imaterial, hábitos, costumes e crenças, eventos turísticos ou ainda festividades populares tradicionais e religiosas das culturas chinesa, portuguesa e macaense.

A página electrónica do IIM, indica que o concurso é lançado “no intuito de reforçar o sentimento de pertença, e promover um conceito de identidade radicado nos valores culturais e históricos de Macau”. “Destina-se a estimular o conhecimento da população, especialmente entre os jovens, das riquezas do Património Cultural, construído ou não, de Macau, e das tradições que enformam Macau”, descreve a entidade.

O concurso é dividido numa categoria para estudantes, voltada para jovens locais do ensino primário, secundário e universitário em Macau ou com estudos no exterior, e uma categoria geral destinada a titulares do BIR permanente ou não permanente. Em cada categoria há 1º, 2º e 3º prémios, cinco menções honrosas e um prémio especial a um trabalho apresentado por sócios da Associação de Fotografia Digital de Macau. O primeiro classificado recebe um troféu e 5.000 patacas.

Os trabalhos devem ser do período entre Setembro de 2020 e Agosto deste ano, e há um limite máximo de cinco fotografias por pessoa. Os interessados têm até 27 de Agosto para os entregar.

3 Mar 2021

Cinemateca | Programa de Março destaca “histórias inabaláveis” de cineastas femininas

A luta pela igualdade de género ganha este mês um lugar no ecrã da Cinemateca Paixão com a programação a destacar mulheres cineastas. Entre 6 e 19 de Março, vão ser exibidas obras que envolvem temas como casamentos arranjados, candidaturas eleitorais e a herança científica de Marie Curie

 

No mês em que se celebra o dia internacional da mulher, o programa da Cinemateca Paixão tem em destaque “Cineastas Femininas – Encaminhando a sua narrativa”. Esta selecção de filmes é exibida entre os dias 6 e 19, procurando apresentar “as lutas das mulheres para obter igualdade e fortalecimento ao longo da história têm sido dificultadas e constantemente empurradas para trás devido ao que a sociedade (‘outras pessoas’) ditou”, descreve a Cinemateca em comunicado.

“Os filmes de Março de 2021 celebram as obras das cineastas não apenas por causa de seu género, mas também pelas suas histórias inabaláveis, urgentes e intransigentes de coragem contra todas as probabilidades”, explica a nota.

O programa arranca no sábado com “The Third Wife”, de Ash Mayfair. O filme retrata a vida de May, uma rapariga de 14 anos que no final do século XIX é dada num casamento arranjado no Vietname rural tornando-se a terceira esposa do marido, e a escolha que tem de fazer entre manter-se em segurança ou procurar liberdade pessoal.

Segue-se “The Perfect Candidate”, focado numa médica numa cidade pequena da Arábia Saudita que decide concorrer às eleições locais e as restrições que enfrenta dos papéis tradicionais das mulheres. Esta obra de Haifaa Al Mansour foi nomeada para melhor filme no Festival de Cinema de Veneza Leão de Ouro de 2019, e melhor longa-metragem no prémio internacional do Festival de Cinema de Adelaide do ano passado.

Das obras anunciadas para Março, inclui-se ainda “Lipstick Under my Burkha” (Índia), que em 2016 foi classificado o melhor filme sobre igualdade de género no Festival de Cinema de Mumbai. Acompanha a vida de mulheres em diferentes fases da vida numa pequena cidade da Índia: uma estudante universitária que veste a burkha e quer ser cantora pop, uma esteticista, uma dona de casa oprimida, e uma viúva de 55 anos que redescobre a sua sexualidade.

Avanços científicos

A selecção leva ainda ao ecrã “As Boas Maneiras” (Brasil, França), realizado por Juliana Rojas e Marco Dutra, em que uma enfermeira dos arredores de São Paulo é contratada como ama do filho que ainda está por nascer de Ana, com quem desenvolve uma ligação forte, e também Babyteeth (Austrália), no qual se explora até onde se vai por amor, através da história de uma adolescente doente que se apaixona por um traficante de droga.

Mais recente, o filme “Radioactive” representa os avanços científicos e as consequências da obra de Marie Curie, interpretada por Rosamund Pike, numa viagem da década de 1870 à era moderna. As produtoras Darkest Hour e Atonement apresentam neste filme uma visão de como a descoberta da radioactividade mudou o mundo do casal Curie e momentos decisivos do século XX.

3 Mar 2021

PJ | Pó branco encontrado nas ruas não é venenoso

A Polícia Judiciária afirmou que o pó branco que se suspeita que estivesse a ser utilizado para envenenar gatos não é venenoso. A informação foi avançada ontem pelo jornal Exmoo. A substância terá sido deixada em vários pontos da cidade por um cidadão estrangeiro que estava a participar numa actividade semelhante a uma caça ao tesouro.

Segundo as declarações da pessoa em questão, que a PJ não identificou, após ser interceptado pela polícia o homem admitiu ter sido ele a deixar o pó nas ruas de forma a marcar os pontos da cidade por onde tinha passado, no âmbito de uma actividade de caça ao tesouro, no passado domingo.

No entanto, o caso causou preocupação entre algumas associações de defesa dos direitos dos animais, porque se temia que o pó fosse veneno para matar gatos. Para estes receios contribuiu o facto de no mesmo domingo ter sido encontrado um gato morto num edifício industrial na Avenida de Venceslau de Morais, um dos locais onde tinha sido encontrado o pó. No dia seguinte, foi encontrado outro gato morto, perto da Rua da Bacia Sul. Contudo, face ao primeiro caso, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) diz não haver suspeitas de crime e na segunda ocorrência, a PJ justificou que a morte deverá ter acontecido devido a uma queda em altura.

Em relação ao pó deixado pelo estrangeiro, encontrado no edifício industrial, as autoridades dizem que se trata de pó comestível, pelo que o homem deverá ser multado no âmbito do Regulamento Geral dos Espaços Públicos. Já o pó encontrado na Avenida do Ouvidor Arriaga foi classificado como material de construção.

3 Mar 2021

Dois canhões encontrados nas obras do Galaxy

O Instituto Cultural (IC) realizou ontem trabalhos de remoção de dois canos de canhões, que tinham sido descobertos no dia anterior nas obras de expansão do hotel e casino Galaxy. O processo de retirada durou cerca de meia hora, de acordo com o jornal Exmoo. Todo o processo de retirada durou cerca de meia hora.

Foi na Segunda-feira que o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) recebeu denúncia dos trabalhadores da obra que tinham sido encontrados dois canos de canhão no solo, quando faziam trabalhos de escavação.

Após a denúncia, foram chamadas ao local as autoridades, nomeadamente o Corpo de Bombeiros e o pessoal da Secção de Inactivação de Engenhos Explosivos Improvisados do CPSP, que levaram à retirada de 40 pessoas do local, para os trabalhos procederem em condições de segurança. Os canos dos canhões tinham um comprimento de cerca de 1 metro e 1,3 metro, calibres de 50 milímetros e 60 milímetros, respectivamente, e foram conservados no armazém do Museu de Macau. O IC promete agora “proceder ao estudo e análise” dos canhões encontrados.

3 Mar 2021

AL | Pereira Coutinho quer debate sobre desemprego

José Pereira Coutinho afirma que vai fazer entrar uma proposta de debate na Assembleia Legislativa sobre a forma como a mão-de-obra não residente está a ser importada para a RAEM. O compromisso foi assumido ontem e deve-se ao facto de terem surgido cerca de 517 desempregados numa visita à Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais. A iniciativa era para só contar com cerca de 200 desempregados.

“Uma das principais causas do aumento do número de desempregados nos estaleiros de construção civil tem a ver com incontornável importação de mão-de-obra não residente, afectando gravemente a qualidade de vida de pelo menos mais de meio milhar de famílias locais”, defende José Pereira Coutinho.

“Sendo assim e face à importância do assunto vimos por este meio informar que vai ser brevemente entregue ao Senhor Presidente da Assembleia Legislativa um pedido de admissão de um Plenário para debate quanto à questão dos TNR com funções de complementaridade dos recursos humanos locais”, acrescentou.

Ainda de acordo com o deputado apoiado pela Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, o debate vai servir para “apurar as razões subjacentes do desemprego do mais de meio milhar de residentes locais que ainda não conseguiram emprego, não obstante o orçamento do Governo na área das empreitadas e construção civil”.

3 Mar 2021

Imprensa | MNE chinês acusa relatório do CCEC de “enganar o público”

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China respondeu ontem às críticas do Clube de Correspondentes Estrangeiros na China (CCEC), que elaborou um relatório segundo o qual tem existido um “declínio da liberdade de imprensa dos jornalistas internacionais” e a expulsão de profissionais norte-americanos.
Segundo o porta-voz Wang Wenbin, o governo chinês nunca reconheceu o CCEC. “Este suposto relatório, repleto de preconceitos ideológicos e calúnias contra a China, foi criado para fins de detecção de falhas. Um autodenominado ‘clube de correspondentes estrangeiros na China’ não pode de forma alguma falar em nome dos quase 500 jornalistas estrangeiros, mas apenas transmitir as ideias paranóicas de um punhado de jornalistas ocidentais. É um exemplo típico de reportagens injustas e tendenciosas. O relatório confunde preto e branco na tentativa de enganar o público”, afirmou.
Wang Wenbin entende que “a China dá sempre as boas-vindas às agências e jornalistas de outros países para fazerem reportagens e oferece conveniência e assistência para trabalharem e morarem aqui”. Como exemplo, Wang referiu a ajuda prestada durante o surto de COVID-19. “O governo ajudou mais de 100 jornalistas estrangeiros e as suas famílias, retidas no exterior, a regressarem, facilitou o seu acesso ao mercado de Xinfadi e locais de vacinação em Pequim para entrevistas, coordenou e auxiliou entrevistas da media estrangeira sobre P&D de vacinas e com pessoal do Instituto de Virologia de Wuhan”, entre outros aspectos. “Há uma única palavra neste suposto relatório sobre toda essa facilitação e assistência, concretas e bem documentadas, que a China forneceu aos media estrangeiros?”, atirou o porta-voz.
Wang insurgiu-se ainda contra as pretensões dos jornalistas expressas no relatório da CCE. “Todos os chineses e estrangeiros na China devem cumprir os regulamentos de quarentena. Até mesmo os especialistas da OMS em visita à China foram sujeitos a uma quarentena de 14 dias. Por que razão alguém pensaria que os jornalistas não precisavam obedecer a esses regulamentos de controlo epidémico? O relatório denegriu as medidas anti-epidémicas da China como restrições aos jornalistas e fez especulações maliciosas sobre a boa vontade da China. Não passam de manchas inescrupulosas para confundir o certo com o errado.”
Quanto à expulsão de jornalistas americanos, o porta-voz passou o ónus da culpa para os EUA. “Culpar a China pela expulsão de jornalistas é uma acusação completamente falsa. Foram os EUA que suprimiram, primeiro e desenfreadamente, os media chineses. A China tem sido forçada responder de forma legítima. Desde 2018, os EUA têm pedido aos media chineses nos Estados Unidos que se registem como ‘agentes estrangeiros’ e se listem como ‘missões estrangeiras’. No ano passado, atrasaram sem justa causa ou negaram visto a mais de 20 jornalistas chineses e limitaram drasticamente o visto para jornalistas chineses a uma estadia máxima de 90 dias. Diante de tal repressão, o lado chinês exerceu grande moderação”, explicou.
E Wang foi mesmo mais longe, afirmando que a China ainda não retaliou realmente. “Ainda não retaliámos a medida dos EUA de limitar o visto a todos os jornalistas chineses a um máximo de 90 dias. Por que razão o relatório falha em apresentar toda a história fielmente e apenas ataca a China?”
Finalmente, Wang Wenbin acusou, por seu lado, o CCEC, referindo que não é apenas na China que enfrenta problemas. “Essa suposta organização tem sido tendenciosa e distorce os factos há muito tempo. Também ouvimos falar do seu mau comportamento em outras partes do mundo. O que nos opomos é ao preconceito ideológico contra a China, notícias falsas sob a capa da liberdade de imprensa e violação da ética profissional”.

3 Mar 2021